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sexta-feira, 15 de julho de 2022

Eufemismo não! Estratégia para assassinar bebês... - Adriano Marreiros

Lembro que há uns 8 ou 9 anos, vi na internet umas conclusões de um congresso de alguma instituição pública ou partido, não me recordo ao certo, que dizia algo como “Conseguir junto ao STF as pautas que não passariam no parlamento”.  Fiquei indignado.  Sabendo que certas pautas não possuem apoio popular, optariam por passar por cima do povo, da maioria.  É isso que chamam de contramajoritário?

                                                       Fonte

Acho que foi semana passada, ou na outra, que vi uma entrevista em que um juiz de tribunal superior ou suprema corte estaria explicando que se algo for um Direito, não importa a opinião da maioria, aquilo tem que ser concedido mesmo contra a vontade popular e que esse seria a atuação contramajoritária do Judiciário.  Aaah...

Há muito tempo venho estranhando uma novilíngua que, por exemplo, chama o assassinato de bebês[1] de Direitos Reprodutivos”, mesmo sendo anti-reprodutivos e violação de Direitos assegurados desde a concepção...

Como toco bateria e hoje é Dia do Rock, lembrei que muita gente chama as viradas de preparação: preparação para uma nova parte da música...

Juntando as quatro coisas: creio que entendi o que está acontecendo no Brasil e no mundo.

Que o Senhor proteja nossas Liberdades e as Vidas dos Inocentes.

Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida arbitrariamente..” (Pacto de San José da Costa Rica - considerado supralegal pelo STF- Art. 4º, 1).

“A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro. (Código Civil, Art. 2º ).

[1] Imagens tiradas de < https://www.brasilparalelo.com.br/artigos/como-e-feito-um-aborto > do excelente Brasil Paralelo.

P.S.  Agora o livro 2020 D.C. Esquerdistas Culposos e outras assombrações tem uma trilha sonora com canções e músicas de filmes citados.

Publicado originalmente no excelente Portal Tribuna Diária. 

O autor é mestre em Direito, membro do Movimento Contra a Impunidade (MCI) e do Ministério Público Pró Sociedade (MP Pró Sociedade), autor de “2020 D.C., Esquerdistas Culposos e Outras Assombrações” e de “Hierarquia e Disciplina são Garantias Constitucionais”.

 

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

BOICOTEM! O BOICOTE É A ARMA DA MAIORIA - Adriano Marreiros

E a maioria é conservadora!

É a verdade o que assombra
O descaso que condena
A estupidez, o que destrói 

Legião Urbana

Chego a achar engraçado ver amigos conservadores lamentando cancelamentos e o poder das grandes empresas para censurar e fechar portas:  caramba, será que vocês não percebem que somos a maioria?! .

Se a maioria decidir boicotar as marcas que prejudicam a Sociedade, que apoiam censura, que aplaudem ataques às liberdades, que querem impor a linguagem, que só pregam ideologias totalitárias, que inventam narrativas e distorcem ou omitem a realidade, elas não vão aguentar muito tempo.  
 
Eu parei de assistir a certos canais de TV e de entrar em certos portais.  Conheço vários que fizeram o mesmo.  E o que vemos?  
Demissões anunciadas diariamente e “promoções” suplicantes para venda de jornais e assinaturas de notícias.  Você entendeu?!   
Não compre mais carros daquela marca!  Não use aqueles perfumes (cafonas, diga-se) daquela outra!  Tire sua conta daquele banco!!!  Não assista a filmes lacradores!!!

Nós, os conservadores, somos a maioria!  Como nos deixamos acuar?!  Como podemos estar com medo de cancelamentos?!  Como podemos sentir medo da imposição crescente de novilíngua, de duplipensar, de narrativas mentirosas e mal intencionadas, de destruição de reputações de pessoas de bem, se nós somos a maioria?!  Cancelamento não é nada: elas têm que temer é o nosso boicote! 

Cada vez que uma marca resolver atacar pessoas de bem, cancelar instituições sérias, vedar o debate de temas importantes:  BOICOTE!  Não compre mais.  Mesmo que elas recebam algum auxílio de certas fundações globalistas, mesmo que recebam dinheiro público, elas não conseguirão sobreviver com um boicote da MAIORIA aos seus produtos.

E o pior de tudo: a minoria de esquerda, apenas barulhenta e com algum patrocínio, consegue se organizar para cancelar o que a MAIORIA apóia...  Será que a maioria não consegue um mínimo de organização e firmeza para boicotar e restabelecer o poder que emana do povo?!  Veja: não é preciso a violência, o crime e a intimidação que muitas vezes ELES praticam nas ruas ou invadindo propriedades isso é coisa do mal que não combina com conservadores nós só precisamos de uma arma – o BOICOTE:  VAMOS COMEÇAR A BOICOTAR?!   
Mude de canal AGORA: você vai ver que ele não fará falta.  Não vá ao novo filme lacrador, você quer ver mesmo essa chatice?!  Pare de se borrifar com aquele perfume: todos à sua volta agradecerão...  Se você vai trocar de carro, não compre aquele: se você For Iludido Agora, pode ser Tarde!!!

Boicote!  Boicote!  Boicote!  O Boicote é a arma da maioria e OS CONSERVADORES SÃO A MAIORIA...  Seja paciente, elas vão ceder: e não vão resistir muito tempo...

 Não me entrego sem lutar

Tenho, ainda, coração

Não aprendi a me render

Que caia o inimigo então...

Legião Urbana

Publicado originalmente no excelente  Portal Tribuna Diária,  e enviado pelo autor

 

domingo, 5 de setembro de 2021

STF: De guardião da Constituição a guardião da verdade?

André Gonçalves Fernandes

Vivemos em tempos estranhos. Achávamos que o STF fosse apenas o guardião da Constituição, o que, por si só, já não é pouco. Aliás, se, nos últimos anos, sua atuação restringisse em bem desempenhar essa nobre tarefa no que andou faltando, a julgar, pelo menos, à luz do ativismo judicial reinante e do desfile de decisões que reescreveram o texto do poder constituinte originário o STF estaria a atender ao comando constitucional.

 Fachada do STF - Foto: Dorivan Marinho / STF
 [com amplo espaço para a placa MINISTÉRIO DA VERDADE - destacando que é praxe os 'ministérios' integrarem a estrutura do Poder Executivo, do qual são órgãos auxiliares; há exceções = o Tribunal de Contas da União, integra o Poder Legislativo.]

Contudo, parece que os ares palacianos suprimiram o pouco do senso comum que ali havia e, agora, além de ser guardião da Constituição, o STF avocou a função de guardião da verdade. Isso mesmo. A partir da edição da Resolução 742/21, foi o criado o “Programa de Combate à Desinformação” para combater conteúdos que – na visão “aleteica” da Corte possam ser tipificados como "desinformação e narrativas odiosas" direcionados à Corte e aos ministros do STF, a ser “gerenciado por um Comitê Gestor”.


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Numa realidade em que as expressões "Big Brother", "polícia das ideias", "duplipensar", "pensamento-crime" e "novilíngua", infelizmente, tornaram-se corriqueiras, a tal resolução tem o inegável mérito de inovar, ao introduzir, digamos, o que com ela, na realidade, pretende-se: o papel de gestor da verdade ou, na hermenêutica orwelliana, a instituição do Ministério da Verdade.

Pronto. Agora, creio que já podemos incorporar o enredo de 1984 por completo. Resta apenas aguardar pelo final da trama, embora o “inquérito do fim do mundo” já tenha dado passos firmes nesse sentido, como bem ressalvou, por ocasião da decisão do plenário da corte, a lucidez do ministro Marco Aurélio.

Veja Também: - Opinião: Esquerda e estudantes aumentam ataques à liberdade de expressão nas universidades

- Brasil vive retrocesso na liberdade de expressão, diz cientista político

Sabemos que uma árdua tarefa, em toda sociedade democrática, está em aquilatar, ao mesmo tempo, a liberdade de expressão e a proibição da discriminação, ainda que fundado no princípio da dignidade da pessoa humana, porque envolve a verdade prática a ser buscada aqui e agora nessa historicidade localizada. Nesse particular, tolerar a desinformação ou a narrativa odiosa como, aliás, muitas a que assistimos ultimamente contra o STF –, por mais risíveis que sejam seus lastros teóricos, não significa concordar com elas ou aprová-las.

Permitir a livre expressão de opiniões antidemocráticas, xenófobas, nacionalistas, racistas, revisionistas, odiosas ou falsas não implica em estar de acordo com seus protagonistas e nem mesmo em dialogar com eles, quanto mais em conceder o reconhecimento público que esperam. Assegurar um acesso ao debate público é, no fundo, repudiar a intolerância intelectual, de molde, inclusive, a respeitar a vida intelectiva do homem, faculdade operativa antropológica que justamente nos diferencia de todo o mundo dos seres vivos e que, somado à nossa condição de criatura imago Dei, fundamenta, ontologicamente, o princípio da dignidade da pessoa humana.

Uma sociedade sadia deve se legitimar no debate público. Admitir-se que qualquer ideia possa ser veiculada livremente é, no fundo, fazer com que os membros dessa sociedade aprendam a discernir, deliberar e formular um juízo prudencial de valor sobre as ideias que merecem ser vivenciadas na práxis social em prol do bem comum, descartando ou tentando aprimorar – no teatro social e não na canetada de um burocrata do Ministério da Verdade – aquelas que possam atentar contra isso.

Então, aqui, temos um ponto crucial na busca da verdade prática a ser buscada no seio social: a relação entre verdade e liberdade. A liberdade está associada a uma certa medida, isto é, a medida da realidade que, por sua vez, em termos tomistas, corresponde à medida da verdade.

Então, para buscarmos a verdade das ideias que se refletem na práxis social, suprimir a narrativa odiosa ou a desinformação é impedir que a liberdade atue eficazmente nesse sentido. Todavia, não ficamos só nisso, porque tal eliminação pressupõe um certo despotismo judicial ilustrado: a corte incorpora uma função deliberativa daquilo que acredita ser a verdade prática historicamente situada e, em casos mais patológicos, pode vir a professar um messianismo político-social, porque crê estar antevendo, por um juízo estritamente particular, aquilo que é próprio da deliberação social, onde o juízo prudencial final é formado por um fecundo e maior entrechoque das opiniões de seus atores.

Nesse sentido, tal despotismo passa a impor sua interpretação sob o manto de uma decisão administrativa, mas esse manto é diáfano e, por isso, podemos observar, a partir da carência da intermediação de um processo deliberativo social, toda sua fragilidade intrínseca e, por mais ilustrados que sejam seus fundamentos ou as cabeças que componham o tal Ministério da Verdade, continua-se a cortejar com o despotismo na forma de pensar e decidir.

Por isso, a proteção preferencial pela liberdade de expressão – vinculada à liberdade de pensamento, conformadora da opinião pública livre e condição do pluralismo como valor do ordenamento jurídico – convida-nos a excluir a possibilidade de sancionar os discursos nocivos ou desinformativos pela via da pura e simples gestão do Ministério da Verdade.

Dessa forma, numa sociedade aberta, evita-se que qualquer ideia, por mais insustentável que nos pareça num primeiro olhar intuitivo, possa ser rejeitada pela caneta inquisitorial do gestor de plantão, só pelo fato de ser considerado um discurso de ódio ou uma desinformação, supostamente apto a colocar em risco as mais elementares demandas públicas de ordem institucional no STF.  O perigo não está tanto no reconhecimento da objetividade da verdade, mas nos excessos de convencimento subjetivo dos membros do Ministério da Verdade sobre a possibilidade de captá-la, algo que os leva a descartar, de antemão, uma humilde e prudente falibilidade.

As exigências de racionalidade prática dos meios adequados para se fazer prevalecer a verdade prática, longe de destruir seus fundamentos, acabam por se apoiar em fundamentos éticos, mormente no postulado de que a tolerância exige propor a verdade prática e renunciar sua imposição pura e simples, sem que isso demande de cada um de nós, sequer remotamente, a obrigação de negar essa mesma verdade, afirmá-la ou de ignorá-la, tornando-se desnecessárias as medidas, por parte do Ministério da Verdade, de “alfabetização midiática” [Mobral da Verdade?] e fortalecimento da imagem (artigo 2º, inciso II, da Resolução 742/21).

Aliás, acerca dessas ações, podemos apostar que esse tal tenderá ao mesmo insucesso da versão raiz do regime militar e, se o STF pretende um legítimo fortalecimento de sua imagem, basta revogar essa resolução e começar a fazer o feijão com arroz como guardião da Constituição –, porque o que me preocupa, como cidadão, não são tantas as notícias falsas sobre a corte, mas, paradoxalmente, as verdadeiras:  
- censura à Revista Crusoé; 
- busca e apreensão de bens, fundada numa discutível ameaça, em casa de general; 
- influência na ação que resultou na desmonetização de canais no YouTube; 
- proibição de uso de redes sociais por jornalistas não engajados;               - afastamento de fiscais da Receita Federal que investigavam familiares de ministros da corte; 
- expedição de mandado de constatação em escritório do ex-PGR com base num fato penal atípico; 
- o já mencionado inquérito do fim do mundo e, agora, 
- a presente resolução administrativa.

A Constituição, que nos é apresentada como a verdade jurídico-política dessa sociedade em que vivemos aqui e agora, é, por definição, suscetível de desenvolvimentos institucionais políticos e legislativos muito diversos, desde que respeitem seu conteúdo diretivo ou principiológico.

Este peculiar modo de conhecimento da realidade convida-nos, prudentemente, a uma busca compartilhada da verdade prática e não a uma proposta de imposição do autoritarismo da subjetividade togada pela palavra e pela pena do Ministério da Verdade. Evitamos, desta maneira, a “tolerância repressiva” de Marcuse: ou você concorda comigo ou você é um desinformante odioso.

Não se trata de fabricar um consenso, entendido como uma espécie de substitutivo de uns princípios objetivos com os quais não poderíamos contar para iluminar uma realidade material, mas, antes, de encontrar, fecundamente, o sentido objetivo de uma exigência prática, ajudando-nos conjuntamente a desvelá-la. Por sinal, a colegialidade típica das cortes constitucionais não deixa de responder, mais de uma vez, a esta mesma dinâmica, a qual, no caso da edição da Resolução 742/21, andou a faltar. Por fim, espero, sinceramente, que, logo amanhã cedo, a Polícia Federal não bata aqui em casa. A patroa não irá gostar e, caso volte no mesmo dia para o lar, serei apenado a dormir na sala de estar.

André Gonçalves Fernandes, post Ph.D., é professor-coordenador de Filosofia e Metodologia do Direito do CEU Law School, pesquisador da Unicamp e professor-visitante da Universidade de Navarra (Espanha).

 VIDA E CIDADANIA - GAZETA DO POVO


domingo, 6 de setembro de 2020

A política dos ladrões - Percival Puggina


Bastou a lei favorecer a simplicidade dos processos licitatórios com vistas à aquisição de equipamentos e serviços, dentro das urgências impostas pela pandemia, para os ladrões saírem da caverna. E entrarem em operação nos suntuosos gabinetes do poder. Seis governadores de estado estão sendo investigados. Estima-se que fraudes, segundo matéria da Veja, se elevem a R$ 4 bilhões. O governador do Rio de Janeiro, ex-magistrado que ganhou fama por linha dura, foi afastado do cargo pelo STJ. A Polícia Federal e o Ministério Público já identificaram operações fraudulentas em 19 estados da federação!


 Impressiona particularmente o histórico de corrupção no Rio de Janeiro. Seis governadores fluminenses se envolveram com esquemas corruptos que, de longa data, infestam o ambiente político local. Alguns conheceram por trás das grades o sistema penitenciário sobre o qual, um dia, exerceram competências de ofício. A Alerj e a Câmara de Vereadores do Rio são o que se sabe. Ali, rachadinha é tira-gosto, antes do banquete.

Diante disso, cabe a pergunta: de onde procede tanta fragilidade moral, incapaz de resistir à tentação do dinheiro farto e fácil da corrupção? 
De um lado, a punibilidade tornou-se hipótese remotíssima e a punição por esse específico crime faz gemer as entranhas do STF, sempre pronto a conviver com a morosidade dos meandros processuais e com a benevolência das execuções penais. De outro, como confessou abertamente Sérgio Cabral, condenado a 280 anos de prisão, “apego a poder e dinheiro é um vício”. Como se forma esse vício? Como todo vício, ele implica uma confusão conceitual entre satisfação e felicidade, fazendo da vida um inferno entre prazeres ocasionais. É a história de todos os dependentes. Acontece que nossa sociedade deixou de lado verdades, princípios e valores para cair na lassidão moral e no cinismo dos quais a corrupção é apenas uma das mais visíveis consequências.

É bem característica destes nossos tempos a troca dos sólidos fundamentos de uma vida digna pela moeda vulgar do “politicamente correto”. Há mais espaço para a hipocrisia dos antifas do que para a instituição familiar, o respeito à vida, a religião e o amor a Deus.
Se os valores rejeitados são ditos tradicionais, como definir os “não tradicionais”? Será necessário espremer às últimas gotas o pensamento picareta e a novilíngua para nominá-los com um adjetivo decente. E mais, se os valores tradicionais forem tão desprezados quanto gostariam seus detratores, tornar-se-á necessário convocar Diógenes com sua lanterna para encontrar o bom cidadão, o bom político, a boa instituição. E até mesmo o dinheiro roubado.

Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Integrante do grupo Pensar+.
  

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Novilíngua, eufemismos e... testosterona

No "politicamente correto", usa-se e abusa-se dos eufemismos, trocando-se palavras fortes por palavras fracas para tornar palatável o que deveria ser rejeitado.

O famigerado "politicamente correto" parece nascido nas páginas de 1984, o profético livro de George Orwell sobre o totalitarismo em expressão máxima. É a própria "novilíngua", que manipula, suprime ou recompõe vocábulos para dominar a linguagem e o pensamento. O "politicamente correto" já fez muito disso e já foi longe demais. Vocábulos triviais foram carimbados como impróprios e se converteram no que Orwell talvez chamasse de "impalavras", ou "despalavras". Ao sumirem, por supressões e patrulhamento, some a ideia que expressam e é restringido o que podemos pensar.

No "politicamente correto", usa-se e abusa-se dos eufemismos, trocando-se palavras fortes por palavras fracas para tornar palatável o que deveria ser rejeitado. Neste último fim de semana, por exemplo, a edição de ZH estampou matéria cujo título mencionava o possível fim da "paralisação" dos policiais militares no Espírito Santo. Paralisação? Mas aquilo não foi um motim? Na Globo News, uma locutora referia as "eventuais ações" sobre "possíveis crimes" praticados pelos "grevistas". O próprio presidente da República, em nota sobre aqueles episódios, pediu o fim da "paralisação". Não fazem diferente aqueles que falam em "ocupação" sempre que manipulados baderneiros de esquerda metem o pé e entram porta ou vidraça adentro em alguma propriedade pública ou privada. Ora, só se pode ocupar o que está vago, devoluto, ou não tem proprietário, inquilino ou comodatário. Tudo mais é invasão, seja um parlamento, uma estância ou uma escola.

O que acabo de escrever evidencia a crescente fragilidade nas nossas estruturas de comunicação. Se formos desatentos a esses e outros processos em curso na vida social, corremos o risco de ser tragados por eles, imperceptivelmente submissos a um insinuante ideal totalitário, tornando-se a sociedade vulnerável ao domínio de quem controla as palavras que ela usa.

Por isso, chamam a atenção de todos, com aprovação de muitos e rejeição de outros tantos, a conduta e o vocabulário utilizado por agentes políticos como Trump e Bolsonaro. Do primeiro, escreveu outro dia o prof. Neemias Félix que, perto dele, o segundo parece um poeta. O que os faz notórios, principalmente, é a ruptura com a novilíngua, com os eufemismos e com o déficit de testosterona, que já habituou a sociedade a conviver com falas molengas e discursos pasteurizados, nos quais só os adjetivos lânguidos e as imprecisões cuidadosamente estudadas têm assento às mesas onde a comunicação se estabelece.
Caem juntas, a cultura e a civilização. Caem a golpes de dissimulação, covardia e melindres, vulgarmente conhecidos como mimimis.

Fonte:  http://puggina.org




domingo, 14 de fevereiro de 2016

Brasil, governado pelo PT se transforma no país da roubalheira, da imoralidade e da pouca vergonha

Amigues para sempre

[alguma coisa precisa ser feita para repor o mundo nos eixos - talvez só a destruição total e o recomeço, sob novas bases

Da forma que está é inaceitável e a maldita esquerda pode não ter criado, mas, estimula, já que esses novos conceitos destroem a família e esta é uma das metas prioritárias do maldito esquerdismo. Mas, algo precisa ser feito.]

Nunca ouviu falar em gênero neutro? Aquele que faz com que certas palavras terminem em “e” para suprimir os artigos masculino e feminino? 

E “sexualidade fluida”, sabe o que é? Tem ideia da porcentagem de jovens brasileiros que dizem já ter se relacionado com homens e mulheres? 

Bem-vindo ao admirável mundo novo da geração Z, onde diversidade e tolerância são as palavras de ordem

Se voltassem hoje ao mundo dos vivos, o escritor Álvares de Azevedo, o poeta Manuel Bandeira e o e­x-pr­esidente Floriano Peixoto estranhariam muitas coisas. E uma delas seria o cabeçalho da prova de biologia aplicada no ano passado no colégio em que eles estudaram, o Pedro II, no Rio de Janeiro, o terceiro mais antigo em atividade no Brasil. Ao lado do campo a ser preenchido com o nome de cada estudante, a prova trazia a palavra alunx, em vez de "aluno" ou "aluna". Todos na classe conheciam o significado daquele xis

Em mensagens trocadas nas redes sociais, jovens e adolescentes usam a letra, assim como o "e", para suprimir a identificação masculina ou feminina em palavras como "amigx" ou "queridx" - na versão com "e", mais pronunciável, "amigue" ou "queride". É o chamado gênero neutro, utilizado basicamente em duas situações: a pedido, quando o outro diz que quer ser tratado assim, ou por iniciativa de quem escreve - e prefere não cravar se o destinatário é homem, mulher, e assim por diante. Assim por diante?

Desconectados, desligados e recém-chegados da Coreia do Norte: ao menos para a geração pós-millenium - também chamada de geração Z ou geração touch -, o número de gêneros já passou de dois faz tempo. No Brasil, o Facebook acrescentou, em março passado, no espaço destinado à identificação do usuário, dezessete novas opções de gênero, além do masculino e feminino. Nos Estados Unidos são mais de cinquenta. A lista inclui cross gender, sem gênero e ainda uma alternativa para personalizar a resposta.

Para esses jovens na faixa de 15 anos, crescidos no universo digital, nunca foi tão normal ser diferente. Os adultos, ligeiramente atordoados, tentam acompanhar o ritmo das mudanças. Em colégios de grandes cidades brasileiras, discutir a diversidade de gênero virou assunto obrigatório. A aula magna do Pedro II deste ano foi sobre o tema. No Bandeirantes, em São Paulo, um grupo de discussão batizado de Bandiversidade reúne alunos para falar sobre homossexualidade, bissexualidade e pansexualidade. Já esquentaram os debates tópicos como as diferenças entre transgênero, transexual e drag queen (transgênero: termo mais abrangente usado para designar pessoas que não se identificam com o sexo de seu nascimento, mas não necessariamente se identificam com o sexo oposto; transexuais: sentem-se pertencentes ao gênero oposto; drag queen: indivíduo do sexo masculino que, em performances quase sempre profissionais, se fantasia de mulher, podendo ser homossexual, bissexual ou heterossexual. Parece complicado? Bem, ninguém disse que era simples).

A "novilíngua" das redes e a onipresença nas escolas do tema da vez podem não durar mais que alguns verões, mas o que elas sinalizam veio para ficar. Não é exagero afirmar que uma importante mudança geracional está em curso. Dados de um levantamento da agência de publicidade J. Walter Thompson mostram que 76% dos jovens brasileiros não dão importância à orientação sexual dos outros e 82% concordam que as pessoas devem explorar mais a própria sexualidade. A J. Walter Thompson ouviu 1 500 pessoas entre 12 e 19 anos no Brasil, nos Estados Unidos e na Inglaterra. Outra pesquisa, coordenada pela psicóloga Luciana Mutti, em Porto Alegre, revelou que 20% dos adolescentes entrevistados já haviam tido relações com pessoas de ambos os sexos. A pesquisa foi feita com 400 jovens de 13 a 18 anos na capital gaúcha.

Trata-se de uma mudança e tanto. Basta lembrar que, até 1990, a Organização Mundial da Saúde classificava a homossexualidade como distúrbio mental. Em 12 de maio de 1993, um levantamento do Ibope sobre o tema foi capa de VEJA. No Brasil de então, 79% dos entrevistados afirmaram que não aceitariam que seu filho saísse com um amigo gay; 62% declararam que um pai deveria tentar convencer seu filho a mudar de condição se descobrisse que ele é homossexual; 56% responderam que alterariam sua conduta com um colega se soubessem que ele é homossexual; 45% trocariam de médico pelo mesmo motivo; 36% deixariam de empregar um candidato com esse perfil, ainda que fosse o mais qualificado; e 58% se disseram contrários à adoção de uma criança por um casal gay.

Leia também:
Crianças trans não estão fingindo. Elas existem
A geração touch

Para Sam Bourcier, professor da Universidade de Lille, na França, o modelo binário (dois sexos, dois gêneros) acabou. Bourcier é um dos mais respeitados porta-vozes da chamada teoria queer. Nasceu mulher, mas não se identifica com nenhum gênero, razão pela qual adotou nome masculino, que apresenta junto com o original, Marie Hélène. O termo queer é uma apropriação da gíria inglesa que significa "estranho", "esquisito" e que originalmente era usada para se referir jocosamente a homossexuais.  

Festejadíssima pela geração Z, a teoria sustenta que a sexualidade é fluida e que as preferências nessa área podem mudar ao longo da vida. Um indivíduo do sexo masculino, por exemplo, pode passar boa parte da existência sentindo-se atraído por outros indivíduos do sexo masculino e mais tarde mudar de ideia - o que não necessariamente quer dizer que começará a gostar de mulheres. "Há muitas outras possibilidades de gênero e sexo além daquelas que foram apontadas no nascimento", diz Bourcier.

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