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sexta-feira, 20 de abril de 2018

Análise: Lula, Palocci e Dirceu, os intocáveis na cadeia



Os três devem ocupar celas diferentes do mesmo sistema penitenciário

Há 14 anos, falava-se em Brasília que José Dirceu era o primeiro-ministro, o homem que, na prática, comandava o Brasil. Não era verdade.  Dirceu, de fato, era o todo-poderoso chefe da Casa Civil que mandava na relação com o Congresso e tinha muita força junto a Lula. Cuidava da relação do Planalto com os aliados, que, soube-se em 2005, estava contaminada por mesadas criminosas a políticos e partidos, esquema desbaratado no escândalo do mensalão.

Era parrudo, mas não dominava a cena sozinho. Ele mesmo sabia, embora não gostasse, que fazia parte de uma constelação formada por outras duas estrelas.  Lula era o líder popular que fazia do PT um sucesso nacional. E levava para o mundo a imagem de um país que entrava nos trilhos.  Antonio Palocci tinha papel decisivo. Caiu nas graças do mercado e do empresariado por meio de uma gestão econômica calçada na segurança e previsibilidade.

Os três eram intocáveis.  Hoje, Dirceu é o único livre, condição que mudará nos próximos dias com a inevitável expedição da ordem de prisão pelo juiz Sergio Moro. A Lula e ao ex-ministro sobram apenas o discurso da perseguição política e o abraço da militância. Palocci ainda não foi condenado, mas está preso porque, livre, pode prejudicar as investigações da Lava-Jato. Chegou a sair do PT com a esperança deao delatar os velhos companheiros livrar-se da cadeia. Mas não convenceu.Uma década e meia depois, um mensalão depois, uma Lava-Jato depois, a constelação deve ocupar celas diferentes do mesmo sistema penitenciário. O que recebe os investigados e condenados em Curitiba.

Roberto Maltchik  - O Globo


 

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Esse circo, essa palhaçada que o PT está fazendo com a prisão do criminoso Lula tem que acabar; existe uma Lei de Execuções Penais e ela tem que ser cumprida por TODOS

Líder do PT desafia juíza e diz que comissão fará visita a Lula na terça-feira  

[é DEVER da Justiça cumprir e fazer cumprir as leis, incluindo a de Execuções Penais; o que aquela Lei autorizar pode ser feito o que ela silenciar ou negar NÃO PODE ser realizado.

quanto a trupe petista insistir em que Lula é preso político - apesar dos artigos que infringiu e que motivaram sua condenação serem artigos do Código Penal destinado a punir criminosos comuns, especialmente ladrões - é fácil de ser resolvido.

Nenhuma lei determina que Lula (sem foro privilegiado, analfabeto) tenha prisão especial. Então que seja transferido para um presídio comum, cela comum, convivendo com bandidos comuns iguais a ele.

O fato de ter sido ex-presidente não deve ser considerando atenuante, ao contrário, é uma agravante já que o condenado Lula conspurcou aquele cargo.

Quanto aos deputados petistas que estão posando de 'galo', ofendendo a Justiça, com certeza 90% deles tem o 'rabo preso' é só o MP apertar um pouco, assustar, falar em investigar e eles param de barulho, somem.]

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta (RS), desafiou nesta quinta-feira, 19, a juíza da Vara de Execuções Penais Carolina Moura Lebbos e comunicou que a comissão externa da Casa fará na próxima terça-feira, 24, a vistoria na sala especial da Superintendência da Polícia Federal no Paraná onde cumpre pena o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Pimenta, que é coordenador da comissão criada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que os parlamentares não receberam nenhuma comunicação oficial da Justiça sobre a visita dos parlamentares ao ex-presidente da República. Nesta semana, uma comissão de senadores também esteve com Lula em Curitiba. [a comunicação especial é a leitura da Lei de Execuções Penais.]

O Ministério Público Federal (MPF) se manifestou contra a intenção da comissão de deputados vistoriar o local nesta quinta-feira, 19. Na mesma manifestação, anexada ao processo de execução penal do petista, o MPF afirmou não ser “viável” oferecer um horário diferenciado para visitas ao ex-presidente.   “Inicialmente há que se observar que a diligência que a comissão pretende realizar no dia 19 de abril de 2018 é materiaõeslmente inviável porquanto no mesmo dia da semana está estabelecido o horário de visitas para os parentes e demais pessoas elencadas no art. 41, X, da Lei de Execuções Penais”, informa o procurador regional da República Januário Paludo. Segundo ele, o pedido da comissão não respeitou o prazo mínimo de 10 dias fixado pela magistrada.

O petista disse que é prerrogativa do Parlamento fiscalizar qualquer repartição da administração direta ou indireta, incluindo estabelecimentos penais, e que os parlamentares nunca enfrentaram esse tipo de dificuldade. O deputado destacou que a comissão já tem autorização de Maia para entrar na Superintendência da PF. “Não cabe a juíza, o Ministério Público ou a Superintendência autorizar ou não a visita. Estamos apenas comunicando”, declarou Pimenta.

O líder do PT reclamou que Lula está sofrendo um tratamento diferente dos demais presos, que não tiveram pedidos de visita negados pela juíza. Governadores aliados foram barrados em Curitiba, assim como o prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel. Para Pimenta, há uma tentativa de constranger Lula. “Isso revela um tratamento inaceitável. Vamos nos insurgir quanto a isso”, disse. [já que querem tratamento para Lula igual ao dos outros presos, removam o condenado para um presídio comum, o coloquem em uma cela com 30 ou quarenta criminosos e fica tudo igual - sem diferenciação.
É só jogar Lula em um presídio comum, pavilhão comum, cela comum e lotada com bandidos comuns e a trupe petista põe o rabo entre as pernas.]

Pimenta afirmou que Lula tem direito a receber a visita de advogados, familiares e amigos. O deputado declarou que qualquer tentativa de violação do direito dos parlamentares será considerada uma “agressão ao Legislativo” e quem tentar impedi-los poderá ser responsabilizado administrativamente e criminalmente. Além da comissão externa formada por deputados, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara também aprovou ontem uma visita ampla a Lula. A data da viagem ainda será definida pelo presidente do colegiado, deputado Luiz Couto (PT-PB).

Estadão Conteúdo 

 


Democracia e Direitos Humanos em excesso, são prejudiciais

[Proposta: antes de começar o nosso 'linchamento virtual' pedimos que leiam com atenção o que está escrito e quando, e se, encontrarem algo errado, protestem.

Não encontrando tenham a dignidade de reconhecer que este texto pode até não ser 'politicamente correto' mas é verdadeiro.]

Direitos Humanos em demais é prejudicial e prejudica muitas vezes o gozo dos DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS  - Fundamentação

Usaremos como principal exemplo a matéria deste POST

Ocorreu um furto de grande número de celulares no Aeroporto do Galeão - superando os R$ 3 milhões - o sistema de localização dos aparelhos permitiu que o esconderijo da carga fosse localizado e a informação foi passada à Polícia Militar.  

Só que o local, Favela Nova Holanda, Complexo da Maré, área patrulhada pelo 22º BPM, não está sujeito de forma constante as autoridades policiais.
O ingresso na complexo de favelas exige um protocolo especial, até aí fácil de entender visto que o efetivo de um batalhão é insuficiente para atuar naquela imensidão submetido ao jugo do crime organizado.
O protocolo, em poucas palavras, exige o acionamento de outros batalhões, do BOPE, unidades especiais da Polícia Civil, etc.

Por razões que nos são desconhecidas há necessidade da interferência da Sexta Vara de Fazenda Pública.  

RESULTADO: mesmo em tempos de intervenção federal quando o dispositivo para entrar na favela esta começando a ser formado os bandidos já tinham passando adiante a carga furtada.

Toda a razão dessa demora foi a necessidade de obter efetivo para garantir a operação e ao mesmo tempo a necessidade de respeitar os DIREITOS HUMANOS - mesmo que tal respeito tenha atrasado em muito a operação.

Não fosse tão exacerbada preocupação com os DIREITOS HUMANOS de bandidos, bastava o 22º BPM ter entrado em contato com a Cúpula da Intervenção, que determinaria  o deslocamento para a região tropas do Bope e das Forças Armadas, cercado o perímetro e de posse de um MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO COLETIVO efetuar a busca em toda as construções - comerciais, residenciais e de qualquer tipo -  recolhendo a carga, armas e utilizando a força necessária para eliminar qualquer resistência.

Um ou outro direito humano poderia ter sido desrespeitado mas isto em beneficio da SOCIEDADE, da MANUTENÇÃO DA LEI E DA ORDEM e do COMBATE AO CRIME.

Certamente a operação realizada dessa forma possibilitaria a recuperação de toda, ou quase, a carga, prisão de vários bandidos - por  diversos motivos além do furto - apreensão de armamento pesado e deixar com a bandidagem não só daquelas favelas mas de todas que as Forças de Segurança entram ONDE for preciso, QUANDO for preciso e COMO for preciso.

A bandidagem passaria a ter a certeza que qualquer carga roubada ou furtada, uma vez localizada, de imediato, seria procedida a sua recuperação a qualquer custo. 

A certeza da punição, da não obtenção de lucro desestimularia novas ações.

Óbvio que este procedimento teria que ser realizado sempre - a repetição causaria a diminuição da ação dos bandidos.

Esperar que a carga seja distribuída para começar a agir só estimula os bandidos.

Democracia demais é ruim - Fundamentação.

A democracia quando em demasia atrapalha em muito a governabilidade de um país, a própria administração da Justiça, a aplicação das leis e tudo que diga respeito ao que tem que ser feito para que uma nação cresça, se desenvolva, gere empregos, proporcione alimentação, saúde, educação e felicidade aos seus cidadãos.

Democracia em excesso deixa a fácil impressão de que aquele país é uma maravilha por viver em um 'estado democrático de direito', seus cidadãos tem total liberdade e são beneficiados de todas as formas, inclusive com excelente legislação. Vamos apresentar apenas um exemplo: o que mais acontece nos países VÍTIMAS da democracia em excesso, é que na realidade seus habitantes são VÍTIMAS da ditadura de minoria.

Exemplo: na Constituição de 88 existe artigos que não são mais adequados aos tempos atuais, a necessidade de modificação é patente, só que quase impossível.
Vamos citar aqueles que só permitem determinadas providências se a proposta receber o apoio de 3/5 dos deputados = 342 = e 2/3 dos senadores = 54.

Recentemente, teve o ruidoso caso das denúncias feitas contra o presidente Temer e que só poderiam ser recebidas se contasse com o apoio de 342 deputados.
A  presença de apenas 341 deputados seria suficiente para a sessão sequer ser instalada.
Em português claro, a denúncia só seria apreciada pela Câmara com a presença de 342 deputados e para tanto bastaria o Governo cuidar para que seus aliados se ausentassem em número suficiente para impedir aquela 'quórum'.

A oposição poderia levar 171 deputados, até mesmo mais, mas ao Governo seria suficiente para impedir a instalação dos trabalhos retirar 172 deputados.

TAL SITUAÇÃO É DITADURA DA MINORIA.

Querem mais:
Suponhamos que a sessão foi instalada, haja vista a presença de mais de 342 deputados, mas para a denúncia ser recebida permanece a necessidade de 342 deputados concordarem.
A oposição - ou minoria - pode rebolar o quanto quiser para que a acusação seja recebida mas basta ao Governo 172 votos contra o acolhimento de denúncia, para sua rejeição.

DITADURA DA MINORIA.

No trâmite de uma Proposta de Emenda Constitucional,  a coisa complica mais ainda. Por mais necessária que seja a mudança, só será realizada se os que forem favoráveis alcançarem na primeira votação 342 deputados - novamente basta 172 deputados, minoria, serem contra e a Proposta é arquivada.

Pior ainda é que uma vez conseguido na primeira votação os 342 votos necessários, ou mesmo mais, tem uma segunda votação, realizada dias depois e de nada adianta se na primeira votação a proposta recebeu 500 votos favoráveis.
Nesta nova votação ela para ser aprovada e seguir para o Senado Federal necessita de no mínimo 342 votos - com isto basta os contrários conseguirem 172 votos contra = minoria = e a proposta é arquivada.

 DITADURA DA MINORIA.

Se for aprovada na Câmara em duas votações consecutivas a proposta vai para o Senado Federal, onde cumpre o ritual de ser submetida a duas votações, e em CADA UMA DELAS tem que obter no mínimo 51 votos.
28 votos contra - minoria - e o assunto é arquivado. 

DITADURA DA MINORIA.

E a democracia é tamanha, especialmente no Brasil da Constituição cidadã,  que se a modificação desejada alcançar matéria abrigada nas CLÁUSULAS PÉTREAS, sequer pode ser discutida.
O Congresso Brasileiro, órgão máximo do PODER LEGISLATIVO, não tem competência para alterar matéria considerada CLÁUSULA PÉTREA.
Mudar CLÁUSULA PÉTREA só convocando uma Assembléia Constituinte - vemos a junção sinistra do excesso de democracia: MAIORIA ABSOLUTA + Assembleia Constituinte = liberdade para discutir proposta de modificação em matéria abrigada em Cláusula Pétrea.

ESTAMOS ERRADOS EM ALGUMA COLOCAÇÃO? 

A verdade dos fatos contra lorotas do STF

‘Diálogo’ proposto por Marinho para evitar vitória de Bolsonaro é AI-5 pela impunidade

Há quem maldiga a exposição das sessões plenárias do Supremo Tribunal Federal (STF) televisionadas pela TV Justiça e retransmitidas pelas emissoras de all news na íntegra e com trechos em canais abertos como uma violação da discrição, que se deveria sobrepor à exibição sem pudor da Justiça. Mas, com a relevância das decisões tomadas nessas sessões, a transparência de debates e votos de seus membros é gênero de primeira necessidade na democracia brasileira. O que não quer dizer que seus componentes não se devam resguardar com um mínimo de pudor, nem sempre praticado como teria de sê-lo.

À exceção de Rosa Weber, que não se expõe além dos votos que profere na chamada Suprema Corte, seus dez colegas ─ uns mais, outros menos, reconheçamos ─ reclamam do excesso de trabalho interno, mas fazem palestras bem remuneradas e tocam negócios afortunados, apesar de receberem vencimentos usados como teto no serviço público. Incluindo aí o presidente da República. Nessas ocasiões públicas, não se eximem de proclamar seus pontos de vista, antecipando-se a votos futuros, nem sempre coerentes com decisões pretéritas. Da mesma forma, frequentam convescotes aos quais comparecem advogados de réus de causas em julgamento, abrindo-lhes as portas de seus gabinetes e até elogiando-os em suas perorações.

Com o fito de desqualificar agentes, procuradores e juízes federais de primeira e segunda instâncias, fiel à sua pose de rei de Roma, o ministro Gilmar Mendes, por exemplo, definiu o ex-deputado José Roberto Batochio, do PDT, como vítima de assédio moral desses colegas dele da Justiça. A citação não foi apenas imprópria, mas também falsa. Na verdade, o “jurista”, citado como mártir, havia abandonado a defesa do condenado Antônio Palocci porque este queria fazer delação premiada, contra a vontade do seu defensor. Na ocasião, o mesmo ministro acusou seus atuais inimigos de ocasião de corrupção e práticas de tortura, usuais na ditadura.

Para apoiar suas diatribes, Sua Excelência, que se diz “supremo”, adotando o título da instituição, recorreu a uma conclusão não confirmada pelos fatos. Na acusação furiosa ao instituto usado em democracias mais sólidas e antigas do que a nossa, acusou juízes, procuradores e policiais de prenderem acusados para deles arrancarem confissões. Segundo dados da Lava Jato, porém, 84% das delações premiadas foram obtidas pela operação de cidadãos livres. No caso, mentiu o ministro ou mente a força-tarefa. Qualquer das hipóteses é gravíssima e merece reparação. Contra o ministro pesa, além de acusar e ofender sem apresentar provas, indiscrição sobre a vida amorosa de seus desafetos.

Na troca de gentilezas entre ministros soit-disant garantistas e advogados de réus abonados, Ricardo Lewandowski chegou a elogiar o francês do citado dublê de advogado e político Batochio, que cometeu pelo menos um erro grave em citação que fez do advogado de Luís XVI, Malesherbes. Em três linhas, o pedetista citou um verbo inexistente, “prener”, quando deveria ter usado prendre. Vovó diria que “ele poderia ter dormido sem essa”.

Tudo isso, porém, não passa de lana caprina se comparado à frequência do citado Mendes em ágapes de Temer, investigado pela terceira vez em cabeludas suspeitas sobre a autoria de um decreto de concessões para operar no Porto de Santos. Uma das empresas beneficiadas, a Libra, deve R$ 2,7 bilhões à estatal que administra o terminal. E ainda usufrui o privilégio de não ter a dívida cobrada, mas tornada objeto de uma arbitragem sem fim, por mercê de medida provisória anterior, que, de acordo com o Ministério Público Federal, foi inspirada pelo próprio Temer e por Eduardo Cunha. Os mesmos acusadores garantem que a empresa doou R$ 1 milhão ao partido do presidente, proibido por lei de aceitar doações de concessionários.

Menos ético ainda é o lobby que o Partido dos Trabalhadores (PT) e o presidente têm feito para mudar a jurisprudência, fixada em 2016, autorizando prisão após segundo instância, conforme reportagem publicada sexta-feira 13 de abril neste jornal, da lavra de Andreza Matais e Ricardo Galhardo.  O pior é que a notícia do acordão foi confirmada na ocasião pelo presidente do PT e seu candidato ao governo de São Paulo, Luiz Marinho, em entrevista à Rádio Eldorado. Este reconheceu que, na companhia de Gilberto Carvalho ─ o “seminarista” [de missa negra] da lista de propinas da empreiteira Odebrecht (pivô do escândalo de corrupção que levou o ex-presidente do Peru Pedro Pablo Kucynski a deixar o governo) ─, visitou os ministros do STF Gilmar Mendes (sempre ele!) e Alexandre de Moraes para recomendar a mudança da jurisprudência que autoriza a prisão pós-segunda instância. Contou ainda que estabeleceram esse “diálogo” para impedir que Jair Bolsonaro ganhe a eleição presidencial.

Deus do céu! O PT, que insiste em apresentar como candidato o presidiário mais popular do Brasil, condenado em primeira e segunda instâncias e com habeas corpus negados por unanimidade no Superior Tribunal de Justiça e por maioria no STF , apela para o tapetão para impedir que o povo eleja quem quiser presidente. Se o ministro Mendes se assusta tanto com o fantasma do Ato Institucional n.º 5 (AI-5) dos militares, não seria o caso de ter alertado seus interlocutores sobre a natureza autoritária de sua proposta infame? Só que, naquela ocasião, o Estado noticiou que Mendes visitara Temer para lhe propor nomear Alexandre de Moraes ministro da Defesa e, assim, abrir vaga no STF e garantir o voto de desempate a favor das calendas do “trânsito em julgado”.
Felizmente, Moraes publicou no domingo um artigo na Folha de S.Paulo em que assevera: “Condenações em 2.º grau devem ser respeitadas; a possibilidade de execução provisória de pena fez evoluir o combate à corrupção”. Eureka! Será que a verdade vencerá as lorotas?

José Nêumanne (publicado no Estadão) - Coluna do Augusto Nunes - Veja

 

“O mundo gira e os partidos rodam”

Ciro Gomes só ganhará força se tiver apoio do PT, Marina Silva e Joaquim Barbosa estão indecisos, Alckmin não decola, e Bolsonaro tem pouco tempo de tevê [Bolsonaro só necessita que o povo saiba que é candidato - os que não gostam de ladrões, de pedófilos, de estupradores e de corjas similares votarão nele em outubro/2018 e seus eleitores serão mais que suficientes para dispensar o segundo turno.]


Aécio, não faz muito tempo, era candidato forte em 2018. Hoje é réu e perdeu de 5×0 no Supremo. Temer é o presidente, a inflação caiu em seu Governo, mas não há Viagra eleitoral que levante sua popularidade. Lula, com toda a papagaiada em torno de sua prisão, caiu nesta semana seis pontos percentuais: de 37 para 31%. Não faz muita diferença, porque é barrado não pela baixa aceitação, e sim pela Lei da Ficha Limpa mas como será hoje sua capacidade de transferir votos a nulidades, depois da experiência Dilma? Alckmin vai mal, embora sempre tenha tido votos em São Paulo. E Meirelles, João Amoedo, Álvaro Dias, Flávio Rocha, Manuela d’Ávila, Guilherme Boulos, Aldo Rebelo? Juntando o carisma e a popularidade de cada um, nem juntando todos se conseguiria um candidato.

Há Ciro Gomes, mas só ganharia força se tivesse o apoio do PT. O PT, porém, só aceita apoios, rejeitando apoiar quem não seja do partido. Há os salvadores da Pátria, como Marina Silva e Joaquim Barbosa, que estão bem num início de campanha. [os dois já estão derrotados; Marina Silva cada vez que abre a boca mostra ser um desperdício ocupar bytes com seu nome na urna eletrônica - tem falado pouco mas o pouco que tem falado confirma ser sem rumo e sem noção; diz que não quer ser vice, mas, será que algum candidato aceitará ter a falsidade materializada como sua vice?] Mas Marina Silva sempre despencou no meio do caminho (aliás, Ciro Gomes também). Joaquim Barbosa tem boa imagem, mas é autoritário e intratável. Como isso se refletirá em sua campanha? [caso ele inicie a campanha o reflexo será simples: a cada aparição cairá um décimo de ponto;  o que para quem não alcançará, quando a campanha começar, sequer 5 pontos é um desastre. Caso seja candidato de verdade e não renuncie antes do fim da campanha terminará como um traço.]
Bolsonaro, então? Depende: como se comportará com pouquíssimo tempo de TV? Como reagirá aos ataques pessoais que irá receber? Às vezes se descontrola. Isso já tirou candidatos em eleições anteriores. Aguentará? [VENCERÁ e muito provavelmente no primeiro turno. Ele é a solução para os principais problemas do povo brasileiro.]

Tira, põe
A ala paulista de Geraldo Alckmin tem o controle do PSDB. Mas não há político, tucano ou não, que fique tranquilo com candidato fraco. Há quem pense em sair com João Doria e lançar Alckmin ao Senado (com o abono de segurar o apoio do cacique socialista Márcio França, com o que Barbosa perderia seu próprio partido em São Paulo). Doria tem hoje a vantagem de ser um tucano da gema: depois de trair Alckmin e solapar a aliança do PSB paulista com o PSDB, Doria já é odiado por todos os seus amigos.
Nada mais tucano: o PSDB é um partido de amigos formado 100% por inimigos.

Deixa ficar
O PMDB é o maior partido brasileiro, com tradição e presença em boa parte dos municípios. Mas candidato… Temer, Meirelles, Paulo Skaf? Não dá: é por isso que o PMDB normalmente não lança candidato e dá apoio ao que ganha. Os caciques estaduais fazem suas próprias alianças, sem levar em conta as alianças nacionais. Renan Calheiros, por exemplo, fecha com o PT; Eunício, amigo de Temer, tenta juntar-se ao PT no Ceará. O PMDB não se preocupa com as aparências: sempre usa todas as vantagens.

Tempo rei
O fato é que, a poucos meses das eleições, é complicado escolher seu candidato. Só um pouco mais perto de outubro o quadro fica mais estável.

Aécio no sexto
Indiciado por corrupção passiva e obstrução à Justiça, Aécio é o sexto senador a enfrentar o Supremo em consequência da Lava Jato. Os outros são Gleisi Hoffmann, Agripino Maia, Romero Jucá, Valdir Raupp e Fernando Collor, uma do PT, dois do PMDB, um do DEM, um do PTC. Mas calma: as coisas andam devagar. A denúncia sobre o Quadrilhão que envolve quatro senadores (Romero Jucá, Valdir Raupp, Renan Calheiros e Garibaldi Alves Filho), do PMDB, e o então presidente da Transpetro, Sérgio Machado, foi encaminhada ao Supremo em agosto de 2017; e ainda não foi analisada. Demora para que passem a ser chamados de Guerreiros do Povo Brasileiro. A propósito, o ex-presidente José Sarney, que na semana que vem completa 88 anos, está entre os denunciados.

Sem teto, com ônibus
Os participantes da invasão do apartamento à beira-mar que gerou a primeira condenação de Lula são sem-teto, mas chegaram à praia em ótimos ônibus alugados. Pularam a cerca do Edifício Solaris, onde fica o triplex que Lula diz que não é dele, renderam o vigia, subiram ao apartamento, arrombaram a porta e se instalaram. O grupo que não entrou no prédio demarcou a praia para montar suas barracas. Só não levou em conta que Alckmin deixou o Governo para se candidatar à Presidência, e seu sucessor, Márcio França, é mais disposto. Avisou que o prédio tinha de ser desocupado na hora, ou os invasores seriam presos. Saíram todos e não quiseram nem tentar acampar na praia. O problema agora é fazer com que paguem os danos causados ao prédio e ao apartamento que não é de Lula.

Vão tomar banho!
A Câmara Federal está abrindo licitação para a troca das banheiras de hidromassagem e outros equipamentos hidráulicos de parte dos imóveis  postos à disposição dos deputados. São aquecedores, chuveiros, duchas higiênicas, pias de granito. Custo? Quem quer saber de custo, numa hora em que é preciso lavar até reputações? Só R$ 3 milhões. Baratinho.

Publicado na Coluna de Carlos Brickmann


O abuso do 'politicamente correto' faz ver intenções que sequer foram pensadas

Marca é acusada de apologia ao nazismo em coleção de roupas

Lança Perfume lançou catálogo com elementos militares do Terceiro Reich

A marca de roupas femininas Lança Perfume, de Criciúma, no Sul do país, foi acusada por internautas de fazer referência ao nazismo em sua nova coleção, chamada "Uma noite em Berlim". Algumas peças da marca fazem alusão a uniformes militares e foram estampadas com a Cruz de Ferro, um símbolo que, embora não tenha sido criado pelos nazistas, acabou sendo apropriado pelo regime. A marca, por sua vez, nega que as roupas façam apologia ao nazismo. [existe diferença entre a CRUZ DE FERRO e a SUÁSTICA;

A CRUZ DE FERRO ainda hoje é utilizada no Exército alemão.

 - Pergunta: qual a razão da 'foice e do martelo' símbolos da opressão comunista, serem aceito sem restrições?

O comunismo matou mais de 100.000.000 de pessoas e ninguém condena seus símbolos.]

Após publicar as fotos do catálogo de inverno 2018 no Facebook, a marca recebeu uma enxurrada de comentários condenando a escolha das estampas. "Isso é péssimo, independentemente da explicação que queiram dar. Tirem essa coleção do catálogo! Tudo o que a gente NÃO precisa neste momento é alusão, ainda que imaginária, ao nazismo!", afirmou um internauta na área de comentários na página da marca.



Modelo com roupa da nova coleção da Lança Perfume: uso da cruz de ferro foi atrelado ao nazismo - Reprodução da internet

Em meio à polêmica diante da nova coleção, a Lança Perfume, inicialmente, respondeu aos comentários na afirmando que as peças são divididas em subtemas como Militarismo; Cenas de Berlim; Noir (universo de Marlene Dietrich, nos cabarés da República de Weimar nos anos 30) e Muro de Berlim.
"A Cruz de Ferro foi instituída pelo Rei da Prússia ainda no século XVIII para homenagear os soldados prussianos que se destacassem por bravura no campo de batalha. Já em 1871, quando a Alemanha foi formada, ela passou a ser adotada pelo exército alemão, e assim o é até hoje. Não é um elemento nazista, portanto", informou a marca em resposta a um dos comentários.

Apesar da explicação, a Cruz de Ferro foi a mais alta condecoração do Terceiro Reich. "A cruz, que originalmente foi o símbolo dos cavaleiros teutônicos, atualmente é usada nas forças armadas da Alemanha Em nota, a marca Lança Perfume afirmou que "repudia o nazismo e o fascismo em todas suas dimensões."

[A Cruz de Ferro (Eisernes Kreuz)  foi instituída pelo rei Frederico Guilherme III e concedida pela primeira vez em 10 de março de 1813 em Breslau.
Adolf Hitler nasceu em 20 de abril de 1889 e a Cruz de Ferro já existia há 76 anos.
A Cruz de Ferro com a suástica (hakenkreuz) é que foi proibida ao final da Segunda Guerra por ser considerado simbolo nazista.]  

O Globo

Tons da economia

Os bens de valor mais alto têm tido crescimento maior de vendas e de produção do que os mais baratos. Santa Catarina está acelerando, enquanto Pernambuco encolhe. A exportação aumenta mais em produtos manufaturados do que nas commodities agrícolas. A retomada da economia, depois da recessão de 2014-2016, tem ocorrido com inesperados e algumas desigualdades.

O que tirou a economia da recessão foi a agricultura e a exportação, como se sabe. Mas o bom momento da balança comercial, que acumula superavit de US$ 66,5 bilhões em um ano até março, não se deve apenas aos grãos. No primeiro trimestre, enquanto as exportações em geral cresceram 7,7% na comparação com 2017, os produtos manufaturados tiveram alta bem mais forte, de 19%. No caso dos bens de capital, as máquinas e equipamentos usados na confecção de outros produtos, o salto foi impressionante: de 98,9% nesse primeiro trimestre, com as vendas atingindo US$ 3,4 bi. Aqui dentro, a situação também melhorou. No ano até fevereiro, em comparação com 2017, a produção de máquinas e equipamentos subiu 8%. Em 12 meses, o avanço é de 3,3%. — Parece estranho porque não está havendo projeto novo de investimento. O caso é que a empresa ficou alguns anos sem trocar a máquina. Agora a economia começou a andar e não houve outro jeito a não ser comprar um equipamento novo — explica o economista José Roberto Mendonça de Barros.

Outra exportação que chama a atenção é a de veículos leves: foram 771,8 mil unidades em um ano até março, mais do que o dobro do que se vendeu em 2014, quando a crise começou. Com grande capacidade instalada, as fabricantes buscaram outros mercados depois que a demanda interna minguou. Em março, um a cada quatro veículos montado no Brasil foi enviado ao exterior. Em 2015, a proporção era de pouco mais de um a cada 10.

A exportação de máquinas agrícolas atingiu US$ 192,8 milhões de janeiro a março, pelos dados da Secretaria de Comércio Exterior, ou 30,6% a mais que um ano antes. A Caterpillar é uma das protagonistas desse movimento. A empresa tem fábricas em Piracicaba, no interior de São Paulo, e em Campo Largo, próximo a Curitiba, e viu o mercado interno murchar de 35 mil unidades por ano, em 2014, para somente 7 mil vendas em 2016. — A solução foi exportar. Comparado ao começo de 2016, os embarques cresceram 145% neste ano. Foi o que garantiu a manutenção dos empregos. Ano passado, a Caterpillar voltou a contratar e abriu 1.100 vagas. Hoje, estamos com 3,9 mil empregados no país — conta Odair Renosto, presidente da operação brasileira.

A empresa exporta para mais de 120 países, principalmente para os EUA e os vizinhos sul-americanos, máquinas que custam entre R$ 200 mil e R$ 1,5 milhão. O aumento das exportações gerou créditos de ICMS para a Caterpillar, mas ela não tem conseguido descontar porque as vendas no Brasil estão quase paradas.  O desemprego alto é uma das maiores barreiras à recuperação, mas o economista José Roberto Mendonça de Barros acha que está voltando a confiança.  — O país tem 13,1 milhões de desempregados, mas tem 89 milhões de pessoas trabalhando. Acho que está havendo uma redução do medo de demissão. Isso é que explica, por exemplo, que a venda de produtos mais caros, que dependem do crédito, estarem aumentando mais do que a de produtos mais baratos.

De fato, a produção de bens de consumo duráveis saltou 14,2% nos 12 meses até março. São exatamente aqueles produtos mais caros, como televisão e carros, que as famílias tinham adiado a troca. O número de veículos feitos no Brasil no primeiro trimestre foi 40% maior do que no mesmo período de 2016. Já o mercado de vestuário, por exemplo, está bem mais fraco.

Há também uma disparidade entre regiões. Enquanto a indústria de Santa Catarina arrancou para uma alta de 5,1% em um ano, a produção em Pernambuco amarga queda de 1,8%. Na Bahia houve uma ligeira alta, de 0,5%, e a região Nordeste ficou estável no período. Pelas contas do IBGE, a indústria está 15,1% abaixo do seu pico histórico, de maio de 2011, mas o Ceará está a 21,5% do seu recorde de produção, em janeiro de 2010. Essa retomada em ritmos desiguais pode se traduzir em diferentes humores eleitorais, dependendo da região e do setor da economia.

Coluna da MIriam Leitão - O Globo


 

O umbigo de Lula e o fim do mundo

Prisão de Lula alterou panorama eleitoral no Brasil, repercutiu no exterior, provocou visita de inspeção à cela na Comissão, mas nem por isso o mundo acabou


A semana passada terminou e esta começou com, mais uma vez, o eixo da Terra girando em torno do umbigo de Lula. Ao menos cá entre nós.  Nos últimos dias úteis da semana passada, por requerimento da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), a Comissão de Direitos Humanos do Senado resolveu inspecionar as condições de habitabilidade da “sala de estado-maior” na qual vive, privado de liberdade, o ex-presidente. Os senadores que farão a inspeção serão os seguintes, além da autora da proposta: a presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann  (PT-PR), Ângela Portela (PDT-RR), Fatima Bezerra (PT-RN), Telmário Mota (PDT-RR), Paulo Paim (PT-RS), Lindbergh Farias (PT-RJ), Jorge Viana (PT-AC) e Paulo Rocha (PT-PA). Todos do PT de Lula e do PDT do caudilho Brizola. E ainda que o PT seja um partido grande, a oposição como um todo não consegue ganhar uma votação no Senado e na Câmara. 

Como foi, então, possível compor uma comissão tão comprometida ideologicamente com a hipótese absurda de que o condenado em duas instâncias e com habeas corpus negado por unanimidade por uma turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e por maioria do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) tenha sido preso numa situação arbitrária, por decisões meramente políticas, para impedir que ele participe da disputa presidencial de outubro deste ano? É que à votação não compareceu um único senador governista. Foi “gópi”, como diria a professora Bezerra? Nããããããão! Nananinanão! Os governistas não foram porque faltaram e faltaram porque quiseram. Certo? Certo!

Será que algum dos ilustres varões e nobres damas da casa do mandato dobrado têm alguma noção do inferno que é a vida de um preso comum “sem parentes importantes” e nem sempre vindos do interior? Essa ignorância crassa é improvável, pois os meios de comunicação, “aliados da zelite” que mantém Lula preso “para evitar que os pobres possam cursar universidades e viajar de avião” (não é isso que dizem os visitantes?), nunca o omitiram. Um dos mais estrelados burocratas da esquerda em seu segundo reinado, o de Dilma Rousseff, o douto professor José Eduardo Martins Cardozo, não disse que preferia morrer a ser internado num presídio qualquer, mesmo que fosse na Papuda, construído especialmente para abrigar os luxentos parceiros de Sua Excelência, então ministro da Justiça? 

Pois então, saber os senadores de esquerda sabem, mas não estão nem aí para os pobretões empilhados em celas infectas sem direito sequer a serem soltos quando acabam de cumprir sua pena. Afinal, este é o país da desigualdade crônica e nele os gatunos ricaços que podem pagar causídicos em Brasília têm quem lute por seu direito ao “trânsito em julgado”, enquanto os “pobres, pretos e prostitutas” não têm direito sequer a um alvará de soltura dos sempre solícitos ministros garantistas da Suprema Tolerância Federal (STF).  Esta semana, que ora se inicia, saltou da cama informada de que Lula perdeu seis pontos percentuais em relação aos 37% de intenções de votos na pesquisa Datafolha de janeiro: agora, depois da prisão, está com 31%. Quem esperava que a prisão o tornasse mais querido deu com os burros n’água. 

Mas também quem contava como certo que a prisão seria fatal para sua popularidade não se deu bem. O índice obtido por um presidiário é espetacular, mas não animaria uma pessoa realista quanto a suas possibilidades de vitória na disputa presidencial. Mais importante, porém, é o fato de que mais da metade (54%) dos entrevistados acha justa sua prisão e que quase a metade (46%) ficou sem pai nem mãe em matéria de nome para clicar na urna eletrônica em outubro (e talvez novembro). Ou seja, o presidiário mais popular do País tornou mais evidente do que sempre foi a orfandade de um eleitorado ao qual não se apresentam candidatos razoáveis em quem votar. A retirada de Lula do cartão de pretendentes não faz nenhum outro candidato crescer. E o que mais impressiona: quando não são indicados nomes, 46% não citam ninguém.

Outro dado relevante da realidade eleitoral brasileira é a insignificância da Justiça Eleitoral. Segundo a manchete do Estado de domingo, “sem regras, pré-campanha se transforma em vale-tudo”. Calma, ainda não é a campanha, é pré. Assim como não há presidenciáveis, mas apenas e tão somente pré (de pretensos ou de pretensiosos?). Por exemplo, Guilherme Boulos, líder inconteste e insubstituível do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Sua Excelência se vale da mesma bagunça de território sem lei, garantida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Enquanto apenas são pretensos, os ainda não candidatos se valem do fato de que a Justiça Eleitoral só aceita que a campanha comece quando de fato a lei autorizar que comece, numa inversão do que o Velho Guerreiro, Abelardo Chacrinha Barbosa, definia como o começo e o fim de seu programa de palhaçadas. Refiro-me à palhaçada profissional, aquela cheia de graça e da qual os brasileiros tanto gostam. Pois, então, na pré-campanha vale fazer caravana, como o presidiário mais popular do Brasil, Lula do PT, já fez. Vale também meter a mão na orelha de repórter abelhudo, como Ciro Gomes meteu. E vale violar a lei que proíbe racismo e qualquer outro tipo de discriminação, como habitualmente perpetra Jair Bolsonaro, o único fascista assumido de uma plêiade de fascistoides. 

Lula ameaçou pôr nas ruas o “exército do Stédile”, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), todos armados de pneus fumegantes para impedir sua prisão. Deu em nada. Mas para não ficar na lenga-lenga, o coleguinha pretenso presidenciável Guilherme Boulos invadiu com sua tropa de falsos famintos o triplex na Praia de Astúrias, destino à beira-mar de pobres como o preso (apud Eduardo Paes, velho aliado da tribo do Leblon). 

Danem-se os moradores do edifício Solaris, no qual se situa o triplex do condenado. Os invasores arrombaram o portão, ou seja, patrimônio particular. Mas para provar que João Trabalhador Doria se engana quando o chama de Márcio Cuba, em vez de França, e mesmo sendo do Partido Socialista Brasileiro, é também governador e candidato a governador de São Paulo, mandou a PM expulsar os invasores para proteger moradores e o tríplex que Moro arrestou. Pois seria estúpido, até louco, deixar prosperar essa molecagem que Lula mandou Boulos fazer.

E, para ninguém dizer que o mundo girando em torno do umbigo do padim de Caetés não será lembrado neste texto herético, após ter registrado a preocupação dos senadores com o conforto do chefão e a sanha dos invasores de apartamentos alheios, vou direto agora ao noticiário internacional. Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, solidarizou-se com Lula. Adolfo Pérez Esquivel, o único argentino que já torceu por um brasileiro na História, quer o Prêmio Nobel da Paz para o companheiro que só fala em guerra. E Dilma Rousseff, tatibitate em qualquer idioma, percorre o exterior para contar que “carregaran Lula en los ombros”, num portunhol de chanchada.

Jornais internacionais importantes elogiaram Moro e a Lava Jato e consideraram a prisão de Lula um avanço na democracia brasileira. O New York Times, liberal, escreveu que a Lava Jato foi um “duro golpe contra a corrupção no maior país da América do Sul”. E, para o Monde, de tendência socialista, a prisão de Lula mostra que este “não é um ato político” e Lula “não está acima da lei”.

Em artigo publicado no EstadoLula atrás das grades, o Prêmio Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa escreveu que “é bom, para a América Latina, que pessoas como Marcelo Odebrecht ou Lula da Silva tenham sido presos depois de terem sido processados, concedendo a eles todos os direitos de defesa que existem num país democrático. É muito importante mostrar em termos práticos que a Justiça é a mesma para todos, os pobres diabos que são a imensa maioria e os poderosos que estão no topo graças ao seu dinheiro ou suas posições”.

De tudo isso o mais importante a registrar é que o mundo não acabou com o recolhimento do ex-presidente mais popular do Brasil a uma prisão, o primeiro condenado por crimes comuns na História. O resto, como se dizia na Campina Grande de minha adolescência e se diz até hoje por lá, “o resto é palha”. Ou melhor, “paia”.

José Nêumanne, publicado no Blog do Nêumanne - Coluna Augusto Nunes - VEJA

 

Circo lulopetista? Instituto Lula? sala de 'Estadoi-Maior'? cela de Lula? afinal o que é o puxadinho da PF onde Lula está recolhido

Juíza não autoriza visita de Nobel da Paz a Lula

Esquivel, que viajou para Curitiba com essa finalidade, também havia solicitado permissão para inspecionar as instalações da Superintendência da Polícia Federal

A Justiça negou, nesta quarta-feira (18/4), autorização para que o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1980, o argentino Adolfo Perez Esquivel, visite o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na cadeia. A decisão foi da juíza Carolina Lebbos, da 12ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela custódia do petista.

Esquivel, que é o principal articulador da indicação de Lula ao prêmio Nobel da Paz, viajou para Curitiba com a finalidade de visitar o ex-presidente e inspecionar as instalações da Superintendência da Polícia Federal como representante da Serviço de Justiça e Paz (Serpaj).

Segundo a decisão da juíza, não há fundamento legal que apoie o pedido, uma vez que o ex-presidente se encontra em uma sala separada dos outros presos, não havendo violação de seus direitos. A magistrada reforçou ainda que o direito dado a órgãos internacionais não são estendidos a órgãos sociais de caráter não governamental. 

No despacho, a juíza cita ainda que Lula recebeu uma visita da Comissão de Direitos Humanos do Senado na quarta-feira e que, "repetidas visitas sem motivação dificultam a rotina do local, acabando por prejudicar o adequado cumprimento da pena e a segurança da unidade e de seus arredores”.
 
Correio Braziliense