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domingo, 29 de abril de 2018

A questão militar

O Comandante do Exército, General Eduardo Villas Bôas, afirmou em rede social, às vésperas do julgamento do habeas corpus do ex-Presidente Lula no STF, “que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”. O recado foi interpretado, quer como pressão indevida dos militares sobre o poder Judiciário, quer como preocupação comungada pela maioria da nação.

No STF, coube ao decano Ministro Celso de Mello verbalizar a primeira opinião: “O respeito indeclinável à Constituição e às leis da República representa o limite intransponível a que se deve submeter os agentes do Estado, quaisquer que sejam os estamentos a que eles pertencem”. Já o Ministro Luís R. Barroso se vocalizou a segunda: “O que você pode sentir é que os militares, como todo mundo no Brasil, estão preocupados e querem mudar as coisas para melhor. Como eu também”[1].

À luz da nossa história, de frequentes intervenções militares na política, todavia, é certo que a simples evocação do “respeito indeclinável à Constituição e às leis” não serve como bom contraponto, visto que essa tradição se forjou exatamente com base nesse princípio, evocado como antídoto à tendência histórica dos “agentes do Estado”, em particular dos civis, ao respeito declinável “à Constituição e às leis” — de acordo “apenas com interesses pessoais”, como assinalou o Comandante do Exército.

O fato é que o recado do General embutiu um alerta ao Judiciário, em meio à evidente erosão da autoridade do Executivo e do Legislativo, de que ele se tornou a penúltima fortaleza da defesa do Estado democrático de direitoa última são as Forças Armadas (FFAA) em nossa tradição republicana. Ao mesmo tempo, Villas Bôas mandou um recado à tropa: a prerrogativa do resguardo da lei e da ordem cabe exclusivamente aos poderes de Estado, não aos indivíduos em geral.

Para compreendermos adequadamente a questão, precisamos entender como as FFAA se tornaram protagonistas de nossa história por meio da combinação de três fatores interligados: 1) o fortalecimento gradual da convicção, no último quartel do séc. XIX, de que seu lugar entre as instituições nacionais dependeria mais de sua própria organização (corporativa) do que do processo de modernização, truncado pelo Estado escravista à sombra da Constituição de 1824; 2) o fato de que a decadência do modo escravista de produção solapava as bases da autoridade do Poder Moderador (Monarquia), ameaçando a unidade e a ordem nacional, sem que outra instituição civil lhe ocupasse o lugar; 3) a constatação de que a incipiência da sociedade civil existente, a par da fragilidade das instituições civis de poder, representavam o perigo efetivo de uma luta fratricida entre os brasileiros.

Enquanto o país marcava passo ao sabor do conservadorismo hesitante da monarquia, o Exército se modernizava com a gradual desaristocratização dos postos de comando propiciado pela imposição de critérios meritocráticos para a promoção na carreira, implementado pela reforma militar de 1850, que obrigou a profissionalização dos oficiais por meio de especialização na Real Academia Militar[2]. A partir daí, o Exército foi se democratizando pelo ingresso em seus quadros de indivíduos oriundos da pequena-burguesia que, de outro modo, estariam fadados à pobreza. Além do ensino técnico, eles também adquiriam habilidades intelectuais por meio de uma formação universalista, de viés positivista[3], que os habilitavam também a expressar o descontentamento difuso da plebe sem representação, além do sentimento nacionalista emergente na sociedade.

Desde a Guerra do Paraguai (1864-1870), os militares viram-se de algum modo envolvidos em movimentos nacionais de grande significado, sob a influência do Apostolado de Benjamin Constant[4], quer pelo fim da escravidão, por eleições livres (voto secreto), pela independência do Poder Judiciário, ou mesmo por um Estado forte para a superação do atraso nacional, entre outras. Após a forte repressão que se seguiu às greves operárias de 1917, com a expulsão de estrangeiros anarcossindicalistas (1921) e o prolongado estado de sítio (1922-26) — com a proibição do recém-criado partido operário (PCB) —, as lutas democráticas passaram à caserna por meio de grupos militares que promoveriam diversos movimentos armados entre 1922 e 1927, conhecidos como “levantes tenentistas” dada a forte participação da suboficialidade do Exército neles.

Em paralelo a estas agitações, sobretudo após a I Guerra Mundial (1914-18), cresce o movimento interno profissionalizante impulsionado quer por jovens oficiais formados em intercâmbio na Alemanha (“jovens turcos”), quer por oficiais antitenentistas que propugnavam a unidade do Exército e seu engajamento institucional, através do estado-maior, somente em caso de grave ameaça à ordem interna[5]. Nessa perspectiva se enquadrariam a intervenção de 1930, em meio as denúncias de fraude eleitoral; o golpe varguista de 1937, depois da fracassada revolta militar comunista de 1935; a derrubada de Vargas em 1945, para garantir a redemocratização do país; entre outros episódios cujo ápice (destoante) seria o contra-golpe de 1964, quando o poder só seria devolvido aos civis 20 anos após.

É sob essa moldura que devemos entender o posicionamento público do Gen. Villas-Bôas, liderança militar de perfil liberal, moldada pela perspectiva institucional-profissionalizante da ESGque fundiu segurança com desenvolvimento econômico —, para quem “o Brasil (…) tem um sistema de pesos e contrapesos que dispensa a sociedade de ser tutelada”, mas que, ao mesmo tempo, sabe dos efeitos disruptivos de suas fraquezas institucionais sobre a sociedade e, particularmente, sobre a tropa, num momento em que as ameaças explícitas dos populistas de esquerda em prol da “guerra de classes” encontram como antípoda Jair Bolsonaro e sua pregação intervencionista, com repercussões internas no próprio Alto Comando do Exército — vide Gen. Hamilton Mourão.


Nesse contexto, tudo que um Chefe do Exército não pode fazer é se fingir de morto em “seu quadrado normativo”[6], sob pena de ver crescer, com o beneplácito dos comandantes de batalhão, a volta do fantasma do engajamento de base dos militares na política.

[1] In. <www1.folha.uol.com.br/poder/2018/04/na-vespera-de-julgamento-sobre-lula-comandante-do-exercito-diz-repudiar-impunidade.shtml>, <noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/04/04/celso-de-mello-responde-a-general-do-exercio.htm> e <www.bbc.com/portuguese/brasil-43761667>. 
[2] Vide Beatriz Coelho Silva, QUESTÃO MILITAR, in. <cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/QUESTÃO%20MILITAR.pdf>. 
[3] Vide Arsenio E. Corrêa, A Ingerência Militar na República e o Positivismo, ed. Expressão&Cultura/RJ, 1997.
 [4] Id. p. 14.
 [5] Vide CPDOC, in. <cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/biografias/bertoldo_klinger>, <cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/biografias/goes_monteiro> e <cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos20/CrisePolitica/MovimentoTenentista>. 
[6] Como gostaria o ex-Ministro Ayres de Brito, in. <noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2018/04/04/general-saiu-do-quadrado-normativo-a-que-devia-se-ater-diz-ex-presidente-do-stf.htm>.

FAP  - Hamilton Garcia

 

Vaticano contra os demônios

Roma capacita padres de 50 países na prática do exorcismo. Curso atende a uma demanda de fiéis e busca atrair e manter novos seguidores

 SAI, CAPETA O cardeal Ernest Simoni, da Albânia, professor do curso de exorcismo: aulas ensinam expulsar Satanás até pelo celular

Sentados nas carteiras de uma sala da Pontifícia Universidade Regina Apostolorum, instituição romana destinada a estudos religiosos, 250 padres de todo o mundo escutam atentos a uma aula para aprender quais palavras devem ser ditas ao diabo quando incorporado no corpo de alguém. Entre as orientações, o cardeal albanês Ernest Simoni diz que é preciso mandar o demônio calar a boca. Afirma também que é possível livrar uma pessoa de uma possessão por ligação telefônica. Simoni é o professor do curso “Exorcismo e Oração para Libertação”, organizado pelo Vaticano na semana passada que reuniu interessados do mundo inteiro, entre eles pessoas que queriam se tornar assistentes de exorcistas. Na grade do curso há palestras sobre a prática em si, habilidades para se tornar um auxiliar, ensinamentos sobre esoterismo e terapias energéticas. O workshop custa 300 euros, cerca de R$ 1,3 mil. [o curso para expulsar o diabo custa bem mais barato do que o preço cobrado pelo diabo - condenado Lula da Silva - para proferir palestras.] Segundo os organizadores, a formação foi oferecida por causa do aumento da demanda: fiéis estão pedindo aos padres que ofereçam esse serviço. Mas é também uma estratégia do Vaticano para atrair e manter pessoas dentro de suas igrejas.


A prática do exorcismo existe desde o princípio do catolicismo. Na Bíblia há passagens sobre expulsão de demônios. Mas a maneira como o ritual acontece mudou à medida que a Igreja via a necessidade de se adequar a determinados momentos históricos. Até a reforma protestante, no século XVI, era necessário somente ser religioso, e um exorcista aprendia com o outro a lidar com Satanás. No século XVII, a Igreja institucionalizou o exorcismo e estabeleceu regras para o rito oficial, em uma tentativa de fortalecer os próprios dogmas. “Nesse contexto, foi usado como propaganda contra o protestantismo, que renegava hábitos católicos”, afirma o historiador Philippe Delfino Sartin, doutorando da Universidade de São Paulo (USP) com pesquisa em possessões e exorcismo em Portugal no século XVIII. Na época da caça às bruxas, o exorcismo não tinha tanto a ver com demônio, mas sim com feitiçaria. Até hoje, a maioria dos casos tem relação com problemas da vida do fiel, como dificuldades financeiras e depressão. “Situações em que a pessoa se debate violentamente, como no filme ‘O Exorcista’, são mais raras”, afirma Sartin.

O exorcismo voltou à tona partir de 1999, quando o padre Gabriele Amorth, conhecido como o principal exorcista do Vaticano e falecido em 2016, fundou a Associação Internacional dos Exorcistas, a mesma que organiza o curso atualmente oferecido pelo Vaticano. As mudanças ao longo do tempo se tornaram tema de debate no curso deste ano. Questionado se preferia os rituais antigos ou as normas atuais, estabelecidas por Amorth, o cardeal Simoni foi enfático ao dizer que, para Jesus, não fazia diferença, pois “conhece todas as linguagens”. O importante é que o exorcista tenha uma postura enfática com o capeta e reze com força e fé, sem interrupções. Outra dúvida que surgiu durante as aulas foi sobre a diferença entre uma possessão demoníaca e uma doença psiquiátrica, como esquizofrenia ou transtorno bipolar. Simoni afirmou que é importante fazer a diferenciação e que, para um padre, seria fácil reconhecer Satanás, quando fosse esse o caso.

Cartilha
Gabriele Amorth tinha ligação com a Renovação Carismática, corrente do catolicismo que propagou manifestações mais efusivas do que a missa tradicional, aproximando-a dos cultos protestantes. O historiador Sartin salienta que a criação da entidade foi uma resposta ao avanço das igrejas pentecostais que disseminaram pelo mundo seus rituais de libertação, o equivalente ao exorcismo católico. “A Igreja Católica, sentiu que estava perdendo fiéis e quis investir nessa frente, promovendo e regularizando o hábito do exorcismo”, afirma. Poucos padres e congregações praticam o exorcismo no Brasil. Em maio de 2017, a Conferência Nacional dos Bispos dos Brasil (CNBB) lançou uma cartilha com orientações práticas para religiosos.
Camila Brandalise - IstoÉ

 

Acórdão ou acordão?

Suspense: só com acórdão ficará claro até onde a Segunda Turma quer chegar


Há uma final de campeonato entre dois times de ministros do Supremo Tribunal Federal: um que joga com a defesa do ex-presidente Lula, preso em Curitiba; outro, com o juiz Sérgio Moro e a força-tarefa da Lava Jato. Ora o decano Celso de Melo desempata para um lado, ora a ministra Rosa Weber desempata para o outro, mas os times estão equilibrados. Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli levantaram a bola e os (muitos, aliás) advogados de Lula cortaram. Os três ministros mudaram seus votos de apenas meses atrás e retiraram do juiz Sérgio Moro trechos das delações premiadas da Odebrecht que citam Lula. Ato contínuo, os advogados pediram a Moro que enviasse os processos contra Lula para a Justiça em São Paulo.

No pedido, que nem sequer aguardou a publicação do acórdão da Segunda Turma, a defesa requer a “imediata remessa” dos autos processuais quanto ao sítio de Atibaia, fala em “incompetência desse Juízo” (a Vara de Moro) e provoca: “A menos que se queira desafiar a autoridade da decisão proferida pelo Supremo”.  Essa tentativa de retirar de Moro os inquéritos contra Lula deixa um rastro de dúvidas sobre a amplitude e as intenções da decisão da Segunda Turma e até a suspeita de uma grande jogada: tirar os trechos da delação da Odebrecht, depois o sítio e o Instituto Lula e, por fim, requerer a nulidade da própria condenação a 12 anos e 1 mês pelo triplex do Guarujá. [se depender dos devaneios dos rábulas que defendem Lula até o impeachment de Dilma será revogado, o Brasil volta a ser Império e o imperador-geral do Brasil será o Lula - mas devaneios não passam de frutos vazios da imaginação.

O que apavora a trupe lulopetista é que no dia 1º de Maio, o grande líder dos trabalhadores não consiga reunir nem 2.000 manifestantes a seu favor  nas proximidades do xadrez onde está encarcerado - temem tanto que além das pretensões sem futuro que apresentam junto à Justiça, ainda criaram um novo atentado - estão atacando os próprios cúmplices para acusar os que são contra Lula, sabendo que Lula está derrotado e o PT se desmanchando.]

O time adversário está mudo, não indiferente. Os demais, a presidente Cármen Lúcia e os vencidos na Segunda Turma, Celso de Melo e Edson Fachin, não se manifestaram a favor ou contra a decisão sobre as referências da Odebrecht a Lula, mas há troca de impressões, até de pareceres. Como a procuradora-geral Raquel Dodge e como nós, meros mortais, também eles não captaram até onde Gilmar, Lewandowski e Toffoli querem chegar.

Pelo time de Moro, falou o próprio Moro. Em despacho em que diz aguardar a publicação do acórdão “para avaliar a extensão do julgado”, o juiz afirma que a investigação sobre o sítio de Atibaia começou muito antes das delações da Odebrecht, com base em outras provas. E frisa que, no voto do relator Toffoli na Segunda Turma, “não há uma referência direta” ao processo do sítio nem “alguma determinação expressa” sobre sua competência para julgar essa ação.

Assistindo de camarote ao campeonato, o Ministério Público Federal engrossa a torcida do time Moro-ministros perplexos do STF. Em petição para manter os autos em Curitiba, condena a decisão da Segunda Turma e “o lamentável tumulto processual” causado pela remessa de trechos das delações da empreiteira para São Paulo. Quanto a Raquel Dodge: ela já disse e repetiu que aguarda o acórdão de Toffoli para decidir se entra ou não com recurso contra a decisão da turma e qual é exatamente o recurso cabível nesse caso. Moro, demais ministros do Supremo, advogados, imprensa e sociedade também aguardam o acórdão e a reação de Dodge.

É assim que o mundo político e jurídico, sacudido por tantos lances e emoções, está com a respiração suspensa à espera do acórdão (atenção: acórdão, não acordão) da Segunda Turma revelando qual a real dimensão da surpreendente decisão que favorece Lula e esvazia Moro.  Logo, o foco está em Dias Toffoli, que assumiu audaciosamente a linha de frente do seu time e será o próximo presidente do Supremo a partir de setembro. Após seu acórdão da decisão da Segunda Turma, todos os recursos irão para ele, não mais para Edson Fachin, que é o relator da Lava Jato e do time adversário. E, depois de setembro, Toffoli terá, nada mais, nada menos, o controle da pauta do Supremo. Seja o que Deus quiser. [ainda que Toffoli consiga saber jurídico - foi reprovado em concurso para juiz - setembro já estará muito tarde para Lula, que terá, para dizer o mínimo, outra condenação a cumprir.
Mas as pretensões petistas serão abatidas depois de amanhã, 1º de MAIO, quando o mundo saberá o quanto é ínfimo o número de apoiadores do condenado Lula.
Será desanimador para os que se auto denominam apoiadores de Lula, constatar que além de não ter saída jurídica o condenado não tem votos. ]

Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo
 

Alguns dos piores riscos que rondam o Brasil

Quase toda semana alguma revista ou jornal do Primeiro Mundo publica reflexões sobre o fim da democracia representativa. Subestimar tais alertas seria tolice, mas permito-me lembrar que eles têm sido feitos desde as primeiras décadas do século 20.

O que não vejo nessas matérias é a indispensável distinção entre democracia e Estado. Democracia é software, Estado é hardware. Ou seja, o termo Estado refere-se à parte fixa, ou, melhor dizendo, à ossatura burocrática que assegura a estabilidade e a regularidade de funcionamento de toda sociedade. Mal comparando, é o esqueleto, a estrutura óssea que sustenta um ser vivo. Mas o que lhe incute a vida é o processo político. 

Esse é o “programa” que manda a máquina operar no cumprimento de tais ou quais objetivos. O eventual colapso da democracia leva a uma ditadura, o do Estado, a uma situação de anarquia ou desordem generalizada.

No presente momento brasileiro, quase não há ameaças diretas ao regime democrático, pois praticamente todas as forças políticas querem trabalhar dentro dele para tentar atingir seus objetivos particulares. Mas ameaças ao Estado não faltam, e esse é o perigo. Penso ser útil mencionar três tipos de ameaça. A primeira e mais grave é o fato de altas autoridades institucionais se comportarem em flagrante desacordo com suas atribuições. O melhor exemplo é o STF, que em tese é o guardião da ordem constitucional, mas onde diversos ministros parecem mais empenhados em descumpri-la que em mantê-la incólume. Não é segredo para ninguém que alguns ministros trabalham diuturnamente para abortar o combate à corrupção.

O segundo fator é o aumento exponencial da criminalidade violenta, notadamente no nordeste e no Norte, processo estreitamente associado ao narcotráfico, que há tempos controla pontos importantes do território nacional. Por último, mas não menos importante, é o descalabro econômico a que fomos arrastados pelos governos Lula e Dilma. Um Estado deixa praticamente de ser um Estado quando carece de recursos para fazer face aos gastos correntes e à remuneração dos empréstimos que é obrigado a fazer para manter a máquina em andamento. O prognóstico atual é o de que reaveremos essa capacidade em 2021, se não fizermos novas asneiras.

Bolívar Laumonier - IstoÉ

Recuo da 2ª Turma é útil também para Temer

Ao reverter uma decisão unânime tomada há seis meses para aprovar, por 3 votos a 2, o envio de trechos da delação da Odebrecht das mãos de Sergio Moro para a mesa de um juiz federal a ser sorteado em São Paulo, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal não cedeu apenas aos interesses de Lula. Há por trás da providência um beneficiário oculto. Chama-se Michel Temer o segundo maior interessado na novidade. No caso de Lula, os advogados tentam livrá-lo dos rigores de Sergio Moro, sob o argumento de que os processos que envolvem o ex-presidente petista não possuem conexão com o assalto à Petrobras. Por decisão do Supremo, o juiz da Lava Jato tem competência para julgar apenas os desvios relacionados à estatal petrolífera.


No escândalo da JBS, a defesa de Temer escora-se no mesmo argumento para sustentar que o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, não seria o juiz natural das denúncias feitas contra o presidente da República. O precedente aberto pela Segunda Turma abre brecha para a ressurreição desse debate. Temer questiona a atuação de Fachin desde maio do ano passado, quando o grampo do Jaburu ganhou as manchetes. Queixa-se de que o ministro não teria legitimidade para atuar no caso, pois a empresa JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, era investigada não no escândalo da Petrobras, mas em outras cinco operações: Sépsis, Greenfield, Cui Bono, Carne Fraca e Bullish.

O criminalista Antonio Cláudio Mariz, advogado de Temer, ao ser procurado no ano passado por uma escrivã da PF interessada em agendar o depoimento do seu cliente, atravessou uma petição na mesa de Fachin. Nela, fez três pedidos.  Primeiro, pediu que o depoimento de Temer fosse suspenso até a conclusão da perícia na gravação da conversa do presidente com o delator Joesley Batista. Fachin indeferiu. No segundo pedido, a defesa encareceu a Fachin que abdicasse da relatoria, devolvendo o processo à presidência do Supremo, para sorteio de um novo relator.  Alegou-se que a colaboração judicial da JBS não tinha nada a ver com a Lava Jato. Ao ignorar também esse pedido, Fachin deu crédito à versão da Procuradoria segundo a qual Temer endossou “Tem que manter isso, viu?”— uma suposta mesada que o delator Joesley insinuou que pagava ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha para comprar o silêncio dele na cadeia. Um indício de tentativa de obstruir a Lava Jato.

No terceiro pedido, a defesa de Temer pleiteou o desmembramento do processo, para que o presidente passasse a ser investigado sozinho, sem vinculações com o ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, o homem da mala, e com o doleiro Lúcio Funaro, um operador de Eduardo Cunha. De novo, Fachin indeferiu.  Alvejado por duas “flechadas” do então procurador-geral da República Rodrigo Janot, Temer sacrificou a reforma da Previdência para arrancar da Câmara o congelamento das denúncias. Ambas serão retiradas do freezer em janeiro de 2019, quando o denunciado deixar a Presidência.

Nessa hora, sem as prerrogativas do cargo, Temer será enviado para o mármore quente da primeira instância. E não será uma surpresa se seus advogados protocolarem um recurso reivindicando a reabertura da discussão sobre a competência de Fachin e requerendo a anulação dos atos praticados pelo relator.  No caso de Lula, a despeito da comemoração dos seus advogados, o tumulto processual provocado pela decisão da Segunda Turma não deve produzir prejuízos incontornáveis. Os processos permanecem nas mãos de Sergio Moro. E não dependem das delações da Odebrecht para ficar em pé.

Colecionaram-se outras provas, esclareceram os procuradores da força-tarefa de Curitiba e o próprio Moro. A ação penal sobre a reforma do sítio de Atibaia está na fase de oitiva de testemunhas. A outra, sobre a compra de uma sede para o Instituto Lula, já entrou na etapa das alegações finais. Ambas pendem para a condenação. O caso de Temer é diferente. Como a Câmara proibiu o Supremo de se debruçar sobre as denúncias, não houve a abertura de ações penais. Os processos encontram-se, por assim dizer, em estágio embrionário. Uma fase ideal para que os advogados apontem incidentes processuais para melar o jogo.

Além de Temer, o governador do Mato Grosso do Sul Reinaldo Azambuja, outro encrencado na delação da JBS, questionou a atuação de Fachin. Seu advogado, Gustavo Passarelli da Silva, sustentou a mesma tese: os fatos atribuídos ao governador não estavam relacionados à Lava Jato e, por isso, deveria ser sorteado um novo relator. O recurso chegou ao plenário. Ali, em decisão unânime, Fachin e seus dez colegas indeferiram a reclamação.

Na decisão que tomara há seis meses, os cinco ministros que integram a Segunda Turma do Supremo também haviam indeferido por unanimidade o recurso de Lula para arrancar a delação da Odebrecht das mãos de Sergio Moro. Os advogados ajuizaram um embargo de declaração. Em condições normais, um embargo de declaração não costuma modificar decisões dos magistrados. Serve apenas para esclarecer eventuais obscuridades ou incongruências dos veredictos. Contudo, três dos cinco membros da turma —Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes— reverteram integralmente os seus votos, deferindo o que antes haviam indeferido.

Toffoli e Lewandowski possuem vínculos com o petismo. Gilmar é conselheiro de Temer, com quem esteve, no Palácio do Jaburu, horas depois da sessão da Segunda Turma.

Blog do Josias de Souza

 

Quem primeiro falou em morte foi a presidente do PT e a causa de toda a encrenca é Lula e a corja lulopetista que o endeusa


Indústria da raiva ainda vai produzir um cadáver

[quem garante que os tiros não foram disparados por fanáticos petistas? são eles, começando pela presidente da organização criminosa também chamada de partido político (que é também ré e senadora)  que falaram em morte.

Em 68 foram também as esquerdas que tudo fizeram para haver um cadáver - do estudante Edson Luis; só que lá o tiro foi no pé das esquerdas, já que resultou no AI-5 que salvou o Brasil (que agora em dezembro completa 50 anos)

Charge do Miguel, via Jornal do Commercio.

Há um cheiro de enxofre no ar. É a emanação da morte. O odor cresce na proporção direta da diminuição da sensatez. Até outro dia, o ódio vadiava pelas redes sociais. Agora, circula pelas ruas à procura de encrenca. A raiva tornou-se um banal instrumento político. Há no seu caminho um defunto. Ele flutua sobre a conjuntura como um fantasma prestes a existir. A morte do primeiro morto ainda pode ser evitada. Mas é preciso que alguém ajude a sorte.

Concebida como alternativa civilizatória às guerras, a política subverteu-se no Brasil. Em vez de oferecer esperança, dedica-se a industrializar a raiva. Produz choques e enfrentamentos —uma brigalhada entre partidos enlameados, políticos desmoralizados, grupos e grupelhos ensandecidos. É nesse contexto que a notícia sobre a primeira morte bate à porta das redações como um fato que deseja ardorosamente acontecer.

O primeiro morto vagueia como uma suposição irrefreável. Por ora, ele vai escapando por pouco. Livrou-se da fatalidade quando sindicalistas enfurecidos [todos, por óbvio, pró Lula]  reagirem mal às suas palavras, empurrando-o da calçada defronte do Instituto Lula em direção à rua, até cair e bater a cabeça no parachoque de um caminhão. Desviou dos tiros disparados contra os ônibus da caravana de Lula nos fundões do Paraná. [foi comprovado por perícia que os tiros foram disparados à queima roupa, que os ônibus estavam parados, o que deixa fora de dúvidas que o autor, ou autores, foram pessoas com livre acesso à caravana = corja lulopetista.] Foi parar no hospital após ser baleado por atiradores filmados nas imediações do acampamento petista de Curitiba [a pergunta que não quer calar: quem ou o que garante que não foram petistas desesperados que efetuaram os disparos?
É público e notório que durante o Governo Militar alguns esquerdistas, terroristas assassinavam os próprios companheiros e chamavam tal ato de justiçamento.]


Construir uma democracia supõe saber distinguir diferenças. Mas os políticos não ajudam. Estão cada vez mais a cara esculpida e escarrada uns dos outros. Todos os gatunos ficaram ainda mais pardos depois que a Lava Jato transformou a política em mais um ramo do crime organizado. Exacerbaram-se os extremos. Assanhou-se sobretudo a extrema insensatez.  Depois de sentar-se à mesa com Renans, Valdemares, Sarneys e outros azares, o PT tenta virar a mesa para fugir da cadeia pela esquerda. Por enquanto, conseguiu apenas transformar Gilmar Mendes em herói da resistência. De resto, o petismo virou cabo eleitoral da direita paleolítica personificada em Bolsonaro. [paleolítica
jurássica ou não, é a direita BOLSONARISTA que vai consertar o Brasil a partir de janeiro/2019.]



Esquerdistas, direitistas e seus devotos ainda não notaram. Mas para a maioria dos brasileiros o problema não é de esquerda ou de direita. O problema é que, em qualquer governo, tem sempre meia dúzia roubando em cima os recursos que fazem falta para milhões condenados a sofrer por baixo com serviços públicos de quinta categoria. Bons tempos aqueles em que o Faroeste era apenas no cinema. A longo prazo, estaremos todos mortos. Mas o ideal é esquecer que a morte existe. E torcer para que ela também esqueça da nossa existência. Essa mania de provocar a morte, de desejar a morte, de planejar a morte em reuniões de executivas partidárias… Isso é coisa que só existe em países doentes como o Brasil.

A indústria da raiva se equipa para produzir um cadáver. Ainda dá tempo de salvar o primeiro morto. Mas as lideranças políticas brasileiras precisariam abandonar sua vocação para o velório. Dissemina-se como nunca a tese de que os políticos são farinha do mesmo pacote. Porém… a igualdade absoluta, como se sabe, é uma impossibilidade genética. Deve existir na política alguém capaz de esboçar uma reação. Mas são sobreviventes tão pouco militantes que a plateia tem vontade de enviar-lhes coroas de flores e atirar-lhes na cara a última pá de cal.
 

Blog do Josias de Souza  
 

Agentes do DETRAN = antipáticos por natureza; qualquer motorista, sendo a multa inevitável, prefere que seja aplicada por um PM ou outra autoridade

Inconformada com multa, mulher joga tinta em agente de trânsito

Além da sujeira, o agente teve o celular inutilizado. Isso, inclusive, impossibilitou que ele conseguisse registrar a placa do veículo da mulher

O que você faz quando recebe uma multa de trânsito? Fica com raiva? Recorre a outras instâncias? Em Salvador, uma mulher ficou inconformada ao ser punida e decidiu se vingar jogando tinta em um agente de trânsito.

O caso ocorreu na manhã desta sexta-feira (27/4), no bairro de Nazaré, e foi registrado na 1ª Delegacia Territorial dos Barris. De acordo com o delegado Nelson de Almeida Gomes, responsável pela investigação, a motorista recebeu a multa em casa e se vingou em um funcionário da Transalvador — órgão de trânsito da Prefeitura da capital baiana. Ainda não há informações, contudo, se o agente atingido seria o mesmo que aplicou a multa.
A autora fugiu logo depois do ataque. Além da sujeira, o agente ainda teve o celular inutilizado. Isso, inclusive, impossibilitou que ele conseguisse registrar a placa do veículo da mulher, mas ele repassou à polícia o endereço de uma casa em que ela teria entrado logo após a agressão, o que pode ajudar na identificação.

Ainda segundo o delegado, quando for encontrada, a mulher pode responder pelos crimes de lesão corporal, injúria e dano ao patrimônio, já que a farda do agenteque é um bem público — também foi danificada. "Isso é muito ódio no coração", ponderou o delegado, que acrescentou nunca ter visto caso parecido. [delegado não é ódio no coração, é que os agentes do DETRAN são mais eficientes em desagradar o público do que em efetuar efetiva fiscalização.
Veja em Brasília:
- os agentes do DETRAN - DF 'esquecem' que a viatura na qual trabalham é um BEM PÚBLICO, movido com combustível pago com DINHEIRO PÚBLICO e que os agentes SÃO PAGOS COM DINHEIRO PÚBLICO; mesmo assim, grande parte deles não tem o menor escrúpulo, em horário de expediente - portanto estão recebendo salário = pago com dinheiro público - interromper as atividades de fiscalização e ir almoçar na viatura  - Este Blog tem vídeo que prova o afirmado e ainda hoje o DETRAN-DF não prestou nenhuma informação se o agente foi punido ou promovido;
também temos vídeo de agentes dentro da viatura, assistindo engarrafamento de trânsito  e nada fazem para melhorar o fluxo de veículos;
temos também vídeo mostrando um lavador de carros controlando o trânsito em via do DF (L 2 Sul, intenso fluxo de veículos, horário de rush) enquanto viatura do DETRAN passa em alta velocidade, abrindo caminho com sirene e não auxilia.
O fato dos agentes do DETRAN-DF se julgarem acima de TUDO e de TODOS, donos do órgão no qual trabalham irrita a população, que é quem os paga.
E a matéria ora transcrita comprova que a antipatia ao DETRAN não está restrita ao DETRAN de Brasília.
A senhora exagerou, infelizmente muitas pessoas partem para as 'vias de fato'.
A partir do momento em que os agentes do DETRAN entenderem que são pagos com dinheiro público e tem que prestar um bom serviço e respeitar os principios consignados no artigo 37 da CF e a direção do DETRAN entender que quando um dos seus integrantes é flagrado em ação não republicana, deve ser investigado e  o resultado da investigação divulgado, o DETRAN gozará de maior simpatia.] Em nota, a Transalvador repudiou a agressão e disse que sua assessoria jurídica prestará "todo o apoio necessário ao agente de trânsito para registro da ocorrência em delegacia, ensejando processo contra a agressora no que couber".

Confira a nota da Transalvador na íntegra:

"NOTA DE REPÚDIO

A Transalvador repudia agressão sofrida por agente de trânsito, na manhã desta sexta-feira (27), que, no exercício da sua função profissional, teve tinta lançada contra seu corpo. Testemunhas informam que a agressão foi cometida por mulher inconformada com a fiscalização realizada no bairro de Nazaré. A Assessoria Jurídica da Transalvador prestará todo o apoio necessário ao agente de trânsito para registro da ocorrência em delegacia, ensejando processo contra a agressora no que couber.

A Transalvador pede à população colaboração e respeito aos profissionais que atuam no trânsito da cidade, lembrando que a efetiva fiscalização, além de melhorar o fluxo, reduzindo congestionamentos e demais problemas de mobilidade, salva vidas. Nos últimos cinco anos, mortes e acidentes de trânsito sofreram significativa redução."
Correio Braziliense

 

Um País à beira do caos

Dias Toffoli, que não passou em concursos para juiz  [primeiro grau, cargo inicial da carreira], era advogado do PT antes de ser indicado pelo partido ao STF


Sou um moderado, defensor do liberalismo clássico com pitadas de conservadorismo, cuja marca registrada é a prudência. Minha personalidade rejeita revoluções, radicalismos utópicos, fantasias políticas, messias salvadores da Pátria. Admiro os casos de sucesso dos países de primeiro mundo, resultado de uma receita que mistura império das leis, estado limitado, liberdade econômica e sólidos valores morais. Eis o que funcionou mundo afora.

Toda a minha luta tem sido para levar o Brasil nessa mesma direção. Mas o Brasil cansa. Quem quer que diga que nossas instituições republicanas estão funcionando bem está mentindo — ou para si mesmo, ou, o que é mais provável, para terceiros. Temos atos isolados de Justiça, mas em geral as próprias instituições têm servido para proteger os bandidos perigosos, os corruptos do alto escalão. E aquele que deveria ser o guardião da Constituição parece um dos mais suspeitos nesse esforço pela impunidade. A Segunda Turma do STF aceitou um recurso apresentado pela defesa do ex-presidente Lula para retirar do juiz Sergio Moro trechos da delação da Odebrecht que narram fatos relativos a investigações em torno do petista. Por decisão de três dos cinco ministros da turma, os documentos serão encaminhados à Justiça Federal de São Paulo.

Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes concordaram com os argumentos dos advogados de Lula, de que os fatos relatados não dizem respeito a crimes relativos à Petrobras e, portanto, à Lava Jato. Pergunto: há muita distinção entre esses ministros e os advogados de Lula? Toffoli, que não passou em concursos para juiz, era advogado do PT antes de ser indicado pelo partido ao STF. 
Lewandowski é amigo pessoal da família de Lula. E Gilmar Mendes, bem, esse deixo que a própria esquerda diga quem é. 

O povo brasileiro viu nessa decisão uma clara sinalização de que a Lava Jato poderá morrer aos poucos, e alguns já falam em Lula livre e até candidato. Se isso acontecer, temo bastante pelo nosso País. As pessoas estão saturadas desse circo, e perceberam que o PT não é um partido, mas uma organização criminosa muito perigosa, cujos tentáculos alcançam diversas instituições importantes, além da mídia. Não aceitaremos o mesmo destino da Venezuela.

O Brasil é um País à beira do caos, quiçá já mergulhado completamente nele (basta pensar na criminalidade). Isso faz com que mesmo pessoas moderadas comecem, por desespero, a pregar medidas extremas como única alternativa restante. Percebo cada vez mais gente séria, de perfil moderado, clamando por uma intervenção militar. É o caminho? [SIM! e o único disponível para o restabelecimento e/ou da ORDEM e previsto na Constituição, portanto, constitucional.] Espero que não. Mas se o andar de cima insistir nessa toada, isso poderá ser inevitável. Um país à beira do caos quer uma só coisa: ordem!

Rodrigo Constantino, IstoÉ