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segunda-feira, 23 de março de 2015

Militares pedem leis mais duras e a reestruturação do Código Penal

Em ato convocado por comandante de batalhão, com apoio de deputados da bancada da bala, policiais e moradores do Paranoá protestam contra a violência

Cerca de 100 pessoas participaram de uma caminhada ontem no Paranoá pelo fim da violência. Adultos e crianças carregavam a bandeira do Brasil, faixas e balões brancos pedindo menos benefícios aos presos e reestruturação do Código Penal, com penas mais duras a condenados. O encontro ocorreu uma semana depois de um sargento da Polícia Militar ser morto enquanto atendia uma ocorrência de violência doméstica na cidade. Organizadores negaram que o comandante do 20º Batalhão da PM (Paranoá), tenente-coronel Wilson Sarmento dos Santos, tenha ajudado na realização do movimento, como o Correio publicou na edição de ontem. Mas um ofício encaminhado pelo tenente-coronel a deputados federais mostra a indignação dele pela morte do colega de corporação. Apesar de cinco parlamentares terem gravado vídeos apoiando o movimento, nenhum foi às ruas ontem.


Os manifestantes percorreram cerca de oito quilômetros. Uma das organizadoras, Edileuza Campos, moradora do Paranoá, lembrou a morte do sargento Reinaldo Vieira  mas disse que a manifestação vai além. “Apesar da morte dele, viemos pedir por todos. Se um agente de segurança não tem segurança para ir à rua, imagine a gente, população, que não porte de arma?”, ressaltou. “O movimento foi organizado por nós. O homem que matou o policial já respondia por vários outros crimes e estava solto. As nossas leis precisam mudar. Os crimes acontecem todos os dias”, reclamou Edileuza.

Morador da cidade desde 1983, João Gomes, 51 anos, reclamou das “leis brandas” e disse que a morte do sargento da PM foi o estopim para que a população fosse à rua. “A caminhada tem o apelo do policial, mas a violência está em todos os lugares. E não vai acabar enquanto as leis forem brandas e passarem a mão na cabeça dos criminosos. Queremos sensibilizar o Legislativo e o Executivo”, disse. “O pai de família sai de casa sem saber se vai voltar vivo. Isso não pode continuar”, completou.

 

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