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segunda-feira, 22 de junho de 2015

O juiz Sérgio Moro não vai chamar Lula para prestar depoimento. Vai mandar prendê-lo = previsão de fim de mundo dos lobistas de Brasília

Marcelo Odebrecht terá coragem e sensatez de acabar com a Nova República fazendo delação premiada? 

Antes de ser preso, sexta-feira passada, Marcelo Bahia Odebrecht teria feito uma ligação e mandado um recado geral: "É pra resolver essa lambança ou não haverá República na segunda-feira"... Por isso, persiste a pergunta: Será que o mundo acaba a partir de logo mais, por causa da Erga Omnes da Lava Jato? Marcelo ou seu pai Emílio (que teria dito o mesmo que o filho) terão coragem e sensatez de cumprir a ameaça emocionalmente feita, ou tudo não passará de mais uma bravata que desaparece após o desespero inicial?



Quem conhece de perto os herdeiros de Norberto Odebrecht sabem que o pai e o filho não estão de brincadeira e são capazes de tudo para salvar seu império - o quinto maior grupo brasileiro - que é um parceiro de negócios das maiores estatais de economia mista, dos governos federal, estaduais e municipais e de países estrangeiros (sobretudo na África). Por isso, não será surpresa se Marcelo Odebrecht partir para ofensiva, em sua estratégia de defesa, aderindo a uma surpreendente colaboração premiada que, com certeza, arrasaria com a tal "Nova República".



A advogada Dora Cavalcanti entrará com pedido de habeas corpus para soltar Marcelo. Se não for bem sucedida, ainda mais porque a prisão preventiva está bem fundamentada pelo juiz Sérgio Moro nas "delações premiadas" feitas por empreiteiros e por Paulo Roberto Costa, a tendência é que a família Odebrecht parta para um acordo judicial. Este é o maior temor de Luiz Inácio Lula da Silva - apontado como grande beneficiário dos favores da empreiteira. A tese de Odebrecht poderia ser bem simples: a empresa foi forçada pelo modelo estatal brasileiro a operar no sistema de corrupção. O Capimunismo tupiniquim explica a sacanagem melhor que Freud...



Se a Odebrecht tentar se defender da maneira convencional, tentando negar tudo e apostando no seu imenso poder de influência política (inclusive nas altas esferas do judiciário), o risco de um fracasso é quase certo. Agir na defensiva coloca em risco a saúde do conglomerado, que opera com elevadíssima alavancagem, principalmente em títulos de dívida com estrangeiros. Se a empresa resolver colaborar, poderá fazer como a também baiana OAS - que sexta-feira apresentou seu plano de recuperação judicial no Tribunal de Justiça de São Paulo.
O bicho começa a pegar forte a partir da tarde desta segunda. O juiz Sérgio Moro deve começar a ser ouvidos alguns dos 12 presos na 14ª fase da Operação Lava-Jato. Primeiro, serão tomados os depoimentos de quatro pessoas que tiveram decretada prisão temporária, como o executivo da Odebrecht Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, os executivo da Andrade Gutierrez Antonio Pedro Campelo de Souza e Flávio Lúcio Magalhães, além de Christina Maria da Silva Jorge, da Hayley do Brasil. Até 3 de julho, Moro deve ouvir todos. A expectativa é pelo depoimento de Marcelo Odebrecht.

Antes disso, ainda hoje de manhã, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e o doleiro Alberto Youssef devem participar de uma acareação na sede da Polícia Federal em Curitiba. O objetivo é contrapor fatos conflitantes apresentados nos depoimentos prestados pelas duas peças-chave da Operação Lava-Jato, como o pagamento de dinheiros a políticos.

Os principais pontos a serem esclarecidos pela dupla Costa/Youssef se referem: 1) a um suposto pedido de R$ 2 milhões feito pelo ex-ministro Antônio Palocci para financiar a primeira campanha presidencial de Dilma Rousseff, em 2010; 2) a uma suposta doação, também de R$ 2 milhões, para a campanha da ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney, que envolve o também ex-ministro Edson Lobão (PMDB-MA).

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