A
denúncia tem como base o depoimento do empresário Júlio Almeida Camargo que
afirmou ter pago US$ 5 milhões ao presidente da Câmara
Denúncias
que devem ser encaminhadas ao Supremo até amanhã serão as primeiras envolvendo
políticos com prerrogativa de foro
A Procuradoria-Geral da República (PGR) vai denunciar, entre esta quarta e
quinta-feira, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao STF (Supremo
Tribunal Federal). A tendência é que o
presidente da Câmara seja enquadrado nos crimes de corrupção e lavagem de
dinheiro. "Em princípio, são esses
crimes, pelo menos. Mas ainda não há redação final", adiantou um
investigador.
Os procuradores estão finalizando os termos do documento, que será assinado por Rodrigo Janot, procurador-geral da república. A denúncia não significa culpa. A Justiça agora vai decidir se aceita a denúncia. Em caso positivo, ele vira réu, e o processo é aberto. O parlamentar já é alvo de inquérito no STF, que apura suspeitas da participação dele no esquema de corrupção da Petrobras.
O envolvimento de Cunha no esquema começou com depoimentos do doleiro Alberto Youssef. O peemedebista começou a ser investigado em março, com autorização do STF e sempre negou as acusações. O doleiro Youssef vinculou o nome do deputado ao recebimento de propinas pagas pelo executivo Julio Camargo por contratos fechados na diretoria internacional da Petrobras para fornecimento de navios-sondas à estatal.
Youssef afirmou que os pagamentos de Camargo a Cunha eram feitos por meio do lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, que "representava" Cunha e "o PMDB". De acordo com investigadores, pesa contra o presidente da Câmara a movimentação de recursos na Suíça. As investigações apontaram o equivalente a R$ 54,5 milhões depositados por Julio Camargo em contas indicadas por Fernando Baiano, apontado como o operador do PMDB na estatal.
O dinheiro, disse o doleiro, era pago pela firma que venceu os contratos, a Samsung. As acusações contra Cunha também ganharam força depois que a Folha de S.Paulo revelou, em abril, que o nome dele aparece como autor dos arquivos em que foram redigidos requerimentos apresentados a comissões da Câmara. Delatores do esquema afirmam que esses requerimentos comprovam o envolvimento de Cunha com o escândalo de corrupção, uma vez que o material teria sido utilizado para pressionar a empresa Mitsui a retomar pagamento de propina ao PMDB. O MP chegou a realizar diligências dentro da Câmara para fazer uma cópia do material.
Apesar
de negar em seu primeiro acordo de delação premiada o pagamento de propina a
Cunha, Junho
Camargo afirmou em novos depoimentos à Procuradoria Geral da República que o peemedebista teria pedido US$ 5
milhões em propina.
Collor
A
expectativa é que, até quinta, além de Cunha, pelo menos outros dois
congressistas sejam denunciados. Segundo o site do jornal "o Estado de S. Paulo", o ex-presidente e Senador Fernando Collor (PTB-AL) também está
entre os denunciados.
O senador
do PTB é suspeito de receber R$ 26
milhões em propinas, entre 2010 e 2014, desviados da estatal petrolífera.
Esses recursos teriam sido usados para a compra de carros de luxo, apreendidos
no mês passado pela Polícia Federal. Ele
também nega o crime.
Fonte: O Estado de São Paulo
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