Senadores apostam na recondução de Janot, mas sabatina ainda é uma incógnita
Na Comissão de Constituição e Justiça, oito parlamentares são investigados na Lava-Jato
Não há dúvida, entre os senadores, de que o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, será reconduzido ao cargo, com a aprovação por
um placar de cerca de 55 votos, como apostam alguns. No entanto, a
sabatina dele na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que ocorrerá
na próxima quarta-feira, é cercada de suspense. Dos 27 titulares da CCJ,
oito deles — pouco mais de um terço — são investigados pela Operação
Lava-Jato; já dos suplentes, apenas dois. Janot precisa de maioria
simples na CCJ para ter seu nome referendado. No plenário, precisa de
maioria absoluta, ou seja, 41 votos.
Alguns senadores preveem que Janot enfrentará uma tempestade de
questionamentos. O maior inquisidor deve ser o senador Fernando Collor
(PTB-AL), denunciado nesta semana pelo procurador-geral ao Supremo
Tribunal Federal (STF) sob acusação de corrupção passiva e lavagem de
dinheiro. Collor, que já xingou Janot da tribuna do Senado de “filho da p.” e
qualificou a denúncia apresentada contra ele de “teatro” e “festim
midiático”, apresentou um voto em separado, na quarta-feira passada, no
qual se posiciona contrário à recondução de Janot ao cargo. O senador
também questiona um contrato para prestação de serviços de uma empresa
publicitária à Procuradoria-Geral da República.
A
avaliação de aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), é de que o procurador-geral da República denunciou Collor
antes da sabatina na CCJ justamente como forma de tentar neutralizar a
ação dele na sessão. A avaliação é que Collor fará “muito barulho”, mas
já na condição de denunciado. Na noite de quarta-feira, Renan jantou com
os senadores Eunício Oliveira (PMDB-CE), Humberto Costa (PT-PE), Jorge
Viana (PT-AC), e o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS),
para fazer uma avaliação da situação.
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Segundo aliados de Renan, ele está tranquilo, no sentido de que o
problema maior está na Câmara, mas consciente do momento político.
Aliados de Renan dizem que ele fez o movimento acertado de adotar uma
estratégia de não enfrentamento com o próprio Ministério Público e de
ter se afastado do colega Fernando Collor — que faz ataques diretos a
Janot — e das táticas de rompimento de Cunha.
MUDANÇA DE ATITUDE [quando o barco começa a afundar, os ratos são os primeiros a abandonar - ser corruPTo já é desonroso, pior ainda corruPTo, covarde e traidor.]
Aconselhado por outros senadores, Renan foi se afastando de Collor, deixando para o ex-presidente os ataques ao procurador-geral. Embora também seja investigado pela Lava-Jato e, num primeiro momento, ter agido nervosamente contra Janot, Renan baixou o tom e passou a trabalhar para aprovar o nome dele. — As sabatinas têm sido exaustivas e profundas. Vamos aguardar a do Janot. As investigações do Ministério Público são legítimas. O MP não deve ser retaliado. Cada um no seu quadrado. Vamos respeitar
as regras do jogo — afirmou o senador Romero Jucá (PMDB-RR).
Fonte: Folha de São Paulo
MUDANÇA DE ATITUDE [quando o barco começa a afundar, os ratos são os primeiros a abandonar - ser corruPTo já é desonroso, pior ainda corruPTo, covarde e traidor.]
Aconselhado por outros senadores, Renan foi se afastando de Collor, deixando para o ex-presidente os ataques ao procurador-geral. Embora também seja investigado pela Lava-Jato e, num primeiro momento, ter agido nervosamente contra Janot, Renan baixou o tom e passou a trabalhar para aprovar o nome dele. — As sabatinas têm sido exaustivas e profundas. Vamos aguardar a do Janot. As investigações do Ministério Público são legítimas. O MP não deve ser retaliado. Cada um no seu quadrado. Vamos respeitar
as regras do jogo — afirmou o senador Romero Jucá (PMDB-RR).
Fonte: Folha de São Paulo
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