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sexta-feira, 3 de junho de 2016

Zé Edmar, ex-deputado distrital e ex-presidiário, cansado do ostracismo tenta reaparecer levando alimentos para bandidos invasores do Torre Palace e é detido

Segundo a polícia, José considerou desumana a situação das pessoas que estão há três dias sem comida no local e por isso, tentou levar mantimentos


O ex-deputado José Edmar foi levado para a 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), nesta sexta-feira (3/6), após ser autuado por desobediência. Durante a carreira como parlamentar, ele sempre esteve envolvido com questões fundiárias, sendo um dos maiores incentivadores de invasões como a Estrutural e o Itapuã.  Edmar tentou levar caixas com mantimentos, como água e sardinha, para os invasores do Torre Palace Hotel, no Eixo Monumental. Segundo a polícia, José considerou desumana a situação das pessoas que estão há três dias sem comida no local e por isso, tentou levar alimentos.

A operação para a retirada de pelo menos 12 pessoas que se recusam a deixar o hotel, entra no terceiro dia, causando mais transtornos no coração da capital do país. O plano das forças de segurança era retirá-las na quarta-feira, quando o trabalho de higienização do prédio em escombros se transformou em uma ação de reintegração de posse, com 550 agentes do governo mobilizados em dois dias.

A situação segue em um impasse: após diversas reuniões com a Polícia Militar e com o GDF, integrantes do Movimento Resistência Popular (MRP) não deram sinal de que pretendem deixar a construção. O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) reuniu-se com autoridades para ver quais serão as próximas medidas a serem tomadas.

Operação Grilo
José Edmar sempre teve o nome ligado às questões de terra no Distrito Federal. Ele liderou muitas invasões de áreas públicas. Duas delas, acabaram se transformando em regiões administrativas: Estrutural e Itapoã. Essa liderança lhe renderam milhares de votos e dezenas de processos judiciais.

À época filiado ao PR-DF, Edmar assumiu uma cadeira na Câmara dos Deputados em 2008, na vaga de Augusto Carvalho (PPS-DF), que deixou o cargo para assumir a Secretaria de Saúde do DF. Edmar já havia sido preso pela Polícia Federal. Em 2003, ele e mais oito pessoas foram detidas durante a Operação Grilo por parcelamento ilegal de solo e formação de quadrilha.

Nessa operação, os acusados foram indiciados por grilagem de terras, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, formação de quadrilha e ameaça a testemunhas. De acordo com a PF, o bando liderado por Edmar era um dos principais grupos criminosos investigados pela Missão Especial de Combate à Grilagem de Terras no Distrito Federal.

Contudo, à época, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) considerou ilegal a prisão preventiva de José Edmar. Atualmente, e entre outras, Edmar responde a uma ação penal no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) por posse irregular de arma de fogo. Esse processo foi aberto em março de 2007. Edmar também responde a uma ação penal por injúria e a uma ação indenizatória, movida pela Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap).

José Edmar, 46 anos, é teólogo e líder comunitário de Taguatinga. O parlamentar exerceu quatro mandatos na Câmara Legislativa. Sua vida pública teve início com a liderança por moradia para a população carente nos anos 1970. Na Câmara Distrital, ele se destacou com propostas ligadas à habitação. Hoje sem mandato, ele sonha retornar à política, trabalhando no gabinete de um antigo cabo eleitoral, o distrital Lira (PHS).


Fonte: Correio Braziliense


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