Questão de saúde: se tornou doença física - não mais psicológica, não mais a chamada 'síndrome do pânico' - a diarreia que acomete Lula dia após dia, no estilo 24x7 e cuja única causa é o PAVOR de ser julgado pelo juiz Sérgio Moro.
Ontem
foi um dia em que o poder do Supremo Tribunal Federal foi explicitado à
larga, com diversas decisões que terão repercussão política importante.
A começar pelas dos ministros Teori Zavascki, Rosa Weber e Edson
Fachin, que recusaram diversas ações sobre o julgamento do impeachment
de Dilma Rousseff por razões puramente técnicas ou por não concordarem
com o mérito do pedido, seja a favor da destituída ou de seus
adversários.
O que demonstra que o Supremo, em princípio, não está
disposto nem a anular o processo, como pediu a defesa, nem a cancelar o
polêmico fatiamento da pena, que permitiu à presidente destituída
permanecer com seus direitos políticos intactos. Embora todas
essas decisões sejam preliminares e ainda dependam de uma palavra final,
alguns conceitos emitidos pelos ministros indicam uma tendência. Como
quando o ministro Teori Zavascki não aceitou o pedido do advogado José
Eduardo Cardozo para anular o impeachment, alegando que no relatório do
senador Antonio Anastasia foram feitas referências a atos praticados em
anos anteriores, quando a acusação formal só poderia se referir a atos
praticados em 2015.
O ministro Zavascki disse que “(...) Essas
considerações, contudo, foram formuladas para demonstrar que os atos
praticados pela impetrante não representaram mera reprodução de uma
prática administrativa tolerável, mas como o clímax negativo de um
modelo de subvencionamento, já questionável desde 2008, que tornou-se
completamente insustentável e temerário para o Estado brasileiro”.
Mas
houve também ontem a divulgação da decisão do ministro Teori Zavascki
de recusar mais um pedido da defesa do ex-presidente Lula para que ele
não seja julgado pelo juiz Sérgio Moro na primeira instância de
Curitiba. Relator no Supremo das ações referentes à Operação Lava-Jato, o
ministro Zavascki foi direto na sua decisão, afirmando que os advogados
de Lula queriam “embaraçar” o processo.
Isso porque alegaram que
Moro estaria usurpando competências do tribunal, pois já existem
processos no Supremo sobre o mesmo tema. O curioso é que, para
conseguirem escapar de Moro, os advogados se referiram a uma frase sua
em que afirma que Lula seria “o arquiteto do esquema criminoso que
vitimou a Petrobras”, sem contestá-la, mas apenas indicando que esse
tema já estava sendo objeto de análise no STF.
De fato, no
Supremo há um pedido de investigação contra Lula por formação de
quadrilha feito pelo procurador geral da República, Rodrigo Janot, que o
acusa de ser o chefe do grupo. Zavascki diz que num caso investiga-se o
recebimento de favores indevidos, e no outro a questão da quadrilha. Por
enquanto, as investigações devem seguir separadamente, em Curitiba e em
Brasília.
Também o ministro Edson Fachin mandou arquivar um
habeas corpus apresentado com o objetivo de suspender o processo de
impeachment contra a ex-presidente Dilma. A ministra Rosa Weber também
negou cinco ações que contestam o fatiamento do julgamento de Dilma, e
mandou que em outras a presidente cassada seja incluída como parte
interessada, e só depois dará o seu parecer, que deve ser no mesmo
sentido de rejeição.
Por último, mas não menos importante, o
Supremo decidiu por goleada de 10 a 1 que não havia razão para cancelar a
sessão de julgamento da cassação do ex-presidente da Câmara, deputado
afastado Eduardo Cunha. O relator, ministro Luís Roberto Barroso não
encontrou motivos para tanto, pois não considerou as alegações da defesa
consistentes: o número de membros da Comissão de Constituição e Justiça
da Câmara na sessão final era o exigido, segundo relato da própria CCJ,
e o fato de deputados terem adiantado seus votos não prejudicou o
acusado, pois esse tipo de declaração faz parte da atividade política.
Às
vésperas de seu julgamento, Cunha tentou a última cartada e perdeu no
Supremo que, apesar de toda força revelada com essa judicialização da
política, não discute as votações internas da Câmara ou do Senado. Será
por isso, e não por uma ação corporativa de defesa do presidente que
ontem deixou o cargo, Ricardo Lewandowski, que o plenário não deve se
meter no processo decisório que culminou com o fatiamento do artigo 52
da Constituição.
Pode ser uma decisão insuficiente diante da
violação constitucional e gramatical praticada, mas o perigo seria
anular toda a sessão, colocando o país em uma situação absurda que só
aumentaria o caos.
Fonte: Merval Pereira - O Globo
Título interno: Cezar Henriquez
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