Há no grupo pelos menos três votos contrários a Aécio Neves e dois que são incertos; presidente do Senado aposta que votação ocorrerá nesta terça
A votação
do plenário do Senado que vai decidir se mantém ou não o afastamento de
Aécio Neves (PSDB-MG) está prevista para esta terça, mas há uma
possibilidade de que seja adiada. O que virá a público com certeza é a
decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, sobre pedido de
liminar em mandado de segurança preventivo, impetrado por Randolfe
Rodrigues (AP).
O senador da Rede, uma espécie de vivandeira dos tribunais, quer a garantia de que
a votação não será secreta. Há uma boa chance de que Moraes determine,
sim, o voto aberto, embora não seja essa uma posição incontroversa. Eu
mesmo acho que deveria ser secreto. É perfeitamente possível sustentar
que a decisão cabe ao Senado, não ao tribunal. Mas tenho para mim que o
ministro decidirá de modo diverso. Acho, pois, que Aécio vai, sim,
enfrentar o voto aberto. A questão tem lá suas complexidades técnicas.
Explico no post anterior.
Para que
possa retomar seu mandato, o tucano precisa da maioria absoluta, isto é,
de mais da metade do total de 81 senadores: pelo menos 41. Já se sabe
12 se ausentarão nesta terça. Dois estão com problemas de saúde, e os
demais em viagem. O líder do PMDB, Romero Jucá (RR), um articulador
hábil, recupera-se de uma diverticulite e ficará afastado mais dois
dias. Já fez um candente discurso contra a punição aplicada ao tucano.
Ronaldo Caiado (DEM-GO), que é um renomado ortopedista, caiu da mula e
quebrou o úmero. Vai se ausentar por duas semanas. Estima-se que vote,
ou votasse, contra o afastamento.
Um grupo
está em missão oficial nos Emirados Árabes. Dois deles estão entre os
que poderiam votar em favor do tucano: Armando Monteiro (PTB-PE) e
Ricardo Muniz (PP-BA). Já Ricardo Ferraço (ES), embora do PSDB, andou
dizendo coisas ambíguas a respeito. Cristovam Buarque (PPS-DF) integra
essa turma. Seu voto é incerto. Uma outra leva de parlamentares viajou à
Rússia. Estão conhecendo de perto Vladimir Putin e sua democradura Jorge
Viana (PT-AC), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Gleisi Hoffmann (PT-PR),
Sérgio Petecão (PSD-AC), Roberto Muniz (PP-BA) e Gladson Cameli (PP-AC).
Bem, a julgar pelas últimas declarações dos petistas e aliados, Aécio
pode potencialmente contar com Muniz, Petecão e Cameli. Se o PT cumprir o
que andou anunciado, até Gleisi, a ré que preside o PT, votará contra o
tucano.
O
presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), acredita que a
votação acontece mesmo nesta terça. O resultado é considerado incerto
por muitos. Não deveria ser. Trata-se, afinal de contas, de um Poder da
República decidir se fica de pé ou de joelhos.
Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo
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