Dilma usará delação de Funaro para embasar pedido de anulação do impeachment
Em nota divulgada nesta segunda-feira (16), o advogado de
Dilma e ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou que usará
a delação do operador Lúcio Funaro para reforçar o pedido para anulação
do impeachment que tirou a petista do cargo no ano passado (leia a
íntegra mais abaixo).
Funaro, cujos vídeos de sua delação premiada vieram à tona
na última sexta-feira (13), afirmou ter repassado ao ex-presidente da
Câmara Eduardo Cunha, preso desde outubro do ano passado, R$ 1 milhão
para comprar votos de deputados a favor do impeachment de Dilma. Funaro
afirmou que recebeu uma mensagem de Cunha perguntando sobre
“disponibilidade de dinheiro” para comprar votos favoráveis ao
impeachment. Funaro afirmou que Cunha contar com R$ 1 milhão, valor que
seria liquidado em no máximo duas semanas. Os vídeos estão disponíveis
no site da Câmara desde 29 de setembro.
A nota afirma que pedirá, nesta terça-feira (17), que o
depoimento de Funaro seja juntado aos autos do mandado de segurança que
pede a anulação do impeachment. “Entendemos que na defesa da
Constituição e do Estado Democrático de direito, o Poder Judiciário não
poderá deixar de se pronunciar a respeito, determinando a anulação do
impeachment de Dilma Rousseff, por notório desvio de poder e pela
ausência de qualquer prova de que tenha praticado crimes de
responsabilidade”, afirma Cardozo na nota.
Votos contra impeachment
Outra delação, essa de Joesley Batista, também afirma que
deputados tentaram comprar votos contra o impeachment. O empresário
afirmou em sua delação que João Carlos Bacelar (PR-BA) pediu R$ 150
milhões para comprar votos contra a abertura do processo contra Dilma. O
encontro entre Bacelar e o dono da JBS, afirma Joesley, foi no dia 16
de abril, um dia antes da votação do impeachment na Câmara, na casa do
delator.
Bacelar teria pedido a verba para comprar 30 votos, por R$ 5
milhões cada. Joesley, entretanto, afirmou que não poderia arcar com
essa quantia, mas autorizou a compra de cinco votos por R$ 3 milhões
cada, totalizando R$ 15 milhões.
Leia a íntegra da nota da defesa de Dilma Rousseff:
“1. Desde o início do processo de impeachment, a defesa
da presidenta eleita Dilma Rousseff tem sustentado que o processo de
impeachment que a afastou da Presidência da República é nulo, em razão
de decisões ilegais e imorais tomadas pelo ex-presidente da Câmara
Eduardo Cunha e por todos os parlamentares que queriam evitar “a sangria
da classe política brasileira”.
2. Agora, na delação premiada do senhor Lúcio Funaro,
ficou demonstrado que o ex-deputado Eduardo Cunha comprou votos de
parlamentares em favor do impeachment.
3 – A defesa de Dilma Rousseff irá requerer, nesta
terça-feira, 17 de outubro, a juntada dessa prova nos autos do mandado
de segurança, ainda não julgado pelo STF, em que se pede a anulação da
decisão que cassou o mandato de uma presidenta legitimamente eleita.
4. Entendemos que na defesa da Constituição e do Estado
Democrático de direito, o Poder Judiciário não poderá deixar de se
pronunciar a respeito, determinando a anulação do impeachment de Dilma
Rousseff, por notório desvio de poder e pela ausência de qualquer prova
de que tenha praticado crimes de responsabilidade.
José Eduardo Cardozo
Advogado da Presidenta Eleita Dilma Rousseff”
Fonte: Congresso em Foco
Nenhum comentário:
Postar um comentário