O relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), senador
Dalírio Beber (PSDB-SC), justificou hoje (4) que elaborou um parecer
mais duro para o Orçamento de 2019 devido à crise econômica e fiscal que
o país vive. O parecer apresentado por Berger esta semana não admite
nenhum tipo de reajuste para servidores públicos, reduz o limite de
renúncias fiscais e veta a criação de novos cargos. O senador explicou que é preciso adotar medidas “não simpáticas”
para não aumentar as despesas obrigatórias para o próximo governo. Ele
reiterou que não haverá reposições no caso de vacância no serviço
público, a não ser nas áreas de educação, saúde, segurança pública,
defesa, assistência social. Os reajustes que já foram aprovados de forma
parcelada ou escalonada também não serão afetados.
“Nós produzimos um relatório de forma muito criteriosa, conscientes
do grau de dificuldade que vive o país neste momento. Nós trazemos
números negativos nos últimos anos e a tendência é que estes números se
agravem nos anos vindouros. Por isso, não queremos transportar pro ano
de 2019 para um governo que nós ainda não sabemos quem será”, afirmou.
Questionado sobre a resistência política que a restrição aos
incentivos fiscais pode enfrentar no setor produtivo, Beber explicou que
o prazo de dez anos é razoável para que o governo avalie a condição de
cada setor beneficiado e encontre um equilíbrio. Em seu relatório, Beber
estabelece que as renúncias fiscais não ultrapassem o percentual de 2%
do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
A proposta segue recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU),
que apontou que no ano passado o país deixou de arrecadar R$ 354 bilhões
com as renúncias fiscais, valor que representa 5,4% do PIB e 30,7% da
receita primária. A redução do volume de incentivos fiscais poderia ,
segundo o TCU, reduzir o deficit previdenciário pela metade.
“Nós temos hoje uma previsão de que o montante de renúncias fiscais
para 2019 alcance mais de R$ 300 milhões. Em nível de concessões de
incentivos fiscais em outros países o máximo que isso pode representar é
em torno de 2% do PIB. Esta é uma recomendação que estamos fazendo na
LDO, nos sentido de que em 10 anos, nós também devemos no Brasil ter no
máximo 2% do PIB em renúncias fiscais”, disse.
O senador comentou que a questão da reforma da Previdência também
deve ser enfrentada para garantir o equilíbrio das contas públicas.
Apesar de não ter incluído no relatório da LDO, o relator defendeu que o
assunto seja uma das prioridades dos poderes Legislativo e do Executivo
a partir do ano que vem. Beber espera que seu relatório seja aprovado antes do recesso
parlamentar, previsto para ter início no próximo dia 17 de julho. A
Comissão Mista de Orçamento se reunirá nesta quarta-feira (4) para
discutir o relatório.
Agência Brasil
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quarta-feira, 4 de julho de 2018
Orçamento de 2019 exclui reajuste salarial para servidores
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