Moradores falam em centenas de traficantes
deslocados para a região em estratégia para confrontar ação dos militares
A
confirmação na tarde desta quarta-feira da morte do soldado Marcus Vinícius Viana Ribeiro, de 22 anos,
lotado no Batalhão de Infantaria Motorizado, o terceiro desde o início da
ocupação dos complexos do Alemão, Penha e Maré, revela o grau de sofisticação
que os militares têm enfrentado na difícil tarefa de retirar de circulação
criminosos armados que atuam com táticas de guerrilha em comunidades
construídas em montanhas, de difícil acesso e divididas por becos e ruelas. Um
terreno minado que os generais não encontraram nem mesmo no Haiti, país para
onde foram enviadas tropas brasileiras em 2004, na Missão das Nações Unidas
para a Estabilização do Haiti (Minustah).
[Exército Brasileiro vacilou, dançou - é triste ter que afirmar isso, reconhecer essa fato, especialmente para um brasileiro que teve a honra o orgulho de pertencer ao Exército brasileiro.
Faltou decisão quando a intervenção militar foi decretada - prevaleceu o estilo "Temer" quando o estilo teria que ser um entre o do marechal Castello Branco ao do general Geisel - com as opções Costa e Silva e Médici.
No momento em que o interventor federal determinou a identificação das pessoas nas ruas, com consulta imediata as delegacias, e a turma dos 'direitos humanos' - que impedem o êxito de qualquer operação policial - protestou, cabia apenas uma resposta por parte das tropas federais, do comandante da intervenção ou mesmo do presidente da República: continuem identificando e se alguém tentar impedir, prendam.
A chiadeira seria grande mas a identificação continuaria e a bandidagem aceitaria o inevitável: uma força maior que a deles estava atuante e nem eles, nem nenhum outra força militar ou institucional poderia impedir.
Mas, cedera, suspenderam as identificações, passou aquele as tropas arrancavam os bloqueios na Vila Kennedy pela manhã, os bandidos repunham à noite e no dia seguinte tudo se repetia.
Esqueceram que a base do êxito seria: CERCO + ASFIXIA + SUFOCAÇÃO = Batalha de Argel.]
Agora consertar o que foi feito errado, recuperar o prestígio e o poder de dissuasão ainda é impossível - as FF AA do Brasil não entram em uma contenda para perder - mas vai ser bem mais dificil, especialmente a pouco mais de quatro meses do final do governo. A turma dos 'direitos humanos' vai chiar e Temer vai tremer.]
Na
terça-feira, outros dois militares foram enterrados no Cemitério de Engenheiro
Pedreira, em Japeri, na Baixada Fluminense. O cabo Fabiano de Oliveira Santos, de 36 anos, e o soldado João Viktor Silva, de 21 anos, também
morreram depois de serem atingidos durante confrontos realizados durante a
megaoperação nos conjuntos de favelas na Zona Norte do Rio. Especialmente
nos complexos do Alemão e Penha, os traficantes parecem bem mais organizados
que em outras favelas.Moradores da Vila Cruzeiro e da Chatuba, no Complexo da
Penha, revelaram ao GLOBO que pouco antes da ocupação dos militares do Exército
na segunda-feira, criminosos de outras favelas controladas pelo Comando
Vermelho foram chamados para reforçar o poderio bélico dos parceiros para
enfrentar o Exército. Numa clara demostração de que tinham informações
privilegiadas dos planos do Gabinete de Intervenção Federal de ocupar aquelas
favelas.
Militares durante operação no Complexo do Alemão - Gabriel Paiva / Agência O Globo
A
confirmação dessa estratégia pode ser atestada com as prisões que estão sendo
realizadas após a tomada das tropas dos complexos do Alemão e Penha. Ainda
nesta terça, policiais civis da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) prenderam no Hospital Getúlio Vargas, Eber do Nascimento
Cândido, conhecido como Ebinho. Segundo os policiais, ele é dono do
tráfico na Favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio. Ele foi baleado na
Chatuba, no Complexo da Penha, que fica a cerca de 10 km de distância da região
que comanda. Um dia antes, outro importante chefe do tráfico também foi preso:
o traficante Eduardo José dos Santos, conhecido como Sonic. Ele foi detido na
Avenida Brasil, na altura de Bonsucesso, por policiais civis da Delegacia de
Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA).
Os mesmos
moradores ouvidos pelo GLOBO falam em centenas de traficantes deslocados para
os complexos da Penha e do Alemão de outras favelas do Comando Vermelho.
Segundo as mesmas fontes, isso estaria dificultando até mesmo a identificação
dos cinco mortos nos confrontos, todos suspeitos de envolvimento com o tráfico. Na terça-feira,
o general Walter Braga Netto, interventor federal na Segurança do Rio, lamentou
as mortes dos militares. Braga Netto disse que a Força está consternada com o
ocorrido, mas que isto não irá afetar a decisão de restaurar a paz no estado. [com todo respeito ao general: não é hora de se restabelecer a paz como primeiro passo - a hora é de restabelecer a ordem, as FF AA mostrar que mandam e controlam a situação e após estabelecer a paz.]
Estamos
consternados pelo falecimento dos dois militares e pelo ferimento do outro
militar. Eles estavam cumprindo a missão deles de brasileiros, protegendo a
população fluminense, lutando em prol de sua segurança. Este é um momento muito
triste para nós. Todo apoio está sendo dado às famílias dos três. Assim como
também todo o procedimento jurídico está sendo feito. Este fato não significa
para nós motivo de desânimo, mas reforça a nossa decisão de trabalhar, de nos
dedicarmos ainda mais para trazer a paz para a população fluminense. O que
esperamos é que o sacrifício deles, como de outros policiais que também morrem
ou são feridos em ação, seja reconhecido pela população — afirmou Braga Netto.
O
enfrentamento é complexo: os oficiais que comandam as tropas que tomaram
favelas e morros no Rio na última segunda-feira sabem há muito tempo que parte
dos criminosos que agora empunham fuzis automáticos e defendem facções do
crime, tiveram passagem pelas Forças Armadas. Aprenderam técnicas militares e a
usar com precisão armas de guerra. [logo algum parlamentar da esquerda vai propor a extinção do SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO alegando que aquele Serviço treina bandidos. - e quem propor isso vai contar com o apoio do pessoal dos direitos humanos e do desarmamento.]
Em nota,
CML lamentou profundamente a morte do agente e informou que o soldado
"veio a falecer em decorrência de evolução indesejável de seu quadro
clínico". O
Exército informou ainda que "todo o apoio psicológico e espiritual vem
sendo dado aos seus familiares.Todas as medidas administrativas e judiciais
cabíveis também já estão em curso."
Os
militares João Viktor da Silva e Fabiano Oliveira dos Santos não se conheciam,
mas eram moradores de Japeri, deixam filhos de dois anos e estavam
recém-separados. Os dois sonhavam com a carreira militar, tinham três irmãos
cada e receberam a notícia que participariam da ação nas comunidades da Zona
Norte ao lado de suas respectivas mães.
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