Questões de gênero e aborto, além de sentimento anti-PT, são temas que reforçam intenções de voto no candidato do PSL
[com Bolsonaro os praticantes do aborto - tanto a mãe assassina quanto seus cúmplices - serão punidos com rigor e a maldita tentativa de implantar a pouca vergonha do gayzismo, ideologia de gênero e outras coisas nojentas será neutralizada.
Além do mais a criminalidade passará a ser combatida com rigor, as pessoas de BEM poderão possuir/portar armas e o Brasil voltará a honrar a ORDEM E PROGRESSO.]
Eleitores e ruralistas antes simpáticos ao tucano Geraldo
Alckmin dizem que o discurso conservador do candidato do PSL à Presidência,
Jair Bolsonaro, explica, em parte, a migração dos votos do presidenciável
do PSDB para o candidato que lidera as pesquisas num cenário sem o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Há quem avalie ainda que,
diferentemente do partido de Alckmin, quem representaria melhor o sentimento anti-PT
é Bolsonaro, que terminou neste final de semana uma série de visitas a
cidades do interior paulista, justamente numa ofensiva para avançar sobre o
eleitorado de Alckmin.
Das oito
cidades que Bolsonaro visitou, três são governadas por prefeitos tucanos,
inclusive Glicério, sua terra natal. Por lá, o candidato foi recebido com
pompas na praça principal da cidade pelo prefeito Ido Gaúcho, do PSDB, que
classificou Bolsonaro como um "candidato diferenciado." Embora tenha
evitado apoio explícito ao candidato do PSL, Gaúcho diz que não está
"convencido" das alianças que sustentam a campanha presidencial
tucana.
— Eu
ainda vou decidir o apoio (para presidente), até porque os diretores do meu
partido não me convenceram com as alianças que fizeram — disse o prefeito
tucano, após abrir as portas da prefeitura para Bolsonaro.
DEUS,
FAMÍLIA E AGRONEGÓCIO
Pelas
ruas, o sentimento pró-Bolsonaro parecia explicar o resultado das últimas
pesquisas a respeito das intenções de voto no estado. Pelo último levantamento
Ibope, Bolsonaro aparece com 21%, enquanto o tucano registra 12%, num cenário
com Lula. Sem o petista, Bolsonaro registra 22%, e Alckmin, 15%. [as pesquisas começam a ficar mais sérias e fica fácil constatar que Lula representa exatamente o que ele é: NADA.]
— Aqui na
cidade a maioria sempre foi Alckmin, agora as pessoas estão virando Bolsonaro.
Está faltando mesmo valorizar a família — diz a aposentada Geni Ribeiro, de 74
anos, moradora de Catanduva.
O
discurso de um país conservador era comum entre os eleitores, principalmente
jovens, que acompanharam as agendas do candidato na região. Durante o corpo a
corpo nas ruas, Bolsonaro era seguido por pessoas com o celular em riste,
prontas para uma selfie ou transmissão ao vivo. Em um comício em São José do
Rio Preto, o candidato chegou a agradecer aos universitários que faltaram à aula
para ouvi-lo por "uma causa nobre." — Eu o
acompanho na internet e concordo com as propostas dele. Somos país conservador
e é ele agora que nos representa — disse a estudante Priscila Gonçalves, de 24
anos.
O
pecuarista Aldo Lupo, um dos apoiadores de Bolsonaro em Araçatuba, lembra que,
além de sempre falar de Deus, o candidato defende o agronegócio.
— Eu
sempre votei no PSDB contra o PT, mas, na verdade, o PSDB é um partido que tem
origem na esquerda. Faltava um candidato de direita, que fala sempre em nome de
Deus e defende a família, defende o agronegócio, preza pela segurança e não
está comprometido com nenhum outro partido — disse.
Candidato
pelo nanico PSL e sem alianças, Bolsonaro tem conseguido a mobilização de
empresários e produtores rurais, que estão ajudando a organizar e a financiar
sua agendas de campanha. No início do ano, Lupo convocou alguns amigos
ruralistas em um grupo de WhatsApp para fazer uma “vaquinha” para conseguir
instalar outdoors na região. A meta era alcançar R$ 5 mil, mas chegaram a R$ 30
mil. Hoje, o grupo reúne, segundo ele, 200 “cidadãos de bem.”
Durante o
giro pelo interior, Bolsonaro participou de jantares reservados para cerca de
400 pessoas em Presidente Prudente, Araçatuba e São José do Rio Preto. Para
ouvir o candidato, cada participante desembolsou em média R$ 150. Pastores
evangélicos e militares de alta patente eram convidados.
CARAVANA
DO INTERIOR
A
quantia, segundo os organizadores, era apenas para custear um buffet, e não
para receber doações para campanha. Em São José do Rio Preto, o cardápio
incluía risoto, massa, carne e salada. Para beber, refrigerante, água e
cerveja. De sobremesa, sorvete com amoras. Na ocasião, antes de posar para fotos
e se juntar à mesa com alguns anfitriões, Bolsonaro fez um discurso de 12
minutos, no qual atacou a direção do PSDB.
- Como
eu, muita gente agora compreende que não suportaremos mais um ciclo de PT com
PSDB - disse Bolsonaro, que, em alguns encontros, lembrou que ele mesmo apoiou
o PSDB.
- Vamos
afastar de vez o comunismo do Brasil - convocou.
Organizador
da caravana de Bolsonaro pelo interior, o pecuarista Luiz Antonio Nabhan
Garcia, presidente da União Democrática Ruralista (UDR), disse que “abraçou a
causa” do candidato do PSL porque existe um clamor por uma mudança, pautado
sobretudo na questão da segurança e da ética.
— Existe
uma insatisfação com o governo do PSDB. A mudança (para Bolsonaro) é porque as
pessoas começaram a entender que PSDB e PT são a mesma coisa, são a
personificação dos políticos que prometem e não fazem nada — avalia Nabhan.
Presidente
nacional do PSL, Gustavo Bebianno avalia que Bolsonaro cresce em São Paulo à
medida que o tucano se distancia dos desejos do seu eleitorado:
— O
Geraldo Alckmin é mais um dos políticos que perdeu a conexão com a realidade.
Os políticos se encastelaram e isso está gerando o resultado da campanha (do
Bolsonaro).
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