Ai, ai,
ai… As teorias conspiratórias estão correndo soltas, sem controle, no
ambiente que parece especialmente criado para isso: as redes sociais.
Ibope e Datafolha tomaram decisões sobre divulgação de pesquisas que
põem o imaginário da turma para funcionar. Por enquanto, quem saiu na
dianteira, inventando teorias, são os petistas. Mas os bolsonaristas
também entraram na luta. Na versão dos dois grupos, seus respectivos
“líderes” e “mitos” estão arrasando e, claro!, a “mídia tucana” estaria
escondendo a verdade. Vamos ver.
O Ibope
iria divulgar uma pesquisa nesta terça, feita a pedido da TV Globo e do
Estadão. Suspendeu a divulgação. Emitiu a seguinte nota:
“O IBOPE registrou no TSE,
dia 29 de agosto, cinco dias antes da data de divulgação, como prevê a
lei, pesquisa eleitoral sobre a intenção de votos nos candidatos à
presidência da República, sendo os contratantes a TV Globo e o jornal O
Estado de S. Paulo. Naquela ocasião, o PT havia solicitado o registro de
Luiz Inácio Lula da Silva como seu candidato e aguardava definição a
respeito do Tribunal Superior Eleitoral. Por esta razão, como fez em
pesquisa anterior, o IBOPE registrou no TSE pesquisa com dois cenários. O
primeiro, com o nome de todos os candidatos com registros solicitados
ao Tribunal, incluindo Lula. O segundo, com o nome de Fernando Haddad,
candidato a vice-presidente na chapa do PT, apontado como eventual
substituto de Lula em caso do então provável indeferimento de sua
candidatura.
Ocorre que na madrugada de sábado, dia 1° de setembro, o
plenário do TSE, sem aviso prévio de que julgaria o feito, indeferiu o
registro da candidatura de Lula e proibiu que o ex-presidente
participasse, como candidato, de atos de campanha ou da propaganda
eleitoral no Rádio e na Televisão. A Corte determinou também que o nome
de Lula fosse retirado da urna eletrônica e concedeu 10 dias para que o
PT indicasse novo candidato. Diante disso, na manhã de sábado, antes da
realização da pesquisa, e para estar de acordo com o julgamento e as
determinações do TSE, o IBOPE não pesquisou o cenário com Lula,
diferentemente do que constava do registro da pesquisa, aplicando apenas
o cenário alternativo, tendo Haddad como candidato.
A intenção do
instituto é obter o aval do TSE para divulgação do resultado dessa
pesquisa, com a mencionada adequação. Foi o que o IBOPE fez hoje. Até o
momento, porém, o TSE não se manifestou sobre a questão, razão pela
qual, em respeito à lei, o IBOPE não liberou a pesquisa para divulgação.
Tão logo o TSE se pronuncie a respeito, o IBOPE informará o público e,
consoante com a decisão da Corte, liberará ou não os resultados.”
Vamos ver
Eu não sabia que os dados fornecidos ao TSE não valem. Segundo o que está registrado no tribunal, a pesquisa começaria a ser feita no dia 29, não no dia 1º. Confesso que achei estranho porque não vi muito sentido em misturar tempos políticos distintos: antes e depois do início do horário eleitoral.
Eu não sabia que os dados fornecidos ao TSE não valem. Segundo o que está registrado no tribunal, a pesquisa começaria a ser feita no dia 29, não no dia 1º. Confesso que achei estranho porque não vi muito sentido em misturar tempos políticos distintos: antes e depois do início do horário eleitoral.
O que é
curioso na decisão, e não tenho hipótese conspiratória nenhuma, é que
uma pesquisa é feita para medir a opinião dos eleitores num determinado
momento. Lula vetado ou não pelo TSE, pergunta-se: e daí? Os dados
serviriam também para saber se o veto do tribunal teve algum impacto na
opinião do eleitor. Inexiste
legislação que proíba a divulgação de dados de uma pesquisa previamente
registrada desde que executada segundo o registro. O, vamos dizer assim,
“erro” foi, então, não seguir o combinado e ter excluído o nome de
Lula.
Datafolha
O Datafolha também mudou suas datas. Iria divulgar uma pesquisa nesta quinta, com questionários aplicados nestas terça e quarta. Não vai mais. Segundo o que está registrado no TSE, o instituto fará as entrevistas e divulgará o resultado num único dia: 10 de setembro. E Lula não estará entre as opções.
O Datafolha também mudou suas datas. Iria divulgar uma pesquisa nesta quinta, com questionários aplicados nestas terça e quarta. Não vai mais. Segundo o que está registrado no TSE, o instituto fará as entrevistas e divulgará o resultado num único dia: 10 de setembro. E Lula não estará entre as opções.
Que fique
claro: é uma decisão da empresa, não da Justiça Eleitoral. Até porque,
reitero, não há lei que impedisse feitura e divulgação porque:
– o registro estava feito;
– decisão sobre Lula só terá trânsito em julgado com o STF, embora o resultado seja sobejamente conhecido de antemão.
– decisão sobre Lula só terá trânsito em julgado com o STF, embora o resultado seja sobejamente conhecido de antemão.
O que há
de relevante na data escolhida pelo Datafolha? Os questionários serão
aplicados depois de 10 dias de horário eleitoral no ar, cinco deles
ocupados pelos presidenciáveis: 1º, 3, 5, 7 e 9. Dará para saber se
tiveram algum impacto na opinião pública. Os números do Ibope, sejam
divulgados ou não, têm pouca serventia. Explico por quê: se o campo
começou, como se informa, no dia 29, misturam-se alhos com bugalhos. Se
teve início só no dia 1º, como informa a nota, contrariando o registro,
pegou um único dia inteiro de campanha.
Acho as
explicações do Ibope um tanto enroladas e discordo da decisão do
Datafolha. Quanto menos, seria interessante saber, reitero, se o veto do
tribunal repercutiu junto ao eleitor. É claro
que os petistas vão chiar. Uma das alegações é a de que se vai colher a
opinião do eleitor antes de o PT proceder a efetiva assunção de Haddad
como candidato. A data-limite é 11 de setembro. Vale dizer: parte do
eleitorado do ex-presidente ainda não saberia que “Haddad é Lula” e não
vai encontrar o nome do seu escolhido na lista. Uma pergunta, não uma
afirmação: isso não pode inflar o nome de alguns adversários do PT? De
todo modo, no dia 10, convenha-se, são remotas as chances de o eleitor
ignorar que Lula está fora do páreo. Mas e no dia 1º, quando o Ibope
teria começado a aplicar os questionários?
Os
petistas estão se dizendo vítimas de mais um complô da mídia.
Obviamente, não há complô nenhum, mas eu não tomaria nem uma decisão nem
outra. Institutos não têm de se antecipar a decisões da Justiça — e a
última palavra é do STF. Até porque, convenham, todos sabíamos que Lula
não seria candidato principalmente em razão da Lei da Ficha Limpa, a
mesma que instruiu a decisão do TSE.
De toda
sorte, esses eventos servem de advertência para alguns lunáticos do PT.
Esse jogo está jogado. Ou faz Haddad candidato ou imita aquele comando
que foi protestar contra a crucificação de “Brian”, no filme “A vida de
Brian”, de Monty Python: diante do que considera uma injustiça, opta
pelo suicídio coletivo.
"Que lugar sobrou para o candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes?
..........
O candidato vinha contendo a sua
reconhecida, até por ele mesmo, incontinência verbal. Não mais. O
elemento que desencadeou a mudança foi uma reportagem da revista “Veja” em que Niomar Calazans, ex-tesoureiro do Pros, afirma que Ciro “sabia e
participava” de um esquema de extorsão no Ceará denunciado pelos irmãos
Joesley e Wesley Batista, do qual Cid Gomes, seu irmão, também faria
parte.
..............................
Para sobreviver, na hipótese de o PT ficar
fora da disputa, Ciro tem de distribuir bordoadas, apresentando-se como
antitucano, anti-Temer e anti-Bolsonaro. "
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