[presidente Bolsonaro! ignore o condenado petista, o corrupto de terceira instância;
siga o que o senhor declarou em Campina Grande = Não vou polemizar. Ele (Lula) continua condenado".
o senhor é o presidente da República Federativa do Brasil, eleito com quase 60.000.000 de votos,não pode desperdiçar tempo batendo boca com criminoso condenado, sentença ratificada pelo STJ;
Ao bater boca o senhor apequena o cargo para o qual foi eleito, apequena sua pessoa e ainda despreza a liturgia do cargo mais importante da Nação.
Sem contar que quase sempre tem um jornalista pronto a criticar de forma desfavorável, e com certa razão, o comportamento do senhor.]
Em
conversas privadas, Jair Bolsonaro havia combinado com ministros e auxiliares
que reagiria às provocações do Lula com racionalidade. Mas a racionalidade do
presidente vira superstição cada vez que ele tem que passar por baixo de uma
escada. E Lula, um político movido a intuição, arma uma escada atrás da outra.
Menos de 24 horas depois da abertura da cela de Curitiba, Lula e Bolsonaro já
estavam pendurados nas manchetes chamando um ao outro de miliciano e de
canalha.
Bolsonaro
chegou a combinar que as respostas a Lula seriam produzidas por ministros como
Sergio Moro. Mas essa tática da terceirização das reações às provocações de
Lula tem poucas chances de prosperar. Moro recebeu sinal verde do Planalto para
se firmar como um contraponto a Lula. Até porque o ex-juiz da Lava Jato foi
chamado pelo petista de "canalha" e "mentiroso". Mas é
improvável que Bolsonaro se mantenha em silêncio.
Nesta
segunda-feira, de passagem por Campina Grande, na Paraíba, Bolsonaro até declarou:
"Não vou polemizar. Ele (Lula) continua condenado". Essa frase está
impregnada de lógica. Um presidente da República não deveria dar cartaz a um
líder oposicionista que acaba de deixar a cadeia e ainda frequenta a cena
política como um corrupto de terceira instância à espera de que o Supremo anule
a sua sentença. O diabo é que a lógica de Bolsonaro é regulada pelo fígado.
Outro ponto notável é que as reações do governo, venham de Moro ou de
Bolsonaro, cuidam de poupar o Supremo Tribunal Federal. Assim como o PT,
Bolsonaro tem interesses a defender no Supremo. Moro diz que cabe ao Congresso
reintroduzir a prisão na segunda instância no ordenamento jurídico. Bolsonaro
adota um tom abaixo do timbre do ministro. "Eu não voto", disse o
presidente ao ser indagado sobre a hipótese de o Congresso ressuscitar a prisão
antes do julgamento de todos os recursos. Esse desejo de adular o Supremo,
consequência direta do escudo que a Corte forneceu a Flávio Bolsonaro, o filho
investigado do presidente, faz com que alguns adoradores de Jair Bolsonaro
comecem enxergá-lo como uma espécie de ex-Bolsonaro.
Blog do Josias - Josias de Sousa/UOL
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