Guilherme Amado
Bispo afirma que não tem o que relatar diferente do que já disse
A Polícia Federal ofereceu hoje um acordo de delação premiada a Adélio
Bispo, o homem que esfaqueou Jair Bolsonaro no ano passado. A oferta,
recusada por Bispo, foi feita durante um depoimento dado ao delegado da
Polícia Federal Rodrigo Moraes Fernandes. Bispo recusou a oferta,
dizendo que não tem o que relatar diferente do que já disse em Juízo:
agiu sozinho e não seguiu a ordem de ninguém.
Segundo o advogado de Bispo, Marco Mejìa, o depoimento não teve valor
jurídico, mas foi tomado com o objetivo de esclarecer dúvidas que a PF
ainda tem. Um dos questionamentos da polícia foi sobre uma denúncia
enviada por um preso dizendo que Bispo teria esfaqueado o então
candidato atendendo a uma ordem vinda de dentro de um presídio. O preso
que enviou a denúncias buscava abatimento de sua pena ao oferecer a
informação.
"Adélio explicou que agiu sozinho e não seguiu nenhuma ordem. O
depoimento foi bom para mostrar que nem os advogados nem ele somos
contrários a ele fornecer qualquer informação", afirmou Mejìa.
De acordo com o advogado, Bispo aparentava uma melhora de seu quadro psiquiátrico e teria saído da fase de surtos delirantes. "Ele expressou que deseja trabalhar e disse estar melhorando."
Bispo pediu para ser transferido para um presídio em Montes Claros, mas o
advogado o aconselhou a permanecer em Campo Grande, onde está tendo
tratamento psiquiátrico adequado e sua segurança está preservada.
Revista Época
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