Com o apoio de igrejas e entidades empresariais, partido que Bolsonaro e correligionários pretendem criar reforça a coleta de assinaturas para poderem participar das eleições municipais de outubro. Trabalho de organização tem o apoio de dissidentes do PSL
Passadas as festividades de fim de ano, o Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro
pretende criar, retoma os esforços para a coleta de assinaturas físicas
de apoiadores. Contando com o apoio de igrejas e entidades
empresariais, os integrantes da futura agremiação já reuniram mais de
110 mil rubricas, mas precisam alcançar exatos 492.015 apoios para
ganhar o registro na Justiça Eleitoral, a tempo de participar das eleições municipais de outubro. Membros da comissão executiva provisória e deputados federais do PSL
que almejam migrar para a nova sigla pretendem acelerar a busca por
apoiadores. Para tanto, a ideia é usar estratégias como a instalação de
pontos físicos, a mobilização de voluntários para disseminar informações
nas redes sociais e o recolhimento de assinaturas em empresas e
organizações religiosas.
Com as
assinaturas recolhidas até o momento, o partido atingiu um dos
pré-requisitos exigidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A
legislação exige o apoio de eleitores responsáveis por, pelo menos, 0,5%
dos votos na última eleição geral para a Câmara dos Deputados — o que
perfaz o total de 492 mil. Além disso, é necessário ter o aval de, no
mínimo, 0,1% do eleitorado em nove estados.
O critério de 0,5% dos votos ainda falta ser preenchido, mas o de
0,1% do eleitorado em nove estados foi atingido, afirma o
secretário-geral da comissão provisória do Aliança, Admar Gonzaga,
ex-ministro do TSE. “O partido já tem muito mais do que o necessário em
nove estados”, destaca. O passo, agora, é atingir as 388 mil assinaturas
restantes. “A gente está indo para a rua com pessoas, com pranchetas,
para pegar nomes no braço, mesmo. Estamos indo para cima, mas com muito
critério, muita calma, sem pressa, para não errar”, sustenta.
Os
organizadores apostam na descentralização para alcançar o objetivo. O
presidente Jair Bolsonaro é também o presidente da comissão provisória
do Aliança. Pelas atribuições que exerce como chefe de Estado, mantém a
influência e a palavra final nas ações da futura legenda, mas acatou,
com a Executiva Nacional, a decisão de dividir as atribuições pela
coleta de assinaturas nos estados, com a ajuda de deputados federais
dissidentes do PSL. “Estamos nos dirigindo aos locais onde o Aliança
está se constituindo fisicamente para obter a adesão. Nem com quantidade
nem pressa, a gente quer qualidade”, ressalta Gonzaga.
Feriados
O secretário-geral da comissão provisória admite que os feriados do fim de ano atrapalharam um pouco, mas os trabalhos foram retomados. As ações de recolhimento das assinaturas são feitas por pessoas da confiança da Executiva Nacional.
(....)
"Rivais agem para atrapalhar"
Prazo vai até abril
O secretário-geral da comissão provisória admite que os feriados do fim de ano atrapalharam um pouco, mas os trabalhos foram retomados. As ações de recolhimento das assinaturas são feitas por pessoas da confiança da Executiva Nacional.
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"Rivais agem para atrapalhar"
A desfiliação de membros de
outras legendas que desejam apoiar a nova agremiação é outro desafio
enfrentado pelos organizadores do Aliança pelo Brasil. O Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) determina que os apoiamentos de eleitores
filiados a outros partidos não são válidos. Integrantes da Executiva
Nacional Provisória, contudo, criticam algumas siglas que agiriam de
forma inconstitucional ao não dar baixa nos pedidos de desligamento.
A
reclamação é maior em relação ao PSL, afirma o secretário-geral da
Comissão Provisória do Aliança, Admar Gonzaga, ex-ministro do TSE. “É
uma deselegância política sem precedentes. Fazem tudo de forma
atabalhoada, e a Justiça tem permitido esses procedimentos. Mas estamos
superando. O destino de quem faz isso é muito conhecido”, alerta. O
PSL, de acordo com Gonzaga, se recusa a aceitar os pedidos de
desfiliação. “Além de não querer mais os parlamentares do partido, ainda
tentam atrapalhar a constituição de outra legenda. Não estão recebendo e
dando protocolo aos pedidos de desfiliação. Na minha visão, isso é
inconstitucional”, sustenta. [inconstitucional, estúpido, antidemocrático e inútil.
A turma do PSL tem que se conformar e aceitar que coletar 500.000 assinaturas até abril próximo, será fácil.
E cada eleitor filiado ao PSL que pedir desligamento e não for atendido, tem total liberdade de votar no ALIANÇA.
Cassar do filiado ao PSL o direito de sair, é dar um voto certo para o ALIANÇA.]
Para Gonzaga, a
obrigatoriedade de um eleitor não estar filiado a um partido para
prestar apoio a outro também não tem amparo na Constituição. “Ou seja,
uma norma que suprime o direito de manifestação política deu a esses
partidos o direito de simplesmente atrapalhar mesmo, tentar obstruir a
construção do Aliança pelo Brasil”, critica.
O
Supremo Tribunal Federal (STF) deve se manifestar até março sobre o
assunto. Tramita na Corte a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI)
nº 5311, que questiona a constitucionalidade da proibição do apoio de
eleitores filiados a outros partidos. O presidente do STF, ministro Dias
Toffoli, pautou para 4 de março o julgamento da ação. O veredito será
fundamental para as aspirações do Aliança, mas Gonzaga garante que não
estão parados. “Nem fomos nós que ingressamos com isso”, frisa. A
demanda foi protocolada pelo Pros, em 2015.
Apesar
da confiança de membros do Aliança pelo Brasil e deputados federais do
PSL em constituir o partido ainda este ano, alguns não estão seguros da
possibilidade de a legenda ser homologada pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) a tempo de disputar as eleições municipais. O tempo é
curto. As 492 mil assinaturas exigidas precisam ser coletadas até março,
uma vez que 4 de abril é a data limite para que os partidos
interessados em participar do pleito tenham os registros aprovados pela
Corte.
A deputada federal Alê Silva (PSL-MG) é
uma das que classificam como incerta a criação da legenda em tempo
hábil. “Não tem como afirmar que conseguiremos, porque essa parte não
depende da gente e dos apoiadores. Depende do TSE, que ainda terá que
confirmar as assinaturas junto aos cartórios. Se dependesse só da gente,
estaria pronto, porque vamos conseguir o número de assinaturas, mas
precisamos que o TSE faça esse reconhecimento, o que pode demorar um
pouco. A demanda é grande e eles têm poucos funcionários. Não há como
garantir”, pondera.
Os parlamentares terão que
fazer sua parte para não cantar vitória antes da hora e desmobilizar a
militância. O deputado federal Bibo Nunes (PSL-RS) admite que vai pedir
uma “incrementada” nos esforços dos voluntários. “Temos que continuar
nesse ritmo intenso. Muita gente acha que é fácil, mas não é tão
simples. Vamos conscientizar nosso pessoal que não dá para parar”,
destaca. Outro desafio, segundo ele, é exposição da imagem dos
pesselistas.
Há temor de que a exposição
excessiva dos parlamentares do PSL que trabalham pela criação do Aliança
possa ser interpretada como uma violação eleitoral. Por isso, Bibo diz
que conta com o apoio da militância nas redes sociais. “Não posso fazer
campanha aberta, porque corro o risco de infidelidade partidária, mas,
em fevereiro, teremos a definição de algumas expulsões. Pedimos para as
pessoas irem ao cartório e fazerem o reconhecimento. No Rio Grande do
Sul, em uma tarde, foram 315 apoiamentos”, comenta.
Correio Braziliense, ler MATÉRIA COMPLETA
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