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terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Risco de pandemia - Nas entrelinhas

São dois problemas: um é genético, como as bactérias, os coronavírus estão em permanente evolução; o outro, a escala demográfica da China, com quase 1,386 bilhão de habitantes”


Radicado em São Paulo, o médico chinês Peter Liu, em vídeos postados nas redes sociais, afirma que a China perdeu o controle sobre a epidemia do coronavírus. Atribuiu a informação a sua irmã, deputada estadual em Pequim, no mesmo dia em que a capital chinesa registrava a primeira morte devido à doença. Segundo ele, as autoridades da cidade de Wuhan falharam pela demora em fechar as fronteiras: “Quando decidiram fechar, já haviam saído 300 mil pessoas de Wuhan para o mundo, para a China inteira”, afirmou. “A minha irmã falou que na China todas as cidades estão infectadas, em todas as cidades têm pessoas que já têm o problema”, completou.
[Extremamente lamentável e preocupante a ainda incipiente epidemia do coronavírus na China. 
Primeiramente, lamentável e preocupante para a própria China, além do potencial risco para milhares, ou mesmo milhões, de vidas humanas, há o grande prejuízo que para a economia chinesa - apesar do grave inconveniente de ser comunista, a China caminha a passos largos para a liderança mundial;
Na sequência,  para os demais países do mundo, que além do elevado risco de morte de seres humanos, terão sérios problemas econômicos. 
A China já admite que ocorreu falha, atraso, no fechamento das fronteiras de Wuhan - o que, teoricamente, colocou 300.000 "bombas" humanas em circulação na China e no mundo.

Não podemos deixar de pensar se o coronavírus tivesse surgido no Brasil; 
a China, apesar da já reconhecida demora, conseguiu de forma célere fechar uma cidade com 7.500.000 de habitantes  e grande centro comercial e econômico;
também, suspendeu as comemorações do  Ano Novo chinês, as viagens internas e externas, mesmo assim, o risco foi reduzido, mas, permanece;


Imagine se o problema é no Brasil e fosse preciso suspender, vamos ousar supor, o carnaval. De imediato, protestos ocorreriam, verdadeira rebelião e partindo a decisão do Poder Executivo, haveria uma grita geral do demais Poderes, do MP e pedidos de liminares à Justiça Federal para suspender a medida preventiva e essencial para contar a peste.

Protestos seriam apresentados pelo Poder Legislativo, cogitando até mesmo do 'impeachment' presidencial, juízes concederiam liminares - muitas seriam referendadas por instâncias superiores - alegando que a suspensão feria a liberdade dos cidadãos brasileiros expressarem sua alegria.

Por tudo isso, apesar de lamentar e desejar que a epidemia seja contida, antes de se tornar  pandemia,  temos que reconhecer que é melhor para o mundo que seja na China - onde, apesar do comunismo, as autoridades possuem e podem exercer autoridade.
A China é um dos poucos países do mundo em condições de conter o coronavírus - da parte dos brasileiros e demais países do mundo, nos resta pedir a Deus para conter a peste e, concomitantemente, adotar medidas preventivas.]  

Ontem, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou como “elevado” o risco internacional de contaminação pelo novo coronavírus. Retificou a avaliação feita anteriormente pela própria instituição, que assumiu o “erro de formulação” ao apontar o risco como “moderado”. Até o começo da tarde, os dados oficiais apontavam 81 mortes e mais de 2,7 mil pacientes infectados. A epidemia de coronavírus na China gerou drásticas restrições ao transporte de pessoas e mercadorias, paralisia do turismo e queda do consumo,e já ameaça agravar a desaceleração da economia chinesa.

Pequim adotou medidas de confinamento sem precedentes: em plenas festividades do Ano Novo chinês, o governo suspendeu as viagens organizadas na China e para o exterior, um duro golpe para o turismo. Wuhan virou “cidade proibida”, embora seja um “hub logístico” e centro de produção de automóveis da província de Hubei. Nela está instalada a Dongfeng, segunda fabricante automotiva chinesa, que tem parcerias com as francesas Renault e PSA, com fábricas instaladas na região. Produz 1,7 milhão de veículos. O setor automotivo gera negócios de mais de 58 bilhões de dólares por ano.

Os coronavírus (CoV) são uma grande família viral, conhecidos desde meados dos anos 1960, que causam infecções respiratórias em seres humanos e em animais. Infecções por coronavírus causam doenças respiratórias leves e moderadas, semelhantes a um resfriado comum. Alguns coronavírus, porém, podem causar síndromes respiratórias graves, como a que ficou conhecida pela sigla SARS ( Severe Acute Respiratory Syndrome). SARS é causada pelo coronavírus associado à SARS (SARS-CoV), sendo os primeiros relatos na China em 2002.

Evolução
O SARS-CoV se disseminou rapidamente para mais de doze países na América do Norte, América do Sul, Europa e Asia, causando em torno de 800 mortes, antes da epidemia global de SARS ser controlada em 2003. Em 2012, foi isolado outro novo coronavírus, distinto daquele que causou a SARS, na Arábia Saudita e, posteriormente, em outros países do Oriente Médio, na Europa e na África. Por isso, a doença passou a ser designada como síndrome respiratória do Oriente Médio, cuja sigla é MERS (Middle East Respiratory Syndrome). Agora, surgiu outro coronavírus na China.


De acordo com as investigações em andamento, o novo coronavírus pode ter origem em serpentes ou morcegos, porém não existe consenso entre os cientistas sobre isso. Coronavírus diferentes podem sofrer mutações e se recombinar, dando origem a agentes inéditos. Pulando entre espécies animais (os hospedeiros), eles eventualmente chegam aos seres humanos. É um processo que tem semelhanças com o que acontece na gripe. Na gripe suína, um porco pegou o vírus de aves e, na recombinação de vírus diferentes dentro do animal, surgiu um H1N1 que conseguiu migrar para os seres humanos.

São dois problemas: um é genético, como as bactérias, os coronavírus estão em permanente evolução; o outro, a escala demográfica da China, com quase 1,386 bilhão de habitantes, o que faz de qualquer erro de planejamento econômico ou de políticas públicas uma tragédia nacional. O governo chinês corre contra o tempo para evitar que a epidemia se alastre ainda mais e se torne uma pandemia, mas o coronavírus já afeta os negócios e a imagem dos chineses. Enquanto tenta encontrar uma vacina eficaz, a China se fecha novamente para o mundo.

Um exemplo de como a escala da China pune o erro de forma dramática foi o Grande Salto para Frente (1958-1962), um programa de profundas reformas de Mao Tsé-tung, cujo objetivo era acelerar a marcha para o comunismo. As Comunas Populares reuniam cerca de 20 mil a 30 mil pessoas, criando uma unidade social, agrícola, industrial, administrativa, cultural, médica e militar. O resultado dessa estratégia, porém, foi a desorganização da economia e a fome em massa, que matou pelo menos 18 milhões de chineses. Alguns estudos, porém, sugerem que o número de mortos foi mais próximo de 55,6 milhões.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - Correio Braziliense  


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