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domingo, 29 de maio de 2016

Rombo de fundos de pensão de estatais chega a R$ 113 bi


Déficit de fundos de pensão de estatais avança e deverá exigir aportes dos participantes

O rombo acumulado dos quatro principais fundos de pensão de estatais Correios (Postalis), Petrobras (Petros), Caixa Econômica Federal (Funcef) e Banco do Brasil (Previ) deve ter ultrapassado R$ 113 bilhões em 2015. A conta considera números preliminares dos balanços anuais a serem divulgados nos próximos meses e dados dos conselhos fiscais das entidades. O rombo de R$ 113 bilhões é o déficit atuarial, ou seja, se o fundo fosse obrigado a pagar hoje todos os benefícios atuais e futuros, esse seria o tamanho da fatura. Com dados parciais das contas do ano passado, Postalis, Petros, Funcef e Previ registraram saldo negativo de R$ 46,6.

Parte da fatura começa a ser repassada aos participantes (ativos e aposentados) em março: no Postalis e na Funcef, com saldos negativos desde 2012, os planos de equacionamento do déficit estão em fase adiantada. Petros e Previ devem fechar uma proposta para cobrir os respectivos rombos, ao longo deste ano, e implementar as medidas a partir de 2017. A adoção de um plano para tapar os buracos dos fundos de pensão é uma exigência legal, que prevê aportes adicionais dos trabalhadores e das estatais patrocinadoras.
CPI INVESTIGA FUNDAÇÕES
No fim de 2015, o governo aprovou uma regra mais flexível para solucionar o déficit. Por ela, os resultados negativos poderão ser equacionados a longo prazo, de acordo com o fluxo de pagamento das aposentadorias e pensões. Assim, quanto mais aposentados, menor o tempo para o acerto das contas. A legislação anterior não permitia isso: apenas exigia uma solução depois de três anos seguidos de resultado negativo e em valor superior a 10% do patrimônio. Má gestão, investimentos arriscados e sem retorno, reflexo do aparelhamento das entidades com indicações políticas, e agravamento da crise na economia explicam o déficit crescente dos planos de benefícios.
As quatro entidades são investigadas pela CPI dos fundos de pensão da Câmara dos Deputados. A comissão, a segunda nos governos do PT para tratar da questão, foi criada a partir da Operação Lava-Jato, que levantou a suspeita de participação dos fundos de previdência das empresas públicas em desvio de recursos para favorecer partidos, causando prejuízo aos trabalhadores.
“SE A GENTE NÃO PAGAR, NÃO SE APOSENTA”
Alvo da CPI, do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, o Postalis acumulou déficit de R$ 5,7 bilhões em 2012, 2013, 2014 e 2015 (até novembro) — valor que deve subir na conclusão do balanço. Parte do rombo pode ser atribuída a aplicações mal sucedidas, como compra de papéis da dívida da Argentina e da Venezuela, que viraram pó, e de fundos de investimentos que geraram prejuízos milionários.
Na semana passada, a atual diretoria entrou com ação contra o banco responsável pela administração (Bank of New York Mellon), na tentativa de recuperar R$ 2,2 bilhões. Enquanto isso, o fundo está finalizando uma proposta de equacionamento para o rombo, que deve ser apresentada em março aos trabalhadores. Procurado, o BNY Mellon respondeu: “Embora não possamos comentar ações judiciais às quais não tivemos acesso, as reivindicações que temos visto até esta data não têm mérito e vamos continuar nos defendendo contra elas”.
Faltando 12 anos para se aposentar, o funcionário dos Correios Deuzimar Batista dos Santos tem dúvidas sobre o futuro. Com 25 anos de carreira, ele trabalha como motorista e entrega encomendas de Sedex em Brasília. Ganha R$ 2.500 por mês e desconta cerca de R$ 200 para o fundo de pensão. E foi informado que pode ser obrigado a desembolsar mais R$ 100 para ajudar a cobrir o déficit do fundo. Os diretores do Postalis são escolhidos pelos Correios. Assim, a empresa tem que arcar com o déficit — disse Santos. — Se a gente não pagar, não pode se aposentar. Também não há garantia de que os recursos serão bem administrados de agora em diante — reforçou o carteiro Luis Sandro Ribeiro, também funcionário dos Correios, com 22 anos de casa.
Na Funcef, o comando da entidade acabou de aprovar uma proposta para solucionar o déficit de R$ 5,1 bilhões de um dos quatro planos de benefícios, com resultado negativo desde 2012. Do total, R$ 1,9 bilhão começará a ser pago pelas partes em maio, num prazo de 17 anos. Considerando os demais planos, o rombo soma R$ 5,5 bilhões. A expectativa é que o balanço de 2015 tenha desequilíbrio adicional de R$ 7 bilhões. Após déficit acumulado de R$ 6,2 bilhões, em 2013 e 2014, a Petros deve repetir o desempenho ruim em 2015.
Até outubro, o rombo alcançou R$ 15,4 bilhões (R$ 9,2 bilhões a mais), segundo dados do conselho fiscal. Mesmo a Previ, após anos de resultados positivos, como lucro de R$ 12,4 bilhões em 2014, deve virar 2015 com déficit na casa dos R$ 13 bilhões. Até setembro, a perda era de R$ 572,8 milhões. Mas o rombo vai subir no resultado fechado do ano devido a uma reavaliação no valor dos ativos da entidade. No caso da Previ, com 52% dos ativos aplicados em renda variável, a conjuntura econômica é uma das principais razões para o déficit.
O fundo tem aplicações na Vale e na Petrobras, que perderam valor de mercado, diante da queda nas commodities. No caso da Petrobras, contaram também denúncias de corrupção. Além disso, a Previ tem participações em outras empresas, como Invepar, que passa por dificuldades financeiras. Endividada após assumir o aeroporto de Guarulhos, a situação da Invepar se agravou depois que um dos sócios, a construtora OAS, apareceu na Lava-Jato e pediu recuperação judicial.
“Essa conjuntura é difícil para todo o mercado e impacta os investimentos em geral, inclusive os fundos de pensão”, destacou em nota a Previ.
PERDAS COM INVEPAR E SETE BRASIL
Petros e Funcef também contabilizam perdas com investimentos em renda variável, além de outras dificuldades, como compra de participação da Sete Brasil. Eles investiram quase R$ 1,4 bilhão cada um na empresa, sem perspectiva de retorno no momento. Os dois fundos também detêm participação na Invepar.
Segundo conselheiros da Petros, o resultado também deve ser prejudicado pela situação da Invepar, pois o valor da empresa caiu de R$ 2,8 bilhões em 2014 para R$ 2,2 bilhões no ano passado. O impacto negativo no balanço do fundo deve ficar em torno de R$ 600 milhões. A Petros também contabiliza perdas por investimentos mais antigos, como na Lupatech (do setor de petróleo) e no grupo Galileo. A Associação Nacional dos Participantes dos Fundos de Pensão (Anappar) informou em nota que, com exceção do Postalis, os déficits nos outros fundos são resultado da conjuntura econômica ou fazem parte do risco do negócio.
No texto, porém, a Anappar alerta para perdas reais nos ativos: “Até onde pudemos avaliar por meio dos balanços e relatórios de investimentos, as perdas de rentabilidade são causadas pela conjuntura adversa. Entretanto, a continuar nesta conjuntura adversa por muito tempo, corremos o risco de termos perdas reais nos ativos dos planos. É hora de muito cuidado e prudência na gestão dos planos”.
“NÃO HÁ DÚVIDA QUE HOUVE MÁ GESTÃO”
Documento apresentado pelo Fórum Independente em Defesa dos Fundos de Pensão à CPI dos fundos de pensão em dezembro mostra que as entidades patrocinadas por empresas privadas registraram lucro em 2014, enquanto o déficit nos fundos das estatais só cresceu. Para o colegiado, a elevada participação dos fundos das empresas públicas em investimentos de maior risco ajuda a explicar o desempenho ruim dessas entidades.
No Postalis, a proporção dos investimentos nesses projetos alcança 18,63%; na Funcef, 10,84%; na Petros é de 6,14% e na Previ, 0,7%. Já entre as entidades que mais lucraram em 2014, como o Sistel, por exemplo, essa distribuição é de 0,46%; na Fundação Itaú- Unibanco, é de 0,02% e na Valia, 3,9%. Relator da CPI, o deputado Sérgio Souza (PMDB-PR), disse que os depoimentos à CPI reforçam os indícios de irregularidades na gestão dos recursos dos fundos de pensão.
Ele disse que a comissão encerra o trabalho em março e enviará relatório às autoridades para que sejam apuradas responsabilidades na esfera criminal. Segundo Souza, várias pessoas serão indiciadas: — Não temos dúvida que houve má gestão dos recursos, ingerência política e a corrupção está nos fundos de pensão.

 

sexta-feira, 25 de março de 2016

Nova frente

Na Petrobras o Conselho de Administração pediu investigações sobre um elenco de decisões de sindicalistas responsáveis pela área de Recursos Humanos

As investigações em Curitiba avançam em uma nova frente, a do sindicalismo. Desde o início deste ano, duas dúzias de dirigentes sindicais dos setores químico, petroleiro e bancário passaram ao centro de inquéritos sobre corrupção na Petrobras e outras estatais.
Trata-se do lado até agora pouco visível da metamorfose de parte dos movimentos sindicais e sociais mais atuantes desde os anos 60 em grupamentos de agitação e propaganda alinhados ao Partido dos Trabalhadores.

Essa transformação foi possível graças à concepção corporativa da política disseminada na era Lula, num flerte com a alternativa da democracia direta. Parecia paradoxal, porque a premissa dessa forma de organização tende a resultar em governantes autômatos. Lula, no entanto, manipulou-a com astúcia. Metabolizou entidades e movimentos organizados. Viraram instrumentos.

A cooptação não se restringiu à vertente sindical trabalhista. Alcançou a Fiesp. O empresário Paulo Skaf, que encobriu com o manto do impeachment a exótica sede piramidal da Avenida Paulista, elegeu-se presidente da Fiesp em 2004 com auxílio de Lula, José Alencar e José Dirceu, em manobra conduzida por Aloizio Mercadante.  Fiel, continuou a burocracia sindical trabalhista, imobilizada em atividades remuneradas pelos cofres públicos. Ela mudou o foco do ativismo, concentrando-se na luta permanente pela impugnação das iniciativas de adversários do partido e do governo. Hoje, sobram porta-bandeiras em defesa de Lula, Dilma e também das empresas processadas por corrupção na Petrobras e em outras estatais. Só não se percebem evidências de preocupação com a origem, os métodos e as perdas resultantes dessa combinação de interesses cleptocratas.

Os efeitos se espraiam, por exemplo, nas estranhas transações decisivas para os déficits da Petrobras (R$ 34,5 bilhões em 2015) e dos fundos de pensão das estatais (Previ, Funcef, Petros e Postalis devem somar R$ 70 bilhões).

A conta vai subir. Na Petrobras, revelou a repórter Cláudia Schuffner, o Conselho de Administração pediu investigações sobre um elenco de decisões de sindicalistas responsáveis pela área de Recursos Humanos, com potencial de novas e bilionárias perdas para a companhia. Em oito anos, esses burocratas sindicais aumentaram em 2.300% o passivo trabalhista da estatal. Passou de R$ 500 milhões para R$ 12,3 bilhões entre 2006 e 2014. É o dobro das perdas com corrupção registradas pela empresa.

Os delitos estão sendo mapeados. Calcula-se que o custo de algumas cláusulas dos acordos feitos com entidades como a federação dos petroleiros contribua para ampliar em R$ 40 bilhões, no médio prazo, o estoque de dívidas trabalhistas da empresa. No papel de gestores, os burocratas sindicais inflaram os próprios ganhos (média de R$ 40 mil mensais). Entre outras coisas, permitiram-se adicionais equivalentes aos de periculosidade e de expediente noturno pagos aos “peões” das refinarias e das plataformas marítimas. Alguns lucraram em dobro: estenderam à faina noturna, em gabinetes confortáveis e refrigerados da sede na Avenida Chile, a intermediação (remunerada) de interesses de fornecedores privados em negócios com a companhia estatal.

José Casado, O Globo




quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

A conta do aparelhamento de fundos de pensão

Lideranças petistas começaram a avançar sobre entidades no início da década de 90, para usá-las no que viria a ser o projeto lulopetista de poder. 

Não tem dado certo

Grandes investidores institucionais no mercado financeiro e também com participação direta em empresas, os fundos de pensão de empresas estatais têm uma história antiga. O maior e mais tradicional, o Previ, surgiu em 1904 como Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil. Outros, menos longevos, como Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica) são da década de 70, mas têm, mesmo isoladamente, elevado calibre financeiro. Somados, constituem uma forte musculatura no mundo dos altos negócios.

Reportagens do GLOBO, publicadas domingo e segunda, relatam como o PT teve esta percepção e, por meio do seu braço sindical, a CUT, idealizou e executou, a partir do início da década de 90, um plano de ocupar fundos de estatais, para usá-los como instrumento de governo. A iniciativa partiu do então presidente do Sindicato dos bancários de São Paulo, Luiz Gushiken, já falecido, à época futuro ministro da Secretaria de Comunicações de Lula. Nenhuma novidade nisso, porque o tucano Fernando Henrique Cardoso mobilizaria fundos de pensão no programa de privatizações do seu governo. Mas, sob Lula, aconteceu algo bem mais amplo: um enraizado e abrangente aparelhamento dos principais fundos, em que, de resto, a CUT já dava as cartas.

Resultado disso é que se somam aos prejuízos derivados da conjuntura de crise aqueles causados por operações temerárias influenciadas por interesses políticos e ideológicos do PT e aliados, além de perdas provocadas por malfeitos.  Um negócio emblemático, símbolo de gestão temerária, inspirado em atos de vontade sem pé na vida real, é a Sete Brasil, criada em 2011 pela Petrobras, bancos privados (Bradesco, BTG, Santander), além do fundo de investimentos do FGTS, de Previ, Petros e Funcef. Estimularia estaleiros a montar plataformas no Brasil, e as compraria para alugá-las à Petrobras. Um programa típico do “Brasil Grande” da ditadura. Não deu certo. Ainda não se sabe quanto do prejuízo caberá aos fundos. Esta é uma operação que só se viabilizaria com o aparelhamento dos fundos, sem falar no BNDES.

Há pelo menos uma grande intercessão entre fundos e esquemas do caixa dois petista, ainda a ser conhecida à medida que avancem as investigações da Lava-Jato. Eles também aparecem na famigerada cooperativa habitacional Bancoop, dos bancários de São Paulo, fundada quando o agora ministro Ricardo Berzoini presidia o sindicato, e também por João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, preso em Curitiba.

Em agosto do ano passado, o conjunto de Petros, Funcef e Postalis (Correios) acumulava um déficit de R$ 29,6 bilhões. Parte terá de ser coberta por aumento da contribuição dos associados. Outra parcela será empurrada para empresas “mantenedoras”, um rombo que no final baterá no Tesouro. E assim os contribuintes em alguma medida pagarão pela aventura, iniciada na década de 90, de tomada de assalto de fundos pelo PT.


Fonte: Editorial - O Globo



domingo, 21 de fevereiro de 2016

Postalis, Funcef, Petro,s Previ e outros fundos de pensão estão falidos devido o aparelhamento - governo colocou FUNDOS DE PENSÃO sob administração de MILITONTOS petralhas

Aparelhamento de fundos de pensão afeta 500 mil aposentados

Déficit na Petros (da Petrobras), Funcef (Caixa) e Postalis (Correios) é de R$ 29,6 bilhões

De segunda a sexta, é tudo sempre igual. Sai de casa cedo, no Jardim América, Zona Norte, viaja uma hora até o Centro do Rio e passa o dia à espera de um serviço de despachante no entorno da sede da Petrobras, onde trabalhou um terço da vida. Deixou a estatal, em 1993, levando um plano de previdência anunciado na empresa como a garantia de um “futuro mais tranquilo”. (Infografico: déficit dos fundos de pensão das estatais)
 Aos 71 anos, Livaldo Pereira de Souza é um aposentado preocupado com o seu futuro e o de outras 150 mil pessoas que, como ele, apostaram no fundo de previdência da Petrobras: — Não é possível que a Petros possa estar em situação difícil — hesita. — Quando mais vou precisar, ela não poderá pagar minha pensão? Como um fundo como a Petros, que tinha um dos maiores patrimônios depois da Previ (Banco do Brasil), pode estar em situação difícil? Isso só pode ser má gestão dos dirigentes, que sempre foram nomeados por indicação do governo federal.
[O Previ também está deficitário - apenas estão conseguindo, ainda, esconder a real situação. Mas logo estoura.]
Aflição similar há um ano consome o cotidiano em Brasília de Maria do Socorro Ramalho, de 56 anos. Ex-funcionária da Caixa Econômica Federal, ela começou a ouvir rumores sobre uma crise no fundo de previdência Funcef. O boato virou realidade numa segunda-feira, 13 de abril, quando ouviu o presidente da Funcef Carlos Alberto Caser confirmar o déficit:  — Foi chocante, porque eles viviam falando que estava tudo bem.

Maika, como prefere ser chamada, soube de uma mobilização dos sócios do fundo dos Correios. Aposentados da Funcef e do Postalis foram ao Congresso pedir ajuda para obter informações sobre a situação das contas. Ela descobriu que a situação no Postalis é bem pior que na Funcef. Em quatro meses de ativismo, ela percebeu também como é a elevada sensibilidade do Legislativo às pressões do funcionalismo: a Câmara abriu uma CPI dos Fundos de Pensão e o Senado já tem outra na fila.

Sobram motivos. Um deles é o tamanho do déficit na Petros (da Petrobras), Funcef (Caixa) e Postalis (Correios): R$ 29,6 bilhões, pela última medição governamental, em agosto do ano passado.  Outra razão é a velocidade em que o rombo aumenta: média de R$ 3,7 bilhões ao mês, até agosto. Nesse ritmo, os balanços de 2015 de Petros, Funcef e Postalis, cuja divulgação está prevista para abril, devem fechar com perdas de R$ 44,4 bilhões um valor sete vezes maior que as perdas reconhecidas pela Petrobras com corrupção.

O pagamento dessa fatura será dividido ao meio entre associados de Petros, Funcef e Postalis e as estatais patrocinadoras ou seja, pela sociedade, porque as empresas são controladas pelo Tesouro Nacional. No Ministério da Previdência e na CPI, considera-se provável que os 500 mil sócios dos três fundos atravessem as próximas duas décadas com reduções nos rendimentos. De até 26% no caso do Postalis.
— Roubaram meu dinheiro — desabafa Jackson Mendes, aposentado com 42 anos de trabalho nos Correios.

Professor de Matemática, Mendes integra o grupo que levou a Câmara a instalar a CPI. Ele se diz convicto: — Fizeram investimentos mal explicados e o dinheiro virou pó.

A maioria dos responsáveis pelos déficits das fundações públicas tem em comum a origem no ativismo sindical. Nos últimos 12 anos, os principais gestores dos fundos de Petrobras, Banco do Brasil, Caixa e Correios saíram das fileiras do Sindicato dos Bancários de São Paulo.


É uma característica dos governos Lula e Dilma, e as razões têm mais a ver com perspectivas de poder e negócios do que com ideologias.  Os sindicalistas-gestores agem como força-tarefa alinhada ao governo. Compõem uma casta emergente na burocracia do PT. Agregam interesses pela capacidade de influir no acesso de grandes empresas ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), fonte principal de recursos subsidiados do BNDES. Onde não têm hegemonia, por efeito do loteamento administrativo, convivem em tensão permanente com indicados pelo PMDB e outros partidos, caso do Postalis.

O uso dos fundos de pensão estatais como instrumento de governo é um traço peculiar do modo de organização política brasileira. Moldadas no regime militar, as 89 fundações públicas existentes dispõem de uma reserva de investimentos (R$ 450 bilhões no ano passado) que seduz governantes: permite-lhes vislumbrar a possibilidade de induzir iniciativas econômicas, por meio da participação dos fundos na estrutura de propriedade das empresas envolvidas. Petros, Previ, Funcef e Postalis, por exemplo, concentram dois terços do patrimônio dos fundos públicos.

Essas entidades paraestatais cresceram nas privatizações iniciadas por Fernando Collor e Itamar Franco. Com Fernando Henrique Cardoso, passaram ao centro das mudanças na mineração (Vale) e nas comunicações (Telefônicas).  Quando chegou ao Planalto, em 2003, Lula estava decidido a ampliar esse canal de influência sobre o setor privado, pela via da multiplicação da presença dos fundos de pensão estatais e do BNDES no quadro societário das empresas.

Havia um projeto, desenhado desde os primórdios do PT e da Central Única dos Trabalhadores, por iniciativa de Luiz Gushiken, então presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo.  Tipo incomum, ascendera à liderança sindical convocando greves a bordo de terno e gravata. Trocou a militância no comunismo trotskista pela composição com Lula, líder dos metalúrgicos, a partir de uma conversa de botequim. Ajudou a escrever o primeiro estatuto, presidiu o PT, elegeu-se deputado federal três vezes e se tornou um dos mais influentes assessores de Lula.

Foram os negócios nada ortodoxos entre fundos estatais e empresas privadas durante o governo Collor, em 1991, que levaram Gushiken e dois diretores do sindicato paulistano, Ricardo Berzoini e Sérgio Rosa, a abrir o debate dentro do PT sobre o potencial político dos fundos de pensão — até então percebidos como meros instrumentos governamentais de cooptação de sindicalistas.  No ano seguinte, a cúpula político-sindical do PT elegeu bancários para diretorias da Previ e da Funcef, derrotando a velha guarda da Confederação dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito.

O grupo avançou com a eleição de Berzoini à presidência do sindicato paulistano, com Sérgio Rosa e João Vaccari Neto na diretoria. [João Vaccari Neto, petista, ex-tesoureiro do PT, foi condenado na Operação Lava Jato, está preso e deve permanecer por alguns anos.
João Vaccari também armou a falência da Bancoop que ferrou uma porção de bancários que almejavam a casa própria.
Lacaio do Lula, fez de tudo para que o apedeuta recebesse o famoso triplex do Guarujá.] Meses depois, esse trio teve a ideia de entrar no ramo imobiliário com apoio financeiro dos fundos de previdência: nascia a Bancoop, cooperativa habitacional, hoje alvo de múltiplos processos por suposto desvio de dinheiro para campanhas do PT e calote em mais de dois mil clientes.

Gushiken decidiu não disputar o quarto mandato de deputado federal pelo PT, em 1998. Berzoini ficou com a vaga. Elegeu-se, mas fez questão de continuar na direção da Bancoop até a campanha presidencial de Lula, em 2002.  Na sede da CUT, Gushiken instalou um curso para formação de sindicalistas em Previdência Complementar. Sinalizava o rumo nas apostilas: “No Brasil, o fundo de pensão como fonte de poder ou como potente agente de negociação nunca foi objeto de discussão nos sindicatos (...) Existe a possibilidade, não remota, de que este monumental volume de recursos, oriundos do sacrifício de milhões de trabalhadores, venha a se transformar num gigantesco pesadelo para estes mesmos trabalhadores”.

O grupo testou o potencial de um fundo estatal na campanha presidencial de 2002. Sérgio Rosa estava na diretoria de Participações da Previ, onde decidem-se os investimentos. Numa quinta-feira, 9 de maio, ele despachou cartas a uma centena de conselheiros do fundo em empresas privadas. Pediu informações sobre como a disputa política “está sendo abordada na empresa em que nos representa” e “qual o posicionamento” das companhias privadas quanto à “participação efetiva no processo”.
Naquele ano eleitoral, as aplicações da Previ no mercado de ações foram quadruplicadas. Adversários sindicais, como Magno de Mello e Valmir Camilo, relacionaram as aplicações da Previ com doações de empresas privadas para Lula e 254 candidatos do PT em todo o país.



Eleito, Lula deu à burocracia sindical 11 dos 33 ministérios e partilhou diretorias na Petrobras, Banco do Brasil, Caixa e Correios com PMDB e PTB, entre outros integrantes da “maior base parlamentar do Ocidente”, como definia o ministro da Casa Civil, José Dirceu.

Gushiken ficou com a Secretaria de Comunicação; Berzoini foi para o Ministério da Previdência; e Vaccari assumiu o sindicato em São Paulo. Eles definiram com Lula o comando dos maiores fundos de pensão estatais a partir do núcleo do sindicalismo bancário. 

Assim, Sérgio Rosa ganhou a presidência da Previ, Wagner Pinheiro ficou com a Petros e Guilherme Lacerda foi para a Funcef. Ao PMDB reservaram o menor, Postalis.

Na Previdência, Berzoini fechou o circuito com a nomeação de um ex-conselheiro fiscal da Bancoop, Carlos Gabas, para a secretaria-executiva do ministério, que controla o órgão de fiscalização dos fundos de pensão, a Previc. Passaram os anos seguintes testando na prática o projeto que haviam imaginado na década de 80. Os bons companheiros estavam no poder.

Fonte: O Globo
 

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Contribuinte pagará parte do rombo dos fundos de pensão

O déficit dos fundos de pensão de estatais está crescendo e vai pesar no bolso do contribuinte. Previ, do BB; Petros, da Petrobras; Funcef, da Caixa; e Postalis, dos Correios, acumulam um rombo de R$ 46 bi. 

O GLOBO traz dados muito relevantes sobre o assunto, levantados pela repórter Geralda Doca. A culpa dessa situação é do governo. É preciso ter em mente que uma parte dessa conta será paga por nós, contribuintes. A outra será paga pelos trabalhadores, os participantes dos fundos.

É o que acontece quando são registrados rombos por anos seguidos. As empresas patrocinadoras, as estatais, terão que colocar mais dinheiro nos fundos de pensão. São recursos que sairão, por exemplo, da Petrobras, nesse momento difícil da empresa. Lá atrás, em décadas passadas, o patrimônio das fundações ligadas a estatais foi construído com grandes transferências dos governos. Houve épocas em que o Tesouro colocava até 17 vezes mais que os trabalhadores. Chegou ao ponto em que as fundações eram maiores do que as empresas patrocinadoras. Lutamos muito para que houvesse transparência nos fundos de pensão. Nos últimos anos os trabalhadores passaram a contribuir mais.

Alguns aspectos do déficit são conjunturais. A Previ, por exemplo, tem 52% dos ativos aplicados em renda variável. As ações, embora tenham caído muito nos últimos anos, podem se recuperar. O problema foi a aplicação em negócios de alto risco. Todos viram como o governo usou os fundos de pensão. Juntava empreiteiras interessadas em um negócio e colocava os recursos dos fundos. Foi assim em empreendimentos elétricos e na Sete Brasil, por exemplo, aplicações de retorno duvidoso.

O governo usou e abusou. Tanto é que, como destaca a matéria de Geralda Doca, os fundos de pensão de empresas privadas deram resultado positivo. As fundações ligadas às estatais foram usadas como braços do governo. Elas são investidoras de longo prazo. É natural terem um horizonte de aplicação diferente, mais longo, de acordo com os compromissos atuariais. A questão é que o governo as empurrou para negócios ruins. As direções dos fundos foram aparelhadas, com a indicação de aliados políticos. Houve operações inexplicáveis. O Postalis, por exemplo, comprou títulos de dívida da Argentina e da Venezuela. Jogou dinheiro fora. Essa interferência indevida do governo tem um custo alto. Os prejuízos serão pagos pelos participantes e por nós, contribuintes, que não temos nada a ver com isso. 
[nada contra os beneficiários dos Fundos, mas, vale um esclarecimento e assim evitar que os contribuintes que nada tem a ver com os tais fundos, fiquem chateados: apesar de nós contribuintes, que nada temos a ver com os tais fundos, sermos forçados a pagar parte do rombo, os beneficiários não vão sair na vantagem;
Vejam:

- são também contribuintes e serão onerados da mesma forma que os demais contribuintes;
-  haverá uma redução no valor das aposentadorias e pensões que vão receber, tendo em conta que os fundos perderam fontes de renda e o 'bolo' a ser repartido, para aposentadorias e pensões,  será menor.
O prejuízo foi geral e ninguém está ou será preso.]

Fonte: Blog da Míriam Leitão
 

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Rombo de fundo de pensão da Petrobras vai a R$ 10 bi - Rombo total dos Fundos de Pensão é de no mínimo R$ 160 bilhões!

O deficit do Petros superou a marca de R$10 BI

O Petros tem 24 mil contribuintes e 55 mil aposentados que terão que fazer contribuições extras para cobres o rombo monstruoso

Mais um fundo que se junto ao Postalis, Funcef, Previ  e outros destruídos pela má administração fruto do aparelhamento petista.

Rombo total dos Fundos de Pensão é de no mínimo R$ 160 bilhões!

Há muita demanda de questionamento sobre situação dos Fundos de Pensão das estatais. Não sou especialista no assunto de previdência. Não entendo de cálculos autoriais sobre contribuições e benefícios da previdenciários. No entanto, entendo razoavelmente sobre investimentos. Então, o assunto de hoje, vou me enveredar apenas sobre esta ótica.

Com o estouro da ladroagem na Petrobras revelado pela Operação Lava Jato, o interesse dos leitores sobre a situação patrimonial dos Fundos de Pensão aumentou significativamente. No entanto, a imprensa não veicula sobre os prejuízos dos Fundos de Pensão. Até entendo o motivo de não fazê-la por falta de transparência dos Fundos. Os próprios Fundos de Pensão não divulgam claramente os portfólios de seus investimentos.

Não há disponibilidade de informações nos  sites dos Fundos de Pensão sobre os detalhes dos investimentos que respaldam os benefícios futuros dos pensionistas. Quando são disponibilizadas, os dados são de 2013 ou parcial de 2014, apesar de já estarmos no mês de março de 2015. Muitos Fundos, simplesmente, não apresentam os detalhes dos investimentos realizados, nem tão pouco a situação patrimonial real de cada ativo.

Entre não apresentar nenhuma opinião sobre o tema e apresentar um resumo com margem de erro favorável para os Fundos, estarei bastante confortável em apresentar as minhas análises. Para minha análise, vou tomar como o valor de investimentos dos Fundos de Pensão como sendo R$ 400 bilhões. Isto é uma estimativa baseado em pesquisas, por baixo. Claro, que este valor é muito superior a isto. Para evitar críticas sobre minha análise vou tomar este valor como referência que seria favoráveis para os administradores dos Fundos.

Uma parte deste ativo é composto de aplicações em Letras do Tesouro Nacional. Uma outra parte é aplicado em ações de empresas estatais como Petrobras, Eletrobras, BB e outros. Uma parte é aplicados em imóveis que rendem alugueis. Bem esta parte está garantido. Não tenho receio de dizer que dos R$ 400 bilhões de investimentos pelo menos R$ 200 bilhões são aplicados em títulos que fazem parte do risco sistemas Petrobras/ BNDES, cuja soma já estimei em R$ 1,3 trilhão.

Acontece que os ativos expostos aos riscos Petrobras/ BNDES, sobretudo após a exposição da Operação Lava Jato, estão sendo negociados no mercado financeiro internacional com deságio (desconto) de 80% ou seja cada ativos da Petrobras e de suas empreiteiras estão valendo 20% do que poderia valer. Mesmo deságio acontece com os títulos ou bônus das empreiteiras que tem financiamentos no BNDES. Os Fundos carregam cerca de R$ 200 bilhões destes ativos podres. 

Vamos exemplificar o significado do deságio e as consequências deste. Por exemplo os bônus de dívida da Sete Brasil fornecedora de plataformas da Petrobras, valem no mercado 20% do valor devido. Lembrando que a empresa Sete Brasil e constituído pela Petrobras e Fundos de Pensão das estatais. Esta empresa é considerada no mercado de pré-insolvência. À rigor estes títulos não teria valor nenhum.

O Estadão de ontem, noticiou que o Banco do Brasil vai fazer empréstimo para Sete Brasil no montante de R$ 8,8 bilhões. De acordo com a análise feito acima, este empréstimo do Banco do Brasil, no dia seguinte ao da transferência desse dinheirama toda para a Sete Brasil os R$ 8,8 bilhões, estará valendo R$ 1,67 bilhão. É dinheiro jogado fora, na prática. Mesmo assim, a tendência da Sete Brasil cujos donos são os Fundos de Pensão, deverá receber o aporte de financiamentos do Banco do Brasil. 

No imbróglio resultante da Operação Lava Jato, os Fundos de Pensão com ativos expostos ao risco está em R$ 200 bilhões, com certeza o prejuízo é de 80% deste ou seja R$ 160 bilhões. Como não sou especialista em previdência, não saberia auferir o efeito deste prejuízo nos benefícios dos seus associados. Certamente, haverá reflexo nos cálculos autoriais de pensão e benefícios.

Os contribuintes e beneficiários dos Fundos de Pensão das estatais que corram atrás dos administradores destes para avaliar a situação real do patrimônio que garante, em tese, os benefícios futuros. Esta matéria, esclareceu situação patrimonial dos Fundos de Pensão das estatais, usando hipóteses otimistas.

O rombo dos Fundos de Pensão é de no mínimo R$ 160 bilhões! Grosso modo, 40% do total de investimentos.

Por: Ossami Sakamori -
@SakaSakamori

 

 

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Qual será a próxima Eletrobras?



No início de abril, publiquei um texto em meu antigo blog sobre a probabilidade de haver outras “Petrobras” corruptas neste governo. Três meses depois, meu palpite se mostra correto, infelizmente: a Eletrobras é uma delas.

A edição de “Veja” desta semana traz reportagem de Daniel Pereira, Robson Bonin, Adriano Ceolin e Mariana Barros sobre propina cobrada por Valter Luiz Cardeal, diretor da Eletrobras, para empresas que participaram da construção da Usina de Angra 3. A informação foi revelada pelo empreiteiro Ricardo Pessoa em delação premiada para o Ministério Público Federal.

Não é injusto imaginar que haverá, ainda, outras empresas estatais e órgãos governamentais envolvidos em escândalos de corrupção nestee em outros governos. Como saber onde está o próximo escândalo? Cinco pistas podem ajudar.
São elas: 
 I) grande relevância econômica da empresa);
 II) muito dinheiro para investimentos (que significam contratações de empreiteiras e outras empresas que vivem de grana pública);  
III) pouco controle interno, com governança corporativa ineficaz; 
IV) pouco controle externo – ou seja, sem o incômodo de prestar contas para os cidadãos; V) ser pública para receber dinheiro de impostos, mas privada quando se trata de transparência com relação aos recursos públicos que utiliza  (isso só vale para as estatais).

Os melhores exemplos, até agora, são Petrobras e Eletrobras. Fiquemos de olho no BNDES, Banco do Brasil, Itaipu e Caixa Econômica Federal – que também têm todas (ou quase) essas características. [está sendo esquecido a estatal Correios;
e, mais grave é que os Fundos de Pensão estão sendo alvos da ganância da corja lulo-petista-dilmista.
 
Já esqueceram o rombo de R$ 5,6 BI do Postalis?  Fundo de pensão dos Correios com um rombo que para ser coberto precisa que  cada funcionário contribua com 25% do salário, ou aposentadoria, por 15 anos – o mais grave é que estão tentando jogar a conta para o Tesouro, o que significa que nós contribuintes vamos pagar as aposentadorias dos funcionários dos Correios.

O Petros, Fundo de Pensão da Petrobras apresenta déficit a ser coberto com aumento compulsório nas contribuições dos empregados da estatal – na ativa e aposentados.
Entre os fundos que apresentam déficits elevados frutos de investimentos malfeitos pela petralhada e também apropriação indébita de recursosse destacam:
- Previ – Banco do Brasil;
- Funcef – Caixa Economica Federal
- Eletros – Fundo de Pensão da Eletrobrás
- Centrus – Fundo de Pensão do Banco Central
- Fapes – Fundo de Pensão do BNDES, que cobra R$ 3,6 BI  de contribuições adicionais e sabemos que quando o governo é cobrado a conta vem sempre para o contribuinte
A roubalheira é geral. Parte da GANG ataca a própria estatal e outro ramo os fundos de pensão.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Lula preso terá o tratamento dado aos presos analfabetos

Dilma finge que aceita críticas pesadas de Lula - cada vez mais com medo de acabar preso na Lava Jato

A confirmação de que o tesoureiro petista João Vaccari Neto ficará preso até seu julgamento, e a confirmação de Paulo Roberto Costa sobre o pagamento de propinas pela Odebrecht para conquistar contratos na Petrobras alimentaram a tensão sobre um desfecho desfavorável a Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato. O risco de ter um pedido de prisão decretado pelo Juiz Sérgio Moro é concreto e objetivo.

Ao também ratificar que Antônio Palocci pediu dinheiro para a campanha de Dilma, Paulinho (como Lula o tratava intimamente antes de estourar o escândalo) agrava a situação já periclitante da cúpula petista no mega esquema de corrupção na Petrobras - que deve ter similares em outras estatais. [sem nenhuma dúvida existe: ELETROLÃO - PT; CAIXÃO - PT sobre este está sendo investigada a criação de uma empresa como forma de dispensar a Caixa de realizar licitações); BRASILZÃO - PT; BANDESÃO - PT. Além de tudo, os fundos de pensão das estatais estão na mesma situação do Postalis (empregados dos Correios vão ter que contribuir com 25% do salário por 15 anos ou não se aposentam. ATENÇÃO: se esta conta não for paga pelos empregados dos Correios será, sem escapatória,  paga pelo Tesouro = NÓS = CONTRIBUINTES); o Funcef - Fundo de Pensão da Caixa - também está enrolado.]  Tudo deve piorar quando Henrique Pizzolato voltar extraditado ao Brasil, com alto risco de revelar novidades sobre os desdobramentos ocultos do Mensalão (um crime que não terminou, segundo provou o Petrolão).

Enquanto os petistas se borram, parece que, ao menos no jogo de cena da política, Dilma Rousseff entubou a crítica de Luiz Inácio Lula da Silva, o "comentarista do abismo" que proclamou que ele, o PT e o governo Dilma estão no "volume morto". Dilma minimizou ontem, para a imprensa, os ataques de Lula: "Todo mundo tem o direito de criticar, mais ainda o presidente Lula, que é muito criticado por vocês".

Mas o líder do (des)governo na Câmara dos Deputados pensa diferente. O deputado federal José Guimarães, [capitão cueca] irmão do José Genoíno, ficou pt da vida com as recentes broncas de Lula. Advertindo que falava como petista, e não como líder (dá para diferenciar?), Guimarães lascou a peixeira cearense no companheiro $talinácio: "O Lula tem todo o direito de criticar o que ele quiser, ele é ex-presidente da República, não me estresso com essas coisas. Só posso dizer que a perspectiva do PT no Nordeste é muito boa. Quem fica apregoando essa história do PT está no fundo do poço, está no volume morto ou coisa que o valha... Vamos esperar as eleições. Já vi tantas previsões feitas e não realizadas, vamos aguardar 2016".

José Guimarães indicou o que pode salvar o governo Dilma e o PT: "Quem ganha a eleição é economia, é bolso, não é nada de outra coisa. Se a economia retoma o processo de crescimento em 2016, não tenho a menor dúvida que vamos sair bem. Tem muita água para rolar ainda, muita coisa a ser feita". Quem mais bem avacalhou a suposta brinca interna dentro do PT, gerada por Lula, foi o vice-líder do PSDB na Câmara. O deputado federal Nilson Leitão ironizou a jogada do grande chefão da Petelândia: "O PT é o próprio presidente. Se o Lula mudasse de nome ele se chamaria PT. Agora, deu PT no Lula. Esse é o problema. E agora querem fazer essa mudança".
O Alerta Total repete por 13 x 13 para dar sorte: os recentes "sincerícídios" de Luiz Inácio Lula da Silva têm três evidentes intenções. A clara motivação estratégica é reconstruir o PT, de repente até mudando o nome do partido que desmoralizou a honradez, de olho no médio e longo prazos. Já o objetivo tático, nada fácil, é teatralizar uma autocrítica que permita a Lula se descolar do fracasso de Dilma, para uma tentativa de disputar a sucessão de 2018, ainda muito distante. Uma terceira jogada, não declarada, consiste em sensibilizar a militância para a guerra que pode ser gerada com uma eventual queda da Presidenta ou com uma nada improvável prisão do próprio Lula pela Lava Jato.
Fonte: Blog Alerta Total - Jorge Serrão