Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Ministros deram a entender que futuro de
ex-presidente não é tão cinzento
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai
ficar preso? A pena dele pode diminuir? Ele pode ser candidato? Essas e outras
questões pairam no ar. Viraram gancho para iniciar uma conversa no elevador –
e, dependendo dos interlocutores, começar um bate-boca. Empenhados em responder
essas dúvidas que assolam a imprensa e a população em geral, dois ministros do Supremo Tribunal
Federal (STF) deram declarações públicas nesta terça-feira. À
primeira vista, eles dão a entender que o futuro de Lula não é tão cinzento no
Judiciário. Mas a realidade é outra.
A
jornalistas em São Paulo, Gilmar Mendes disse que a pena de 12 anos e um mês
imposta ao petista pode ser reduzida em recurso ao STF. Ele lembrou que, na
mais alta corte do país, há divergências sobre a interpretação do crime de
corrupção passiva e lavagem de dinheiro. De acordo com um grupo de ministros –
Gilmar, inclusive -, há casos em que o réu já recebe o dinheiro “lavado”. Ou
seja, cometeu somente a corrupção ao receber propina, mas não fez esforço para
escamotear a origem dos recursos.
Verdade.
Em 2014, quando o STF julgou embargos infringentes de réus do mensalão, o
ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT) foi beneficiado por essa tese.
Ele livrou-se da condenação por lavagem de dinheiro, mas cumpriu pena por
outros crimes. Em tese, o mesmo pode acontecer com Lula: livrar-se da pena de 3
anos e 9 meses por lavagem e cumprir 8 anos e 4 meses por corrupção. Ainda
assim, ficaria em regime fechado.
Mas isso
não é para agora. Lula foi condenado pela primeira instância e teve a
condenação confirmada pela segunda instância. Agora, a defesa pode questionar a
condenação e a pena ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Somente depois disso
o caso chegaria ao STF. Não há como prever quanto tempo isso levaria – mas,
pelo andar da carruagem do Judiciário, é pouco provável que seja neste
semestre. Gilmar,
que historicamente tem um discurso crítico ao PT, apresentou outra possibilidade
jurídica para mudar o destino de Lula: se o STF julgasse, e mudasse, o
entendimento de que réus devem ser presos depois da condenação por um tribunal
de segunda instância.
Há sim
chances concretas de se reverter essa interpretação na corte, ampliando mais um
pouco o direito de um condenado aguardar em liberdade o julgamento de mais um
punhado de recursos. Mas a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, não
esconde de ninguém a falta de disposição para pautar esse julgamento. O relator
do caso, ministro Marco Aurélio Mello, poderia levar o processo para o
plenário, contra a vontade da presidente. Mas ainda não está definido se ele
fará isso. [Oficialmente, por escrito, em ofício devidamente assinado, Marco Aurélio declarou que não levará as ADC 'em mesa'.]
O
ministro Luiz Fux também falou de Lula nesta terça-feira. Ele disse que, mesmo
condenado, o ex-presidente poderia se candidatar. O caminho seria o seguinte:
em agosto, o petista apresentaria pedido de registro ao Tribunal Superior
Eleitoral (TSE). A tendência é que a corte negue o pedido, já que a Lei da
Ficha Limpa impede a candidatura de réus condenados em segunda instância.
Daí Lula
recorreria ao STF para obter uma liminar para concorrer. Possível, segundo a
lei, é sim. Mas é provável que os ministros da mais alta corte do país concedam
esse privilégio ao ex-presidente? Pelo que dizem os ministros em caráter
reservado, Lula não levaria essa em um julgamento em plenário.A alternativa
para o réu seria rezar para o algoritmo, aquele sistema de sorteio do STF,
escolher um relator com vontade de dar essa liminar para Lula, sem levar o caso
ao plenário.
Ministro faz ataque inaceitável a outro
membro do tribunal, Gilmar Mendes. Então vamos lembrar a biografia do
truculento desta quinta-feira
Os ministros Gilmar Mendes e Roberto
Barroso protagonizaram nesta quinta um embate no Supremo — ou, para
adequar o nome ao evento, um bate-boca. Sim, Mendes estava certo. E não
apenas porque costuma estar. Barroso estava errado. E não porque costuma
estar. Nota antes que prossiga: a reação nas redes sociais comprova que
a direita, com efeito, virou o último refúgio dos canalhas. E dos
burros. Já explico tudo.
Ao votar sobre determinada matéria, nem
entro em detalhe, Mendes lembrou o desastre que aquela corte havia
patrocinado quando decidiu declarar inconstitucional a lei que regulava o
pagamento de precatórios. O relator foi Luiz Fux, que deu um voto
destrambelhado para agradar à OAB e foi seguido pela maioria. Lembreio casoaqui
nesta quarta. Mais: o ministro citou o caso do Estado do Rio como
exemplo a não ser seguido. Por quê? Por ali, usavam-se depósitos
judiciais para cobrir despesas correntes. E, por óbvio, o ministro
observou que era um exemplo a NÃO SER SEGUIDO, embora, à época, alguns
parvos achassem ser aquele um bom caminho.
Não é que Barroso resolveu se zangar?
Tomou como um ataque a seu estado natal. Esqueceu que é ministro do
Supremo e resolveu atuar como líder de torcida ou de facção. Fez então
uma referência o estado natal de Gilmar, o Mato Grosso, em que há uma
investigação em curso que atinge várias autoridades. O que o ministro
tem a ver com isso, além de nada? Eu poderia lembrar a Barroso que ele e
Marcinho VP nasceram na mesma unidade da federação. E ele poderia
lembrar de Marcola, que é de São Paulo. E daí?
Mas quem conhece como Barroso foi feito
ministro e como se fazem as salsichas entende o piti. Ele pertence à
fina flor da elite carioca que via no Rio uma espécie de farol da
humanidade. Luiz Fux é outro. Era o tempo em que o rei local se chamava
Sérgio Cabral. Fux, o relator, diga-se, daquela barbaridade sobre
precatórios, quando indicado para o STF, foi à casa de Cabral e beijou
os pés de Adriana Ancelmo, então primeira-dama. No Jornal Nacional,
Cabral aparecia ligeiramente abaixo do Cristo Redentor.
E, no entanto, exceção feita ao Tribunal
de Justiça do Estado, onde estão amigos diletos de Barroso e Fux, o Rio
está quebrado. Multiplamente quebrado. Ainda voltarei a esse
particular.
O ministro do piti, aquele que,
recentemente, referiu-se a Joaquim Barbosa como “um negro de primeira
linha” — e depois caiu em prantos, sensível que é —, resolveu chutar a
canela de Gilmar, acusando-o de ser leniente com crimes do colarinho
branco e de soltar presos. Levou de volta a justa qualificação de
“advogado de bandido internacional”. Ou Cesare Battisti é o quê?
Quanto a soltar presos, Mendes lembrou o
papel decisivo de Barroso ao aliviar a pena de quatro petistas
condenados no mensalão: José Dirceu, José Genoino, João Paulo Cunha e
Delúbio Soares. Mais um piti do buliçoso ministro. Vamos à história.
Embargos infringentes O Artigo 333 do Regimento Interno do Supremo prevê:
“Art. 333. Cabem embargos infringentes à decisão não unânime do Plenário ou da Turma:
(…)
Parágrafo único. O cabimento dos embargos, em decisão do Plenário,
depende da existência, no mínimo, de quatro votos divergentes, salvo nos
casos de julgamento criminal em sessão secreta.
O “embargo infringente” permite que se faça uma nova votação havendo os quatro votos divergentes. Ocorre, queridos, que a Lei 8.038,
de 1990, que regula os processos perante o STF e o STJ não traz mais os
ditos “embargos infringentes”. E, por óbvio, esse artigo do Regimento
deveria ser declarado sem efeito. Tanto é assim que tal recurso já não
existe mais no STJ.
Eis que, por 6 a 4, o STF decidiu, em
setembro de 2013, que um artigo de regimento deveria valer mais do que a
lei, e os embargos foram considerados válidos. Quem lutou bravamente
por isso? Roberto Barroso. Além dele, declararam a sobrevivência do que a
lei extinguiu os seguintes ministros: Teori Zavascki , Dias Toffoli,
Rosa Weber, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.
Todos aqueles petistas tinham
condenações com quatro votos contrários. E se fez uma nova votação.
Fixo-me em Dirceu para que entendam a polêmica de ontem. O petista foi
condenado por corrupção passiva e formação de quadrilha. Os quatro
ministros que o absolveram desse segundo crime continuavam, então, na
Corte — e, portanto, numa nova votação, manteriam, como mantiveram, sua
decisão: Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Rosa Weber e Cármen Lúcia.
Dos seis que haviam condenado — e o tribunal estava com 10 membros à
época —, restavam cinco, uma vez que Joaquim Barbosa já havia
renunciado. Eram eles: Luiz Fux, Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Celso de
Mello.
Assim, a nova votação começou num cinco a
quatro contra Dirceu. Mas a corte já estava com dois novos membros:
Roberto Barroso e Teori Zavascki.E, sim, ambos votaram para inocentar
Dirceu do crime de quadrilha. Sua pena foi reduzida em 2 anos e 11
meses, e o sr. Barroso esteve na vanguarda dessa luta. Mais: disse a
quem quis ouvir que considerava as penas do mensalão “um ponto fora da
curva” porque muito rigorosas. E isso apressou a saída de Dirceu da
cadeia. Os demais petistas também foram beneficiados.
Quem visse o doutor falar ontem e quem o
viu atuando na Primeira Turma contra Aécio Neves — naquele dia, abriu
champanhe no gabinete — e depois no pleno poderiam julgar que ali se
encontrava o mais rigoroso dos juízes. NÃO FOI O SEU COMPORTAMENTO COM
OS PETISTAS DO MENSALÃO. Mas, segundo o valente, quem fica mudando de
critério a depender de quem esteja sendo julgado é Gilmar Mendes.
Pois é… Lembro a obra do Doutor. E, como
ele sabe, não temo os textos longos, explicando o “é da coisa”. Nem
meus leitores temem.
Direita xucra
A direita xucra vibrava ontem nas redes sociais com o ataque que ele
desfechou contra Gilmar Mendes. Ah, meu Deus! Poucos se lembram de novo:
a Câmara havia decidido, conforme dispõe o Artigo 188 de seu Regimento,
que a formação da Comissão do Impeachment se daria por voto secreto. O
doutor determinou que fosse aberto — condição em que Dilma levaria
vantagem.
O exato momento em que Barroso omite trecho do Regimento Interno da Câmara que desmoraliza a sua tese pró-Dilma. Uma vergonha!
E não é que ele foi capaz de ler o regimento omitindo
justamente o trecho que permitia a votação secreta? Sim, ele já teve a
ousadia de negar na cara de todo mundo o que estava escrito. Mas,
claro!, quem atua segundo o regime de compadrio, diz ele, é Mendes.
O vídeo com o seu ato grotesco é este aqui:
Os que o aplaudiram ontem e não se
alinham com a esquerda são apenas estúpidos. Ignoram que é ele a
vanguarda vermelha no STF, pouco importa o tema. Esse é o ministro que
aproveitou a simples concessão de uma habeas corpus para “legalizar” o
aborto até o terceiro mês. Foi o advogado-lobista da permanência no
Brasil do terrorista Cesare Battisti; concedeu uma liminar contra uma
lei afinada com o Escola Sem Partido, em Alagoas, mas tentou proibir o
ensino religioso — VOLITIVO, NÃO OBRIGATÓRIO — nas escolas; é um
fervoroso defensor do ativismo do judicial e diz com todas as letras por
aí que cabe, sim, ao STF o papel de vanguarda modernizadora das leis,
junto com as minorias militantes.
Que a esquerda o aplauda é
compreensível. Que supostos liberais e conservadores façam o mesmo, bem,
aí é só coisa de gente xucra mesmo. Não que se deva aplaudir Mendes por
decisão tomada no passado, uma vez que ele fez o que considerou que
estava adequado às regras do jogo. Convenham: não tivesse ele dado
aquela liminar contra a posse de Lula como ministro da Casa Civil de
Dilma,e o petista teria tido tempo de arrumar o balcão em Brasília. E
Dilma não teria sido impichada. Sei lá onde estaríamos hoje. Talvez travando uma luta com pedras e paus.
É realmente um espetáculo assistir à
recente conversão de Barroso ao rigor penal. Esse não é o ministro que
atuou no caso dos mensaleiros. Esse não é o defensor de um terrorista
assassino, né? Mas acho que combina com ele: defender
alguém como Battisti e afastar do seu mandato, impondo-lhe uma espécie
de prisão domiciliar, quem ainda nem é réu.
Sua leniência, pelo visto, não vê mal nenhum em ser parceira dos criminosos do colarinho vermelho.
Aplausos, direita xucra!
Depois solte alguns zurros da mais pura satisfação intelectual.
Ah, sim: tivesse triunfado a sua tese,
os benefícios da delação de Joesley e seu bando seguiriam intocados.
Mesmo depois de todas as fraudes que vieram à luz na delação. Para encerrar: eis um caso em que o
doutor deveria se declarar suspeito: a mãe de Fernanda Tórtima, advogada
da JBS que participou de boa parte dos “lances” de Joesley,é filha da
ex-mulher do pai de Barroso. Durante um bom tempo, os dois foram irmãos,
ainda que não de sangue.
Se seu voto tivesse triunfado, a esta
altura, Joesley estaria flanando em Nova York. Nesse caso, de que cor é o
colarinho do criminoso?
Termo incluído no jargão do mercado financeiro para designar
movimentos bruscos e rápidos de compradores e vendedores em momentos
tensos de crise,“efeito manada”também pode dar ideia de união,
agrupamento. Tem sido este o comportamento padrão do PT quando alvejado
por críticas, mesmo baseadas em fatos concretos, comprovados, condenados
na Justiça.
Quanto explodiu o mensalão, em 2005, parlamentares petistas se
chocaram com a revelação de que o partido havia pagado a marqueteiros no
exterior, por baixo do pano, em dólares. Alguns trocaram de legenda,
mas, na essência, vigorou este efeito manada. Mesmo quem propôs a “refundação do partido” ficou no rebanho. Isso
apesar das evidências convertidas em provas de que houve uma associação
criminosa de dirigentes petistas com um esperto detentor de tecnologia
de lavagem de dinheiro, este bombeado ilegalmente dos cofres do Banco do
Brasil, para a compra literal de apoio parlamentar ao primeiro governo
Lula.
Desfalque, roubo, em outras palavras. O escândalo foi convertido
em processo no Supremo (STF) e dele saíram condenados à prisão petistas
de alta patente, como José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares e João
Paulo Cunha. Mas a tropa continuou unida. No mensalão, o presidente Lula primeiro
pediu desculpas — reconheceu, então, o crime —, depois voltou atrás e
passou a negar o esquema. Garantiu até que ia provar a farsa montada
contra o PT. Nada disso aconteceu, é claro, e viria a estourar o caso
bilionário do petrolão, em que ficou evidente que a mesma “organização
criminosa” do mensalão montara o assalto lulopetista à Petrobras e
companhias do setor elétrico, um escândalo muito maior que o mensalão. Até Lula terminou enredado nas investigações da Lava-Jato e virou réu,
até agora em três processos.
O PT, pelo menos na superfície, se mantém unido, pelo efeito manada. E
a militância se agarra a palavras de ordem e explicações ardilosas
destiladas na cúpula do partido: o impeachment de Dilma, por exemplo,
foi “golpe”. E tudo não passa de uma furiosa perseguição das elites, da
mídia e de quem mais for, ao partido e ao líder Lula, devido ao seu
suposto amor ao povo. Em artigo publicado por ele na “Folha de S.Paulo”, na semana passada,
está exposta de forma translúcida a artimanha de se defender pela
vitimização, arte desenvolvida há tempos por Lula e absorvida pelo
partido.
Mas, diante da catástrofe eleitoral no primeiro turno dos pleitos
municipais deste ano, aguarda-se para saber se a manada continuará
unida. Foi um forte tranco: o partido perdeu mais da metade das 630
prefeituras que passara a controlar em 2012, ficando com 256 cidades, e
assim caiu do terceiro para o décimo lugar na relação dos partidos que
administram prefeituras Pode ser que o truque lulopetista da vitimização
não funcione desta vez, e o partido tenha mesmo de se defrontar com um
longo período de sincera autocrítica. Seria o melhor para ele.
Janot recomenda ao STF perdão de pena a oito condenados do mensalão
O procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, recomendou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o perdão da
pena de oito condenados do mensalão, mas disse que só vai se pronunciar
sobre a concessão de indulto natalino ao ex-ministro da Casa Civil José
Dirceu quando a Suprema Corte decidir se ele deve ou não voltar a
cumprir pena em regime fechado. Os pareceres de Janot, com base no decreto presidencial do indulto de
Natal, beneficiam Delúbio Soares, Romeu Queiroz, Valdemar Costa Neto,
Bispo Rodrigues, Vinícius Samarane, Rogério Lanza, João Paulo Cunha e
Pedro Henry. Caberá ao ministro Luís Roberto Barroso, relator dos
processos, decidir sobre a concessão do indulto aos oito condenados. [sempre bom lembrar que não estava nos planos da corja petista a condenação dos bandidos do MENSALÃO - PT. Seria apenas para inglês ver. Difícil vai ser obter o perdão para Lula, que, fatalmente será preso antes do próximo 1º de Maio.]
Veja algumas manchetes recentes emplacadas pela Ordem dos Advogados do Brasil: - Presidente da OAB diz ser ‘natural’ reunião [secreta] de ministro
[José Eduardo Cardozo] com advogados [das empreiteiras investigadas
pela Operação Lava Jato] (G1) - OAB rebate Barbosa e defende reunião entre advogados e autoridades (Valor) - OAB quer impedir [o juiz] Sergio Moro de usar documentos jurídicos da Odebrecht (Folha) - Parecer da OAB aponta ‘desrespeito ao sigilo profissional’ de advogados da Odebrecht (Estadão)
- OAB diz que redução da maioridade é inconstitucional e que pode ir ao STF (Folha) - Governo e OAB reagem a manifestações de preconceito contra Dilma e Maju (O Dia)
Ordem dos Amigos do Brahma
São apenas alguns exemplos colhidos a esmo entre milhares. A OAB está cumprindo direitinho o seu papel de legitimar as posições
petistas diante do público ingênuo, com a autoridade de entidade
“isenta” especializada em direito - exatamente como a Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil faz como suposta representante da Igreja
Católica.
Nem o Instituto Lula defende tanto o PT quanto o presidente da OAB,
Marcus Vinicius Coelho, e seu comparsa Pedro Paulo Guerra de
Medeiros - ou o assessor político da CNBB, Daniel Seidel, não à toa ex-candidato petista a deputado federal (2002) e distrital (2014), como já retratei aqui.
O histórico da dupla Como boas almas petistas, Marcus e Pedro Paulo, que atua como
procurador nacional adjunto de Defesa das Prerrogativas da OAB, têm um
história antiga de problemas com a Justiça. Além de réu por improbidade administrativa,
Marcus foi acusado em fevereiro de enganar os pobres, embolsando
honorários irregularmente, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça.
Segundo a Época, “as merendeiras e os professores do Piauí, que
recebiam menos de um salário mínimo nos anos 90, ganharam na Justiça
indenização de 400 milhões do governo estadual. Mas um grupo de
advogados, liderado por Marcus Vinicius Coelho, que nem sequer atuou no
caso, estava faturando – e antes de muitos dos trabalhadores – 108
milhões desse total. A corregedoria do CNJ considerou irregulares os
honorários dos advogados e mandou suspender os pagamentos.”
Esse é o Marcus que deseja ser ministro do Supremo Tribunal Federal. Além dos próprios esforços do presidente da OAB em defesa de Dilma e PT, Ricardo Lewandowski se esforçou
muito para que ele fosse indicado por Dilma, mas até Luiz Edson
Fachin podia passar com mais facilidade no teste de reputação ilibada. Em 2013, poderia ter sido o Lula, também, o autor do discurso de
Marcus ao ser eleito presidente do Conselho Federal da OAB: “O nosso
compromisso é o de atrair e fundir os de baixo, o todo, para que o
exercício do poder não seja uma obra dos de cima, nem das elites
dirigentes”.
De exercício do poder das elites dirigentes, seu comparsa Pedro Paulo entende. O advogado goiano, que chegou a ser preso em 2007 em meio a denúncias de fraude nas provas para ingresso na advocacia,
deu suporte jurídico no processo do mensalão ao tesoureiro petista
Delúbio Soares, condenado a oito anos e onze meses de prisão por
formação de quadrilha e corrupção ativa:“Se um cliente normal meu tomasse essa pena, eu falaria: ‘Fica
tranquilo’, porque é óbvio que iam revisar e diminuir. Mas, nesse caso
do mensalão, é tudo fora do padrão”, defendia ele
na revista Piauí, atacando o STF como faz agora com Sergio Moro – e
sendo repercutido pelos blogs sujos do PT, como o Brasil 171.
Para Pedro Paulo, a prisão podia até fazer bem à imagem dos condenados. “Em seis meses, eles vão virar mártires. O PT não vai deixar a nação
se esquecer daqueles que estão presos”, disse o advogado militante.
Quem não se esqueceu foi ele próprio, cujo escritório de advocacia em Brasília deu uma vaguinha de “estagiário”
para o “mártir” João Paulo Cunha (PT-SP), oferecendo ao
petista também condenado no julgamento do mensalão um salário de 1.500
reais mensais. Essas, senhoras e senhores, são as pessoas “isentas” que emplacam no
noticiário as manchetes da OAB e da CNBB. Duas entidades tão ativas
politicamente quanto distantes dos ideais fundadores de suas respectivas
doutrinas: o direito e o cristianismo.
As siglas de ambas deveriam aparecer em vermelho nos jornais,com o número 13 embutido e uma estrelinha no fundo.
Vamos começar guardando as proporções de praxe.
Inclusive porque as atuais, do esquema
de corrupção montado na Petrobrás, se mostram muito mais profundas e graves se
comparadasao
sistema de alimentação financeira de partidos aliados ao governo do PT mediante
desvio de recursos públicos.
Mas há fatos, nomes e atos surgindo no cenário que
tornam inevitável a sensação de que estamos
próximos de assistir a uma reprise ampliada do que foi o escândalo do mensalão.
Sentimento, aliás, compartilhado por ex-ministro do Supremo Tribunal
Federal que participou daquele julgamento e, se na época já desconfiava que o
caso seria um marco no procedimento da Justiça em relação a figuras de destaque
na vida pública, hoje está absolutamente convicto disso. "Sem o mensalão não haveria
petrolão",diz.
Em miúdos: o desfecho do julgamento, as
condenações foram essenciais para que se rompesse a cultura de que gente
importante fica sempre impune e que, portanto, o pacto de silêncio entre
corruptos e corruptores é a melhor saída. O STF mostrou que as coisas podem ser
diferentes. Foi um paradigma e não apenas um ponto fora da curva. É o que ficou
demonstrado com a decisão do ex-diretor da Petrobrás Paulo
Roberto Costa de fazer acordo de delação premiada, seguido do doleiro Alberto Youssef, de outros participantes do
esquema e mais recentemente exposto na linha de defesa
do empresário Gérson de Mello Almada, da empreiteira Engevix, cuja tese
é endossada pelo advogado de Youssef.
E qual é o argumento? Que os contratos superfaturados da Petrobrás foram usados pelo governo federal
para sustentar campanhas eleitorais e comprar apoio de
parlamentares no Congresso. Acusação fortíssima, mas que precisa ser
provada, evidentemente. O inédito é que uma afirmação dessa gravidade seja
feita. Até antes da ocorrência do mensalão, o silêncio era a lei. O prudente
calava. Marcos Valério, operador do esquema, calou. Foi
condenado a 40 anos de prisão, a maior pena de todos. Ele e a
ex-banqueira Kátia Rabelo continuam presos enquanto todos os políticos
condenados estão em casa.
Restam em regime semiaberto apenas os ex-deputados
João Paulo Cunha e Roberto Jefferson. Conta o ex-ministro do Supremo que
durante o julgamento em conversas reservadas os integrantes do tribunal estranhavam o fato de Valério não ter escolhido
fazer delação premiada. Concluíram que ele confiava na "palavra de alguém" de que não haveria rigor no desfecho
do processo.Quando o publicitário
deu-se conta do engano, por volta do mês de setembro de 2012, quis fazer um acordo, mas era tarde.
O colegiado chegou a discutir a questão. Naquela altura, porém, o processo estava estruturado e as penas definidas. Na
dúvida se Marcos Valério teria mesmo algo a acrescentar ou se pretendia apenas
tumultuar o processo, o STF decidiu recusar. Se quisesse prestar depoimento que
o fizesse ao Ministério Público em outro procedimento.Se o
publicitário tivesse feito a delação ou se dispusesse a colaborar na hora certa,
a história
poderia ser outra. Haveria, talvez, mais envolvidos a serem
investigados, conforme ele chegou a prometer.
Valério provavelmente não teria a pena mais grave
de todas, mas perdeu o "timing",
não se beneficiou e isso serviu de
exemplo para os que hoje, precavidos, preferem falar enquanto é tempo. O
que não significa necessariamente que estejam falando a verdade. Há, no
entanto, uma mudança de comportamento: antes
protegiam os políticos acreditando que teriam deles proteção.Agora jogam os
políticos no fogo, procurando se colocar como as peças mais frágeis de
uma engrenagem movida pelo poder central. A conferir se a Justiça acreditará na
existência de querubins nesse mundo de negócios escusos.