Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Lago Sul. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Lago Sul. Mostrar todas as postagens

domingo, 12 de dezembro de 2021

Montezano, do BNDES, comprou mansão de R$ 4 milhões em bairro de Flávio Bolsonaro

Embora a sede do BNDES seja no Rio de Janeiro, cidade natal de Montezano, ele preferiu se instalar em Brasília. Antes de se transferir para a capital federal, morou no mesmo condomínio da família Bolsonaro no Rio de Janeiro

O Correio obteve acesso a documentos que confirmam que o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, concluiu, em 2 de setembro de 2020, a compra de uma residência localizada no Lago Sul, área nobre de Brasília, pelo valor de R$ 4,1 milhões. A aquisição ocorreu cerca de cinco meses antes de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também registrar outra mansão, avaliada em R$ 6 milhões, na mesma região, no Setor de Mansões Dom Bosco, a cerca de 8km da casa de Montezano. 
O imóvel de alto padrão, com portões de cor cinza, muros em tom marfim e ornamentado com plantas e coqueiros, em uma rua sem saída, ganhou essa aparência há pouco tempo. Segundo certidão de ônus e certidão de matrícula, cerca de um mês antes de o imóvel ser registrado no nome de Montezano, a casa de 363,22m² foi demolida e reconstruída com quase o dobro do tamanho, 600,5m². 
O Lago Sul é um dos endereços mais caros do Distrito Federal. 
O metro quadrado no bairro custa cerca de R$ 13 mil, segundo informações do mercado imobiliário local.
[pessoal da mídia militante, vamos combinar o seguinte: não podemos esquecer que o cidadão é livre para morar em qualquer ponto do território nacional  e trabalhar em qualquer outro onde consiga emprego - tipo morar no Oiapoque e trabalhar no Chuí, algo assim = o que importa é que ele cumpra o horário estabelecido.
Importante: O Brasil é um país com predominância de pobres - mesmo assim, tentaram impedir o presidente Bolsonaro de minorar a fome, o sofrimento de 17.000.000 de famílias que estão em situação de miséria, com o Auxílio Brasil em torno de R$ 400,00. Teve dezenas de parlamentares da chamada oposição, incluindo, sem limitar, PT, Psol, Rede e outros que votaram contra. 
Só que apesar de milhões  de pobres, o Brasil tem também milionários,  possuidores de fortuna que permite que gastem milhões comprando bem, entre eles imóveis de alto padrão e localizados em áreas nobres, SEM NECESSITAR DE FINANCIAMENTO.]
 
Embora a sede do BNDES seja no Rio de Janeiro, cidade natal de Montezano, ele preferiu se instalar em Brasília. Antes de se transferir para a capital federal, morou no mesmo condomínio da família Bolsonaro no Rio de Janeiro. Tornou-se amigo de Flávio e Eduardo Bolsonaro. A assessoria do BNDES informou, em nota enviada ao Correio, que Montezano já morava em Brasília antes da compra do imóvel. "O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, esclarece que já reside em Brasília com sua família desde antes de assumir a presidência do banco. Também reforça que a sua agenda de trabalho é pública, divulgada no portal da instituição e descreve a sua rotina de atuação dividida entre os escritórios do banco em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo", respondeu a assessoria.
 
[Tais compras são assunto da Receita Federal - o cidadão declara que comprou o imóvel,  as condições de compra e a Receita checa tudo. Fiquem certos que se o cidadão não tiver como justificar a grana ele vai estar enrolado. 
É feio ficar de olho grande na fortuna dos outros, se chama inveja e costuma atrair miséria para o invejoso. 
Pior é os casos de um cidadão que se dizia metalúrgico, ao que se sabe não herdou nem uma caixa de fósforo e conseguiu milhões para comprar apartamentos, sítios e outras 'quinquilharias'. Tal cidadão até foi condenado, só que por ter sentado na vara errada, foi descondenado. 
Aliás, na semana que passou o cidadão foi descondenado em mais um processo = por ter sentado na vara errada. (a que ele sentou agora era a certa para o processo anterior e vice-versa.)
Em outras palavras não perdeu  o que comprou com a grana cuja origem não conseguiu justificar e está livre.]

No entanto, segundo pesquisas feitas em cartório pela reportagem, o único imóvel registrado no nome de Montezano no Distrito Federal é a casa de mais de 600m² no Lago Sul. De acordo com o registro na certidão de imóvel, o bem foi adquirido sem nenhuma condição — como financiamento com instituições financeiras (bancos ou corretoras) —, o que indica que Montezano pode ter comprado a casa à vista.  "Em análise à certidão de ônus do imóvel, não foi constatada qualquer averbação sobre financiamento que grave o imóvel como garantia, mas tão somente a compra e venda por R$ 4.100.000,00", explicou o advogado empresarial Pedro Magalhães.

Apesar de não haver indício aparente de irregularidade na compra, chama a atenção o fato de Montezano ter realizado um investimento de quase R$ 4,5 milhões numa casa em cidade diferente da sede do BNDES, que também é a cidade natal do chefe do banco. A reportagem do Correio indagou a assessoria da instituição sobre o assunto, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

À frente do BNDES, Montezano recebe salário mensal de R$ 82,7 mil, o que lhe proporciona uma renda anual de cerca de R$ 1 milhão. Antes de ingressar no governo Bolsonaro, ele foi sócio-diretor do BTG, banco com patrimônio avaliado em R$ 35 bilhões. Na posse de Montezano no BNDES, em julho de 2019, o presidente Jair Bolsonaro comemorou o sucesso do amigo do clã presidencial. À época, o chefe do Planalto relembrou que a família Bolsonaro e Montezano moravam no mesmo condomínio, no Rio de Janeiro.

O presidente do BNDES é filho de Roberto Montezano, que trabalhou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, por muitos anos. O jovem Montezano foi escolhido como substituto de Joaquim Levy, que pediu exoneração após desentendimento com Jair Bolsonaro.

Política - Correio Braziliense


terça-feira, 2 de março de 2021

E daí?

O Globo

Flávio  Bolsonaro compra mansão de R$ 6 milhões em bairro de luxo de Brasília

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, comprou no início do ano uma mansão no valor de R$ 6 milhões no Lago Sul, bairro nobre de Brasília. Flávio é investigado pela suposta existência de um esquema de desvios de recursos dos salários de seus assessores quando era deputado estadual da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e, na investigação, é suspeito de realizar a lavagem de dinheiro por meio da venda e compra de imóveis.
 
[e daí? o senador Flávio Bolsonaro é filho do presidente da República e um dos políticos mais investigados do Brasil;
- Tentam,  desde antes do pai se tornar a maior autoridade do Brasil, provar que ele é desonesto e não conseguem - fracassam, fracassam e fracassam e não é por excesso de esperteza do senador e sim pelo simples fato de que delitos não cometidos não produzem provas.
- Agora é simples: investiguem. Certamente, o que investigar não vai faltar. 
Logo alguns órgãos da mídia militante noticiarão que tiveram acesso aos números de séries de algumas notas e de outros meios utilizados na compra.
- A oportunidade de investigar e denunciar, com provas, é agora. Cuidado!!! já está em vigor a posição da Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil - OACB - de processar todos que acusarem sem provas (essa prática constitui, no mínimo, crime de calúnia, injúria e difamação) ao presidente Bolsonaro, seus familiares e os que integram seu Governo.]

A compra da casa foi revelada nesta segunda-feira pelo site "O Antagonista". O GLOBO também teve acesso ao registro do negócio em cartório, cujo valor da compra foi de R$ 5,97 milhões. O documento informa que o imóvel tem 2.400 m², fica localizado em uma área batizada de "Setor de Mansões Dom Bosco" e teve a aquisição registrada no dia 29 de janeiro. Constam como compradores Flávio e sua esposa, Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro, com quem é casado sob comunhão parcial de bens. A vendedora é a RVA Construções e Incorporações.

A certidão do imóvel registra que, do total do imóvel, houve a contratação de um financiamento junto ao Banco de Brasília (BRB) para o pagamento de R$ 3,1 milhões. 
Serão 360 prestações mensais, com taxas de juros entre 3,65% e 4,85%. Flávio ganha salário de R$ 33 mil mensais como senador.

O valor do imóvel é quase quatro vezes o patrimônio declarado por ele nas eleições de 2018. Naquele ano, ele de informou possuir bens no valor total de R$ 1,7 milhão, incluindo dois imóveis e participações em uma loja de chocolates — recentemente, Flávio vendeu a participação na loja.

Na semana passada, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou as quebras do sigilo bancário e fiscal da investigação da rachadinha, acolhendo um recurso da defesa do senador. Com isso, as principais provas da denúncia apresentada no fim do ano contra Flávio pelo Ministério Público do Rio de Janeiro devem ser descartadas. A denúncia apontava que 12 funcionários fantasmas lotados no gabinete de Flávio na Alerj teriam desviado R$ 6,1 milhões dos cofres públicos.

Em nota, a assessoria do senador afirma que  a casa adquirida  por Flávio Bolsonaro em Brasília está registrada em escritura pública e foi comprada "com recursos próprios, em especial oriundos da venda seu imóvel no Rio de Janeiro" e que  "mais da metade do valor da operação ocorreu por intermédio de financiamento imobiliário".

 Questionado sobre as taxas de juros, o BRB afirmou que não comenta casos específicos em respeito ao sigilo bancário, mas que oferece financiamento imobiliário com taxas a partir de 3,4% ao ano mais IPCA, com a possibilidade de financiar até 80% do valor total do imóvel.

Em O Globo, MATÉRIA COMPLETA


quarta-feira, 5 de agosto de 2020

NÚMEROS da Covid - 19, NEM SEMPRE DIVULGADOS - CB-Poder

Coluna Eixo Capital/Por Ana Maria Campos

[e quando divulgados o destaque, quase sempre, é mínimo]

Sobradinho e Lago Sul têm maiores incidências dos casos de coronavírus

Ceilândia ainda é a cidade com mais casos de contaminação e mortes por covid-19. São 14.119 contaminados, segundo boletim de ontem da Secretaria de Saúde, e 316 óbitos. Mas as maiores incidências, considerando-se a proporção de doentes em relação à população ocorrem em Sobradinho e Lago Sul, com, respectivamente 5.824,49 e 5.313,32 a cada cem mil habitantes.

Recuperados
Segundo dados da Codeplan, divulgados pela CBN, Ceilândia, Plano Piloto e Taguatinga tiveram os melhores desempenhos na recuperação. 
Em Ceilândia, 80,3% estão curados. 
No Plano Piloto, são 76,7%. 
Já em Taguatinga, foram 78,3%.

[O número de casos confirmados na últimas 24h foi de 1880 e o de recuperados no mesmo período alcançou 2.160 casos =  promissor.]

Base do governo desarticulada
A sessão de ontem da Câmara Legislativa mostrou que há um buraco na articulação do Executivo com a Câmara Legislativa. Houve muitas críticas a projetos do governo e pouca gente para defender iniciativas como a volta às aulas em meio à pandemia e a privatização dos estacionamentos em quadras residenciais e comerciais do DF.
[por onde anda o Ibaneis?

Perguntamos não por saudades e sim em comemoração por Ibaneis e o seu secretário de Saúde - nos parece que ainda é o Luiz ou Francisco - estarem nos privilegiando com suas ausências das entrevistas e noticiários.
Seria maravilhoso de os deputados distritais também nos privilegiassem = se ausentando dos noticiários e da CLDF = garantia de que bobagens não seria cometidas.]

(...)

Só papos

“Nosso maior problema é que a centro-direita não demonstra nenhum compromisso com a justiça social e nem mesmo com a democracia. Estão à vontade com um extremista chucro no poder”
Ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, candidato do PT à Presidência em 2018 [mais conhecido como poste.]
“Problema mesmo é a hipocrisia da quadrilha petista que acusa os outros de não terem compromisso com a democracia enquanto faz live com ditadores.
Ninguém cai nesse papo, não. O PT governou na base da ditadura da propina”
Deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP)

Correio Braziliense - MATÉRIA COMPLETA



quarta-feira, 25 de março de 2020

Primeira cura no DF é alento na luta contra a Covid-19 - CB

A advogada Daniela Teixeira, conselheira federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), estava em isolamento desde que recebeu o primeiro diagnósticoOntem, ela entrou para a lista de pacientes recuperados no país

No dia em que o Executivo local convoca servidores da Secretaria de Saúde de férias para atuar no combate ao novo coronavírus, o Distrito Federal soma 176 pessoas em tratamento contra a Covid-19, além de uma pessoa que testou negativo para a doença, após ter sido infectada. A advogada Daniela Teixeira, conselheira federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), estava em isolamento desde que recebeu o primeiro diagnóstico. Ontem, ela entrou para a lista de pacientes recuperados no país.

Daniela teve contato com o coronavírus durante a 3ª Conferência da Mulher Advogada, em Fortaleza, em 5 de março. Pouco mais de uma semana depois, ela fez um exame, mesmo sem apresentar sintomas, após uma colega com quem ela teve contato adoecer. Ao Correio, ela afirmou que foi “uma bênção” chegar ao fim do ciclo do vírus bem e com saúde. Diante do avanço da doença, ela ressaltou a importância do isolamento: “Tenham medo. Eu peguei o vírus em um evento de trabalho ‘muito importante que eu não poderia faltar’. Pois eu deveria ter faltado, e faria tudo para voltar no tempo. Fiquem em casa”, recomendou.

Ontem, o Governo do Distrito Federal (GDF) determinou o retorno imediato dos servidores da Saúde que estavam de férias, licença-prêmio ou afastados por abonos e dispensa de bater ponto. A solicitação tem caráter emergencial e deve aumentar o efetivo de profissionais no combate à Covid-19 e na atenção às demais enfermidades atendidas na rede pública.

Quem se afastaria das atividades após 20 de março faz parte da lista. Na sexta-feira, o secretário de Saúde do DF, Francisco Araújo Filho, encaminhou ofício com o pedido aos gestores das unidades de saúde. De acordo com o texto, o cancelamento não prevê prejuízo à remarcação das férias.

(.....)

A primeira pessoa diagnosticada com a Covid-19 no DF continua internada e em estado gravíssimo, na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Regional da Asa Norte (Hran). O boletim médico divulgado ontem informou que ela permanece isolada, em coma induzido e respirando por aparelhos. A paciente, uma mulher de 52 anos e moradora do Lago Sul, apresenta quadro de síndrome respiratória aguda severa (Sars). Pelo fato de ter outras comorbidades, ela está sob cuidados intensivos de equipe multidisciplinar e conta com suporte técnico-científico.

A Secretaria de Saúde ainda apura a morte de uma mulher de 61 anos que faleceu no Hran. Ela deu entrada no hospital na sexta-feira, com sintomas de gripe e insuficiência respiratória. A paciente chegou a passar por um teste para verificar se estava infectada pelo coronavírus, mas o resultado deu negativo. Agora, os médicos farão um novo exame para ter certeza de que ela não tinha Covid-19.

(.....)

Transportes

Por determinação do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), o GDF deverá apresentar, hoje, “medidas concretas” para evitar aglomerações no transporte público da capital. A 2ª Vara da Fazenda Pública do DF acatou, em caráter provisório, a ação popular protocolada por um advogado que pedia a suspensão do funcionamento de ônibus e do metrô por 15 dias para evitar contaminação pelo novo coronavírus.

No texto, o juiz ressalta que a circulação de pessoas e trabalhadores não pode ser prejudicada pelas iniciativas do Executivo a fim de conter o avanço da pandemia e destaca que “não há medidas relacionadas ao transporte público, o que pode levar ao aumento considerável da contaminação da população, em especial do usuário”. Caso a medida seja descumprida, o Executivo local deverá pagar multa diária de R$ 500 mil. [as medidas do Ibaneis pioram a situação dos que dependem do transporte coletivo = reduz um pouco o número de usuários do metrô e dos ônibus, mas reduz os ônibus e mantém o número de vagões no metrô = resultado = aproxima mais as pessoas (para não dizer que amontoa) o que torna o usuário do transporte coletivo um sério candidato para ser contaminado.

Na realidade, o que o Ibaneis pretende é fazer alarde sobre o que está fazendo, para nas próximas eleições ter uma desculpa o caos da sua administração: 'quando governador enfrentou uma pandemia.']




Justiça nega habeas corpus coletivo

Após ter pedido de habeas corpus negado, ontem, pela 2ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), a seccional distrital da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) informou que não deve recorrer da decisão. A entidade, em parceria com outras instituições jurídicas, pleiteou uma decisão provisória que autorizasse o cumprimento de pena em casa para todos os presos do DF que estão a até quatro meses de progredir para o regime domiciliar.

O motivo do pedido decorre da pandemia do novo coronavírus, e tem base em uma recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que sugere a liberação de presos em regime aberto e semiaberto mediante condições definidas pelo juiz da execução penal devido à Covid-19. O documento apresenta uma série de medidas preventivas para evitar a propagação da doença nos âmbitos penal e socioeducativo.

No entanto, para o relator da matéria na 2ª Turma, o desembargador Silvânio Barbosa dos Santos, o mais adequado é a análise dos pedidos caso a caso, a fim de evitar “instabilidades à paz pública, já tão abalada”. “Ademais (...), a Vara de Execuções Penais (VEP-DF) fez um levantamento dos presos que preenchem o requisito objetivo para a progressão ao regime aberto e elaborou um cronograma para decidir sobre a concessão do benefício, no prazo de 15 dias”, afirmou o magistrado.

Sem intenção de recorrer às instâncias superiores, a OAB-DF pretende acompanhar de perto essa análise nas próximas duas semanas. “O tempo está correndo para esses presos. Nossa opção vai ser cobrar isso da VEP. Quinze dias podem ser considerados normais, mas, em meio a uma pandemia, (esse tempo) pode tirar muitas vidas”, alertou o presidente da entidade, Délio Lins e Silva Junior.

Para o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), a liberação irrestrita dos presos poderia dificultar o combate à pandemia, pois não seria possível garantir que os internos liberados para cumprir pena em casa fariam isso de fato. Em manifesto sobre o pedido, o MP considerou que a “soltura indiscriminada e dissociada de qualquer providência psicossocial de reinserção na sociedade” poderia gerar problemas à ordem, à saúde e à segurança pública.

Liberação
Embora a decisão do TJDFT não o tenha beneficiado, o ex-senador Luiz Estevão, 70 anos, conseguiu permissão para cumprir pena em casa. O ministro Rogério Schietti, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), concedeu uma liminar para que o político tenha direito ao regime domiciliar. A justificativa é de que ele esteja com suspeita de coronavírus.

No cárcere há quatro anos, Estevão cumpria pena de 26 anos em regime semiaberto. De dia, trabalhava em uma imobiliária; à noite, voltava para dormir na Papuda, onde estava preso. No documento emitido pela Justiça, os advogados do ex-senador alegaram que ele integra grupo de “altíssimo risco” por ser idoso, hipertenso, pré-diabético e ter problemas cardiovasculares. Segundo eles, o empresário estaria com sintomas do coronavírus.

(.....)
Transmissões

Há três tipos de transmissões pelo novo coronavírus:
 Importada: acontece quando um viajante retorna ao país e percebe-se que ele contraiu a doença durante uma viagem.
 Local: quando uma pessoa tem contato com algum infectado e contrai a doença na mesma cidade, sem viajar. Por exemplo, uma pessoa que apresentou a enfermidade após entrar em contato com algum diagnosticado. 
Comunitária: é quando os órgãos de saúde e o paciente não conseguem identificar onde aconteceu o contágio.

Correio Braziliense - MATÉRIA COMPLETA


quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Governo vai leiloar ‘mansão da Dilma’ no Lago Sul — veja valor

 Por Robson Bonin

Programa da secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União quer arrecadar 420 milhões de reais com imóveis em três estados

A Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União lançou nesta semana concorrências públicas para a venda de imóveis da União em São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal.  Ao todo, são seis imóveis que podem ser comercializados, com a expectativa de arrecadação de 420,8 milhões de reais.

No DF, estão à venda três casas no Lago Sul – duas localizadas na QL 12 na Península dos Ministros, com lances mínimos de  6,2 milhões de reais e 6,3 milhões de reais, e uma casa na QI 13, com lance mínimo de 2,7 milhões de reais. Uma das casas a caminho do leilão ficou conhecida na crônica política de Brasília por abrigar os ministros da Casa Civil nos governos do PT, incluindo Dilma Rousseff, que usava a região — onde também ficam as residências dos presidentes do Senado e da Câmara –, com pistas de caminhada na orla do Lago Paranoá, para caminhar nos tempos de “gerentona do PAC” no governo Lula.



A venda desses ativos faz parte da diretriz de racionalização de bens imobiliários sob gestão da secretaria.









Radar - Coluna em VEJA


domingo, 25 de novembro de 2018

Vazio desde Dilma, Palácio da Alvorada deve abrigar família de Bolsonaro

Vazio desde a saída de Dilma Rousseff, o palácio de 7,3 mil metros quadrados projetado para ser residência oficial do Executivo deve abrigar a família de Jair Bolsonaro em Brasília 

Um novo governo, ao mesmo tempo em que mexe na dinâmica do poder, também altera as estruturas da cidade. E não só na Esplanada dos Ministérios e nos prédios oficiais, que serão remanejados e, alguns, possivelmente esvaziados. Em 2019, Brasília se tornará casa da família do presidente eleito Jair Bolsonaro e dos ministros e superministros nomeados pelo futuro chefe do Executivo.

No caso de Bolsonaro, o destino não será nem Granja do Torto nem Ceilândia, como brincou esta semana o deputado federal ao apontar a região administrativa como um possível lar. A mudança para o Palácio da Alvorada com a família é praticamente certa, apesar de, na semana passada, a futura primeira-dama, Michelle, ter manifestado interesse em uma casa “menor possível”, para ser “mais confortável” para a caçula, Laura, de oito anos. A outra filha da primeira-dama, Larissa, de 16 anos, também virá para a capital.

Às margens do Lago Paranoá, a residência oficial da Presidência da República escolhida tem 7,3 mil metros quadrados de área construída. São três andares, com oito quartos, sendo quatro suítes. O espaço tem também capela e heliporto, além de cinema, sala de jogos, sala da música, piscina e até um centro médico. A outra opção, na Granja do Torto, tem mil metros quadrados, fora o resto do espaço com piscina, churrasqueira, córrego, sauna e mata nativa. Será usada aos fins de semana ou em eventos específicos. Apesar de menor, como Michelle disse que gostaria, a segunda fica mais afastada do Palácio do Planalto (14,6 km), onde trabalha o presidente, e dos pontos centrais da cidade, o que pesou na decisão pelo Alvorada. O casal pode mudar de ideia até janeiro ou mesmo depois, como Michel Temer, que se mudou para o Alvorada, mas depois preferiu voltar à residência oficial de vice-presidente, o Palácio do Jaburu — reservado, a partir do ano que vem, para o general Hamilton Mourão.
 
Colégio
O casal também ainda não decidiu oficialmente onde Laura e Larissa vão estudar. No Rio de Janeiro, Laura frequenta uma escola particular na Barra da Tijuca, bairro nobre da cidade, onde a família mora. Em Brasília, o mais provável, segundo pessoas próximas, é que seja matriculada no mesmo colégio do filho de Michel Temer, Michelzinho, a Escola das Nações, no Lago Sul. Uma das mais caras da capital, com mensalidades que podem chegar a mais de R$ 4 mil, é conhecida por receber filhos de políticos, magistrados, diplomatas e outras autoridades, que são alfabetizados em português e em inglês.


O outro filho de Bolsonaro, Jair Renan Bolsonaro, de 20 anos, não deve se mudar com a família para a capital. De acordo com algumas fontes, vai continuar morando em Resende (RJ) com a mãe, Ana Cristina, e o marido dela, para terminar o curso de direito na faculdade Estácio de Sá, no Rio. 

Igreja
Outro local pendente de decisão é a igreja que será frequentada por Michelle, evangélica praticante. No Rio, ela frequenta a Igreja Batista, mas, em Brasília, pessoas ligadas ao presidente eleito afirmam que o mais provável é que ela procure a Sara Nossa Terra, do bispo Robson Rodovalho, muito presente na campanha presidencial e amigo de boa parte dos políticos ligados a Bolsonaro — o pastor celebrou o casamento de Onyx Lorenzoni, na última quinta-feira. “Michelle é muito ligada à igreja. Ele é católico, mas passou a frequentar por conta dela, que é bem religiosa. É muito provável que escolha a igreja Sara Nossa Terra”, acredita uma pessoa próxima.


Os superministros do governo, Sergio Moro (Justiça) e Paulo Guedes (Economia), também estudam se mudar para Brasília. Ainda não bateram o martelo, mas a opção é mais viável do que ficar na ponte aérea. Uma fonte ligada ao governo de transição afirma que Moro já diz estar decidido a morar na capital a partir de janeiro, até pela importância de estar no centro do poder. Deve trazer a família.

Guedes, por outro lado, não garantiu a mudança. “Pode ser que ele opte por ficar em Brasília nos primeiros meses, mas depois vai voltar a viver na ponte aérea. Como o mercado financeiro está muito concentrado no Rio e em São Paulo, isso é possível. Terá uma base aqui, mas já não costuma ficar na  cidade nos fins de semana. Em geral, vem na terça e vai embora na quinta”, explica a mesma fonte. Atualmente, Guedes mora no Rio. Uma pessoa da equipe de transição garante que ele teria dito que decidiu se mudar para Brasília, mas o economista ainda não confirmou a mudança. “Não sei se ele vem com a família”, diz.


Correio Braziliense

 

domingo, 1 de julho de 2018

Corregedor acusa Deltan de ofender Congresso

Frequentador assíduo das redes sociais, o procurador Deltan Dallagnol, chefe Lava Jato em Curitiba, está sob ameaça de ser punido por conta de um tweet de quatro linhas. O corregedor nacional do Ministério Público, Orlando Rochadel Moreira, abriu contra Deltan um processo administrativo disciplinar. Acusa-o de “ofender” e “incitar o ódio” contra o Congresso Nacional.

A origem da encrenca é a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro, uma “jogada de mestre” decretada por Michel Temer em fevereiro. Na época, o governo cogitou adotar um procedimento inusitado: o “mandado coletivo de busca e apreensão”. Serviria para realizar batidas policiais em grandes áreas das favelas do Rio, sem a especificação de um endereço.

Um colega de Deltan, o procurador da República Wellington Cabral Saraiva, enxergou na inciativa um quê de demofobia. Ele escreveu no Twitter: “Se essa autorização for dada, será bom usá-la também em buscas coletivas nas Avs. Paulista e Luís Carlos Berrini, em SP, na Av. Vieira Souto, no Rio, e no Lago Sul, em Brasília. Afinal, a lei é para todos”.
Em 20 de fevereiro, Deltan replicou a mensagem do colega na sua conta no Twitter. E adicionou um comentário corrosivo: “Se cabem buscas e apreensões gerais nas favelas do Rio, cabem também nos gabinetes do Congresso. Aliás, as evidências existentes colocam suspeitas muito maiores sobre o Congresso, proporcionalmente, do que sobre moradores das favelas, estes inocentes na sua grande maioria.”  

Considerando-se o contexto, o alvo da crítica dos procuradores era o “mandado de busca e apreensão coletivo”. O Código de Processo Penal não permite esse tipo de esperteza. Exige a indicação precisa do endereço a ser varejado pela polícia, com a fundamentação dos objetivos e a identificação do alvo. Daí o tom irônico dos posts da dupla. Se vale para as favelas, por que não valeria para as áreas chiques de São Paulo, Rio e Brasília? Por que excluir o Congresso?

A ideia era tão estapafúrdia que foi congelada pelo governo. [o impedimento do mandado coletivo ser utilizado foi a causa principal do fracasso da intervenção;
os opositores do uso do instrumento parecem esquecer que nas favelas a população não pode - mesmo que alguns desejem - colaborar com a polícia.
Na dúvida sobre se houve ou não delação, o tráfico executa o possivel delator.

O mandado de busca coletivo pelo seu amplo alcance além de permitir ações mais eficientes e rápidas, dificultaria qualquer tentativa dos traficantes buscando identificar eventuais colaboradores da polícia.
Impediram o mandado e acabaram, de fato, com a intervenção.]
 
Entretanto, o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG), vice-presidente da Câmara, enxergou no post de Deltan Dallagnol uma ofensa gravíssima aos congressistas e ao próprio Poder Legislativo. Em ofício endereçado ao corregedor Orlando Moreira, o deputado cobrou a punição do chefe da Lava Jato.  Fábio Ramalho anotou: “A declaração do mencionado procurador, ao tempo em que estabelece estranha relação entre a situação nas favelas do Rio de Janeiro e gabinetes parlamentares no debate dos chamados ‘mandados coletivos’, generaliza e coloca sob suspeita todos os parlamentares da atual Legislatura (deputados federais e senadores), sem exceção, eis que a declaração não identifica congressista ou individualiza possíveis condutas passíveis de busca e apreensão em gabinetes parlamentares.”

O vice-presidente da Câmara acrescentou: “Além disso, a manifestação atinge diretamente a imagem da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, bem como a totalidade dos congressistas, eis que atingidos em sua honra em razão do exercício do mandato.” Fábio Ramalho pediu a “devida apuração do fato” no âmbito do Conselho Nacional do Ministério Público, órgão ao qual está vinculada a corregedoria chefiada por Orlando Moreira.

O corregedor deu razão ao deputado. Determinou a instauração de um processo administrativo disciplinar contra Deltan Dallagnol. Tomou a decisão ad referendum do Conselho Nacional do Ministério Público. A expressão latina ad referendum significa que a providência precisa ser referendada pelo conselho. Para Orlando Moreira, o chefe da Lava Jato cometeu, “em tese”, uma “falta funcional punível com a censura.”

Em sua decisão, o corregedor anotou que “foi dada a oportunidade de defesa ao reclamado”. Mas a notificação da corregedoria não chegou às mãos de Deltan. O procurador só ficou sabendo do processo depois que ele foi instaurado. Reinvindica o direito de apresentar sua defesa antes da manifestação do conselho. Nas palavras de Orlando Moreira, a manifestação de Deltan no Twitter foi “ofensiva e incentivadora do ódio”. Na sua avaliação, o procurador “atacou o Congresso Nacional e ofendeu sua imagem”. Mais: “instigou o povo brasileiro a ficar contra os congressistas nacionais, de maneira genérica, sem qualquer argumento, e fora de qualquer processo de sua atribuição, lançando dúvidas quanto à integridade de todos os senadores e deputados federais”.
Pior:denegriu e menosprezou atribuição constitucional do Ministério Público”, pois “comprometeu a imagem dos milhares de membros do Ministério Público Brasileiro que diariamente atuam em harmonia e respeito com os demais Poderes Constituídos para a consecução das atividades ministeriais.”

O corregedor prosseguiu: “Com tal conduta, mascarada através de suposto exercício da liberdade de expressão, incitando o ódio e ofendendo o Congresso Nacional, deixou o processado de observar o seu dever funcional de guardar decoro pessoal em respeito à dignidade de suas funções e à da Justiça, e também ao prestígio do Ministério Público.”
Deltan discorda. Sustenta que suas observações não podem ser retiradas do contexto. Afirma que apenas manifestou sua posição pessoal, contrária às tais operações de busca e apreensão de caráter geral. Quis realçar “que o domicílio é um asilo inviolável do indivíduo, acessível ao Estado apenas dentro das hipóteses constitucionais e legais.”

Para o procurador, “as buscas devem ser feitas em locais identificáveis —por endereço ou coordenadas GPS— e de modo justificado.” Está em jogo, segundo ele, uma “garantia que não é para pobres ou ricos, poderosos ou vulneráveis, mas sim para todos. É um direito fundamental.” Deltan afirma que “beira a má-fé a ilação de que tenha defendido a realização de buscas gerais no Congresso.”  Deltan relembra o noticiário da época, que depreendeu com precisão o sentido das suas palavras, tomadas num contexto que não se limitou ao teor do post veiculado no Twitter. Notícia do Estadão, reproduzida pelo UOL, destacou que ele “criticou o mandado coletivo de busca e apreensão.” Reportagem da Folha anotou: “Dallagnol diz que a ação é inconstitucional.”

Na opinião do procurador, a reação de Fábio Ramalho, o vice-presidente da Câmara, “é absolutamente antidemocrática, pois busca restringir a liberdade de expressão de um membro do Ministério Público, de modo absolutamente inconstitucional.” Deltan avalia que a interpretação que o deputado deu à sua postagem no Twitter, dando de ombros para o que foi noticiado pela imprensa, tem “o objetivo de obter uma punição incompatível com o sentido e o alcance da manifestação expressada.”  Fábio Famalho é um crítico da Lava Jato. O nome do deputado consta da lista de beneficiários de contribuições ilegais feitas pela Odebrecht. A relação foi entregue ao Ministério Público pelo delator Benedicto Barbosa da Silva Júnior, ex-executivo da empreiteira. Ramalho foi identificado nas planilhas da Odebrecht com o apelido de “Barrigudo”. Recebeu R$ 50 mil em 2010.

No dia 11 de abril de 2017, o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, autorizou a Procuradoria-Geral da República a investigar os políticos delatados pela Odebrecht. Fábio Ramalho afirmou na época que todas as doações que recebeu na campanha de 2010 foram declaradas à Justiça Eleitoral. A Procuradoria não conseguiu obter informações que fossem além do teor das delações. Por isso, Ramalho não foi formalmente denunciado na Lava Jato. Há no Congresso 594 parlamentares, entre deputados e senadores. Desse total, cerca de 40% frequentam as investigações abertas no Supremo. Deltan compara esse cenário de terra arrasada com a situação das favelas, onde o governo pretendia realizar as tais buscas “coletivas”. [situações totalmente diferentes, começando pela própria dificuldade de identificar e localizar, de forma isolada, qualquer suspeito nas favelas
Envolver o Congresso no debate foi mais uma manobra para desmoralizar a classe política, visto que não houve em nenhum momento envolvimento do Congresso Nacional sobre o cabimento ou não mandado de busca.]

“Não há evidências que levantem suspeitas sobre sequer 10% dos moradores de favelas”, diz o procurador. “Não há qualquer indicativo de que pessoas que moram em favelas sejam suspeitas de crimes em percentual próximo aos de congressistas que são investigados. Em 2016, 6% da população brasileira morava em favelas, ou seja, algo perto de 12 milhões de pessoas. Mesmo que todos os presos brasileiros fossem oriundos de favelas, o que se cogita apenas para argumentar, o percentual dos presos (cerca de 700 mil) em relação aos habitantes de favelas seria de 6%, isto é, seis vezes inferior ao percentual de congressistas investigados.”

Contra esse pano de fundo, Deltan considera natural “dizer a verdade sobre a proporção da corrupção no Congresso”. Algo que “jamais deveria ser alvo de processo disciplinar” como o que foi aberto contra ele na Corregedoria Nacional do Ministério Público. “Calar a verdade, dita contra poderosos, é próprio de ditaduras, não de democracias”, afirma o procurador. “Tapar o sol com a peneira, esconder o diagnóstico que a Lava Jato e a imprensa fazem ou varrer a sujeira para debaixo do tapete não contribuirá para o amadurecimento de nossa democracia ou para o controle da corrupção.”

Como se vê, são mesmo espantosos os dias atuais. Pessoas que sistematicamente desmoralizam o Congresso, jogando a opinião pública contra a classe política, deveriam ser processadas de maneira implacável. O problema é que, infelizmente, as pessoas que fazem isso dispõem de imunidade parlamentar, o que dificulta enormemente a punição. Nesse cenário, órgãos como o Conselho Nacional do Ministério Público deveriam guerrear para aumentar, não censurar, o poder de crítica dos procuradores. No momento, o pior excesso que um integrante da força-tarefa da Lava Jato poderia cometer seria o excesso de moderação.

O próprio corregedor Orlando Rochadel Moreira não ignora —ou não deveria ignorar— os riscos que correm os agentes públicos que cometem o excesso de moderação. O Conselho Nacional do Ministério Público considerou que o doutor foi excessivamente moderado ao analisar um processo que envolve o procurador-geral de Justiça do Estado do Tocantins, Clenan Renaut de Melo Pereira. Acusado de envolvimento num esquema de desvios de recursos públicos em obras orçadas em R$ 1,2 bilhão, Clenan foi poupado pelo corregedor.

Em decisão monocrática (individual), Orlando Moreira ignorou o resultado de sindicância que recomendava a punição do procurador-geral do Tocantins. Enviou o processo para o arquivo. O blog apurou que, no último dia 15 de maio, em sessão presidida pela procuradora-geral Raquel Dodge, o Conselho Nacional do Ministério Público decidiu desarquivar o processo contra Clenan Renaut de Melo Pereira. Os conselheiros consideram que são abundantes as evidências de irregularidades. Ou seja, não é por falta de matéria-prima que o corregedor perde tempo abrindo processos disciplinares inúteis.

Blog do Josias de Souza
 

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Janot, encontro em bar

Janot é cliente e advogado foi pela 1ª vez a bar, diz proprietário

O advogado Pierpaolo Bottini nunca havia sido visto na loja que no sábado serviu de palco de encontro com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Encravada em um pequeno centro comercial do Lago Sul, área nobre de Brasília, a distribuidora de bebidas é geralmente frequentada por moradores da região. Um perfil bem diferente de Bottini, que vive em São Paulo.

Defensor do empresário do Grupo J&F Joesley Batista, Bottini foi fotografado em uma mesa com Janot um dia depois de o procurador pedir a prisão de seu cliente. A imagem foi veiculada pelo site O Antagonista. Ambos afirmaram que o encontro ocorreu por acaso e que, durante a conversa, assuntos profissionais foram deixados de lado.  Proprietário há seis anos da distribuidora, batizada de Lago Sul, o empresário Cesar Danna afirmou ter presenciado a cena. Janot teria chegado antes e se instalado em uma mesa que, naquele dia, estava nos fundos da pequena loja. Segundo Danna, antes de Bottini se sentar à mesa, Janot conversou com outra pessoa, que deixou o local em seguida. Sobre o encontro com advogado, Danna resumiu: “Foi bem rápido”.

O empresário disse que no sábado foi a primeira vez que viu o advogado de Joesley na sua distribuidora. “Eu nunca tinha visto, foi a primeira vez”, afirmou. “Muito político passa por lá, muitos advogados. Lago Sul é onde mora a maioria dos políticos, profissionais liberais. Tem sempre alguém”, disse.  Ao contrário de Bottini, Janot é cliente conhecido da distribuidora. Danna contou que ele é visto com frequência na loja. No sábado, ele teria chegado por volta de meio-dia. 

A distribuidora tem quatro mesas à disposição dos clientes que geralmente ficam à espera de encomendas. Os interessados se servem por conta própria. Ali não há garçom. A distribuição das mesas também varia. Quando o clima permite, elas ficam do lado de fora. Mas, se o cliente quiser deixá-la nos fundos, para fugir do barulho ou garantir privacidade, a mudança é feita sem problemas. A mesa de Bottini e Janot estava instalada nos fundos da loja. No dia seguinte, não estava mais lá. No local eram vistas apenas algumas caixas e garrafas. 

Privacidade
Danna disse não se queixar do movimento. Ele contou que são vários os políticos e empresários que vão até o local. Questionado, ele disse que a privacidade dos clientes faz parte do negócio e, por isso, não pode citar nomes, mas emenda dizendo que Janot é sempre reconhecido pelos demais compradores. “Ele às vezes fica em pé, não precisa nem sentar. Muitos o cumprimentam, fazem elogios”, contou.

O empresário atribui o sucesso da loja à localização e à variedade e qualidade das bebidas. A comida não é o forte. Aqueles que buscam algo para acompanhar a bebida recorrem a um espetinho, vendido nos fins de semana por um conhecido que há anos usa o local. O forte são os espetos de carne, mas também estão disponíveis os de frango. Danna disse que parte dos clientes, atraída pelo sabor da comida, não chegam nem mesmo a comer no local. Pedem e levam para viagem. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Só restou a porta de saída



Presidente coleciona decisões erradas e aliados encarcerados
O dono da casa estava feliz. Reunira na sala 37 senadores, nada menos que 46% dos votos disponíveis no plenário do Senado, sem contar o próprio. Dividiam o espaço com 18 ministros na celebração do favoritismo da aliança PT-PMDB para a eleição presidencial.
Só faltava a candidata, amiga do anfitrião, sua companheira de caminhadas matinais. Saíam cedo, ela disfarçada com chapéus de abas longas e óculos escuros, guiando o cão Nego, legado de José Dirceu, seu antecessor na Casa Civil.

Dilma Rousseff (PT) não quis ser fotografada em festa com os aliados. Fez circular uma justificativa banal: precisava treinar para o debate na Rede Bandeirantes, duas noites à frente.
Coube ao vice Michel Temer (PMDB) comandar o brinde. Com o peculiar sorriso enviesado, segurou o microfone:  — Estamos todos em boa companhia, partilhando o pão. A partir da partilha do pão que ora aqui fazemos, nós queremos partilhar o próximo governo da Dilma.

Lá se foram cinco anos e oito meses desde o almoço daquela terça-feira 3 de agosto de 2010 no Lago Sul, em Brasília. O anfitrião Jorge Afonso “Gim” Argello, ex-senador pelo PTB, agora ocupa uma cela em Curitiba, onde negocia delação premiada sobre múltiplos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em campanhas eleitorais. A maioria do Senado se diz disposta a despejar hoje Dilma do Palácio do Planalto, com um processo de impeachment. O vice Michel Temer, de novo, acena aos senadores com a partilha do próximo governo.

É o desfecho de uma crise que começou a ser formatada no gabinete do presidente da República, em janeiro de 2003. Lula degustava a primeira semana no poder em conversa com os ministros José Dirceu (Casa Civil), Antônio Palocci (Fazenda) e Miro Teixeira (Comunicações). Mostrou-se preocupado com o novo Congresso, que tomaria posse no mês seguinte.

O antigo líder sindical operário chegara ao Planalto com 52 milhões de votos, 61% do total, unindo grupos antagônicos. Lula queria dominar o Legislativo. O PT elegera 91 deputados e 14 senadores. A máquina eleitoral turbinada pelo generoso financiamento empresarial permitiu-lhe crescer 57% na Câmara e 75% no Senado. Essa proeza, entretanto, apenas deixava o partido do presidente próximo do PMDB e do PFL (hoje DEM) e do PSDB. Juntos, os três reuniam 44,5% dos votos da Câmara e 60% do Senado.

Ganhar eleição é difícil, governar, muito mais. O recém-eleito sonhava com hegemonia legislativa para seu projeto de poder, moderadamente reformista. Lula perguntou “como é que se organiza” a base majoritária de congressistas. Dirceu saiu na frente com uma evocação do enunciado dos “300 picaretas” que Lula usara anos antes, em pejorativo aos parlamentares federais: — Com esse congresso burguês, maioria legislativa se constrói em cima do orçamento.

O presidente escutava, olhando na direção das próprias meias. A proposta escondia e mistificava, tanto quanto revelava: usar cargos e fatias do orçamento federal e das empresas estatais para compor a “maior base parlamentar do Ocidente”, na definição do chefe da Casa Civil.
Palocci e Miro indicaram a alternativa de alianças a partir de projetos específicos. Sugeriram começar pelo “ajuste fiscal”, com potencial para atrair uma fatia da oposição, o PSDB. Ao perceber o aval de Lula a Dirceu, desistiram.

Sucedeu-se romaria ao quarto andar do Planalto. Ali, o secretário-geral do PT, Silvio Pereira, e o tesoureiro do partido, Delúbio Soares, loteavam cargos e pedaços do orçamento público. Ao lado do gabinete presidencial, o chefe da Casa Civil homologava os acordos, auxiliado por Fernando Moura, mais conhecido como “FM”. Os neoaliados do Planalto eram alvo de provocações nos corredores do Congresso: — O deputado anda ouvindo muita rádio ‘‘FM’’.

Semanas atrás, na prisão, Moura estimou ter participado com Silvio Pereira da escolha e nomeação de 32 mil pessoas para cargos no governo e em empresas estatais no primeiro mandato de Lula. Entre eles, diretores da Petrobras como Renato Duque, encarcerado há um ano.

Moura, Pereira e Delúbio ajudaram a moldar a era Lula em negociações de quantias e percentagens superlativas. Eram operadores de uma mecânica testada na campanha eleitoral.

Numa noite de junho de 2002, por exemplo, Delúbio escoltara o chefe Lula, o vice José Alencar e Dirceu à casa do deputado Paulo Rocha (PT-PA), em Brasília. Lá, encontraram Valdemar Costa Neto, líder do PR. “Boy”, como é conhecido, detalhou a reunião à revista “Época” em agosto de 2005. “Fomos para o quarto eu, o Delúbio e o Dirceu. Comecei pedindo uns R$ 20 milhões...”

Levou metade. Como outros, mais tarde ganhou lotes de postos-chave em departamentos (como o Dnit, de obras de infraestrutura), representações (Trabalho e Receita Federal) e diretorias de estatais (Infraero, Itaipu e Correios).

A Petrobras era o “filé”, na definição de Roberto Jefferson, líder do PTB. Foi partilhado por dois José: Dirceu, do PT, e Janene, do PP. Logo, somaram-se líderes do PMDB. A linha de montagem da “base aliada” possuía algo de poético aos olhos de Dirceu: “É um bolero, dois pra lá e dois pra cá”, repetia. “O modo petista de governar tem força”.

Lula desfrutava. Numa noite de quinta-feira, 14 de outubro de 2004, foi com Dirceu à casa de Jefferson renovar promissórias com o PTB. Partilharam codornas recheadas e um Don Laurindo, de Bento Gonçalves (RS). O anfitrião exercitou a voz de barítono em peças de Tom Jobim — “Eu sei que vou te amar”, entre outras. À saída, o presidente ajeitou a gravata listrada de cinza, preto e branco, e disse aos jornalistas, olhando para Jefferson: — Eu daria a ele um cheque em branco, e dormiria tranquilo.

Oito meses depois, Jefferson achou que o governo Lula queria tomar-lhe o PTB. Denunciou a existência do Mensalão em entrevista à jornalista Renata Lo Prete e refugiou-se na serra fluminense. Estava a 1.300 quilômetros do Planalto, mas o eco do escândalo sitiou sua casa, no meio do Caminho Novo (atual BR-040).

Numa madrugada fria rascunhou uma auto-incriminação, para legitimar a própria denúncia. Seguia a lógica do drama, lapidada na tribuna parlamentar e na advocacia criminal. Sentiu-se como Ródion, personagem de Dostoiévski em “Crime e castigo”, contou tempos depois.
O barítono Jefferson escreveu um discurso catártico ao som de “Butterfly”: “Você se lembra da paixão pelo suicídio na ópera? Pois é, sem tragédia, sem sangue e sem ódio, o povo não gosta”.

Voltou a Brasília, foi à Câmara e arrastou Lula e o PT para uma voragem de sete anos de crise, resumidos num processo com 38 réus julgados pelo Supremo Tribunal Federal em 53 sessões.

Mesmo acuado, Lula viu-se agraciado pelo vento a favor na economia, com uma súbita alta de 60% nos preços das matérias-primas exportadas. Reelegeu-se com 60,1% dos votos e avisou à mulher, Marisa, que mudaria a rotina no Alvorada. Passou a guardar um lugar à mesa no jantar de domingo para uma convidada: Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil.
Ela estivera no centro de todas as crises do governo Lula, desde o Mensalão. Dona de uma biografia incólume às urnas e, em parte, dedicada à luta pela substituição de uma ditadura (militar) por outra (do proletariado), foi apresentada numa campanha eleitoral hollywoodiana, na maior parte custeada por fornecedores da Petrobras, premiados com obras sem projeto e custos multiplicados por 10, como foi o caso da refinaria de Pernambuco, nascida de uma conversa de Lula com Hugo Chávez, presidente venezuelano. 

Um único comício organizado pelo governo, em Angra dos Reis, custou US$ 25 milhões. Lula comandou o batismo antecipado da plataforma P-57 durante um par de horas, e a embarcação voltou rebocada, inacabada, ao estaleiro. Dilma nem apareceu. Ganhou com 56% dos votos.

Dilma tentou manobras, como alijar o PMDB do governo, e acabou no isolamento. Perdeu a bússola quando viu as ruas tomadas por multidões em protesto. Insistiu no projeto de reeleição em 2014, que começou atropelado pelas evidências de uma tempestade política perfeita. A prisão do diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, em março, expôs a monumental corrupção na Petrobras, já combalida por má gerência e endividamento recorde (US$ 500 bilhões). As investigações levaram ao coração do PT.

Conseguiu ser reeleita com 51,6% dos votos, num ambiente de recessão, inflação alta e maquiagens nas contas governamentais para ocultar déficits expressivos. A oposição passou um ano inteiro pregando o impeachment. Sem êxito até dezembro passado, quando o presidente da Câmara aceitou o pedido. Ela retaliou, demitindo os aliados do deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que ainda preservara no governo, sobretudo no comando da Caixa. 

O catalisador político surgiu no final de fevereiro a partir de suas conversas com Lula, gravadas por ordem judicial. Ao tentar proteger o criador, com nomeação para o ministério, sujeitou-se à acusação de obstrução da Justiça. Ficou entre a renúncia e o impeachment. Hoje, escolherá a porta de saída.

Fonte: José Casado,  jornalista – O Globo