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segunda-feira, 22 de março de 2021

Totalitários sempre tentam destruir núcleo familiar - Gazeta do Povo - VOZES

Rodrigo Constantino 

O núcleo familiar é a essência da sociedade, o pilar da civilização. É na família que somos educados, civilizados, conhecemos o amor, o respeito, os limites. Daí a crueldade ímpar e indizível de quando os próprios pais são os algozes dos filhos, ou quando estes se tornam inimigos ou até assassinos dos próprios criadores. Felizmente, situações bem raras, e que geram profunda revolta na sociedade.

Proteger as crianças é uma obrigação do estado. Mas isso quer dizer garantir o básico, impedir abusos que atinjam a dignidade humana. Não é o estado ser o educador das crianças no lugar dos pais. Porém, esse é exatamente o anseio de todo totalitário: substituir o papel dos pais, usar o estado para controlar cada indivíduo. E, para tanto, é necessário justamente enfraquecer o elo familiar.
 
Não por caso todo regime coletivista comunista tentou fazer isso. Até as refeições deveriam ser comunitárias, para acabar com o convívio da família nesse momento crucial de conversas. Marx e Engels chegaram a pregar abertamente contra as famílias, que enxergavam como autoritárias e como obstáculo ao comunismo. A Escola de Frankfurt foi pelo mesmo caminho depois. A esquerda totalitária odeia o conceito de família tradicional, "burguesa".
 
É da família que saem os valores da liberdade individual, e daí se constrói o tecido social. Para se viver numa sociedade de confiança, torna-se essencial ter famílias saudáveis em vez de disfuncionais. Quem quer substituir a família pelo estado precisa, portanto, enfraquecer os laços de família, e com isso produzir desconfiança geral, esgarçando esse tecido social até o caos total, para que o estado absolutista possa entrar em cena.
 
Nada disso é tese conspiratória, mas sim projetos bem declarados de revolucionários, e experimentos que produziram terror e caos no passado. Para jogar uns contra os outros na sociedade, o ponto de largada será a família. Não foi por outro motivo que o genocida Mao Tse-Tung usou crianças em sua "revolução cultural", formando um exército de pirralhos dispostos a matar os membros de suas próprias famílias por serem "contrarrevolucionários".
 
Em Cuba, Fidel Castro incentivou que filhos denunciassem seus pais também, e vizinhos que "entregassem" vizinhos "perigosos" poderiam receber recompensas. Foi o mesmo no nacional-socialismo e todo modelo totalitário. O tirano instiga cada um a se tornar um X9, um caguete, pois não há polícia secreta capaz de dar conta do recado completo. Na Alemanha comunista, parcela significativa da população trabalhava para a Stasi.
 
O totalitarismo não pode abrir mão dos "traíras" que, com pouco apreço pela liberdade, ou por excesso de medo, comportem-se como agentes do estado opressor. O ressentimento seria outro componente: o invejoso que sempre detestou o vizinho ou mesmo o irmão enxerga na ideologia um instrumento para se vingar, para punir o desafeto.
 
Eis o pano de fundo para chegarmos ao cerne da questão aqui: essa pandemia está servindo para que mentes totalitárias saiam do armário e avancem contra o núcleo familiar. 
Um vídeo produzido pelo governo estadual de São Paulo mostra uma jovem num bar com alguns amigos infectando depois seu pai de covid, o que o leva para a UTI. Campanha de persuasão dos perigos de contágio tudo bem, mas isso já é terrorismo psicológico tentando incutir culpa nos filhos, gerando intrigas familiares. 
 
Um jornal carioca foi pelo mesmo caminho com essa reportagem:
Além do pânico, querem meter culpa nos jovens e só vão relaxar um pouco quando irmão denunciar irmão, filho entregar pai e vice-versa. Já estamos num ambiente em que vizinhos se consideram "cruzados pela vida" ao denunciar um churrasco na casa do outro vizinho, o que é assustador. Agora estão tentando ir mais longe, e colocar membros da mesma família em confronto.
 
A pandemia é grave, ceifa vidas, espalha o medo. Mas seu custo não pode ser medido somente numa contagem mórbida de cadáveres
Nossas liberdades mais básicas estão ameaçadas. Nosso valores mais caros estão em risco. 
Não resta dúvida de que os totalitários viram na crise da pandemia uma oportunidade para instaurar regimes controladores e opressores. 
E eles sempre começam com a destruição das famílias.
 
Rodrigo Constantino, jornalista  -   Gazeta do Povo - VOZES
 

sexta-feira, 20 de março de 2020

Eduardo Bananinha, o idiota! - Blog do Noblat

Ricardo Noblat


Uma vez que atraia os holofotes, com ele está tudo bem

Se o deputado, segundo Mourão, não se chamasse Eduardo Bolsonaro, mas sim Eduardo Bananinha, as relações do Brasil com a China estariam cem por cento. Mas por carregar o sobrenome do pai, ele desatou uma crise diplomática entre os dois países que está longe de terminar. Mourão pediu desculpas ao governo chinês. Pequim ainda não respondeu se as desculpas de Mourão serão aceitas. A mais recente nota da embaixada da China no Brasil, distribuída ontem à noite, foi mais dura do que a anterior e renovou a cobrança para que Eduardo peça desculpas e apague os desaforos  que escreveu na sua conta no Twitter.

O povo chinês é o único que tem sua história de milênios escrita à medida que era construída. Hoje, se diria: em tempo real. Seus governantes não só a conhecem bem como podem consultá-la a qualquer momento. Como reagiu a dinastia A ou B em tal situação? Quais foram mesmo os efeitos do “milênio perdido”?

Sem que tivesse ainda a bomba atômica, a China de Mao Tse-Tung foi capaz de encarar ao mesmo tempo a União Soviética e os Estados Unidos, as potencias nucleares à época. É o país mais populoso e antigo do mundo. No final do século XIX, seu PIB era superior à soma do PIB da Europa com o PIB dos Estados Unidos.

Pois foi com essa gente que Bananinha resolveu brigar. Se ele tivesse lido o livro “Sobre a China”, escrito por Henry Kissinger, ex-secretário de Estado americano e o principal responsável pela aproximação entre os Estados Unidos e a China, é possível que não fizesse o que fez. Mas Bananinha nunca ouviu falar de Kissinger.  Quando cotado pelo pai para ser embaixador do Brasil em Washington, ele fez um curso relâmpago sobre diplomacia para responder à sabatina no Senado. Ouviu falar pela primeira vez do Barão do Rio Branco, de Oswaldo Aranha, da anexação do Acre, essas coisas básicas. Mas, sobre a China, necas de pitibiriba.

A China não estava no seu radar. De resto, Bananinha gosta de viajar pelo mundo como turista, interessado nos cartões postais de cada lugar e indo às compras. Cultura nunca foi seu forte. Formado em Direito, fez concurso para escrivão da Polícia Federal e passou. Era mais fácil do que o concurso para investigador ou delegado.

Quando adolescente, seus amigos o chamavam de Loide, uma referência ao filme “Debi & Loide – Dois idiotas em apuros”. Gostava de namorar e de surfar, de acordo com seu perfil publicado na mais recente edição da revista Piauí. E de fumar o que o ex-presidente Bill Clinton fumou uma vez, mas sem tragar. Mantinha distância da política. Até que seu pai decidiu que ele deveria disputar um mandato de deputado federal em São Paulo. Ordem dada, missão cumprida. Entrou na Câmara como um liberal. À procura de um papel, virou um extremista de direita.  Como pai, não gosta de ler livros. Informa-se nas redes sociais. Repete o que está no Google e o que o autoproclamado filósofo Olavo de Carvalho lhe ensina. Foi ele que descobriu Olavo para sua família. Embora disponha de um exemplar do livro “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota”, de Olavo, nunca o leu.

Certamente, Eduardo não se deixará abater pela alcunha de Bananinha. Na vida real, é um boa praça travestido de guerreiro pintado para a guerra contra o comunismo e à cata do reconhecimento do pai. Empenha-se para parecer cada vez mais com ele e – quem sabe? – sucedê-lo como chefe político da famíliaEstar no epicentro de uma crise que preocupa o presidente da República não subtrairá a Bananinha um minuto de sono. O brilho dos holofotes é o que fascina o único dos Bolsonaro que sonhou um dia em ser modelo. Ele ainda guarda suas primeiras fotos como aspirante a modelo. Se mostradas, fariam enorme sucesso. [a lista de defeitos do Eduardo Bolsonaro é enorme;
o comentário sobre a China vale igual à soma dos dez maiores defeitos da lista.
Mas, cabe reconhecer que ele não tem o defeito que o fenomenal  Lulinha, o biólogo filho do Lula, tem: Eduardo é HONESTO. Aloprado, porém,honesto e qualquer brasileiro prefere um filho aloprado, 'bananinha' que um filho desonesto - foi Lulinha o primeiro da família Lula da Silva a partir para o mundo das propinas.]

Blog do Noblat - Ricardo Noblat, jornalista - VEJA


quarta-feira, 3 de abril de 2019

Lula livre, em casa


Manter um ex-presidente na cadeia faz mal à história do país, ele pode ir para prisão domiciliar 

Para quem vive com a cabeça quente,  Lula deve ‘apodrecer’ na cadeia

No próximo domingo (7) Lula completará um ano de prisão, fechado numa cela de 15 metros quadrados na carceragem da Polícia Federal de Curitiba. [comentário 1: registre-se que Lula é criminoso comum, condenado por crime comum e deveria estar cumprindo sua sentença em prisão destinada a criminosos comuns (devido ter mais de 70, com direito a estadia na 'ala dos vulneráveis');

Nas condições que ele está além de ser um desrespeito aos seus colegas criminosos comuns - na Papuda tem uma média de 40 presos em um espaço inferior a 40 m² - podemos considerar que ele vive em uma suite,  com conforto acima da média do oferecido a mais da metade da população brasileira.] Sua situação é inédita na história do Brasil e essa circunstância sobrepõe-se aos aspectos jurídicos, porque a decisão dos magistrados um dia será uma nota de pé de página na narrativa de um fato maior. Em 1889 decidiu-se banir a família imperial. Vá lá, mas fazia sentido negar sepultura no Brasil a d. Pedro 2º durante décadas?


Para quem vive com a cabeça quente, Lula deve "apodrecer na cadeia", como disse Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral. Quando as cabeças esfriam, as coisas voltam para seu lugar.

 

[comentário 2: nem a sugestão da prisão domiciliar - imediata, o que desmoralizaria a Justiça - nem a de que ele 'apodreça' na cadeia.

Que tal uma sugestão que contempla a legalidade, a Justiça e a situação real do celerado em comento?

 -   destacando que o fato que manter ex-presidente na cadeia, se tratando no caso de notório criminoso e condenado pela Justiça, não faz mal a história de nenhum país. Lula tem 24 anos de cana para puxar - inadmissivel que o Supremo desrespeite  o Brasil e não confirme a sentença advindo do caso 'triplex do Guarujá', que já foi contestada e mantida em todas as instância, turmas, TRT's, Plenário virtual do STF, etc;

Também altamente improvável que a sentença do 'sítio de Atibaia' não seja confirmada em segunda instância, via TRF - 4. Existe já próxima de julgamento uma outra sentença que deve render mais uma dezena de anos = totalizando mais de 30 anos. Considerando que a LEP vigente permite liberar criminosos após cumprir um sexto da pena, o presidiário petista após cumprir uns 6 anos, poderá pleitear a libertação condicional, estando já próximo dos oitenta. Desta forma, ainda que sobrevenham novas condenações - o celerado responde a outros quatro processos criminais - ele estará raspando os oitenta prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica será uma punição dentro da legalidade e da Justiça.]

Três precedentes mostram que seria melhor permitir, em algum momento, a transferência de Lula para o regime de prisão domiciliar. Nele só poderia receber um número fixo de visitantes. (Em 2017, quando Marcelo Odebrecht passou a cumprir a pena em casa, tinha direito a 15 visitantes previamente listados.)

Jefferson Davis, o incendiário presidente dos estados confederados do Sul dos Estados Unidos, foi preso em 1865 e libertado dois anos depois. A Guerra Civil americana custou ao país quatro anos de combates e algo como 700 mil mortos (2% da população).

As condições carcerárias de Lula são dignas, mas assemelham-se àquelas que a República Francesa impôs ao marechal Philippe Pétain em 1945. Ele presidira o regime ditatorial e racista de Vichy, colaborando sinceramente com a ocupação nazista. Nonagenário e doente, teve a pena comutada em 1951 e logo depois morreu, em casa. Lula não foi um Pétain.

Os Estados Unidos e a França têm um tipo de história. A China tem outro. Mao Tse-tung prendeu o presidente Liu Shaoqi em 1967. Ele viveu em condições deploráveis até 1969, quando morreu. Ao contrário do que aconteceu com Pétain e Davis, Liu foi reabilitado. Sua filha formou-se na Universidade Harvard e geriu investimentos da família Rockefeller.

Lula encarcerado não faz bem à história do país, como não faz bem a lembrança de que João Goulart morreu na Argentina depois de 12 anos de desterro. Desde que Bolsonaro assumiu a Presidência, nenhuma trapalhada foi produzida pelo PT. Tendo perdido o monopólio das encrencas, o comissariado vive em relativa paz. Noves fora alguns arroubos de Gleisi Hoffmann, a presidente do partido, prevalecem vozes mais equilibradas. Prometendo o fim da ideologia de gênero e escolas sem partido, o Ministério da Educação vive uma guerra de facções, sem ensino algum. [comentário 3: alguém precisa lembrar ao sucessor do Vélez - impossível que o citado chegue a próxima Páscoa ainda ministro - que a 'ideologia de gênero' tem que ser neutralizada, expurgada até nos pensamentos, mas o ensino tem que permanecer e melhorar.]

Combatendo uma diplomacia militante, o chanceler Araújo meteu-se numa pregação inútil em torno do que seria uma essência esquerdista do nazismo.  Se Lula for transferido para um regime de prisão domiciliar a questão legal continua quase do mesmo tamanho. Afinal, estão nele Marcelo Odebrecht (que colaborou com as investigações) e o comissário Antonio Palocci (que colaborou com a campanha eleitoral). [comentário 4: ambos colaboraram com a Justiça, obtendo o direito concedido aos colaborares;
já o presidiário petista por ser o chefe, o Capo di tutti capi, o chefe de todos os chefes, da organização criminosa perda total = pt, não tem direito a ser premiado caso se disponha a colaborar.]
 
A transferência de Lula para o regime domiciliar, aventada em junho do ano passado pelo advogado Sepúlveda Pertence, foi rebarbada pelo PT. Supunha-se que "Nosso Guia" pudesse ser favorecido pela eleição de um presidente-companheiro ou pelo clamor da rua. Nenhuma das duas coisas aconteceu.  Para a turma de cabeça quente que defendia a transferência da embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém, o gambito de Bolsonaro oferecendo um escritório comercial foi um gesto hábil. [comentário 5: a turma de cabeça quente, devagar, se enquadra - o presidente passa a governar na forma adequada, com o assessoramento adequado, seus ilustres filhos passam a exercer as atribuições dos cargos para os quais foram eleitos e tudo se ajusta e o Brasil retomar os trilhos do desenvolvimento - medindo as melhorias do governo Bolsonaro teremos dois índices fortes:
- aumento do PB;
- redução sustentável, continuada e crescente do desemprego.
Quanto aos que votaram no Lula, ou em algum 'poste' que ele indicou, que cuidem de arrumar empregos compatíveis com sua competência e esqueçam os tempos das 'mamatas' - há exceções, poucas, visto que a maioria votava no perda total para se manter pendurado em algum emprego, sem trabalhar.] 
 Lula em casa seria um gesto de pacificação histórica. Afinal, no ano passado 45% dos eleitores, não podendo votar nele, votaram no seu candidato.

Elio Gaspari, jornalista - Folha de S. Paulo - O Globo
 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Uma estátua para Donald Trump

O presidente americano merece a homenagem, e ela deve ficar no Itamaraty para ensinar que países não são vagões

Na sua primeira semana de governo, o presidente Donald Trump detonou o acordo tarifário dos Estados Unidos com 11 países da região do Pacífico e anunciou que vai renegociar o tratado de livre comércio com o México e o Canadá.  Como Trump já havia acusado o México de roubar empregos dos americanos, a Casa Branca avisou: “Se nossos parceiros recusarem uma renegociação que dê condições justas aos nossos trabalhadores, o presidente anunciará a intenção dos Estados Unidos de se retirar do Nafta (sigla que denomina o tratado).”

A estátua de Trump deve ficar no Itamaraty, e a homenagem nada teria a ver com a essência de suas decisões. Serviria apenas para lembrar que os países precisam de políticas nacionais. Certas ou erradas, mas nacionais. Quem brinca de vagão acaba abandonado no meio da estrada. Cuba foi vagão da União Soviética e deu-se mal. Em 1994, o México atrelou-se aos Estados Unidos e hoje se vê ofendido, humilhado, como se o Nafta fosse um acordo lesivo aos interesses americanos.

Não é, mas o presidente dos Estados Unidos acha que é, e foi eleito com essa bandeira.
Em 2001, quando a diplomacia americana tentava atrair outros países americanos para o que seria uma ampla associação de livre comércio, a Alca, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, diretor do Instituto de Pesquisas de Relações Internacionais do Itamaraty, disse o seguinte:  “A negociação da Alca é a negociação de um patíbulo. Trata-se de um processo no qual os Estados Unidos, na condução dos seus interesses, querem que o Brasil entre numa zona de livre comércio abrindo mão da possibilidade de ter políticas comerciais, industriais e tecnológicas. Por que a Europa não faz uma zona de livre comércio com os Estados Unidos? E o Japão? Se eles não fazem, por que devemos fazê-lo?” (Mais tarde, o Japão entrou no acordo do Pacífico que Trump mandou às favas.)

Pinheiro Guimarães foi demitido. Violência desnecessária, mas era o tempo do fascínio do tucanato e de muita gente boa pela globalização nos termos dos americanos.  Trump está mostrando ao mundo que países não devem ir atrás de locomotivas. Tem autoridade para dar essa lição porque está no comando da locomotiva, abandonando vagões. Os Estados Unidos têm seus objetivos e não compartilham soberania. Ir atrás de Washington pode ser uma fria.

Durante boa parte do século passado, o Brasil foi vagão. Afastou-se da China e em 1971 passou pelo vexame de ver o professor Henry Kissinger apertando as mãos de Mao Tse-Tung. Rompeu com Cuba em 1964 e, no ano seguinte, enfeitou uma intervenção americana na República Dominicana. Era o que convinha aos Estados Unidos, mas à época o México não se atrelou a essas duas iniciativas.  A história diplomática brasileira tem grandes momentos de independência, infelizmente pouco apreciados e até escondidos

Em 1975, os Estados Unidos meteram-se numa aventura em Angola, e o Brasil alinhou-se com o governo do MPLA. Veio do próprio secretário de Estado, Henry Kissinger, o reconhecimento de que fizera bobagem. (Hoje o MPLA de Angola é uma cleptocracia, mas essa é outra história.)  Num episódio menos conhecido, em 1982, o presidente americano Ronald Reagan estava pronto para invadir o Suriname e mandou o diretor da CIA ao Brasil, para buscar apoio. Não o teve e desistiu.

Fonte: Elio Gaspari,  jornalista - O Globo


domingo, 22 de novembro de 2015

Juventude petista esqueceu de homenagear Marcola e al-Baghdadi

Em 1979, à revista Playboy, Lula listou os homens que admirava... 

Ah, sim. No tal Trigésimo Congresso Nacional da Juventude do PT, enquanto esperavam por Lula, os  jovens petistas entoavam gritos de “Fora, Cunha” e “Fora, Levy”. 

 Além disso, pediam o rompimento da legenda com seu principal aliado, o PMDB.

Na arquibancada do ginásio onde ocorreu o congresso, havia também uma faixa gigantesca onde se podia ler o seguinte: “Guerreiros do povo brasileiro”. E seguia a lista de guerreiros, a saber: José Dirceu, José Genoino, João Paulo Cunha, João Vaccari Neto e Delúbio Soares.

Isso não é piada. É de verdade! Não eram humoristas sacaneado o PT.

Faltou incluir Marcola e Abu Bakr al-Baghdadi.

Bem, quem sai a seus líderes políticos não degenera a estirpe, não é mesmo?
Na entrevista que concedeu à revista Playboy em 1979, os jornalistas quiseram saber quais eram os líderes que Lula admirava. Leia a sequência:
(…) Playboy – Há alguma figura de renome que tenha inspirado você? Alguém de agora ou do passado?
Lula [pensa um pouco] – Há algumas figuras que eu admiro muito, sem contar o nosso Tiradentes e outros que fizeram muito pela independência do Brasil (…). Um cara que me emociona muito é o Gandhi (…). Outro que eu admiro muito é o Che Guevara, que se dedicou inteiramente à sua causa. Essa dedicação é que me faz admirar um homem.
Playboy – A ação e a ideologia?

Lula – Não está em jogo a ideologia, o que ele pensava, mas a atitude, a dedicação. Se todo mundo desse um pouco de si como eles, as coisas não andariam como andam no mundo. (…)
Playboy – Alguém mais que você admira?
Lula –  [pausa, olhando as paredes] – O Mao Tse-Tung também lutou por aquilo que achava certo, lutou para transformar alguma coisa.
Playboy – Diga mais…
Lula – Por exemplo… O Hitler, mesmo errado, tinha aquilo que eu admiro num homem, o fogo de se propor a fazer alguma coisa e tentar fazer.
Playboy – Quer dizer que você admira o Adolfo?
Lula –  [enfático] Não, não. O que eu admiro é a disposição, a força, a dedicação. É diferente de admirar as idéias dele, a ideologia dele.
Playboy – E entre os vivos?
Lula – [pensando] – O Fidel Castro, que também se dedicou a uma causa e lutou contra tudo.
Playboy – Mais.
Lula –  Khomeini. Eu não conheço muito a coisa sobre o Irã, mas a força que o Khomeini mostrou, a determinação de acabar com aquele regime do xá foi um negócio sério.
Playboy – As pessoas que você disse que admira derrubaram ou ajudaram a derrubar governos. Mera coincidência?
Lula – [rápido] – Não, não é mera coincidência, não. É que todos eles estavam ao lado dos menos favorecidos.
(…)
Playboy – No novo Irã, já foram mortas centenas de pessoas. Isso não abala a sua admiração pelo Khomeini?
Lula –  É um grande erro… (…) Ninguém pode ter a pretensão de governar sem oposição. E ninguém tem o direito de matar ninguém. Nós precisamos aprender a conviver com quem é contra a gente, com quem quer derrubar a gente. (…) É preciso fazer alguma coisa para ganhar mais adeptos, não se preocupar com a minoria descontente, mas se importar com a maioria dos contentes.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo - VEJA Online