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sexta-feira, 5 de maio de 2023

O colosso maranhense - Augusto Nunes

Revista Oeste

Só no País do Carnaval alguém pode ser ao mesmo tempo comunista, ministro de Estado e Rei Momo


Ministro da Justiça, Flávio Dino (7/3/2023) | Foto: Ton Molina/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Em 1968, em companhia de outros quatro calouros da Faculdade Nacional de Direito, fiz no Rio de Janeiro um curso intensivo de comunismo. Durante seis meses, na tarde de domingo, os alunos trocaram cortejos de biquínis no Leblon ou algum jogaço no Maracanã por quatro horas numa saleta com pouca luz. 
A monitora sobriamente trajada descobria logo no começo da aula que, de novo, nenhum de nós passara da página 30 do livro receitado uma semana antes
E o que deveria ser uma troca de ideias sobre os ensinamentos de Marx, Engels e Lenin virava um desfile de insultos à burguesia exploradora, ao capitalismo selvagem e ao imperialismo ianque. Um companheiro abandonou o curso — “Ele optou por prazeres pequeno-burgueses”, diagnosticou a professora. Eu e mais três conseguimos o diploma simbólico sem que tivéssemos lido sequer a orelha de O Capital.

Mas nenhum de nós foi liberado para gabar-se da façanha ou partir sem demora para a conversão dos inocentes úteis. “Não contem pra ninguém que vocês são comunistas”, ordenou a monitora no mesmo dia da formatura. Como assim?, estranhei. Se havíamos acabado de descobrir o paraíso aqui na Terra, por que sonegar aos demais viventes, até mesmo a pais e irmãos, o caminho que leva à Verdade e à Luz? “É cedo”, encerrou o assunto a professora. “A imensa maioria dos brasileiros não está preparada para entender o comunismo.” E ainda não ficou pronta, informa a leitura do programa do Partido Comunista do Brasil. É um buquê de vigarices, sofismas e tapeações. Fantasia? Flávio Dino, escolhido para o Ministério da Justiça | Foto: Reprodução

Na cachoeira de palavras despejadas pelos chefões do PCdoB, “comunismo” não dá as caras uma única vez. O que aparece é “comunista” — mas só no nome do partido. Não há lugar para “liberdade”, e “democracia” só é vista escoltada por “socialista”. (Democracia socialista — eis aí uma dupla perigosa. A China e a Coreia do Norte, por exemplo, têm cara de ditadura, jeito de ditadura, modos de ditadura e são ditaduras. Mas exigem o tratamento de “democracia socialista”. Democracia adulta dispensa acompanhantes.)  
Para um genuíno comunista, paraíso é o regime de partido único, sem imprensa livre e com descontentes na cadeia. Até que o povo saiba disso, a sensatez recomenda a fantasia de socialista. Foi por isso que Flávio Dino de Castro e Costa se transferiu, em 2021, do PCdoB para o PSB.

Como pode um ex-juiz apoiar com tamanha animação o projeto de lei que, a pretexto de regulamentar a internet, introduz a censura no mundo das redes sociais?

Nascido em abril de 1968, o atual ministro da Justiça e da Segurança Pública decerto foi nos anos 80 o melhor aluno de um curso semelhante ao que descrevi parágrafos acima. 
Meu noivado com a extrema esquerda durou pouco também por ter constatado que comunista mente demais. 
Flávio Dino casou-se com o PCdoB porque mente mais que respira. Transformado em devoto irrevogável da seita, serviu-a como juiz federal e deputado. 
Em 2014, sem esconder o caso de amor com o PCdoB, venceu Roseana Sarney na disputa pelo governo do Maranhão. Reeleito, provou ao longo de oito anos que o maranhense é antes e depois de tudo um forte: suporta com o mesmo entusiasmo conformado o reinado da família de um coronel de jaquetão quanto o peso do mais avantajado comunista do Brasil.

Em 2021, enfim desconfiou que o Brasil não é um Maranhão tamanho família. Caiu fora da canoa do PCdoB, embarcou na caravela do Partido Socialista do Brasil, aportou em Brasília na nau dos senadores e, como um bom comunista jura saber até a segunda parte do Credo e do Salve-Rainha, tratou de rezar para que a Divina Providência o infiltrasse no primeiro escalão do governo Lula. 

Deus é bom, tem o dever de recitar o agora ministro da Justiça e da Segurança Pública. Instalado na Esplanada dos Ministérios, resolveu substituir o senador Randolfe Rodrigues no posto de Primeiro Capinha de Alexandre de Moraes, o Supremo. Com o acúmulo de atribuições, passou a contabilizar mentiras por minuto.

Em São Luiz, o governador candidato à reeleição jurava não ter feito promessas que, como atestara o vídeo exibido segundos antes, berrara no primeiro discurso de posse. 
Nesta semana, em Brasília, garantiu que só o Telegram não respondera a perguntas que misturavam redes sociais e ataques a escolas. 
 A seu lado, o secretário de Defesa do Consumidor, Wadih Damous, concordava balançando o queixo. A dupla foi surpreendida pelo esclarecimento do Telegram: as respostas haviam sido encaminhadas ao ministério um dia útil depois de recebido o questionário
Quem deve esclarecimentos ao país é Flávio Dino. Ele vem gingando o corpanzil para driblar a verdade em depoimentos em comissões do Congresso. Tem tudo para pisar na bola confrontado com a marcação homem a homem prometida por integrantes da comissão de inquérito instaurada para apurar o que efetivamente aconteceu no Oito de Janeiro.

Pela jurisprudência e pelas decisões do ministro Alexandre de Moraes, as mentiras de Flávio Dino podem ser enquadradas em "flagrante perpétuo".

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Por exemplo: se foi advertido por órgãos de informação para o risco de distúrbios em Brasília, por que manteve as dez arrobas em descanso na sede do Ministério da Justiça? 
O que fora fazer no local do emprego num domingo? 
O que ficou fazendo depois de desencadeada a onda de violências? 
Como pode um ex-juiz apoiar com tamanha animação o projeto de lei que, a pretexto de regulamentar a internet, introduz a censura no mundo das redes sociais? 
Em que critério se baseou para aplicar ao Google a astronômica multa de R$ 1 milhão por hora? 
Frustrado com a derrota na Câmara, que barrou a ofensiva liberticida, Dino excitou-se com as truculências produzidas por Alexandre de Moraes para castigar as big techs. 
O ministro do STF fizera o que os defensores do projeto rejeitado pretendiam fazer, alegou. Com isso, admitiu que Moraes protagonizara mais uma invasão do território do Legislativo pelo Judiciário. 
E confirmou que o ataque togado não se amparava em lei alguma.

Passados menos de cinco meses, Dino fez o suficiente para forçar a atualização da frase famosa de Tom Jobim. O país que nunca foi para principiantes agora anda assombrando os mais tarimbados profissionais. Só no País do Carnaval alguém pode ser ao mesmo tempo comunista, ministro da Justiça, gerente-geral da Segurança Pública e Rei Momo.

Leia também “O Cara nunca existiu”

 

Augusto Nunes,   colunista -  Revista Oeste


segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

A surpreendente advertência de Putin - Fernão Lara Mesquita

Citado em artigo de Jordan Peterson,  que remete a tradução de discurso recente do ex-chefe da policia política soviética (NKVD) e presidente eterno da Rússia publicado no site http://MEMRI.org
“Os advogados do auto-proclamado ‘progresso social’ acreditam que estão empurrando a humanidade para um nível de conscientização novo e melhor. Benza Deus, hasteiem-se as bandeiras, toda a força à frente. A única coisa que eu quero lembrar é que não há nada de novo nisso. Pode ser surpresa para muita gente, mas a Rússia já esteve lá. 
Depois da revolução de 1917 os bolchevistas, confiando nos dogmas de Marx e Engels, também diziam que iam mudar todos os comportamentos e costumes, e não apenas os políticos e econômicos; queriam mudar a própria noção de moralidade e os fundamentos de uma sociedade saudável. 
A destruição de valores solidamente estabelecidos e das relações entre as pessoas até o limite da completa destruição da família (que nós também tivemos), o encorajamento para que as pessoas denunciassem seus entes queridos, tudo isso foi saudado como progresso e, por sinal, foi amplamente festejado pelo mundo afora; estava tão na moda quanto está hoje. 
E os bolchevistas, nunca é demais lembrar, também eram radicalmente intolerantes com quaisquer opiniões que não fossem as suas próprias.
Tudo isso deveria vir à nossa mente diante do que estamos vendo hoje. Olhando o que está acontecendo em tantos países do Ocidente fico embasbacado de ver de volta as práticas que eu espero que nós tenhamos abandonado para sempre num passado distante. A luta pela igualdade e contra a discriminação transformou-se numa forma agressiva de dogmatismo que beira o absurdo, quando as obras dos grandes autores do passado, como Shakespeare não podem mais ser ensinadas nas escolas e universidades porque suas ideias passaram a ser condenadas como atrasadas. Os clássicos agora são acusados de atraso e ignorância da importância do gênero ou da raça. 
Hollywood distribui panfletos decretando qual a forma correta de contar uma história e quantos personagens de cada raça e gênero deve haver em cada filme. 
Tudo isso vai muito mais longe do que foi, lá atras, o Departamento de Agitprop do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética”.

Fernão Lara Mesquita - O Vespeiro 

Transcrito por: Blog Prontidão Total


quinta-feira, 4 de novembro de 2021

A FAMÍLIA E SEUS INIMIGOS - Percival Puggina

É provável que só com ler o título deste artigo alguém já me esteja alertando mentalmente: "Olha que o Estado é laico!". Como se eu não soubesse! Tal advertência, tantas vezes lida e ouvida, tem por finalidade silenciar quem se manifeste a favor de algo que seja motivo de apreço para os cristãos
Isso leva ao seguinte disparate: do agnóstico ao bolchevista, do iletrado ao acadêmico, do maria-vai-com-as-outras ao ministro do STF, todos podem falar sobre quaisquer assuntos, especialmente sobre moral e valores
Admitem-se, com reverências, posições das mais diferentes culturas, da txucarramãe à budista. 
Calem-se, contudo, os que pretendam dizer algo que guarde relação com a cultura judaico-cristã, fundadora, com a filosofia grega e o direito romano, da civilização ocidental. [buscando explicar nossa opinião: qualquer religião séria, fundado nos principios cristãos,  é alvo de uma campanha cerrada buscando silenciar, desautorizar seus principios, seguidores e valores.  
Um dos exemplos são as religiões conhecidas por evangélicas.  
Temos religiões chamadas evangélicas que são sérias, respeitáveis, com um passado iniciado antes mesmo do surgimento das atuais 'evangélicas'. 
Temos outras que são verdadeiras fraudes e seus 'líderes', seus 'mentores', obtiveram os conhecimentos teológicos nas prisões = a maior parte das lideranças da das muitas igrejas que surgem por aí, a cada dia,  são ex-presidiários, que descobriram que a "Bíblia" que ousam interpretar e pregar com base no que interpretam, usam, pode ter outra função além de ser usada debaixo da axila, como se desodorante fosse.
Esses líderes se unem à  famigerada esquerda no culto ao diabo e a valores demoníacos e o que mais odeiam são os cristãos,  especialmente os que desfrutam da felicidade de pertencerem à Igreja Católica Apostólica Roma, funda por Nosso Senhor Jesus Cristo.] 

O tema "família" sempre foi conteúdo importante nas posições filosóficas e ideológicas. Os principais adversários do comunismo não são o capitalismo e a vida real, mas Deus e a família. Quando imposto pela força, o totalitarismo não tolerou que persistisse na sociedade algo que a influenciasse mais do que o Estado. Quando imposto pelo domínio da cultura, centra suas baterias na instituição familiar e em Deus.  É a esteira aberta por Marx e por Engels.

Num sentido estritamente prático, sociológico, é impossível desconhecer que Deus e a família servem à sociedade, pelo amor, a ordem e a moral. Desconsiderados, restam apenas a lei, a força e o braço pesado de algum inimigo real da humanidade.

***

Contudo, não apenas os coletivismos e os totalitarismos investem contra a instituição familiar e contra a influência de uma cultura religiosa na vida social. Também a atacam, embora por outra frente, os defensores do individualismo exacerbado, anarco-individualistas.  Afirmam que a família, por se constituir em um "coletivo" a influenciar fortemente os indivíduos, acaba opondo obstáculos à liberdade de cada um. “Culpa” que muitos atribuem também a Deus. Portanto, em benefício da liberdade de todos, é preciso reduzir a força desses vínculos.

Não é difícil perceber o que vai acontecer com a família à medida que os ataques forem prosperando e sendo adelgaçados, por vários modos e motivos, os vínculos entre seus membros. 
Combater a instituição familiar é atentar contra a humanidade e a liberdade. 
A família é essência do espaço privado, grupo humano em relação ao qual o Estado só deve agir para proteger e onde não deve entrar sem expressa e muito bem justificada determinação judicial. 
Ela é o porto seguro, escola do amor afetivo e efetivo, do serviço mútuo, do sacrifício pelo bem do outro, do martírio e do êxtase. Onde mais se haverá de prover tudo isso, geração após geração?

Alguém dirá que o parágrafo acima é ficcional. Que não se pode tomar a exceção por regra. Admitamos. Admitamos que o descrito é exceção e que a regra, agora, é outra. Tem-se, então, um diagnóstico sobre a quantas anda nossa marcha involuntária para alguma forma de totalitarismo.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


quinta-feira, 30 de setembro de 2021

IGREJA E COMUNISMO: UM SÉCULO DE EMBATES - Brian Kranick

A Igreja Católica nunca se deixou enganar pelas trapaças do socialismo e do comunismo. Encíclicas atrás de encíclicas denunciaram, desde o princípio, a falsa ideologia de Marx e Engels.

Os últimos cem anos, de 1917 a 2017, têm sido como uma recapitulação do protoevangelho, quando Deus disse à serpente: "Porei inimizade entre ti e a mulher" (Gn 3, 15). Trata-se de uma guerra secular que representa o período mais acentuado desta inimizade. Tudo começou em 1917, com as revelações de Nossa Senhora de Fátima, de um lado, e a Revolução Russa, que levou à implantação do comunismo ateu, de outro. Quais seriam as chances de tamanha coincidência?

Ao longo dos últimos cem anos, a forma mais grotesca que o "corpo místico" do Anticristo já adotou é, sem sombra de dúvida, o materialismo ateu, incorporado mundo afora por governos socialistas e comunistas. A serpente tornou-se Leviatã. Antes da Revolução de Outubro, Maria já advertira, em julho de 1917, que a Rússia espalharia "os seus erros pelo mundo, provocando guerras e perseguições contra a Igreja". O resto, como sabemos, é história.

Este centenário da Revolução de Outubro é uma grande oportunidade para trazer à memória o "horrendo flagelo" — como lhe chamou Pio XI (cf. Encíclica "Divini Redemptoris", de 19 mar. 1937, n. 7) — que vergastou o mundo através das perversas armadilhas do socialismo e do comunismo. Isto é particularmente importante na medida em que as elites culturais do Ocidente e seus simpatizantes vêm há tempos forcejando por minimizar os males do marxismo, como parece ser a intenção do jornal The New York Times, com sua "série de apaixonadas e saudosas recordações dos bons e velhos tempos do comunismo do século passado" [1].

Talvez seja mesmo chegada a hora de passar em revista esses tempos felizes do "século vermelho" com uma relaxante leitura de O Livro Negro do Comunismo ou O Arquipélago Gulag, de Solzhenitsyn. Mas, afinal, o que poderia ser mais enriquecedor do que dedicar um tempo a ler sobre o Grande Salto Adiante e a Revolução Cultural de Mao Tsé-Tung? Melhor ainda: que tal estourar um saco de pipocas e assistir a Os gritos do silêncio [2], um filme para divertir toda a família?

Alguns, porém, talvez se perguntem: "E quanto ao socialismo do século XXI?" Ora, basta dar uma rápida olhada nas notícias que chegam da Venezuela. Há não muito tempo, a Venezuela era uma país próspero, abundante em petróleo; numa palavra, um milagre socialista! Mas agora, após dezoito anos de marxismo, entre Chávez e Maduro, o país não passa de um inferno socialista. Muitos ali têm passado fome — uma especialidade comunista —, não lhes sobrando outra alternativa senão roubar ou comer animais de zoológico, prática na qual parecem ter especial predileção por carne de búfalo e porco-do-mato.

Isso, infelizmente, não é incomum às experiências socialistas; antes, pelo contrário, constitui a regra geral. A alimentação venezuelana, contudo, deve ainda assim ser mais agradável que a dieta à base de mato e casca imposta aos reclusos na prisão estatal da Coreia do Norte. Os fatos históricos revelam que os demagogos comunistas foram responsáveis pela morte de 140 milhões de pessoas [3], desde Lênin até Stalin, passando por Mao Tsé-Tung, Pol Pot, Kim Jong-un, Chávez, Che Guevara, Fidel Castro... e a lista poderia ir-se alongando. Lênin disse, no final das contas, que é preciso quebrar uns tantos ovos para fazer uma omelete: 140 milhões de ovos quebrados; eis aí uma omelete gigante!

A Igreja, por sua vez, nunca se deixou enganar pelas trapaças do socialismo e do comunismo. Encíclicas atrás de encíclicas denunciaram, desde o princípio, a falsa ideologia de Marx e Engels. De fato, o Catecismo o afirma claramente: "A Igreja rejeitou as ideologias totalitárias e atéias, associadas, nos tempos modernos, ao 'comunismo' ou ao 'socialismo'" (n. 2425). O Catecismo, porém, é curto e sucinto, ao passo que as encíclicas papais são ricas em detalhes e categóricas em suas condenações.

Em 1846, o Papa Pio IX promulgou a encíclica "Qui Pluribus", sobre fé e religião, na qual já combatia vigorosamente as ideias de Marx, que em 1848 publicaria O Manifesto Comunista. Pio IX ali se referia à "nefanda doutrina do comunismo, contrária ao direito natural, que, uma vez admitida, lança por terra os direitos de todos, a propriedade e até mesmo a sociedade humana". Ele advertia contra "as mais perversas criações de homens que, trajados por fora com peles de ovelha, por dentro não passam de lobos rapaces".

Em 1878, o Papa Leão XIII escrevia sobre os males do socialismo na encíclica "Quod Apostolici Muneris". O Pontífice começa a carta referindo-se à "praga mortífera que se tem difundido no seio mesmo da sociedade humana, conduzindo-a ao abismo da destruição". Leão XIII aponta em seguida que "as facções dos que, sob diversas e quase bárbaras designações, chamam-se socialistas, comunistas ou niilistas, espalhados ao redor do mundo e unidos pelos laços estreitíssimos de uma perversa confederação, já não se põem ao abrigo da sombra de reuniões secretas, senão que, marchando aberta e confiadamente à luz do dia, ousam levar a cabo o que há muito tempo vêm maquinando: a derrocada de toda a sociedade civil".

A encíclica também chamava a atenção para o projeto socialista de destruição do matrimônio e da família. Para os socialistas, com efeito, não pode haver maior fidelidade, nem mesmo a Deus e à família, do que a obediência ao Estado todo-poderoso. Leão XIII afirmava ainda que "os fundamentos da sociedade repousam, antes de tudo, sobre a união indissolúvel entre os esposos, conforme as exigências da lei natural". E no entanto "as doutrinas socialistas aspiram por dissolver quase por completo os elos desta união".

Treze anos depois, em 1891, Leão XIII voltou a escrever outra encíclica, "Rerum Novarum", a respeito do trabalho, do capital e da classe operária. Trata-se do texto fundacional da doutrina social católica nos tempos modernos. Dizia o Pontífice: "Os socialistas, para curar este mal, instigam nos pobres o ódio invejoso contra os que possuem e pretendem que toda a propriedade de bens particulares deve ser suprimida". Isto, declarou a Igreja, "é sumamente injusto" e "o remédio proposto está em oposição flagrante com a justiça, porque a propriedade particular e pessoal é, para o homem, de direito natural".

O socialismo ergue-se sobre as bases da cobiça, ou seja, uma transgressão do nono e décimo Mandamentos. Eis o que diz a "Rerum Novarum": "A autoridade das leis divinas vem pôr [...] o seu selo, proibindo, sob pena gravíssima, até mesmo o desejo do que pertence aos outros". O socialismo se baseia, além disso, na falsa ideia da luta de classes. Também para dissipar este erro Leão XIII levantou a voz: "O erro capital na questão presente é crer que as duas classes são inimigas natas uma da outra, como se a natureza tivesse armado os ricos e os pobres para se combaterem mutuamente num duelo obstinado. Isto é uma aberração tal que é necessário colocar a verdade numa doutrina contrariamente oposta".

Como já o fizera em encíclicas anteriores, Leão XIII insiste em defender contra as investidas socialistas as instituições familiar e matrimonial: "À família [...] será forçosamente necessário atribuir certos direitos e certos deveres absolutamente independentes do Estado". "Querer, pois, que o poder civil invada arbitrariamente o santuário da família é um erro grave e funesto."

Em 1931, o Papa Pio XI divulgou a carta "Quadragesimo Anno", por ocasião do 40.ª aniversário da encíclica "Rerum Novarum", à qual chamou a "Carta Magna" da doutrina social católica. Pio XI afirma sem rodeios: "Declaramos: o socialismo quer se considere como doutrina, quer como fato histórico, ou como 'ação' [...] não pode conciliar-se com a doutrina católica". O Pontífice foi ainda mais longe, ao dizer: "Se este erro, como todos os mais, encerra algo de verdade [...], funda-se contudo numa concepção própria da sociedade humana diametralmente oposta à verdadeira doutrina católica. 'Socialismo religioso' e 'socialismo católico' são termos contraditórios: ninguém pode ser ao mesmo tempo bom católico e verdadeiro socialista".

Mas o que pensar do socialismo mitigado? Também este fustigou-o o Papa de forma bastante sucinta: "Citamos novamente a juízo o comunismo e o socialismo, e vimos o quanto as suas formas, ainda as mais mitigadas, se desviam dos ditames do Evangelho". Reiterá-lo-ia anos depois o Papa João XXIII, em sua encíclica "Mater et Magistra", de 1961: "Entre comunismo e cristianismo, o Pontífice [Pio XI] declara novamente que a oposição é radical, e acrescenta que não se pode admitir de maneira alguma que os católicos adiram ao socialismo moderado".

E, para ser justo, Pio XI repreendeu também o "individualismo" e o capitalismo extremos por não respeitarem a dignidade humana do trabalhador, cuja atividade não pode ser vendida como um "um simples gênero comercial". O Pontífice apontava ainda que o remédio mais necessário consiste, não na reação violenta dos socialistas em ordem ao desmantelamento do livre mercado, mas, antes de tudo, na "reforma dos costumes". De fato, a postura da Igreja frente a esses problemas sempre foi ponderada, resguardando os direitos tanto do empregado quanto do empregador, mediante uma volta à caridade cristã e ao zelo pelo bem do próximo.

Sua crítica mais dura, no entanto, reservou-a Pio XI à "peste comunista", cujas ações e intenções são desmascaradas nos seguintes termos: "guerra de classes sem tréguas nem quartel e completa destruição da propriedade particular"; "a tudo se atreve, nada respeita; uma vez no poder, é incrível e espantoso quão bárbaro e desumano se mostra"; "aí estão a atestá-lo as mortandades e ruínas"; "ódio declarado contra a Santa Igreja e contra o mesmo Deus"; "a impiedade e iniquidade do comunismo"; "doutrinas que porão a sociedade a ferro e fogo"; "abre caminho à subversão e ruína completa da sociedade."

Mas o Papa não parou por aí. Em 1937, veio a lume outra de suas encíclicas, a "Divini Redemptoris", a respeito do comunismo ateu. O Pontífice não poupou palavras. Exortou a que "os fiéis não se deixem enganar! O comunismo é intrinsecamente perverso e não se pode admitir em campo nenhum a colaboração com ele, da parte de quem quer que deseje salvar a civilização cristã". É um "sistema cheio de erros e sofismas". A encíclica tinha em mente o "perigo ameaçador" do "comunismo, denominado bolchevista e ateu, que se propõe como fim peculiar revolucionar radicalmente a ordem social e subverter os próprios fundamentos da civilização cristã."

O comunismo é particularmente nocivo, já que "priva a pessoa humana da sua dignidade". "Os direitos naturais [...] são negados ao [...] indivíduo para serem atribuídos à coletividade". E é precisamente por isso que "qualquer direito de propriedade privada [...] tem de ser radicalmente destruído". É a coletividade que legisla em matérias de matrimônio e família. "O matrimônio e a família são apenas uma instituição civil e artificial", dependente "da vontade dos indivíduos ou da coletividade". É o ressurgimento das "cartas de divórcio". A difusão do comunismo foi possível graças à propaganda diabólica dos "filhos das trevas" e à "conspiração do silêncio" orquestrada pela imprensa não-católica, silêncio devido em parte às "diversas forças ocultas que já há muito porfiam por destruir a ordem social cristã". Isso soa familiar.

Em 1991, o Papa João Paulo II publicou a "Centesimus Annus", em comemoração ao centenário da "Rerum Novarum". Esta nova encíclica reafirmava o ensinamento segundo o qual a raiz do totalitarismo moderno encontra-se na negação da dignidade transcendental da pessoa humana. O socialismo "considera cada homem simplesmente como um elemento e uma molécula do organismo social, de tal modo que o bem do indivíduo aparece totalmente subordinado ao funcionamento do mecanismo econômico-social". "Luta de classes em sentido marxista e militarismo têm, portanto, a mesma raiz: o ateísmo e o desprezo da pessoa humana, que fazem prevalecer o princípio da força sobre o da razão e do direito". Como sabiamente notou Fulton Sheen, "o comunismo pretende estabelecer o impossível: uma irmandade entre os homens prescindindo da paternidade divina".

George Orwell conhecia bem o engodo socialista, adaptando-lhe o mantra em sua obra A Revolução dos Bichos: "Todos os animais são iguais", e no entanto, como dirá o porco a certa altura da história, "alguns animais são mais iguais do que outros". A sua verdadeira face, uma hora ou outra, acaba sendo descoberta. É o "duplipensar" do Partido. E como são estranhamente atuais o "pensar criminoso" e a "patrulha ideológica" de 1984 no ambiente politicamente correto que se respira nas universidades norte-americanas e em tantos governos europeus! O Muro de Berlim veio abaixo e a União Soviética dissolveu-se, mas o marxismo cultural está forte como nunca.

As vanguardas progressistas da esquerda são os herdeiros ideológicos do socialismo e do comunismo do século XX. Eles fazem avançar a revolução ao adotarem os "erros da Rússia" e atacarem a propriedade privada, o livre mercado, a liberdade individual e a livre expressão, o casamento e a família tradicionais, a liberdade de consciência e a liberdade de culto. Talvez não haja agora mesmo um "império do mal", um único Estado totalitário; o que há, isso sim, é um totalitarismo das inteligências, a pressão imperiosa exercida pelos media, pela educação, pelos governos e sistemas judiciais. O Big Brother continua à espreita.

 Mas ainda há esperança. A Igreja triunfou, sim, do comunismo ateu, e Cristo garantiu-nos que as portas do inferno não hão de prevalecer contra ela. Nos sombrios idos de 1917, em meio à Primeira Guerra Mundial e à difusão dos males do comunismo ateu, a Virgem Maria prometeu: "No fim, o meu Imaculado Coração triunfará". Sim, o Leviatã continua furioso e com o chicote em mãos; sua cabeça, porém, já foi esmagada.

Referências

 *Reproduzido de www.padrepauloricardo.org

1.       Robert Tracinski, "Why Is The New York Times Trying To Rehabilitate Communism?", em: The Federalist, 3 ago. 2017.

2.       Em inglês, The Killing Fields, filme de 1984 sobre a ditadura comunista de Pol Pot no Camboja.

3.       Cf. os dados levantados por Paul Kengor em The Politically Incorrect Guide to Communism.

 

domingo, 18 de julho de 2021

BLM sai em defesa de ditadura cubana e comprova que movimento não é racial, mas marxista - Gazeta do Povo

Rodrigo Constantino

Quando Fidel Castro morreu, em 2016, o Black Lives Matter postou uma mensagem curta e direta, reverenciando o ditador cubano. Dizia "Rest in Power", ou "descanse no poder, em vez do tradicional "descanse em paz".

Agora que o povo cubano corajosamente foi às ruas enfrentar com as mãos milicianos armados pela ditadura, o BLM saiu novamente em campo para defender... a tirania comunista! Nas imagens que podemos observar pelas redes sociais, boa parte da população nas ruas é formada por negros, até porque Cuba tem maioria negra. Já no comando da ditadura há uma absoluta presença de homens brancos. Não há mulheres praticamente, tampouco negros. Não obstante, o BLM tomou o partido dos tiranos.

A organização Black Lives Matter culpou os Estados Unidos – e não a ditadura castrista – pelo "tratamento desumano" aos cubanos, instando que o governo de Joe Biden acabe com o embargo à ilha. Em uma nota publicada em seus perfis nas redes sociais nesta quarta-feira (14), o BLM disse que o embargo americano foi instituída com "a intenção explícita" de desestabilizar Cuba e "minar o direito dos cubanos de escolher seu próprio governo".

"O povo de Cuba está sendo punido pelo governo dos EUA porque o país manteve seu comprometimento com a soberania e autodeterminação", continua a declaração, que mais adiante elogia a ditadura comunista. "Cuba historicamente demonstrou solidariedade com pessoas de ascendência africana oprimidas". A nota não menciona, em nenhum momento, as prisões arbitrárias e a violência do regime para suprimir os protestos por liberdade.

Não é novidade que o BLM seja um movimento marxista, não racial. Assim foi descrito por seus fundadores, que eram abertamente marxistas. O aspecto racial serve apenas para mascarar a essência revolucionária. O BLM não tem nada a ver com o reverendo Martin Luther King, por exemplo, que exaltava a Declaração de Independência Americana e sonhava com o dia em que todos seriam julgados por seu caráter, não pela cor da pele. O BLM tem mais a ver com Malcom X ou os Black Panthers, que queriam implodir o sistema.

Se os responsáveis pelo movimento lessem um autor negro cubano chamado Carlos Moore, talvez ficassem um pouco constrangidos com o papelão. Moore compilou no pequeno O marxismo e a questão racial citações de Marx ou Engels. O escritor negro acabou exilado pelas críticas de racismo feitas ao regime castrista. Vejamos algumas delas, que se o leitor fechar os olhos vai jurar se tratar de algum ariano seguidor de Hitler: Sem escravidão, a América do Norte, a nação mais progressista, ter-se-ia transformado em um país patriarcal. Apenas apague a América do Norte do mapa e você conseguirá anarquia, a deterioração completa do comércio e da civilização moderna.”

“A escravidão é uma categoria econômica como qualquer outra. Portanto, possui seus dois lados. Deixemos o lado mau e falemos do lado bom da escravidão, esclarecendo que se trata da escravidão direta, a dos negros do Suriname, no Brasil, nas regiões meridionais da América do Norte. [...] A escravidão valorizou as colônias, as colônias criaram o comércio universal, o comércio que é a condição da grande indústria. Por isso, a escravidão é uma categoria econômica da mais alta importância.”

Talvez a evolução superior dos arianos e dos semitas se deva à abundância de carne e leite em sua alimentação.”

“Sendo que, comparado ao resto de nós, um nigger (crioulo) é o que há de mais perto do reino animal, ele é, sem nenhuma dúvida, o representante mais adequado para este distrito.”

“Os franceses precisam de uma surra. Se os prussianos vencerem, a centralização do poder de estado será benéfica para a centralização da classe trabalhadora alemã. A predominância germânica também deslocará o centro de gravidade do movimento dos trabalhadores na Europa ocidental, da França para Alemanha, e se apenas compararmos os movimentos nos dois países, de 1866 até agora, se verá que a classe trabalhadora alemã é superior à francesa, tanto no aspecto teórico quanto em organização.”

“A luta dos beduínos era uma luta inútil e, apesar da maneira com que soldados brutais, como Bugeaud, conduziram a guerra seja extremamente condenável, a conquista da Argélia é um fato importante e auspicioso para o progresso da civilização. [...] E se talvez lamentamos que a liberdade dos beduínos do deserto tenha sido suprimida, não podemos nos esquecer de que estes mesmos beduínos eram uma nação de ladrões.”

“Fomos espectadores da conquista do México e nos regozijamos com ela. [...] É do interesse de seu próprio desenvolvimento que ele seja, no futuro, colocado sob a tutela dos Estados Unidos. É do interesse de toda a América que os Estados Unidos, graças à conquista da Califórnia, assumissem o domínio sobre o Oceano Pacífico.”

“É lamentável que a maravilhosa Califórnia tenha sido arrancada dos preguiçosos mexicanos, que não sabiam o que fazer com ela? Todas as nações impotentes devem, em última análise, ser gratas àqueles que, cumprindo necessidades históricas, as anexam a um grande império, permitindo, assim, sua participação em um desenvolvimento histórico que, de outra maneira, seria ignorado a eles. É evidente que tal resultado não poderia ser obtido sem esmagar algumas belas florzinhas. Sem violência, nada pode ser realizado na história.”

“A Inglaterra tem que cumprir uma dupla missão na Índia: uma destruidora, outra reguladora — a aniquilação da velha sociedade asiática e o lançamento das bases materiais da sociedade ocidental na Ásia.”

“Não devemos nos esquecer de que esta vida sem dignidade, estagnada e vegetativa, este tipo de existência passiva invocou, por outro lado, em contrapartida, forças de destruição selvagens, sem objetivo, sem fim, e tornou o próprio assassinato um rito religioso no hinduísmo.”

O autor comprova que não são afirmações fora de contexto; ao contrário: Marx e Engels defenderam em várias ocasiões esta visão imperialista ariana e racista. Era parte essencial de sua ideologia.

Ambos beberam da mesma fonte, Hegel, que disse: “O que nós propriamente entendemos por África é o Não Histórico, Não Desenvolvido Espírito, ainda envolvido na condição de mera natureza, e que foi apresentado aqui somente como soleira da História mundial.”

O problema é que nossos marxistas não leram Marx. Nelson Rodrigues escreveu: “E, por todas as cartas de Marx, não há um vislumbre de amor e só o ódio, o puro ódio. Para ele, há ‘povos piolhentos’, ‘povos de suínos’, ‘povos de bandidos’, que devem ser exterminados.”

Duro é aturar a esquerda radical acusando os liberais e conservadores de “imperialistas”, “racistas”, “fascistas” ou algo do tipo. E fazendo isso enquanto enaltecem o regime ditatorial cubano. Seria cômico, não fosse trágico...

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo 

 

segunda-feira, 22 de março de 2021

Totalitários sempre tentam destruir núcleo familiar - Gazeta do Povo - VOZES

Rodrigo Constantino 

O núcleo familiar é a essência da sociedade, o pilar da civilização. É na família que somos educados, civilizados, conhecemos o amor, o respeito, os limites. Daí a crueldade ímpar e indizível de quando os próprios pais são os algozes dos filhos, ou quando estes se tornam inimigos ou até assassinos dos próprios criadores. Felizmente, situações bem raras, e que geram profunda revolta na sociedade.

Proteger as crianças é uma obrigação do estado. Mas isso quer dizer garantir o básico, impedir abusos que atinjam a dignidade humana. Não é o estado ser o educador das crianças no lugar dos pais. Porém, esse é exatamente o anseio de todo totalitário: substituir o papel dos pais, usar o estado para controlar cada indivíduo. E, para tanto, é necessário justamente enfraquecer o elo familiar.
 
Não por caso todo regime coletivista comunista tentou fazer isso. Até as refeições deveriam ser comunitárias, para acabar com o convívio da família nesse momento crucial de conversas. Marx e Engels chegaram a pregar abertamente contra as famílias, que enxergavam como autoritárias e como obstáculo ao comunismo. A Escola de Frankfurt foi pelo mesmo caminho depois. A esquerda totalitária odeia o conceito de família tradicional, "burguesa".
 
É da família que saem os valores da liberdade individual, e daí se constrói o tecido social. Para se viver numa sociedade de confiança, torna-se essencial ter famílias saudáveis em vez de disfuncionais. Quem quer substituir a família pelo estado precisa, portanto, enfraquecer os laços de família, e com isso produzir desconfiança geral, esgarçando esse tecido social até o caos total, para que o estado absolutista possa entrar em cena.
 
Nada disso é tese conspiratória, mas sim projetos bem declarados de revolucionários, e experimentos que produziram terror e caos no passado. Para jogar uns contra os outros na sociedade, o ponto de largada será a família. Não foi por outro motivo que o genocida Mao Tse-Tung usou crianças em sua "revolução cultural", formando um exército de pirralhos dispostos a matar os membros de suas próprias famílias por serem "contrarrevolucionários".
 
Em Cuba, Fidel Castro incentivou que filhos denunciassem seus pais também, e vizinhos que "entregassem" vizinhos "perigosos" poderiam receber recompensas. Foi o mesmo no nacional-socialismo e todo modelo totalitário. O tirano instiga cada um a se tornar um X9, um caguete, pois não há polícia secreta capaz de dar conta do recado completo. Na Alemanha comunista, parcela significativa da população trabalhava para a Stasi.
 
O totalitarismo não pode abrir mão dos "traíras" que, com pouco apreço pela liberdade, ou por excesso de medo, comportem-se como agentes do estado opressor. O ressentimento seria outro componente: o invejoso que sempre detestou o vizinho ou mesmo o irmão enxerga na ideologia um instrumento para se vingar, para punir o desafeto.
 
Eis o pano de fundo para chegarmos ao cerne da questão aqui: essa pandemia está servindo para que mentes totalitárias saiam do armário e avancem contra o núcleo familiar. 
Um vídeo produzido pelo governo estadual de São Paulo mostra uma jovem num bar com alguns amigos infectando depois seu pai de covid, o que o leva para a UTI. Campanha de persuasão dos perigos de contágio tudo bem, mas isso já é terrorismo psicológico tentando incutir culpa nos filhos, gerando intrigas familiares. 
 
Um jornal carioca foi pelo mesmo caminho com essa reportagem:
Além do pânico, querem meter culpa nos jovens e só vão relaxar um pouco quando irmão denunciar irmão, filho entregar pai e vice-versa. Já estamos num ambiente em que vizinhos se consideram "cruzados pela vida" ao denunciar um churrasco na casa do outro vizinho, o que é assustador. Agora estão tentando ir mais longe, e colocar membros da mesma família em confronto.
 
A pandemia é grave, ceifa vidas, espalha o medo. Mas seu custo não pode ser medido somente numa contagem mórbida de cadáveres
Nossas liberdades mais básicas estão ameaçadas. Nosso valores mais caros estão em risco. 
Não resta dúvida de que os totalitários viram na crise da pandemia uma oportunidade para instaurar regimes controladores e opressores. 
E eles sempre começam com a destruição das famílias.
 
Rodrigo Constantino, jornalista  -   Gazeta do Povo - VOZES
 

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Os conservadores e a proteção da Família e da infância - Percival Puggina

Se formos estudar sobre conservadorismo folhando os mais brilhantes autores europeus, vamos morrer de inveja. Eles têm o que conservar ainda que o façam, como nós, sob intenso ataque. Têm tradição e a respeitam. Vivem em um continente onde existe visão de história e, principalmente, instituições estáveis e funcionais. Nós estamos apenas começando a nos conhecer. Ganhamos a eleição com uma visão bastante clara do que não queríamos. Convergiremos no que queremos?

***
Engels, em união de almas ignoradas e desmazeladas com Marx, atribuiu à instituição familiar os males do mundo e abriu mais uma porta ao sinuoso e misterioso raciocínio do filosófo de Tréveris. Verdadeira multidão de pensadores bebeu água na fonte marxista. Alinharam-se com o desconstrucionismo próprio dos movimentos revolucionários. Converteram suas jovens vítimas em bonequinhos da reengenharia social. Dedicaram as últimas décadas a desacreditar, tumultuar e sabotar a instituição familiar. Fazem-no com palavras e obras. No serviço de sua causa política.

O séquito dos adoradores de Marx desconsidera seus erros. No entanto, ele deve ter sua validade medida e bom modo de fazê-lo é se deixar conduzir pelo cordão de seus prognósticos. Sua bola de cristal nunca funcionou direito e suas previsões para o futuro da humanidade seriam mais acertadas se vasculhadas esotericamente na borra de uma xícara de café.

Não é para desfazer de Marx que estou escrevendo isso, mas para que, passados 137 anos de sua morte tenhamos um juízo adequado do valor, aos pósteros, de sua produção intelectual. Nada diferente do que a história nos reserva quando vamos examinar textos de outros pensadores que se arriscaram a vislumbrar além do horizonte. Não podem ser comprados pelo preço da etiqueta.

O fato é que se há um território disputado na guerra cultural, fria e civil, é o território da família. Na perspectiva conservadora, essa é uma luta de vida ou morte porque, sem família perdem-se as crianças, vai-se a fé, e cessa a transmissão dos valores. Eis por que, mundo afora, tantos professores de modo velado ou explícito, jogam os filhos contra os pais, mormente se a clientela for de famílias daquela classe que a socióloga do PT, Marilena Chauí diz odiar.

Pense nas correntes políticas e ideológicas que agem contra a família, contra a infância, a favor da sexualização precoce ao mesmo tempo em que “problematizam” a sexualidade infantil com a ideia fixa da ideologia de gênero, impingida com inesgotável persistência. Observe que esses mesmos grupos políticos e partidários defendem a liberalização das drogas, referem-se à maconha como equivalente psicotrópico da independência e da liberdade. Usam a imagem da folha do vegetal como bandeira... “Abre as folhas sobre nós!”. Não sei qual será sua conclusão, mas para mim esses grupos estão tão preocupados com a infância quanto o Zucherberg com a chuva ácida na Polônia. Estão simplesmente fazendo sua parte na guerra cultural.

Agora, faça mais. Lembre-se do que aconteceu quando lançada a campanha de prevenção da gravidez precoce. 
Como reagiu a imprensa militante, quase sem exceção? 
Qual a atitude dos partidos revolucionários?
 As meninas eram apresentadas como Rapunzel presa na torre da bruxa Damares Alves, obrigadas a lançar as tranças para a escalada de seus príncipes... 
Metamorfosearam a campanha, para combatê-la, tanto quanto nossos congressistas metamorfosearam o pacote anticrime quando enviado ao Legislativo. 
A proteção da instituição familiar deve ser, portanto, um dos principais pontos para agregação dos conservadores brasileiros.

Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.


  

sábado, 4 de julho de 2020

SENADO E STF, OS REIS DAS “FAKE NEWS”, TRANSFERINDO À SOCIEDADE O QUE FAZEM - Sérgio Alves de Oliveira


O espírito comunista, e muitas vezes corrupto, acampado na mente da maioria do Senado e do Supremo Tribunal Federal, com a  aprovação, respectivamente, do PL da “censura” (PL 2630), e do Inquérito das “Fake News”, e eventuais “ameaças ao STF” ( Inq. 4872), em ações absolutamente  “coordenadas” entre esses órgãos, sem dúvida alguma pode ser comprovado pelo fiel alinhamento  à “máxima” do líder da Revolução Bolchevique, de outubro de 1917, Wladimir Lenin: “Acuse os adversários do que você faz, chame-os do que você é”.

É evidente que desde o momento em que a Câmara Federal também aprovar o PL da “censura”, como já fez o Senado, o que é o mais provável, seria só mudar uma palavra desse texto, e onde constar “Senado”, passe  a  constar “Congresso Nacional” (Senado+Câmara Federal). Esse é o resultado ,por um lado, do “aparelhamento popular” legislativo ,gerado   através das eleições  periódicas,de responsabilidade dos eleitores,que resultou na composição desse  Senado “depravado”. Por outro lado, do também “aparelhamento”, do STF,  ocupado por indivíduos  nomeados pelo  Presidente da República da respectiva  época, durante o  período da famigerada “Nova República”, de 1985 a 2018 - época essa que certamente não honrará a história brasileira -  com “ratificação” desse “aparelhamento” pelo Senado Federal.

Não são, por conseguinte, somente os governantes e políticos que “aparelham” os órgãos do Estado. O povo também o faz, embora chamem a isso de “eleições”.  Dai certamente  teria surgido a verdade universalizada pelo filósofo francês Joseph Marie de Maistre: “o povo tem o governo que merece”.  Mas o “comunismo” perseguido pelos Poderes Legislativo e Judiciário, agindo coordenadamente, certamente  não é o comunismo  de Marx, Engels, Lenin, Stalin, Trotsky, Gramsci, ou outro qualquer de “antigamente”, porém do ”moderno” Xy Jinping (xyjinpismo?),ditador do PCCh,  e da China, que segue à risca a proposta comunista chinesa de dominar o mundo, ou seja, as suas versões próprias de um novo  “imperialismo” e “colonialismo” (comunista ???), jamais  vistos no mundo em tal magnitude.        
                    
Essa ambição chinesa se resume  a três letras:BGY.
O “B” ,que é a principal meta,significa “blue”(azul), que seria o total controle da INTERNET  no mundo ; 
o “G”,”gold”(ouro), a compra de influência com dinheiro em todo o mundo; 
e o “Y”,”yellow”(amarelo), objetiva  seduzir as pessoas-chave  com todos os prazeres mundanos.    

As letras “G” e “Y” da meta chinesa já estão em estado adiantado. Rapidamente,”eles” conseguiram “convencer”- despejando muito dinheiro -  políticos e autoridades públicas; e também já compraram, a preço de “sucata”, quase metade do Brasil, entre  ações, empresas, terras e TVs (Globo e Bandeirantes). Na privatização  das empresas estatais  de São Paulo, cujo governador os têm em alta “estima”, certamente farão uma “festa”. Na verdade essa absurda “censura” que estão impondo aos brasileiros visa especialmente o controle da internet e das redes sociais,  “coincidente” com  o principal objetivo do PC Chinês,ou seja,o objetivo “B” (controle da internet), que são os  únicos meios da população brasileira  se manifestar amplamente, trocando  idéias, inclusive políticas. Não atinge nem objetiva a “grande mídia”, porque essa já é “deles”, e todos estão associados com um único objetivo: destituir, de qualquer forma, o Governo Bolsonaro, por ter este  fechado o cofre federal para os seus interesses de domínio.

Interessante é observar que a “grande mídia” sempre agiu como um camaleão, na busca dos próprios interesses, escolhendo a “cor” mais propícia do momento. Até “ontem”, ela ajudou a sustentar os piores e mais corruptos  governos, que não tinham oposição “decisiva” no Legislativo, nem  no Judiciário. Era sempre um “troca-troca” de interesses, um  “toma-lá-dá-dá” sem fim,a  dirigir os interesses dos brasileiros. Era o ataque incessante  da poderosa “quadrilha”, composta pelos  Três Poderes Constitucionais, mais a “grande mídia”, agindo todos em perfeita sintonia, com interesses imorais  comuns. Pelo aspecto puramente “social”, e não legal, eu tomaria a liberdade de denominar essa quadrilha de 4 integrantes uma verdadeira “organização criminosa”. E contra o povo!!!

Vou me abster de qualquer opinião. Considero-me “suspeito” , em face do próprio  título que abre esse artigo. . Deixo essa  tarefa com Vossas Excelências. Cingir-me-ei a formular alguns questionamentos.
- Quais os maiores protagonistas de “Fake News” ? 
- Seriam os pobres “mortais” do povo que comparecem à internet e às redes sociais, como a única forma de externar os seus pensamentos e trocar  idéias, sem ferir a legalidade e a moralidade, obviamente, e que nada têm a ganhar ou perder com essa atitude? 
- Ou os maiores produtores de “Fake News” seriam os membros do Congresso Nacional e os Ministros do Supremo, dentre outros, que têm às suas disposições, permanentemente, todos os jornalistas, microfones, e  câmeras fotográficas e de televisão do “mundo”, para que divulguem ao público somente o que se passa nas sessões públicas,e  o que querem, com o “direito” de esconder  o que não lhes convém? 
- Esconder o que se passa nos corredores, gabinetes, porões ,ou esgotos do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, também seria “Fake News”, apesar de sê-lo por omissão?
- As “Fake News” não teriam semelhança com o   crime,  que pode ocorrer por ação ou omissão ? 
- Será que algum dia alguém do Senado ou do STF  vai ser processado por “Fake News”?


Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Intentona de 35 - A Verdade - Parte Um

Histórico da Intentona Comunista

Extraido do Projeto Orvil pela editoria do site A Verdade Sufocada

Capítulo I

A FONTE DA VIOLÊNCIA

Os objetivos da revolução comunista

O objetivo final da revolução marxista-leninista é atingir o comunismo -"a última e grande síntese" – uma sociedade sem Estado e sem classes. Sem classes e, portanto, sem a luta de classes, o comunismo seria a "sociedade perfeita", onde, não havendo contradições, o materialismo histórico não seria aplicado.

Segundo essa ideologia, para a chegada ao objetivo final, terá que ser atingido um estágio anterior, transitório, verdadeiro trampolim para "o salto final" é o estágio do socialismo, da destruição do Estado burguês, sobre cujas ruínas o proletariado erigirá um Estado próprio, caracterizado pela "ditadura do proletariado" sobre as demais classes.

Esta etapa do socialismo marxista-leninista, também chamada de "socialismo cientifico", não deve ser confundida com outros tipos de socialismo, ditos democráticos e não leninistas.

Mas, ainda antes de chegar ao socialismo ou à ditadura do proletariado, os comunistas defendem a existência de um objetivo intermediário, onde seria implantado um Estado do tipo "progressista", cujo governo seria composto pelo proletariado, pelo campesinato e, ainda, por uma parcela da burguesia - a pequena parcela "nacionalista".

Os trotskistas, apesar de se considerarem marxistas-leninistas, não advogam essa etapa intermediária para a implantação da "ditadura do proletariado". Para eles a revolução, desde seu início, terá caráter socialista.

Este é o esquema que sintetiza os objetivos dos marxistas-leninistas, a partir da democracia implantar o comunismo. Embora se nos apresente paradoxal, a defesa, pelos comunistas, da democracia, com as liberdades elevadas ao máximo, ela se justifica. Quanto mais débil e sem defesa a democracia, mais fácil sua dcsestabilizacão e a deflagração do processo de tomada do poder.

2. Os Caminhos da Revolução

Para atingir seus objetivos estratégicos, a violência tem sido o caminho apontado pelos ideólogos comunistas. Na prática, a história mostra ter sido a violência a tônica de sua revolução. Em nenhum pais do mundo os comunistas lograram alcançar o poder por outra via.

Marx, referindo-se à Comuna de Paris, disse que um dos seus erros fundamentais

“foi a magnanimidade desnecessária do proletariado: em vez de exterminar os seus inimigos dedicou-se a exercer influência moral sobre eles".

Engels, seu dileto companheiro, complementou:

"A violência joga outro papel na história, tem um papel revolucionário: é, segundo a frase de Marx, a parteira de toda velha sociedade, é o instrumento com a ajuda do qual o movimento social se dinamiza e rompe formas políticas mortas"

Lenin, em seu famoso livro "O Estado e a Revolução", dizia:"A liberdade da classe operária não é possível sem uma revolução sangrenta".

Com tais premissas, baseadas na lei fundamental marxista da transformação e apoiadas nos seus conceitos de moral, compreende-se a fonte da violência.

Embora Marx e Engels insistissem na necessidade universal da violência, chegaram a admitir, em casos especiais, a possibilidade de uma mudança social por meios pacìficos. Seria inaceitável que inteligências tão lúcidas não a admitissem. Sun Tzu já nos ensinava há 500 anos A.C., e é principio de guerra cada vez mais válido, que não se faz uso da força quando se pode conquistar os objetivos almejados, a despeito do inimigo, sem fazê-lo. Ademais, o emprego da força apresenta sempre um risco pela resposta violenta que necessariamente provoca.

Para Lenin, a base de toda a doutrina de Marx e Engels está na necessidade de inculcar sistematicamente nas massas a idéia da revolução violenta. No entanto, na sua obra antes citada, ao expor a doutrina marxista do Estado e as tarefas do proletariado na revolução, examina a utilização da violência para a tomada do poder, mas considera, também, a possibilidade da passagem pacifica para o socialismo, bem como trata da necessidade de um estágio intermediário, para a implantação da ditadura do proletariado.

Assim reduzidos as suas formas mais simples, podem ser sintetizados em dois os caminhos utilizados pelos comunistas para a tomada do poder: o uso da violência (ou luta armada) e a "via pacífica". Ao longo do tempo os objetivos e a estratégia para conquistá-los acabaram por transformarem-se nos pontos fundamentais de divergência entre os comunistas. Em torno delas, Trotsky, Stalin, Mao Tsetung, Kruschev e Fidel Castro, para citar apenas os principais atores dessa história, desenvolveriam suas próprias concepções da revolução.

Essas concepções diferenciadas darão margem a um vasto espectro de organizações, todas intituladas marxistas-leninistas.

3. O Trabalho de Massa

As formas utilizadas pelos comunistas para alcançar seu objetivo fundamental - a tomada do poder-, possivelmente por ter sido Lenin um estudioso de Clausewitz e ter sua própria filosofia da guerra, assemelham-se muito às da conquista de um objetivo militar na guerra, o que nos oferece uma imagem propícia para a compreensão do problema.

Para a conquista de um objetivo na guerra, há um árduo e persistente trabalho de preparação a realizar.As tropas precisam ser mobilizadas e organizadas; devem aprender táticas e técnicas de combate, durante um período relativamente longo de intrução; precisam ser equipadas e supridas de uma quase interminável série de artigos; necessitam de apoio de fogo, de engenharia, de comunicações, de saúde, etc...

Deixando de lado uma série de outras necessidades, tais como o conhecimento sobre o campo de batalha, as informações sobre o inimigo, etc., devem, sobretudo,estar moralmente preparadas e possuir determinação e vontade de lutar. Eis, então, que se deslocam para o campo da luta.

Chegado esse momento - o da batalha- o combate pode ou nao se realizar. Se o inimigo está organizado, tem forças suficientes e vontade de lutar, haverá, fatalmente, o combate. Se o inimigo, porém,é fraco ou está combalido, mal posicionado ou sem determinacão, ele pode.entregar-se praticamente sem luta. Na terminologia militar, nesta última situação, diz-se que o inimigo "caiu pela manobra". Sem ser necessário o uso da força, será atingido o mesmo fim: sua submissão a vontade do exército que empreendeu a operação.

Esses são, pois, os dois caminhos para a conquista do objetivo:

- o dà violência da luta armada e o da manobra. Este último, em relação ao anterior, pode ser considerado "pacífico". O árduo trabalho prévio é indispensável para se utilizar ambos os caminhos, porque se ele não existir, não haverá, no momento do combate, a necessária desproporção de força e de vontade, suficiente para que a ação contra o inimigo seja bem sucedida ou o obrigue a render-se sem combater.

Para a tomada do poder pelos comunistas, também existe um trabalho prévio, árduo e persistente, denominado por eles de trabalho de massa. O trabalho de massa consiste nas atividades de infiltração e recrutamento, organização, doutrinação e mobilizaçao, desenvolvidas sob técnicas de agitação e propaganda, visando a criar a vontade e as condições para a mudança radical das estruturas e do regime.

Em todos os Partidos Comunistas existe uma Seção de Agitação e Propaganda, que se encarrega dessa atividade. A teoria comunista distingue porém, uma atividade da outra: a agitação promove uma ou poucas idéias, que presenta à massa popular; a propaganda, ao contrário, oferece muitas idéias a uma ou poucas pessoas. Ambos são processos condicionantes.

O trabalho de massa objetiva: incutir em seus alvos a ideologia comunista como a única solução para todos os problemas;minar a crença nos valores da sociedade ocidental e no regime; enfraquecer as salvaguardas e os instrumentos juridicos de defesa do Estado; controlar a estrutura administrativa e influir nas decisões governamentais; e, atuando sobre os diversos segmentos sociais, reeducá-los, organizá-los, mobilizá-los e orientá-los para a tomada do poder.

O Trabalho de massa é a preparação para o combate. Na hora decisiva da batalha, a sociedade organizada pode reagir e lutar - o que é normal -, ou, se desmoralizada e sem determinação, pode simplesmente, "cair pela manobra", pacificamente.