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sábado, 3 de dezembro de 2022

Randolph Scott não merecia - Augusto Nunes

Revista Oeste

O pai do Randolfe dos chiliques quis homenagear o mocinho de faroeste 

Senador Randolfe Rodrigues | Foto: Alessandro Dantas/Flickr

Senador Randolfe Rodrigues | Foto: Alessandro Dantas/Flickr 

O senador Randolfe Rodrigues tem tanta intimidade com o futebol que, se alguém o levasse para ver um Fla-Flu no Maracanã, faria ao acompanhante a mesma pergunta que o marido da grã-fina ouvia nas crônicas de Nelson Rodrigues: “Quem é a bola?”. É compreensível que o representante do Amapá [só no título; o 'estridente' envergonha o estado que, desgraçadamente, o elegeu; o que aquele ser esganiçado representa sempre foi criar encrenca, com base em acusações infundadas, e sempre dar com a cara na m ...;  para envergonhar mais o estado que o prestigiou, resolveu representar agora o pior político que o Brasil já expeliu = o molusco eleito. ] tenha enxergado na Fifa um tribunal incumbido de enquadrar torcedores fascistas, sobretudo os que cometem atos antidemocráticos contra devotos da seita que tem num ladrão o seu único deus.

Fingindo-se inconformado com as agressões verbais sofridas no Catar por Gilberto Gil, Randolfe exigiu que a Fifa identificasse e punisse os autores do crime antes de encerrada a fase de grupos. [o 'estridente' chegou a cogitar fosse apresentada notícia crime ao STF - que ele conduziria como de hábito debaixo do suvaco - para que a  Fifa fosse intimada a identificar e punir os autores do episódio, sob pena de multa de  100.000/h, até cumprimento da suprema ordem.
Afinal, para aquele senador que considera que o Supremo pode tudo e mais alguma coisa, os limites territoriais - Qatar x Brasil -  não impedem que as decisões do STF alcancem qualquer parte do universo.] Alguém deve ter-lhe soprado que, com exceção de Alexandre de Moraes, os piores alunos de Direito aprendem que não existe crime sem lei anterior que o defina.  
 
O fato é que o senador enfim descobriu que cabe ao Legislativo, não ao Supremo Tribunal Federal, criar ou aposentar normas legais. E vai apresentar ao Congresso a figura jurídica do assédio ideológico
Se a invencionice for infiltrada no Código Penal, vai dar cadeia amolar ministros do Supremo numa rua de Nova Iorque ou artistas a caminho de um estádio. [no Brasil dos tempos atuais tudo é possível; alguém já imaginou que o senador Renan Calheiros se tornaria paladino na apresentação de projetos de punição de alguns crimes, especialmente os que possam facilitar a identificação e punição dos corruptos?]
 
Bastará invocar a Lei Randolfe, como foi corretamente batizado o besteirol. Ao concebê-la, o pai da ideia não pensava nos xingamentos que estragaram o feriadão dos superjuízes, nem nos insultos endereçados a Gil. 
Pensava na anônima brasileira que o interpelou sem rodeios num aeroporto. O sorriso confiante que enfeitou o início da curta troca de palavras denuncia o erro de avaliação: ele achou que seria cumprimentado pela participação num piquenique ecológico no Egito. Desconcertado com o tom inquisidor, sacou da garganta a réplica criada por Roberto Barroso e recitou-a cinco vezes: “Perdeu, mané!”.

Se a Lei Randolfe já estivesse em vigor, o viajante assediado faria o que faz desde que foi remetido ao Senado por eleitores do Amapá: pediria ajuda ao Supremo Tribunal Federal. 
Só neste ano, o único senador filiado à Rede Sustentabilidade encaminhou ao Pretório Excelso, em média, uma representação por semana. Em janeiro, o pedinte profissional solicitou a apuração de infrações administrativas praticadas por Augusto Aras, procurador-geral da República (janeiro). Nesta quinta-feira, reivindicou ao ministro Alexandre de Moraes a inclusão no inquérito das fake news da deputada federal Carla Zambelli e do pastor evangélico Silas Malafaia.

Entre o primeiro mês do ano e o começo do último, Randolfe pediu ao STF que investigasse a viagem do presidente Jair Bolsonaro à Rússia e verificasse se o governo Putin pretendia interferir no processo eleitoral brasileiro, que decretasse o impeachment do ministro da Educação, Milton Ribeiro, que castigasse Bolsonaro por ter-se reunido com embaixadores estrangeiros, que anulasse decisões tomadas pelo ministro da Justiça, Anderson Torres tudo somado, que deixasse claro que, embora a Constituição informe que os três Poderes são iguais e independentes entre si, o Judiciário é mais igual e, portanto, manda nos outros e no momento governa o Brasil.

Decididamente, nome não é destino. Quando o filho nasceu em Garanhuns, o sindicalista Januário Rodrigues resolveu homenagear o ator Randolph Scott, que estrelou dezenas de faroestes entre 1940 e 1960. O Randolph pernambucano virou Randolfe quando se tornou político no Amapá. 
Mas as semelhanças com o original americano nunca foram além do prenome. 
Para começo de conversa, Randolph Scott é sempre o mocinho da história. Randolfe Rodrigues só anda com bandidos.

O cowboy de Hollywood vivia travando combates solitários contra bandos de malfeitores ou hordas de navajos ou sioux.  

O assustadiço anti-herói de Macapá, na hora do perigo, esconde-se debaixo de togas. Randolph mandava chumbo. 
Randolfe manda representações ao STF e pedidos de socorro a pistoleiros amigos. 
As diferenças se tornam abissais quando se ouve e se contempla o homenageado e o que deveria ser uma homenagem.

Na tela, um homem com 1,90 metro e voz de tenor enuncia frases sensatas. No plenário do Senado, o xará miniaturizado prova de meia em meia hora que acessos de cólera não combinam com fala fina
Irônico, o destino castigou Randolfe com o timbre de castrato. 
Quando se irrita — e ele vive irritado —, o que se ouve não é o som da fúria. 
É o berreiro estridente que um chilique requer. E o que se vê não é o espetáculo da ira.  
É só um faniquito, tão assustador quanto o choro de bebê de colo.

 Leia também “Fora, Lula!”

Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste

 


 

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

A verdade mais inconveniente sobre a campanha de Lula

Nem os petistas mais pessimistas imaginavam uma reta final tão disputada

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua favorito a vencer o pleito, mesmo lutando contra a pornográfica derrama de dinheiro patrocinada pelo governo federal para angariar votos entre os mais pobres e sob intenso fogo-cruzado de ataques adversários, muitos deles à base de golpes abaixo da linha da cintura. [Comentando: o favoritismo nas pesquisas do descondenado petista só está ocorrendo por culpa dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e outros, que ele cometeu - mesmo assim, Bolsonaro se aproxima, resultado de que luLadrão cai e ele sobe - logo os dois se encontrarão,  com o petista descendo e Bolsonaro subindo.
 É dificil para qualquer pretendente a um cargo público ser acusado da prática de vários crimes - acusações que resultaram em condenações que passaram por 9 juízes e foram confirmadas em três instâncias.  
Foram, devido uma manobra jurídica, anuladas, alegando erro de CEP - mas, em nenhum momento, o ministro que as anulou se manifestou sobre a inocência do multicondenado. 
Apenas determinou que os processo fossem encaminhados para a Justiça Federal em Brasilia que no entendimento do ministro era a competente para julgar. Devido a demora para anular as sentenças e ao fato do réu ter mais de 70 anos - que reduz o prazo de prescrição - os processos prescreveram´.]

Há alguns meses, quando era bem mais confortável a liderança nas sondagens eleitorais, alguns caciques do PT já começavam até a escalar o futuro ministério de Lula. O sonho de uma vitória tranquila deu lugar à percepção de que a disputa na reta final será muito mais apertada do que o previsto — e o risco de uma virada de última hora, embora ainda improvável, não pode ser descartado, conforme mostram as últimas rodadas de pesquisas. [além do mais, a fenomenal 'burrice' do petista, que fala demais - tanto que ele mesmo pediu ao TSE para que censure falas que ele expeliu e que agora está constando que serão prejudiciais a ele. Tem também as pesquisas, que por mentirem demais no primeiro turno  a favor do luLadrão, ficaram desacreditadas,  estão sob lupa, portanto, sendo menos generosas nos números que exibiam mostrando um improvável favoritismo do descondenado.]

Inegavelmente, os erros cometidos por Lula e sua campanha acabaram contribuindo para a situação atual de quase equilíbrio no segundo turno. No debate da Band realizado no domingo passado, 16, o ex-presidente mostrou novamente muita dificuldade para não sair arranhado no momento do debate sobre o “petrolão”. 
Apesar de repetir o discurso de que o governo petista criou condições para a investigação de casos de corrupção, o desconforto dele ao falar sobre o assunto continua evidente, assim com a falta de argumentos mais convincentes para explicar o caso. 
No mesmo debate, Lula perdeu o controle sobre o relógio, deixando Bolsonaro livre para discursar contra ele (poderia ser até pior, caso o presidente não tivesse desperdiçado o tempo falando sobre sua obsessão a respeito da volta do comunismo) e demonstrou uma certa arrogância, ao dar como certa sua vitória diante do adversário.

Dois dias depois, em aparição no podcast Flow, bateu o recorde de audiência do programa digital (1 milhão de espectadores simultâneos), mas se deixou levar pelo clima de conversa de boteco e, ao tocar em temas mais sérios como o teto de gastos, relacionou a medida de responsabilidade fiscal como uma espécie de benesse aos banqueiros, em detrimento aos investimentos necessários em educação e saúde. Na verdade, como se sabe, é justamente o controle das contas públicas que permite ao governo federal ter estabilidade suficiente para priorizar esforços nas áreas mais importantes. A fiel plateia de apoiadores aplaudiu muito a exibição do ex-presidente e repercutiu fortemente o conteúdo, mas é pouco provável que essa “entrevista” tenha ajudado a trazer para Lula votos de quem continua ressabiado com a superficialidade dele no debate de temas econômicos, um problema e tanto para um partido cuja última lembrança nesse aspecto no poder foi o desastre do período Dilma Rousseff

Para quem tem fama se ser encantador de serpentes, a verdade é que a versão 2022 do candidato está longe de ser tão convincente quanto a do Lula no passado.

A campanha petista, vale ressaltar, tampouco tem ajudado. Até o momento, mostrou-se um fiasco a tentativa de reduzir a desvantagem do ex-presidente junto ao eleitorado evangélico. 
O tom de improvisação no esforço junto aos fiéis teve o seu momento alto com a divulgação na quarta, 19, da carta da campanha aos religiosos. Além de ser uma iniciativa tardia, o longo documento gastou grande parte do tempo rebatendo ataques da campanha adversária e o uso político da fé. É verdade que são questões importantes, mas é fato também que esse tipo de discurso pouco deve ajudar a virar votos dentro dos templos. Se não bastasse, o esforço de última hora abre flanco para os bolsonaristas acusarem os petistas de fazerem uma tentativa emergencial de conquistar fiéis. 
 “Vai enganar trouxa, não o povo evangélico”, criticou o pastor Silas Malafaia, um dos principais aliados de Jair Bolsonaro no segmento religioso.

A verdade inconveniente é que as fragilidades dele e de sua campanha abriram espaço para um adversário que tem rejeição recorde entre a população chegar bem próximo do petista na reta final do segundo turno.

 Brasil - Revista VEJA

 

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

PT vai à Justiça Eleitoral para tentar conter onda evangélica contra Lula

Advogados da federação formada em torno da candidatura de Lula tenta retirar do ar post de Eduardo Bolsonaro que dizia que ex-presidente quer fechar igrejas 

A federação de partidos que apoia a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República ingressou neste domingo, 21, com uma petição no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra informações divulgadas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). O PT, PC do B e PV solicitam que a Justiça determine a retirada do ar de um post em que o filho do presidente afirma que “Lula e o PT apoiam a invasão de igrejas e a perseguição de cristãos”.

A iniciativa faz parte de uma tentativa da campanha petista de conter as informações que estão sendo divulgadas nas redes dos eleitores evangélicos e que têm sido apontadas como responsáveis por fazer Jair Bolsonaro recuperar o terreno junto a este público. [COMENTÁRIO: o principal responsável  pela fracassada candidatura do descondenado - descondenado, não inocentado - é o próprio, confiram aqui e também aqui;
Em nossa opinião é fácil entender que os cristãos tenham um natural receio  de sofrerem perseguições se a esquerda assumir o poder no Brasil. É pacífico que países comunistas perseguem de forma implacável os cristãos - com prisões e execuções sumárias.

Nas últimas semanas pastores ligados às principais denominações evangélicas do país passaram a divulgar conteúdo pelas redes sociais afirmando, sem provas, que o ex-presidente pretende fechar igrejas caso seja eleito. Um vídeo de Lula participando de um ritual de religião de matriz africana, tomando banho de pipoca também se tornou viral. Os líderes religiosos têm comparado o PT ao demônio e associado a imagem de Lula a do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, que fechou templos em seu país.

A estratégia trouxe resultados nas intenções de voto. Segundo pesquisa Datafolha divulgada na semana passada, a diferença entre os dois principais candidatos ao Planalto caiu consideravelmente nos últimos seis meses. Em maio, Lula contava com 36% da preferência desse grupo e Bolsonaro tinha 39%. Em agosto, porém, o petista caiu para 32%, ao passo que o presidente passou a ter 49%. Os evangélicos representam cerca de 27% do eleitorado.

Em comícios e atos públicos, Lula tem contra-atacado. Chegou a afirmar que alguns pastores são uma “facção” e comparou Bolsonaro aos Fariseus, grupo de judeus que se opôs a Jesus Cristo, segundo a Bíblia. [Lula tem atacado pastores e padres, comparando-os a demônios.
O pastor Silas Malafaia deu uma resposta à altura chamando-o de cachaceiro e atribuindo as acusações à destruição dos neurônios do petista, causada pela cachaça. ]
 

 Resposta do pastor Silas Malafaia ao cachaceiro que falou mal de padres e de pastores

Política - Revista VEJA


terça-feira, 12 de abril de 2022

Lula leva vida de rico, mas não quer que pobres prosperem, diz Malafaia - Radar

Pastor evangélico que é aliado de Jair Bolsonaro explorou uma fala do petista durante um debate com ex-integrantes do parlamento europeu 

O Radar vem noticiando que falas desastradas de Lula em suas agendas recentes têm sido exploradas por seus rivais políticos e preocupado seus aliados. Sua opinião sobre o aborto, por exemplo, gerou reações até de Jair Bolsonaro. No último dia 5, Lula disse durante um debate com ex-integrantes do parlamento europeu que era exagero a classe média querer ter duas televisões por residência, num discurso que é um prato cheio para aqueles que o acusam de “comunismo”.

O pastor Silas Malafaia disparou para seus seguidores nesta terça um vídeo em que explora um trecho da fala de Lula e diz que o petista quer determinar o padrão de consumo do brasileiro enquanto “vive nababescamente”. “Lula está com relógio de 80.000 contos e mora em cobertura, mas quer determinar o que você pode ter. Escuta a fala dele”, diz o religioso. Na sequência entra no vídeo o trecho do discurso do ex-presidente com uma frase cortada pelo meio.


Lula ostenta relógio de luxo e PT tenta ocultar - Lula escondeu seu relógio de R$ 84 mil por vergonha ou hipocrisia

“Não precisa ter uma [TV] em cada sala. Uma televisão já está bom. Eu quero um computador, eu quero um celular. Ou seja, na medida que você não impõe um limite”, diz Lula no vídeo, que não exibe o restante da última sentença, inclui legenda vermelha só no trecho incompleto e repete três vezes a expressão “impõe limite”.

“Se o Lula acha que a classe média ostenta tendo duas televisões, imagina você que é pobre e tem duas televisões também? Lula está por fora da realidade brasileira. Vai nas comunidades. Tem um monte de pobres com duas televisões”, diz Malafaia, que segue. “Acorda, povo brasileiro. Lula vive como um rico e adquire o que ele bem deseja e quer dizer para você o que você vai ter? Você é livre com o suor do teu rosto para comprar o que você quiser” .

Radar - VEJA


domingo, 3 de abril de 2022

O circo do deputado Daniel Silveira - Elio Gaspari

Folha de S.Paulo - O Globo

Episódio envolvendo tornozeleira eletrônica reflete o artificialismo das crises que o bolsonarismo quer impor ao processo eleitoral. Não foi a primeira nem será a última

O ministro Moraes apontou a maluquice da situação no Congresso - O episódio circense do deputado Daniel Silveira [nos parece que maluquice e episódio circense, são coisas distintas - prevalecendo episódio circense, Daniel Silveira não é o único ator. 
O fato é que o deputado fluminense, se precipitou ao não aceitar a oferta do pastor Silas Malafaia.]
 
O Congresso Nacional nunca viveu uma situação com a carga de ridículo do episódio da tornozeleira do deputado Daniel Silveira. Recusando-se a vestir o equipamento que se destinava a monitorar suas movimentações, o parlamentar foi para o prédio do Congresso e passou a noite entrincheirado em seu gabinete. Durante todo o dia, discutiu-se a inviolabilidade do plenário e do próprio prédio. Um deputado chegou a falar emestupro constitucional”. Puro circo. [Nos parece que o furor da mídia militante em acusar um parlamentar, praticante juramentado e convicto do maior crime no Brasil = ser bolsonarista =  fez esquecer que a manobra do deputado Daniel Silveira foi eficaz e inteligente.
Certamente, o parlamentar será candidato nas eleições de outubro próximo e permanecendo sua  situação indefinida  - processado no STF, nos parece que inelegível, e com data do seu  julgamento a ser definida só Deus sabendo quando - nas eleições continuaria inelegível.
Ao se opor à colocação da tornozeleira eletrônica, optando por uma situação mais restritiva a sua movimentação, alcançou o que queria e precisava: criou  uma situação de desarmonia entre dois Poderes, forçando com isso o presidente da Câmara dos Deputados se manifestar favorável ao estabelecido na Constituição, destacando a inviolabilidade daquela Casa Legislativa, especialmente do seu Plenário,  e ao mesmo tempo, motivou o ministro Fux, marcar data para o julgamento = 20 de abril próximo. da República.
No julgamento, as chances são pela absolvição do parlamentar - é acusado de crimes que não existem na legislação brasileira e/ou não ocorreram, o que o deixará apto a concorrer nas eleições outubro 2022.] 

Foi o próprio ministro Alexandre de Moraes, que havia determinado o uso da tornozeleira, quem apontou a maluquice de situação: “Não só estranha e esdrúxula situação, mas também de duvidosa inteligência a opção do réu, pois o mesmo terminou por cercear sua liberdade aos limites arquitetônicos da Câmara dos Deputados, situação muito mais drástica do que àquela prevista em decisão judicial”.  Elementar: com a tornozeleira o deputado podia ir à padaria. Entrincheirado no gabinete não podia ir nem à padaria e seus movimentos estavam controlados.

Alexandre de Moraes dobrou a aposta. Bloqueou as contas do deputado que desafiava o Judiciário, impôs-lhe uma multa de R$ 15 mil diários. Daniel Silveira foi para casa e no dia seguinte compareceu à Polícia Federal. Saiu de lá tornozelado.

Terminava assim o episódio circense que reflete o artificialismo das crises que o bolsonarismo quer impor ao processo eleitoral. Não foi a primeira nem será a última.

Pindorama é Pindorama
Sabe-se lá o que tinha na cabeça o deputado Daniel Silveira quando decidiu se entrincheirar na Câmara para descumprir a decisão do ministro Alexandre de Mores. Uma ideia parecida já ocorreu, teve triste desfecho e um momento ridículo.

Em 1966, o Brasil era presidido pelo marechal Castello Branco e a Câmara pelo deputado Adauto Lúcio Cardoso. Eles se respeitavam, e Castello havia prometido que não cassaria mandatos de parlamentares (o Ato Institucional nº 2 dava-lhe esse poder.)

No dia 12 de outubro, Castello Branco cassou os mandatos de seis deputados. Adauto recusou-se a aceitar a cassação, e alguns dos deputados cassados continuaram no prédio da Câmara. No dia 14, o presidente decidiu fechar o Congresso. O general Ernesto Geisel, chefe de sua Casa Militar, achava preferível cassar Adauto, mantendo o Congresso aberto.

No dia 20, foi desencadeada uma operação militar. A determinada hora da noite, seria cortada a energia do prédio do Congresso e uma tropa comandada pelo coronel Meira Mattos cumpriria a ordem de fechar o Parlamento.  À hora prevista, hierarcas do Planalto foram para a janela para assistir ao apagão do Congresso. Pfff e apagaram-se primeiro as luzes do Planalto. O Congresso continuou iluminado até as 5h da manhã.

A segunda parte da operação foi em frente. Adauto e Meira Mattos tiveram o seguinte diálogo:

Adauto: “Estou admirado de vê-lo aqui, coronel, não para cumprir um decreto, mas para o cerco ao Congresso.”

Meira: “E eu, admirado por sua atitude anti-revolucionária.”

Adauto: “Eu sou, antes de mais nada, um servidor do poder civil.”

Meira: “E eu, deputado, um servidor do poder militar.”

O Congresso só foi reaberto em novembro.

Em janeiro de 1967, numa decisão típica de sua postura ambivalente, Castello Branco convidou Adauto Lúcio Cardoso para o Supremo Tribunal Federal e ele aceitou. [em nossa opinião efetuar o convite foi um dos raros erros cometidos por Castello Branco; 
quanto ao fechamento do Congresso o marechal tinha o apoio da legislação vigente e os meios para fazer cumprir sua determinação - situação que permitia dispor além de um plano B, de quantos mais quisesse  em número superior às letras do alfabeto.]

sábado, 2 de abril de 2022

Os recados de Malafaia a Alexandre de Moraes "Quem vai parar esse desgraçado desse ditador da toga?" - O Globo

Naira Trindade

Aliado de primeira hora de Jair Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia não poupou críticas a Alexandre Moraes sobre a decisão que determina colocar tornozeleira no deputado Daniel Silveira.  

Em vídeo indignado, Malafaia diz: Fica aqui o meu protesto e minha indignação. Quem vai parar esse desgraçado desse ditador de toga,  Alexandre de Moraes, que afronta a democracia brasileira? [É fácil parar o  ministro Morais, que pode ser julgado e condenado pelo Senado Federal, com condenação à pena de impedimento - desde que o senador Pacheco coloque em votação um dos vários pedidos de impeachment contra Moraes.]

A interlocutores, Malafaia mandou recado também a Daniel Silveira para resistir à colocação da tornozeleira e que, se houver necessidade, arrecada em minutos o valor para pagar os R$ 15 mil de multa diária estipulado pelo ministro.  [provavelmente o recado não chegou a tempo o que compeliu Daniel a aceitar a colocação da tornozeleira. Afinal, o valor total da pena não alcançaria sequer R$ 400 mil, já que o deputado Silveira será julgado em 20 do mês corrente, inocentado e o total de dias de rebeldia chegaria no máximo aos 25.]

 Lauro Jardim, colunista - O Globo

 

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Cotado para o STF e Como foi o ‘divórcio’ de Flávio Bolsonaro e a Kopenhagen - Radar

Robson Bonim

Cotado para o STF, juiz evangélico é promovido desembargador no TRF-2

Defendido por líderes religiosos, William Douglas virou desembargador por tempo de carreira

 Apontado como candidato “terrivelmente evangélico” para o Supremo Tribunal Federal, o juiz federal William Douglas, titular da 4ª Vara Federal de Niterói, foi promovido a desembargador do Tribunal Regional Federal da 2ª Região nesta quinta-feira.

O nome de Douglas é defendido por líderes evangélicos como Silas Malafaia e R.R. Soares para a vaga que abrirá com a aposentadoria compulsória do ministro Marco Aurélio Mello, em julho.  Evangélico e autor de best-sellers do direito, Douglas é juiz federal desde 1993. A promoção a desembargador, aprovada por unanimidade pelos integrantes do TRF2, ocorreu por tempo na carreira.

 Filho do presidente fechou a loja de chocolates que ficou famosa ao virar cenário de investigações no caso das rachadinhas

A Kopenhagen facilitou bastante a saída de Flávio Bolsonaro de sua rede de franqueados. Preocupada com o prejuízo de imagem gerado pelo noticiário em torno da loja do parceiro, a marca julgou melhor deixar de lado as letras miúda do contrato com o senador.

Blog Radar - Revista - VEJA


terça-feira, 6 de outubro de 2020

Indicado para novo ministro do STF sofre rejeição - fundamentada - de aliados do presidente Bolsonaro

Thomas Traumann 

Com [indicação] novo ministro, Bolsonaro prova do ódio [sic] bolsonarista

Indicação de juiz ligado ao Centrão desencadeia fúrias nas redes sociais. O principal fato político em curso é a tentativa do presidente Jair Bolsonaro em conter o ódio dos seus próprios seguidores nas redes sociais. Desde quinta, 1º, quando foi divulgada a indicação do desembargador piauiense Kassio Nunes Marques para o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente tem sido atacado sem piedade por antigos apoiadores que consideram o indicado um preposto do Centrão e sem compromissos cristãos. Bolsonaro e os filhos Eduardo e Carlos já gravaram vídeos, postaram tuítes e deram entrevistas para tentar reverter a avalanche de ofensas e críticas. Até agora, sem sucesso.

[nos parece ser ódio  uma classificação pesada, inadequada, exagerada; há sim, um rejeição fundamentada ao indicado pelo presidente Bolsonaro.
A Constituição Federal dá competência exclusiva ao presidente da República para efetuar a indicação, porém  é DEVER de todo cidadão interessado em um Brasil melhor, ao perceber uma falha em uma indicação efetuada pelo presidente Bolsonaro apontar.
E são muitas as, digamos, inconveniências, do indicado e que não o recomendam para o cargo - indicação que implica que os aspectos técnicos e políticos sejam contemplados. 

Votos proferidos e posições conhecidas do indicado desaconselham sua nomeação - já votou contra medida pretendida pelo presidente Bolsonaro.
Mas, o mais grave é que o desembargador piauiense não foi idnciado por possui o indispensável - exigência constitucional - SABER JURÍDICO e sim por amizade. 

É o que se conclui em matéria de O Globo, coluna de Bernardo Mello Franco, Os descontentes com o STF, que narra: "... presidente Jair Bolsonaro fez questão de deixar claro: Marques deve a indicação à amizade, não ao saber jurídico. “Ele já tomou muita tubaína comigo, tá certo?”, disse, na quinta-feira. A frase não lustra a biografia do futuro ministro. Apenas sugere que o capitão conta com sua obediência no Supremo."]

Os ataques dos bolsonaristas ao seu líder se intensificaram no domingo, 4, depois que foi divulgado um vídeo de 20 segundos com o abraço efusivo de Bolsonaro e o ministro do STF Dias Toffoli. Ex-advogado do Partido dos Trabalhadores, ex-assessor de José Dirceu, ex-Advogado Geral da União na gestão Lula.  Toffoli é um dos símbolo de tudo o que os bolsonaristas rejeitam. O abraço no antigo inimigo foi tomado como uma traição.

“O PT, toda esquerda, o Centrão, os corruptos e todos os que são contra a Lava-Jato agradecem a nomeação de Bolsonaro para o STF”, escreveu o pastor Silas Malafaia, um dos principais cabos eleitorais de Bolsonaro em 2018. “Eu queria um abraço como o Toffoli teve. Não reconheço Bolsonaro, o homem que eu decidi entregar meu destino e vida para proteger um legado conservador”, escreveu a militante de extrema direita, Sara Giromini, investigada por terrorismo contra o STF quando o presidente estava rompido com a Corte.

O tom dos ataques nas redes é de um desapontamento agressivo. O movimento Vem Pra Rua, que apoiou Bolsonaro nas eleições em 2018, impulsionou um vídeo que lamenta a escolha de Kassio Nunes Marques e o acusa de tomar decisões que lembram os governos do PT. “Agora é oficial: o mito virou mico. #BolsonaroPetista”. O empresário Winston Ling, um dos primeiros a apoiar Bolsonaro e que o apresentou a Paulo Guedes, escreveu: “Hora de desembarcar. Acabou. Um erro desta envergadura não se faz por acaso”. Até os produtores de alho começaram a atacar a indicação de Nunes Marques por sentenças no passado liberando importação do bulbo da China em detrimento dos agricultores locais.

Acatar um nome do Centrão ajuda a solidificar a relação de Bolsonaro com a principal base parlamentar do Congresso, mas tem o preço de desagradar os eleitores que (a) ainda acreditam que Bolsonaro tem uma agenda anticorrupção; e (b) esperavam que o indicado fosse um evangélico, como Bolsonaro ainda promete fazer. Os eleitores de Bolsonaro queriam o impeachment dos Ministros Gilmar e Toffoli e, de repente, o Presidente define o nome do próximo Ministro em jantar com Gilmar e Toffoli! Para piorar, a indicação veio de seu ex-advogado, recentemente denunciado, com forte   apoio de seu filho, atolado até o pescoço em investigações. Eu não sou do tipo que tapa o sol com a peneira. O lado bom disso é que ainda temos 2 anos para encontrar uma alternativa! #BolsonaroPetista”, escreveu a deputado estadual Janaína Paschoal, que por pouco não foi a candidata à vice de Bolsonaro.

Desde quinta-feira à noite, Bolsonaro tenta consertar o mal-estar. Ele já garantiu que Nunes Marques “é contra o aborto, a favor do porte de armas e defende a família (ou seja, considera o casamento apenas entre homem e mulher). Resumindo, ele está 100% alinhado comigo, por isso a ferrenha campanha para desconstruí-lo”, escreveu. O presidente voltou a prometer que seu próximo indicado será “terrivelmente evangélico” e tentou ser razoável com os que o acusam de conversar com ex-petistas. É irônico assistir o presidente sendo a voz plausível em um diálogo com seus militantes:  Sobre a relação de Nunes com os governos petistas, Bolsonaro tentou justificar: “Você sabe quantos ministros e secretários meus já trabalharam nos governos do PT? Você acha que eu deveria demitir o Tarcísio?”, em referência ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, que foi diretor do DNIT no governo Dilma Rousseff.

Sobre a visita a Toffoli, escreveu: “Preciso governar. Converso com todos em Brasília”. · Sobre o fato de o indicado não ter impedido uma licitação para compra de lagostas e vinhos franceses para as recepções no STF, o presidente disse “não tem nada demais comer lagosta. Nada demais. Qual o problema comer lagosta?” [comer lagosta adquirida com recursos do comensal, nada contra; dificil de engolir, sem trocadilho, é ver marajás comer lagostas pagas com dinheiro público.]

A chamada “farra da lagosta” é apenas parte dos problemas encontrados pelos bolsonaristas contra Nunes Marques. “Ele não é favorável à prisão em segunda instância, não é contrário ao aborto, é simpático ao chavismo e sua esposa já foi funcionária de senadores do PT, motivos pelos quais sua indicação frustrou a ala mais radical do bolsonarismo e indignou os apoiadores da operação Lava Jato”, escreveu na Folha de S. Paulo Catarina Rochamonte, do Instituto Liberal.

Em socorro do pai, Eduardo Bolsonaro postou no twitter: “confiem no presidente”, sob um texto no qual se dizia que se dependesse dos militantes “Janaína Paschoal seria vice, Sergio Moro ministro do STF e Deltan Dallagnol procurador geral”. A resposta veio daquele que é chamado de guru pelo próprio Eduardo, o youtuber Olavo de Carvalho. No Twitter, Carvalho escreveu: “Se um governante pede que o povo confie nele sem saber as razões e intenções dos seus atos, o que ele está pedindo é confiança cega, que nem Deus pede. Que ele faça isso uma ou duas vezes, já é um risco temível, que o faça dezenas de vezes é desafiar a sorte, é suicídio. Presidente: Gostamos de você e entendemos as suas dificuldades, mas, por favor, pare de chamar de estratégia o que é mera acomodação forçada a poderes superiores. Em Deus devemos confiar mesmo quando Ele parece nos abandonar, mas NENHUM homem tem o direito de pedir que confiem nele a esse ponto”

Nesta segunda-feira completam 5 dias com Bolsonaro apanhando dos próprios militantes. Nem no episódio da prisão de Fabrício Queiroz, em julho, isso aconteceu. Na nomeação de Augusto Aras para a Procuradoria Geral houve muitos protestos, mas eles foram em parte reduzidos pela expectativa de parte da militância de que o então ministro Sergio Moro seria indicado ministro do STF. Hoje Moro é considerado um inimigo. 

Bolsonaro repetiu várias vezes que a decisão sobre Nunes Marques é final, mas o caminho até a nomeação é longo. A indicação só começa a transitar no Senado no dia 14 de outubro, depois da aposentadoria do ministro Celso de Mello. A votação é secreta e a aprovação precisa de 41 votos, maioria absoluta dos parlamentares. Os senadores serão pressionados pelas hordas bolsonaristas a recusar o nome. Com a eleição municipal, o quórum será baixo e são escassas as chances de o nome de ser nomeado antes do final de novembro. Serão semanas de chuvas de canivete sobre Bolsonaro e seu indicado para ministro do STF.

[Presidente Bolsonaro! ainda que o Senado aprove o nome o senhor tem a opção de não nomear - o aprovado só se torna ministro do Supremo após a posse.

O senhor sabe que tem um nome que será aprovado pelo Senado e por todos os bolsonaristas, incluindo os de primeira hora].

Thomas Traumann, jornalista - Blog da Revista VEJA