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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

IBC-Br e a lógica do rebaixamento



A divulgação do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), do Banco Central, ontem, em linha com outros índices de desempenho econômico, ofereceu mais argumentos em favor da decisão de rebaixar a nota de risco de títulos brasileiros, anunciada um dia antes pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s.

A agência, que já havia tirado, em setembro, o “grau de investimento” concedido ao país em 2008, retirou agora o “+" da classificação brasileira BB+, a mais alta do “grau especulativo”, e acomodou o Brasil no grupo BB, ao lado de Bolívia, Guatemala e Costa Rica.  Quanto ao indicador do BC, ele não só confirmou a perspectiva de um recuo próximo a 4% na variação do PIB de 2015, como ajudou a reforçar as projeções que apontam contração da economia em 2016 na mesma e amarga dosagem. 

 Não é difícil entender o que as notas de riscos das agências como a S&P têm a ver com o desempenho da economia e a variação do PIB. Quando avaliam os títulos emitidos por governos, essas agências fixam a atenção no tamanho da dívida pública em relação ao tamanho do PIB e, mais precisamente, na dinâmica dessa relação. Seus funcionários reúnem, organizam e analisam informações que permitam projetar a expansão ou a contração da dívida, proporcionalmente à expansão ou contração do PIB, ao longo do tempo.

No caso do Brasil, não há a menor dúvida de que a relação entre a dívida pública e o PIB se encontra em franco processo de deterioração. A dívida está em expansão porque o governo tem sido incapaz de evitar déficits nas contas públicas primárias e, assim, ao gastar mais do que arrecada, é obrigado a financiar a diferença com emissão de títulos, o que, na volta do parafuso, eleva a dívida.

Quando a isso se adiciona um encolhimento continuado do PIB, como tem ocorrido, a piora da relação dívida/PIB se acelera. São, portanto, dois movimentos concomitantes e na mesma direção negativa que determinam uma dinâmica adversa para o indicador chave da capacidade de pagamento de dívidas.

Saindo de 53% do PIB, em 2010, a relação dívida bruta/PIB escalou daí em diante até bater em 66%, no ano passado. No ritmo em que avança, logo a dívida brasileira ultrapassará 70% do PIB — uma fronteira de resistência a partir da qual as desconfianças dos investidores sobre a capacidade de pagamento de um governo de país emergente passam a convergir para um perigoso consenso.

 De olho nessa dinâmica, a S&P não só rebaixou mais uma vez a nota brasileira, em curto espaço de tempo, como colocou a classificação da dívida brasileira em perspectiva negativa. No jargão das agências de risco, isso significa que seus analistas desconfiam que a situação possa piorar no curto prazo e, por isso, mantém novos rebaixamentos no radar.

A realidade, infelizmente, não parece contrariar a avaliação da S & P. Especialistas calculam que, para pelo menos estabilizar a dívida nos níveis elevados em que se encontra, o governo teria de obter, por alguns anos, superávits primários em torno de 2,5% do PIB. Nas atuais circunstâncias, este seria um objetivo virtualmente impossível de se alcançar.

Em razão da recessão forte e prolongada, as receitas públicas são cadentes, ao mesmo tempo em que as despesas, engessadas por vinculações legais e reajustes automáticos, dificilmente são passíveis de cortes no volume exigido. Depois dos déficits primários dos dois últimos anos, novos rombos são esperados para 2016, apesar de a meta oficial ainda prometer um modesto superávit de 0,5% do PIB.

Apesar das perspectivas pessimistas, o novo rebaixamento da nota de crédito brasileira ainda não deve provocar muitas alterações no atual quadro dos investimentos no país. Sem falar na liquidez financeira abundante no mundo, já eram tão evidentes as dificuldades para obter superávits primários e estancar a expansão da dívida que fica difícil acreditar na hipótese de que os investidores estariam esperando o sinal de uma agência de rating antes de redefinir suas estratégias de investimento no país.

Por: José Paulo Kupfer, jornalista



quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Motivos para a nota de risco do Brasil ir ladeira abaixo

Ao considerar que não existe mais margem para corte de gastos, a presidente Dilma reforça as análises negativas que se baseiam nas dificuldades para o ajuste

O rebaixamento da nota de risco do Brasil, anunciado ontem pela Standard & Poor’s, é o segundo desde setembro do ano passado, e não foi surpresa. O quadro econômico do país e suas perspectivas justificam que de fato a nota de “BB+”, já no nível especulativo, passe para “BB”, a dois patamares da classificação de investimento seguro. E as duas outras agências mais consideradas do mercado, Moody’s e Fitch, deverão seguir o mesmo caminho.

A justificativa básica da S&P para mais este corte da nota do Brasil é que permanece alta a possibilidade de o governo não equilibrar o Orçamento. Ela estima que o déficit nominal médio será neste e no próximo ano de 8% do PIB, muito elevado, não muito distante do verificado em 2015. Assim, a dívida pública continua em marcha batida rumo aos preocupantes 70% do PIB, fronteira que alimenta o temor de um crescimento em bola de neve. Três anos seguidos de déficits nominais desequilibram qualquer economia.

Apesar de todos esses sinais de alerta, o governo Dilma se mantém impassível diante da catástrofe anunciada. A presidente já admite grande avanço encaminhar a reforma da Previdência à margem do fórum criado para discutir o tema, onde o ministro Miguel Rossetto atua para vetar qualquer mudança mais substantiva, como é preciso. Se escapar desse jogo de cartas marcadas, o Planalto conquistará uma vitória, mas tudo depende da proposta que fará ao Congresso. Nada é simples.

Fora as mudanças previdenciárias, o governo se mantém impassível, fingindo que os mecanismos que engessam e indexam o Orçamento não representam uma bomba com prazo para explodir e estilhaçar de vez as contas públicas. A presidente Dilma prefere a fórmula de mais impostos — como se a carga tributária já não houvesse chegado ao insano limite de 36% do PIB —, em que a volta da famigerada CPMF é a principal joia da coroa.

O entendimento planaltino é que não há mais nada a cortar. Ora, ora. Além do fato de que um Estado que gasta 40% do PIB sempre desperdiça uma parcela desta enorme despesa, há a gravíssima questão do engessamento dos gastos — abrange cerca de 90% do Orçamento — e da indexação de boa parte das despesas ao salário mínimo e à inflação. 

Isso faz com que, numa conjuntura em que a arrecadação tributária federal cai 5,6%, devido a uma recessão acima dos 3%, os gastos previdenciários e afins o grosso das despesas da União sejam corrigidos em 10%. É óbvio que, assim, não se obterá qualquer superávit. A dívida explodirá.

O que faz o governo? Prepara-se para lançar um sistema de metas fiscais com o objetivo de escamotear os déficits verdadeiros. Trata-se da reedição da “contabilidade criativa” de Guido Mantega e Arno Augustin, bem como da própria presidente Dilma, por suposto. Não há mesmo como manter a nota de risco do país.


Fonte: Editorial - O Globo



quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Brasil é rebaixado pela Fitch Ratings, agênci de risco, na nota de crédito soberana do Brasil de “BBB” para “BBB-”

Fitch rebaixa Brasil e país está a um degrau do nível especulativo

Segundo agência, aumento do endividamento e crise política estão entre motivos

A Fitch Ratings rebaixou nesta quinta-feira a nota de crédito soberana do Brasil de “BBB” para “BBB-”
Agora, o país está a apenas um degrau de perder a chancela de “grau de investimento”, espécie de selo de bom pagador. O país já é considerado “grau especulativo” pela Standard & Poor’s, uma das três grandes agências de risco. Segundo comunicado da Fitch publicado hoje, o rebaixamento reflete a elevação do endividamento do governo, o aumento dos desafios para consolidação fiscal, a piora do cenário econômico e a crise política. 
 A Fitch também manteve a perspectiva para a nota do país em estágio negativo, o que significa que poderá haver nova revisão em um prazo entre 12 e 24 meses, com chance de rebaixamento superior a 50%.

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O diretor da Fitch Ratings no Brasil, Rafael Guedes, afirmou que o rebaixamento da nota do país já era esperada, mas a má notícia é que a perspectiva negativa significa que o país pode perder seu grau de investimento em até dois anos. - Essa chance está acima de 50%. Em geral, os analistas costumam fazer essas avaliações entre 12 e 18 meses - explicou.
  Segundo Guedes, a questão política foi determinante para o corte da nota do Brasil. - Vimos uma perspectiva desafiadora com um cenário político muito exarcebado, que pode fazer com que nosso cenário base não seja atingido - afirmou.

Entre os fatores econômicos, Guedes lembrou que o crescimento baixo, situação fiscal pior do que os países com a mesma nota e retomada do crescimento só em 2017 também contribuíram para a decisão.

Fonte: O Globo

sábado, 19 de setembro de 2015

Dilma, demitida por Lula e a tempestade da incompetência perfeita

Dilma já sofreu algo mais grave do que o impeachment: foi demitida por Lula
Oba! Agora virou a festa da uva! Nunca o governo se pareceu tanto com aquilo que é: a casa-da-mãe-Dilmona. A governanta já tinha 9.735 coordenadores políticos. Apareceram mais alguns — e o principal é Lula. Todo mundo fala, todo mundo opina, todo mundo decide. É Rui Falcão, é Alberto Cantalice, é Berzoini, é Lula… E Dilma? Ah, ela só pensa naquilo: combater o impeachment. É o seu programa de governo.

Cantalice, vice-presidente do PT, anunciou que Lula vai percorrer o país para defender o ajuste fiscal de Dilma, inclusive a recriação da CPMF, embora, vejam bem!, se anuncie que o ex-presidente é contrário às medidas, entenderam? Lula é contra, mas defende. Quando alguém reclamar, ele se solidariza. Mas dirá ser necessário.

Temo que ele vá decepcionar Jânio de Freitas. Dia desses, o colunista afirmou que o Apedeuta estava felicíssimo com o pacote de Dilma porque, por alguma razão, o demiurgo seria o caudatário virtuoso da impopularidade das medidas. Não vejo a hora de Lula reunir o povo, o de verdade, em praça pública para defender a recriação do imposto… Tenham paciência!

Lula e Mercadante
Calma aí que Lula resolveu atuar ainda mais. Nesta quinta, ele se encontrou a sós com Dilma e depois se reuniu por quase cinco horas com ministros petistas. Era a sessão “fala mal do Mercadante que eu te escuto”. O ex-presidente nunca escondeu que não gosta da atuação do ministro na Casa Civil.  Nesta sexta, o chefão petista se encontrou com o quase-defenestrado. Levou as reclamações, o que foi lido como o sinal de que o ministro fica. A própria Dilma teria convencido Lula de que seu auxiliar é essencial ao governo.

Sendo assim, o ministro, então, fica — ao menos por enquanto. Mas com as funções esvaziadas. E sabem quem fez esse anúncio? Rui Falcão, o presidente do PT. Segundo diz, Mercadante se aterá às funções da Casa Civil apenas, ficando a interlocução com o Congresso a cargo de outros ministros. Ocorre, meus caros, que a interlocução com o Congresso é uma das funções da… Casa Civil!

E quem deve, então, assumir a tal interlocução? Ora, é óbvio, gente! Ricardo Berzoini!!! Mas ele não é ministro das Comunicações? É! E daí? O governo Dilma é um erro de cálculo com pessoas fora do lugar.

É evidente que não faz sentido Lula se encontrar com Dilma, com os demais ministros petistas e com o próprio Mercadante para decidir quem ocupa qual cargo. É um absurdo em si. É evidente que não cabe ao secretário-geral do partido anunciar as andanças de Lula como parte de uma estratégia governista para segurar a presidente no cargo. É evidente que não cabe a Rui Falcão anunciar quais serão as tarefas daquele que é o principal auxiliar da presidente.

Dilma sofreu algo pior do que o impeachment: foi demitida por Lula.

Pergunta: Dilma foi demitida do governo por Lula?

A tempestade da incompetência perfeita

Um país pode decidir administrar a política cambial e manter desvalorizada a sua moeda, inclusive artificialmente. A China faz isso. Mas moeda nativa pode despencar em razão da crise. É o nosso caso. O dólar atingiu nesta sexta a segunda maior cotação desde o Plano Real. Avançou quase 2% (1,96%) em único dia, fechando a R$ 3,958.

Que coisa, não? Quando Lula ganhou a eleição, em 2002, a moeda americana também disparou, mas ficou abaixo da cotação atual. Ou por outra: o mercado tinha menos medo do que não sabia do PT do que do que sabe do partido. Ou: antes, o dólar elevado refletia as incertezas sobre a legenda; hoje, de forma mais grave, reflete as certezas.

A moeda disparou depois que circularam informações de que a Moody’s iria rebaixar a nota do país. Se isso acontecer, será a segunda agência de risco a pôr o Brasil no grau especulativo. A outra é Standard & Poor’s. O que é ruim pode ficar muito pior.

E, tudo somado e, sobretudo, subtraído, essa hora pode não estar muito longe. O resultado da arrecadação de agosto, por exemplo, é catastrófico; o desempenho da economia está bem abaixo das previsões mais pessimistas, e nem por isso a inflação dá folga. Recessão, inflação alta, juros estelares e arrecadação em declínio…

É a tempestade provocada pela incompetência perfeita.

Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo - Veja Online
 
 

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Brasil tem nota rebaixada e fica a um passo de perder grau de investimento

Agência rebaixa nota do Brasil, mas mantém grau de investimento

Decisão da Moody's já era esperada pelo mercado. País está apenas uma nota acima do nível especulativo

A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a nota de crédito do Brasil de Baa2 para Baa3, o que mantém o país ainda no grau de investimento, mas apenas uma nota acima do nível especulativo. A decisão já era esperada. Além do rebaixamento, a perspectiva (outlook) foi alterado de negativo para estável — a expectativa é que fosse mantido o negativo, já vislumbrando a perda do grau de investimento no curto prazo.

De acordo com a Moody’s, uma performance da economia abaixo do esperado é uma das razões para esse rebaixamento. “Um desempenho econômico mais fraco que o esperado, uma tendência de crescimento de gastos públicos e uma falta de consenso politico sobre as reformas fiscais impedirá que as autoridades alcancem um superávit primário alto o suficiente para segurar e reverter a tendência de alta da dívida este e no próximo ano”, justificou. 

Para a agência, o aperto fiscal e a política monetária vão fazer com que o PIB caia em 2015, fique estagnado em 2016 e só comece a se recuperar no ano seguinte, com uma taxa anual de crescimento de 2% em 2017 e 2018. As investigações da Lava Jato também foram consideradas. “A baixa capacidade de utilização, a fraca confiança dos empresários e os desdobramentos relacionados à Petrobras afetarão negativamente as perspectivas de investimentos neste ano e no próximo”, afirmou em nota.

A Moody’s deixa claro, no ainda, que o país precisa desse crescimento na segunda metade do governo Dilma e do superávit primário (economia para o pagamento dos juros) de ao menos 2% do PIB nesse período. Essa decisão de sinalizar que o Brasil deve continuar como grau de investimento foi vista como uma espécie de segunda chance para o Brasil e, por isso mesmo, foi bem recebida. — O rebaixamento em só uma nota e a perspectiva neutra foi ótima. A grande preocupação era perder o grau de investimento — disse Pablo Spyer, diretor da Mirae Asset.

Se a perspectiva fosse negativa, a sinalização era de que, já na próxima revisão, a probabilidade do Brasil perder o grau de investimento seria alta.

DECISÃO ERA ESPERADA DESDE JULHO
Em meados de julho, técnicos da agência visitaram o Brasil para analisar as contas públicas do país. Com a deterioração fiscal e a dificuldade de aprovar as medidas de ajuste fiscal no Congresso Nacional, cresceu a aposta de que o Brasil teria a sua nota cortada pela Moody’s. Essa expectativa aumentou após o Ministério da Fazenda, em 22 de julho, reduzir de 1,1% do PIB para 0,15% do PIB a meta de superávit primário para esse ano, o que dificulta o controle e redução da relação entre dívida pública bruta e o PIB.

No comunicado divulgado no final da tarde desta terça-feira, a Moody’s afirma que a dívida pública terá uma piora em 2015 e 2016 acima do esperado anteriormente pela agência. A expectativa é de uma estabilidade no nível da dívida apenas no final de 2018. A justificativa para a nota Baa3 é que, apesar dessa piora, o Brasil tem capacidade de resistir a choques externos devido ao estoque de reservas internacionais, baixa exposição à dívida externa e economia diversificada.

No último dia 28, a Standard & Poor’s mudou a perspectiva do Brasil de estável para negativa, mas manteve a nota em BBB-, ainda grau de investimento e também só uma nota acima do nível especulativo. Na ocasião, a agência sinalizou que a falta de avanços nos ajustes fiscais durante o próximo ano “poderia levar a um rebaixamento do rating”, ou seja, a perda do grau de investimento.

Na outra grande agência de classificação de risco, a Fitch, o Brasil segue duas notas acima do nível especulativo. Os investidores internacionais olham as notas das agências de classificação de risco para saberem onde vão alocar os seus recursos. Quanto pior a nota, mais alta tende a ser os juros pagos pelos emissores - além de governos, as empresas que emitem títulos de dívida também contratam essas agências.

Fonte: O Globo

 

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Dilma quebra mais um recorde negativo - enquanto essa mulher continuar presidente do Brasil, cada dia será pior que o anterior

Dólar fecha a R$ 3,49 com incerteza política e expectativa de alta de juros nos EUA

Moeda americana renova alta em mais de 12 anos

Com os temores em relação ao equilíbrio das contas públicas e o conturbado cenário político no Brasil fizeram o dólar comercial registrar o quinto dia consecutivo de alta. A moeda americana fechou o pregão cotada a R$ 3,488 na compra e a R$ 3,490 na venda, alta de 0,72% ante o real. Esse valor não era atingido no fechamento desde 11 de março de 2003. Na máxima do pregão, a divisa chegou a R$ 3,50, patamar que não era registrado desde os R$ 3,509 do dia 12 de março de 2003. Já a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrou alta de 0,46%, aos 50.287 pontos.

Na avaliação de analistas, essa pressão sobre o câmbio deve continuar no curto prazo, já que não há expectativa de solução para o atrito político entre governo e Congresso Nacional. Esse ambiente conturbado pode fazer com que as medidas do ajuste fiscal não sejam aprovadas, comprometendo o controle das contas públicas, item avaliado pelas agências de classificação de risco. Além disso, é esperado para esse ano o aumento da taxa de juros por parte do Federal Reserve (Fed, o BC americano), o que deve retirar recursos de países emergentes, ou seja, mais um fator para a alta das cotações das moedas.  No curto prazo a questão da política interna vai continuar pressionando a moeda. E tem a expectativa de que a Moody’s nos próximos dias anuncie o rebaixamento da nota brasileira e mantenha a perspectiva negativa. Esse é um fator que mexe com o mercado — afirmou Luciano Rostagno, estrategista chefe do Mizuho Bank.

Se for rebaixada pela Moody’s, o Brasil mantém o grau de investimento, mas assim como na Standard & Poor’s, cresce o risco de perda do grau de investimento, já que estará apenas uma nota acima do nível especulativo e com a perspectiva (viés) negativa.

O dólar até iniciou os negócios em queda, mas o cenário interno acabou contribuindo para a reversão da tendência. João Medeiros, diretor da Pionner Corretora de Câmbio, lembrou que a avaliação das contas da presidente Dilma Rousseff pelo Congresso Nacional, em manobra feita pelo presidente da casa, Eduardo Cunha (PMDB-SP), aumentou a preocupação de investidores e analistas, porque mostra o desgaste na relação entre os dois poderes - Cunha teve o seu nome citado na operação Lava Jato. — Há um temor em relação à aprovação das contas da presidente Dilma Rousseff, agora que o Congresso Nacional vai analisar todas as contas desde o período de Itamar Franco. O cenário político está bem conturbado e pressiona o dólar — disse.

SAÍDA DE DÓLARES
O Banco Central anunciou ainda que o fluxo cambial ficou negativo em US$ 3,9 bilhões em julho. Já a posição vendida dos bancos, que é quando essas instituições apostam que a cotação vai subir, passou de US$ 17,5 bilhões em junho para R$ 21,7 bilhões no mês passado.

No mercado futuro, o dólar no contrato com vencimento em setembro está sendo negociado a R$ 3,519, após atingir R$ 3,529 pela manhã. Nos contratos que vencem em junho do ano que vem, a moeda bateu nos R$ 3,80. Para esse ano, analistas esperam que o dólar possa chegar até a R$ 3,70.

Além disso, há a expectativa de aumento de juros nos Estados Unidos ainda em 2015. No exterior, o "dollar index" tinha leve queda de 0,03% no momento do encerramento dos negócios no Brasil. Esse indicador é medido pela Bloomberg e leva em conta o comportamento do dólar em relação a uma cesta de dez moedas. O indicador até chegou a cair após dados do Automatic Data Processing (ADP) mostrarem que foram criados 185 mil vagas nos Estados Unidos em julho, abaixo da expectativa de analistas (em torno de 215 mil) e uma queda em relação ao número de junho (237 mil). No entanto, um outra pesquisa, sobre o setor de serviços, mostrou uma melhora no nível de emprego do setor. A retomada do mercado de trabalho é vista como fator importante para que o Fed decida elevar os juros.

VALE DEIXA BOLSA EM TERRENO POSITIVO
O desempenho das ações da Vale sustentou a Bolsa em terreno positivo nesta quarta-feira, mesmo após os papéis da Petrobras terem perdido força. As preferenciais (PNs, sem direito a voto) da mineradora subiram 3,91% e as ordinárias (ONs, com direito a voto) avançaram 5,02%, seguindo a melhora do preço do minério de ferro na China. Já as ações da estatal, que subiram forte pela manhã, fecharam em queda. As PNs recuaram 1,66%, cotadas a R$ 10,01, e as ONs tiveram variação negativa de 1,08%, a R$ 10,99.

Ainda entre as ações mais negociadas, os papéis do Itaú Unibanco tiveram leve queda de 0,17% e os do Bradesco recuaram 0,30%. No caso do Banco do Brasil, as ações subiram 1,16%.  A Petrobras abriu em forte alta, mas o petróleo perdeu força no mercado internacional e as ações da estatal acompanharam esse movimento. Já os bancos são penalizados pela expectativa de rebaixamento da nota do Brasil — avaliou Ari Santos, gerente de renda variável da corretora H.Commcor, lembrando que essas instituições, pela exposição que possuem ao crédito doméstico, costumam acompanhar a nota de risco (rating) soberana.

No mercado externo, os principais índices de ações operaram em alta. Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones fechou praticamente estável, com leve variação negativa de 0,03%, enquanto o S&P 500 teve alta de 0,31%. Já na Europa, o DAX, de Frankfurt, fechou em alta de 1,57% e o CAC 40, da Bolsa de Paris, avançou 1,65%. O FTSE 100, de Londres, registrou variação positiva de 0,98%.

Fonte: O Globo






sábado, 4 de julho de 2015

Ameaças do Congresso

É a marcha do país em direção à perda do grau de investimento. Assim caminha o Brasil. A aprovação do aumento para os funcionários do Judiciário se junta à indexação total dos benefícios previdenciários e à adoção de regras mais generosas de aposentadoria. Tudo isso acontece enquanto a dívida do país aumenta e o déficit nominal chega ao espantoso número de 7,9% do PIB. [Determinada imprensa e alguns jornalistas estão tentando atribuir a crise econômica - resultado da incompetência da Dilma e sua trupe e da roubalheira de recursos públicos - ao aumento dos servidores do Poder Judiciário.
Antes esclareço que não sou funcionário público, atuo na iniciativa privada - sem contratos com o governo; tive vínculos com o Governo do inicio da década de 70 até inicio governo Collor, quando fui oficial do EB.
Mas, acho um absurdo que maximizem um reajuste e o torne causa principal da crise. 
Aumento por aumento, qual a razão da imprensa não destacar que os MEMBROS do PODER JUDICIÁRIO - não me refiro a servidores - estão recebendo uma avalanche de beneficios e que um magistrado recém empossado vai receber por mês mais de R$ 40 MIL, boa parte SEM IMPOSTO DE RENDA e ACIMA DO TETO CONSTITUCIONAL.
Está na Revista Época deste final de semana e também neste Blog.]


O ministro Nelson Barbosa ligou de São Francisco, nos EUA, para alguns jornalistas, entre eles, eu. Disse o que pensa dessa proposta: “É incompatível com a situação econômica que estamos passando e insustentável do ponto de vista fiscal e é socialmente injusta.” Ele lembrou que isso representa R$ 1,5 bilhão só este ano, sem haver orçamento previsto. “Não se pode pedir, na atual situação de aumento do desemprego e queda do salário real, que a população gaste mais com salário de servidores”. Segundo ele, há risco concreto de efeito cascata, que começa com a justiça estadual, mas pode atingir todos os servidores. [esse ministro Barbosa foi o primeiro ministro da Dilma a levar um esporro da 'soberana' por falar demais. É um sem noção. O EFEITO CASCATA VAI OCORRER NO REAJUSTE dos MEMBROS do PODER JUDICIÁRIO.
Também haverá EFEITO CASCATA na extensão integral das vantagens para os MEMBROS do MINISTÉRIO PÚBLICO.]

O governo negocia um aumento para seus funcionários, de 21%, para ser pago em quatro anos. Nelson Barbosa entregou um documento com os cálculos, como referência, ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. “O ministro ficou de avaliar e pediu para que o Congresso não votasse o aumento.” Pois aconteceu o oposto: a proposta foi votada e aprovada por unanimidade. A tempestade continua em Brasília. Os sinais dados pelo Congresso e os números que saem do Tesouro mostram que será inevitável o rebaixamento. Mesmo que a presidente Dilma vete essa proposta, o que fica claro é que o legislativo tem uma pauta expansionista e o governo deixou de ser o centro do poder. Hoje o Congresso vota qualquer coisa, a qualquer hora, sem olhar o contexto e o custo. Quer atingir o governo e ameaça a estabilidade econômica.

A conjuntura internacional piorou com a crise grega. Quando isso acontece, todos os países que têm fragilidades são olhados com preocupação por investidores, tenha ou não qualquer relação com o país epicentro da crise. Para a Moody’s e a Fitch, o Brasil está dois degraus acima do grau especulativo, mas com uma única redução pela Standard & Poor’s nós perderemos o que levou duas décadas para conseguir: o selo de país bom para investimento.

A contradição é tal que nem se consegue acompanhar todas as despesas criadas pelo Congresso. No mesmo dia em que aprovou o aumento para servidores do Judiciário, o Senado reduziu PIS/Cofins sobre o diesel, o que tem um custo em renúncia fiscal de R$ 13,8 bi por ano. [o diesel ajuda a movimentar a economia - é essencial; o que ferrou o Brasil foi a incompetência da Dilma e sua trupe e a roubalheira da petralhada.]

A bagunça nas contas públicas feita no governo passado foi tão grande que o esforço para dar realismo aos números está exibindo um quadro incompatível com um país com grau de investimento. A dívida bruta bateu recorde e completou um aumento de 10 pontos percentuais do PIB desde o início do governo Dilma. O governo mostrará a dívida líquida e garantirá que está estabilizada, mas nenhum analista olha esse indicador porque ele desconta os empréstimos do Tesouro ao BNDES, ativos que não têm liquidez. Ninguém sabe quando nem como serão pagos. O que é usado no mundo inteiro, comparável, relevante para as agências de risco é a dívida bruta. Mais do que o número em si, que é alto, há a dinâmica do endividamento. 

O Brasil é um país que tem um déficit nominal enorme, não consegue fazer superávit primário relevante, manipulou contas públicas recentemente, criando dúvidas sobre o passado, tem um Congresso que aprova aumento de gastos obrigatórios, e o Banco Central mantém uma taxa de juros elevada para enfrentar a inflação fora da meta. O risco de rebaixamento é concreto.

O único conforto é que os números que saem do Tesouro este ano são mais fidedignos, e isso faz com que sejam injustas as comparações com os dois anos anteriores. Em 2013 e 2014, houve tanta manipulação, truque, pedalada, que deveriam ser desconsiderados na série. O que a própria equipe econômica sabe é que a tempestade em Brasília continuará. Não há sinais de bom tempo no horizonte.

No centro do problema econômico, está a crise política. O Congresso foi capturado pelos grupos de interesses, seus líderes não entenderam que essas bombas fiscais vão ferir o país. O governo está fraco pela baixa popularidade da presidente que, durante a campanha, falou o oposto do que defende hoje.

Fonte: Coluna da Míriam Leitão 

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Balanço da Petrobras = tiro pela culatra



Mercado recebe mal o balanço da Petrobras e ações têm forte oscilação 

Na abertura, as ações da estatal chegaram a cair mais de 7% e figuraram entre as maiores baixas do Ibovespa, mas no fim da manhã as perdas eram menores
Se havia dúvida sobre como o mercado receberia o balanço da Petrobras, que mostraram uma perda de R$ 6,2 bilhões com corrupção, agora elas acabaram.  

As ações da Petrobras abriram com queda expressiva nesta quinta-feira, 23 após a empresa ter anunciado ontem que encerrou 2014 com prejuízo de R$ 21,587 bilhões. No fim da manhã, porém, a queda já era menor.  Às 10h25, o papel preferencial (PN) cedia 7,39% e o ordinário (ON) recuava 5,03%, ambos no topo das maiores baixas do Ibovespa

Às 11h10, porém, a ON já subia 0,30% e a PN recuava 3,73%. O principal índice da Bolsa, no mesmo momento, registrava desvalorização de 0,68%, aos 54.245 pontos. Um bom sinal veio hoje com a elevação, pelo HSBC, da projeção de preço-alvo para ações PN da Petrobras de R$ 7 para R$ 9. Ainda assim, a maioria do mercado se desfaz das ações da companhia.

Para calcular as perdas com corrupção, a Petrobras considerou a a aplicação de um porcentual fixo sobre o valor total de todos os contratos entre 2004 e abril de 2014. Os mesmos 3% que foram indicados nos depoimentos do ex-diretor de abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, que depois de preso pela Polícia Federal, revelou o esquema em delação premiada.  A Petrobras reconheceu em seu balanço financeiro de 2014, divulgado com atraso, a perda de R$ 6,194 bilhões por causa de gastos relacionados à corrupção, feitos de 2004 a 2012, e identificados nas investigações da operação Lava Jato, da Polícia Federal. Outros R$ 44,636 bilhões foram registrados como perdas após revisão no valor de ativos. Com isso, registrou prejuízo de R$ 21,587 bilhões em 2014, o primeiro resultado negativo anual desde 1991. A estatal pontuou que as investigações internas e externas ainda estão em andamento, mas que já toma medidas jurídicas necessárias perante as autoridades brasileiras para buscar ressarcimento pelos prejuízos sofridos, incluindo aqueles relacionados à sua reputação. A Petrobrás espera inclusive, entrar com ações cíveis contra membros da Lava Jato.

Dívida da estatal cresce e bate recorde
O endividamento total da Petrobras aumentou 31% em 2014 e atingiu R$ 351 bilhões
, um recorde no setor de petróleo mundial. O presidente da companhia, Aldemir Bendine, reconheceu que a delicada situação da estatal é o "desafio central" para a retomada do crescimento. Outro indicador que aponta a capacidade da empresa de pagar suas dívidas, a alavancagem subiu 36% na comparação com 2013, expondo a urgência da estatal em conseguir novos recursos.

A alavancagem é medida pela relação entre o total de endividamento líquido e a sua capacidade de geração de caixa (Ebtida) para pagar o que deve. Nesse indicador, a estatal ultrapassou a marca de 4,7 vezes. Um nível considerado adequado pela própria estatal, por meio de seu conselho de administração, seria de 2,5 vezes. Para efeito de comparação, a Exxon, maior petroleira do mundo, registrou alavancagem de 0,48 em 2014. "A companhia passou por um período de dificuldade onde foi a mais prejudicada. Hoje, a gestão de dívidas é um dos desafios centrais da Petrobras. Passada a limpo, retomará a capacidade enorme de geração de valor para os acionistas e toda a sociedade brasileira", afirmou Bendine. Segundo a estatal, a alta no endividamento se deve a uma depreciação cambial de 13,4%.

A viabilidade do pagamento das dívidas da companhia está ligada ao prazo contratado. De acordo com o balanço, nos próximos três anos, a companhia deverá amortizar cerca de R$ 45 bilhões por ano. Nos anos seguintes, o nível se elevará até atingir o volume de R$ 208 bilhões em 2020. Esses prazos estão relacionados à expectativa da companhia de aumentar sua produção. De acordo com o último Plano de Negócios, de 2014, a estatal prevê dobrar a produção atual, de 2,6 milhões de barris por dia para 4 milhões de barris. Ontem, a diretoria informou que está revisando o Plano de Negócios, para parâmetros mais realistas, de acordo com o atual cenário mundial.

Piora
A situação da Petrobras começou a se deteriorar a partir de 2010, quando adotou uma política de preços de combustíveis ajustadas à política macroeconômica do governo. Por três anos, a companhia represou reajustes de preços e sacrificou seu caixa para evitar uma alta da inflação. A estatal estima que as perdas chegaram a R$ 80 bilhões no período.  Segundo os dados divulgados ontem, o endividamento líquido da companhia ficou em R$ 282 bilhões, descontadas as disponibilidades de caixa e financiamentos contratados no último ano. Mesmo com esses descontos, a Petrobras ampliou em 27% seu endividamento.

A alavancagem é um dos itens fundamentais na análise da segurança financeira da companhia para as agências de classificação de risco, por exemplo. A Moody´s atribuiu à fragilidade do indicador o motivo de retirar da empresa, em fevereiro, a nota de grau de investimento. Essa nota indica aos investidores que a empresa representa um risco muito baixo. As outras duas agências globais, a Standard & Poor’s (S&P) e a Fitch sinalizaram que poderiam também rebaixar a Petrobras.

Diante do grande desafio, Bendine informou que vai detalhar as estratégias para reduzir o endividamento no Plano de Negócios e Gestão para os próximos cinco anos, em um prazo estimado de 30 dias. Segundo ele, será preciso "controlar a ansiedade para entender a companhia daqui para frente".  "A melhora do endividamento se dará com a melhor geração de caixa, com a nossa financiabilidade. Já demonstramos que temos credibilidade com os organismos financeiros, como os recentes financiamentos obtidos. E se houver demanda com nosso plano de desinvestimentos", afirmou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.