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sábado, 9 de dezembro de 2023

Conheça os condomínios de luxo mais caros do interior de SP, que atraem o público de alta renda - O Estado de S. Paulo

Empreendimentos oferecem serviços de spa, shopping centers privativos, praia com ondas artificiais, piscinas, heliponto e hípica, entre outras comodidades; imóveis podem chegar a R$ 300 milhões

Na lista dos condomínios de luxo mais caros do interior, o Boa Vista Village oferece até um 'praia com ondas artificiais'  Foto: Marcelo Chello/Estadão
Na lista dos condomínios de luxo mais caros do interior, o Boa Vista Village oferece até um 'praia com ondas artificiais'  Foto: Marcelo Chello/Estadão 
 
Em pouco mais de 15 minutos de helicóptero e mais 30 minutos pela rodovia Castello Branco é possível sair da agitada Avenida Brigadeiro Faria Lima, no coração do centro financeiro do País, e se isolar em um oásis do mercado imobiliário. Ali, o condomínio oferece aos moradores praia privada com ondas artificiais, campos de golfe, quadras de tênis, spa e muitas outras mordomias para quem pode pagar por elas.

Instalado em Porto Feliz, distante 100 km da capital paulista, o Boa Vista Village, do grupo JHSF, é um dos exemplos de “second home” (segundo lar) ou casas de veraneio em condomínios de luxo. Os residenciais têm atraído público de alta renda que vai de executivos do mercado financeiro a celebridades.

Fugir do caos da cidade grande para um local como este não é para qualquer bolso. Um levantamento da imobiliária MBras, especializada em empreendimentos de luxo, mostra que um imóvel desse tipo pode custar de R$ 30 milhões até R$ 300 milhões em alguns condomínios. A companhia listou os cinco empreendimentos mais caros para se comprar uma casa de veraneio. Para organizar o ranking, a empresa usou como base de dados os valores de negócios consolidados pela própria imobiliária.

O diretor executivo da MBras, Lucas Melo, conta que o perfil de consumidor que busca esses empreendimentos em condomínios de luxo no interior está de olho em imóveis que vão de 600 a 700 metros de área construída, mas que eventualmente, a depender do capital disponível, pode escolher casas de até quatro mil metros de área construída.

Melo diz que casos como o imóvel avaliado em R$ 300 milhões na Fazenda Boa Vista são um “ponto fora da curva”. “Esse negócio foi fechado por um empresário de 80 anos, que tem uma família grande e quis investir em um terreno de 50 mil metros, com 4 mil m² de área construída. É uma casa de 12 suítes, por isso a diferença de valores”, afirma.

Apetite do mercado

(...)

Veja a lista dos condomínios de luxo mais caros no interior de São Paulo.

Fazenda Boa Vista

No topo do ranking dos condomínios mais luxuosos e caros da região está a Fazenda Boa Vista, do grupo JHSF. Localizada em Porto Feliz (a 100 km de SP), o empreendimento de mais de 12 milhões de metros quadrados fica numa área próxima à mata atlântica, cujas propriedades de dimensões faraônicas chegam aos R$ 300 milhões citados acima.

Apesar do valor máximo de negócio já ter ultrapassado a casa das centenas de milhões, a média de preço de propriedades menores no condomínio, de cerca de dois 2 mil m², varia de R$ 30 milhões a R$ 50 milhões.

Para quem está disposto a desembolsar essa pequena fortuna, é possível desfrutar de luxos como dois campos de golfe assinados pelos atletas americanos Arnold Palmer e Randall Thompson e um centro equestre, além de um shopping particular, o Boa Vista Market, que conta com mais de 20 nomes do segmento de alta renda.

Quinta da Baroneza

Próximo à Serra da Mantiqueira, o condomínio de campo Quinta da Baroneza figura em segundo lugar entre os condomínios mais caros do segmento de altíssima renda, segundo o levantamento da MBras. No empreendimento localizado em Bragança Paulista (90 km de São Paulo), os imóveis podem custar até R$ 150 milhões. O local tem mais de 4 milhões de m² de área de mata atlântica nativa.

Assim como a Fazenda Boa Vista, quem compra um imóvel no local tem acesso a uma hípica, ao clube de golfe exclusivo, assinado pelo arquiteto americano Dan Blankenship, especializado em campos para a prática do esporte de origem escocesa. Em relação a comodidades para o lazer, os endinheirados que escolhem a Quinta da Baroneza ainda têm acesso a trilhas pela mata atlântica, ciclovias, trilhas ecológicas pelo rio Atibaia, entre outras coisas.

Ainda que o valor máximo de negócios já fechados no empreendimento seja de R$ 150 milhões, é possível encontrar anúncios de casas com preços bem mais “modestos” no endereço, com casas negociadas entre R$ 15 milhões e R$ 30 milhões.

Boa Vista Village

O condomínio de campo “caçula” da JHSF, o Boa Vista Village, foi inaugurado recentemente pela incorporadora também em Porto Feliz, próximo à Fazenda Boa Vista, com aproximadamente 2 milhões de m². Os imóveis estão avaliados em até R$ 15 milhões, no caso de uma unidade “pé na areia”.

O espaço ganhou os noticiários ao atrair o público de alta renda que ama surfar, mas não quer ter de se deslocar até o litoral do Estado para praticar o esporte. O empreendimento instalou uma praia privativa com ondas artificiais que já foi palco de atletas como o campeão mundial e olímpico de surfe Ítalo Ferreira e do ator hollywoodiano Chris Hemsworth, dupla que visitou o local em novembro deste ano.

Além do “mar artificial” que banha a propriedade, o local também conta com quadras de tênis, serviço de spa, aulas de surfe, campo de golfe e terá a inauguração de um shopping privativo, aos moldes do Boa Vista Market, ainda sem data para o início das operações.

Fazenda da Grama

Em quarto lugar no ranking da MBras, o Fazenda da Grama é um condomínio de campo localizado em Itapeva (70 km da capital). O empreendimento foi um dos pioneiros a oferecer uma praia artificial, de aproximadamente um quilômetro, com ondas de até dois metros de altura para a prática de surfe. Com terrenos que vão de 2,2 mil a 3,3 mil m², é possível encontrar imóveis avaliados em até R$ 50 milhões.

Além do investimento na aquisição do imóvel, os proprietários ainda têm de arcar com uma conta mensal de condomínio de mais de R$ 7 mil pelos serviços disponíveis, como uma hípica, campos de golfe, lagos para práticas de esportes, academia, SPA, piscinas e quadras de tênis, entre outros.

Terras de São José

Ainda às margens da rodovia Castello Branco, o Terras de São José, em Itu (90 km de São Paulo) faz parte da lista de empreendimentos do grupo Senpar e foi inaugurado em 1974, um dos precursores no segmento de condomínios de luxo no interior.

Distribuído em uma área de 4,2 milhões de metros quadrados, o empreendimento tem um centro hípico, 20 quadras de tênis de saibro e diversos lagos, além de um heliponto para acomodar os moradores que se deslocam pelos ares. Por lá, os imóveis estão avaliados entre R$ 10 milhões a R$ 45 milhões, a depender de especificidades como número de suítes, área de construção e o tamanho do lote, conforme o levantamento da MBras.

Economia - O Estado de S. Paulo


segunda-feira, 25 de setembro de 2023

A expectativa do mercado para a prévia da inflação

IPCA-15 será divulgado na terça-feira, 26

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de setembro, considerado uma prévia da inflação, será divulgado na terça-feira, 26. O mercado espera uma aceleração na leitura mensal entre agosto e setembro (de 0,28% para 0,37%), via Transportes, ao passar de +0,23% em agosto para +1,97%. A expectativa é da Warren Renascença. [Banco Central errou feio quando reduziu juros por pressão do DESgoverno, enquanto em outros países os juros foram elevados. É indispensável ter em conta que se a esquerda quer uma coisa, não pode e nem deve  ser atendida, já que a esquerda é, e sempre será, contra o Brasil, os brasileiros e, obviamente, as pessoas de bem.
Torcemos para que na próxima reunião do COPOM o Banco Central eleve a taxa de juros e reenquadre a inflação.]

Os reajustes de diesel e gasolina, no fim do mês passado, aumento no preço de automóvel novo, além da alta de 6% do preço das passagens aéreas em setembro devem reverter parte da queda do mês anterior (-11,69%).

A Warren espera que o grupo alimentação no domicílio mantenha a deflação em torno de 1% vista em agosto. “Esperamos continuidade de desaceleração de preços de Hortaliças e verduras, Carnes, Leites e derivados e panificados. Este grupo deve apresentar deflação de -0,12% no acumulado 12 meses. Último movimento visto neste sentido foi em 2018”, afirma a casa, em relatório.

Os principais riscos do número devem vir de automóveis, gasolina, energia elétrica e higiene.

 Economia - Revista VEJA


quinta-feira, 4 de maio de 2023

Boletim médico - Gilberto Simões Pires

BOLETIM MÉDICO

Se levarmos em conta as descabidas e estapafúrdias declarações que são proferidas a todo momento, SEM MODERAÇÃO, pelo incompetente presidente Lula e pelos seus ministros,  Fernando Haddad, da Fazenda (??), Simone Tebet, do Planejamento (??) e todos os demais, que nada entendem de economia e por isso atacam -SEM PARAR- o competente presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tido e havido desde sempre pelos petistas como o -VILÃO DA ECONOMIA-, para o bem do Brasil seria mais do que oportuno substituir o -BOLETIM FOCUS- por um BOLETIM MÉDICO. 

ESTADO DE SAÚDE

Ou seja, da mesma forma como o BOLETIM FOCUS resume as estatísticas calculadas por economistas, as quais consideram as expectativas de mercado divulgadas a cada segunda-feira, o BOLETIM MÉDICO cuidaria de informar, semanalmente, o estado de saúde do paciente Brasil. Esta providência se justifica mais ainda por conta do manifestado interesse do PT & Cia em readotar a velha e criminosa -MATRIZ ECONÔMICA BOLIVARIANA- que vigorou ao longo do trágico governo Dilma, quando a economia brasileira precisou ser internada na UTI, com INFECÇÃO SOCIALISTA GENERALIZADA.

CHECK-UP

A rigor, por tudo que o Brasil já colheu durante os 14 anos de governo petista, com Lula e Dilma a frente,CHECK-UP, ou a avaliação -médica- associada a exames específicos, de acordo com o histórico econômico do Brasil sob o comando de socialistas/comunistas, pode ser dispensado. Afinal, o mundo todo sabe, por experiência própria ou de países vizinhos, tudo aquilo que o CHECK-UP pode apresentar. Começando, por exemplo, com o BAIXO GRAU DE CONFIANÇA NA ECONOMIA, como bem mostram os recentes dados divulgados pelos SETOR INDUSTRIAL, COMERCIAL E DE SERVIÇOS.

SOBERANO

Outro dado preocupante, já devidamente DIAGNOSTICADO, é o elevado endividamento das famílias e das empresas, motivos mais do que suficientes para que o CRÉDITO, além de caro fique ainda bem mais seletivo, o que implica em REDUÇÃO DAS ATIVIDADES EMPRESARIAIS. Mais do que sabido, menos pelos ministros e apoiadores do governo petista, no BOLETIM MÉDICO constará, com toda certeza, que a única chance da economia sair da UTI, e como tal voltar a respirar sem a ajuda de aparelhos, depende da compreensão (improvável) de que na ECONOMIA o verdadeiro soberano é o MERCADO e não o ESTADO-. Mais: quanto maior a FÚRIA TRIBUTÁRIA, que já é MARCA REGISTRADA DO GOVERNO LULA, menos o apetite por INVESTIMENTOS.

Ponto Crítico - Gilberto Simões Pires


terça-feira, 11 de abril de 2023

A força motriz dos incentivos para o mercado Alex Pipkin, PhD



         Quando as pessoas, infelizmente, não possuem recursos e capacidades robustas, claro que o breu se apossa de suas mentes, tornando a melancolia e a desesperança o esporte favorito dos indivíduos. Esse processo é humano, natural.

Nesta circunstância, bate o desespero, e homens, mulheres e membros LGBTQIA+… passam a exercer o pensamento mágico, esperando coisas impossíveis, que somente enganadores e dissimilados mentem entregar. Desse modo, o povaréu se transforma em presa singela de estúpidos e de malvados que se utilizam de narrativas sedutoras da factibilidade do maná e do “você pode ser quem você quiser”.

No meio da grotesca politicagem nacional, o doce do engodo pode vir até do espectro político da direita, embora, claramente, essa seja a estratégia e a tática empregada por políticos coletivistas embusteiros.

Honestamente, o Brasil do estande nacional de Raymundo Faoro, sempre viveu - bem mesmo, só as panelinhas à direita e à esquerda - das corjas elitistas, comprovadamente de péssima qualidade, que sugam a renda dos criadores de riqueza, e que governam em seu próprio favor, em oposição aos desejos e pontos de vista da grande maioria dos indivíduos.

Mas evidentemente que o socialismo é uma mentira, impraticável, visto que não existe condições reais de satisfação plena das necessidades e dos desejos de todos. Para dar a todos, portanto, é necessário tirar coercitivamente de outros tantos.

A ideologia do fracasso, o coletivismo, nunca deu, tampouco dará certo em algum lugar! Suas correspondentes narrativas populistas e interesseiras vão de encontro à efetiva coesão social, ao bem comum e, pragmaticamente, ao desenvolvimento econômico e social.

Nessa direção, salta aos olhos que um Estado inchado e puramente redistributivo, é a receita para o desastre econômico e social de todos. Fórmula certa para a pobreza.

O canto da sereia coletivista anda mais forte do que nunca, empurrando com mais intensidade o pensamento mágico dos desesperados, e das almas puras e culpadas de uma “elite bondosa” - com o dinheiro dos outros, por óbvio.

O coletivismo é a representação da dependência e da escravidão estatal. 
Não há saída, não há outra alavanca produtora do desenvolvimento econômico e social do que à liberdade. 
Melhor, as liberdades econômica e individual.

É na economia de mercado que se encontra a “mágica” do crescimento econômico e social, comprovadamente, o ímpeto e a potência para o enriquecimento geral. O mercado é o motor para a criação de riqueza! Não obstante os discursos falaciosos contra a economia de mercado, é justamente essa que dá maior relevância aos valores virtuosos da justiça, do valor do indivíduo, da comunidade e da família.

Lástima que grande parte dos brasileiros tenha escassa educação, cultura e formação para compreender “coisas básicas e essenciais”, a fim de deixar de ser enganado por uma elite podre que não quer que ninguém mexa nos seus queijos, ao molho de ouro, como atualmente em voga.

Governos grandes e intervencionistas são como irmãos siameses dessa “elite” extrativista. Fazem o possível e o impossível para a manutenção do estande verde-amarelo.

É o nosso Pessach, foi nossa libertação.

Eu desejo liberdades, a liberdade é o caminho para o crescimento brasileiro, de todos. Não nos deixemos cair em tentação, e assim continuarmos sendo ludibriados por sanguessugas tupiniquins. Um governo grande e intervencionista ao extremo, é a fórmula que sempre deu certo para o Brasil excludente, o das elites podres.

Precisamos de um Estado justo e eficiente, aquele que em definitivo possa ser transformado e transformar os fundamentais INCENTIVOS INSTITUCIONAIS para a verdadeira justiça, para a segurança, para a educação e, essencialmente, para a criação de mais empregos, mais renda, mais riqueza e prosperidade para todos.

Ah como esses estão invertidos na Republiqueta das Bananas!

Porém, necessitamos urgentemente da transformação desses incentivos, baseados na razão, no conhecimento, na ciência comprovada e no humanismo racional.

Não, esses não podem ser mais fixados pelo bom-mocismo embusteiro, e pelos discursos e narrativas falaciosas e interesseiras de incompetentes e corruptos.

Ah, meus amigos, como os incentivos - certos - importam!

   Alex Pipkin, PhD

 

 

domingo, 19 de fevereiro de 2023

50 dias sem picanha - Revista Oeste

Silvio Navarro

Sem um plano para o país, Lula escolhe o presidente do Banco Central como bode expiatório e culpa 'bolsonaristas infiltrados' pelo fiasco na largada

Presidente Lula e os 50 dias sem picanha | Foto: Montagem Revista Oeste/Ricardo Stuckert/PR/Shutterstock

 Presidente Lula e os 50 dias sem picanha | Foto: Montagem Revista Oeste/Ricardo Stuckert/PR/Shutterstock

Entre um passeio internacional e outro, um discurso inflamado na festança do PT e entrevistas para a velha imprensa, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu um culpado para as más notícias na área econômica que estão chegando mais cedo do que o esperado: Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central.

Lula tenta emplacar a tese de que os juros básicos da economia no patamar de 13,75% travam o desenvolvimento do país. Quem determina a política monetária é o Banco Central, cuja gestão é independente desde 2021 — ou seja, livre de ingerência política.  
A diretoria do banco entende que manter a taxa de juros em dois dígitos é uma forma de segurar as rédeas da inflação, que sempre penaliza os mais pobres.

As correntes de economistas ligados ao PT e em postos no governo não pensam assim: entendem que a prática de juros escorchantes atendem a interesses do mercado, são contra a austeridade fiscal — principalmente o teto de gastos —, querem um “Estado grande”, mais desenvolvimentista e com aumento do consumo de bens.  
É sobretudo nesse último ponto que está a preocupação de Lula: consumir mais significa garantir a picanha aos domingos, sua promessa de campanha. 
Lula está preocupado com o curto prazo, porque sabe que o resultado apertado das urnas não lhe assegurou popularidade por muito tempo.
 
A realidade, contudo, às vezes atravessa o sonho do PT. As notícias que batem à porta dos brasileiros são ruins
O mercado, esse ente demonizado pela esquerda, não gostou da agenda de aventura fiscal. O setor produtivo tampouco, porque precisa de previsibilidade. Grandes empresas começaram o ano com demissões. 
O reajuste do salário mínimo será só de R$ 18. O investidor, principalmente o estrangeiro, não se sente seguro em “agarrar cordas soltas” — a marca do governo Lula 3 até agora é a insegurança. O resultado é que as engrenagens da economia começam a ranger.

Qual a resposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao mercado? “Entendo a ansiedade do dito mercado, dessa meninada que fica na frente do computador dando ordem de compra, ordem de venda”, afirmou, em evento do banco BTG Pactual. “Cada espirro em Brasília gera uma enorme turbulência.”

Foto: Reprodução Twitter

 


Os infiltrados

Além do bode expiatório dos juros, caso a economia entre em parafuso, outro motivo da perseguição de Lula a Roberto Campos Neto é porque ele chegou à cadeira indicado por Jair Bolsonaro
Lula já afirmou que qualquer coisa que remeta aos governos dos antecessores, incluindo Michel Temer, não presta. 
“Tudo o que fizemos em 13 anos de governo do PT foi destruído em seis anos depois do golpe e do último mandato de um genocida”, afirmou, na segunda-feira 13, durante a festança de aniversário do PT.

No dia seguinte, repetiu a ladainha em evento na Bahia, ao lado do ex-governador Rui Costa (PT), que chefia a Casa Civil da Presidência.

“Vocês têm que ter um pouquinho de paciência, porque estamos apenas há 40 dias no governo e ainda nem conseguimos montar as equipes. Temos que retirar os bolsonaristas que estão lá, escondidos às pencas”, afirmou. “A responsabilidade de tirar eles é do Rui Costa, que vai assinar as medidas para retirar aquela gente infiltrada no nosso governo” (lançamento do Minha Casa, Minha Vida, em Santo Amaro, Bahia)

O que Lula e seus satélites não entendem — ou fingem não entender — é que, se o economista Roberto Campos Neto gosta ou não do ex-presidente Jair Bolsonaro, pouco importa. Como disse o executivo em entrevista nesta semana: “Se sair do cargo, dificilmente vai mudar muita coisa”. Quem estiver na cadeira terá de cumprir à risca o papel determinado pela Lei Complementar 179, de 2021, que tirou o ordenamento das questões monetárias das mãos do Palácio do Planalto. Trata-se de uma medida de segurança para o sistema financeiro do país.

O próprio Campos Neto deu um bom exemplo da eficácia desse modelo nesta semana. Ele citou o Peru, que sofre com sucessivos sobressaltos políticos — recentemente, o ex-presidente Pedro Castillo tentou fechar o Congresso Nacional. A manutenção de Julio Velarde à frente da autoridade monetária peruana, desde 1997, impediu o colapso econômico. Outro exemplo é o Chile, que enfrenta um processo de revisão da Constituição, mas o sistema financeiro autônomo segue blindado.

A atribuição legal de autonomia centraliza os conhecimentos técnicos e profissionais para questões monetárias e financeiras no Banco Central, aumentando a probabilidade de decisões apropriadas. A autonomia do Banco Central do Brasil (BC) dispõe sobre os mandatos do presidente e diretores e sobre os objetivos da instituição, definida pela Lei Complementar nº 179/2021, alterando trechos da Lei nº 4.595/1964, que ordena o sistema financeiro nacional. O objetivo fundamental do BC é assegurar a estabilidade de preços, além de, acessoriamente, zelar pela estabilidade e pela eficiência do sistema financeiro, suavizar as flutuações do nível de atividade econômica e fomentar o pleno emprego.

Fixação por Bolsonaro
Na segunda-feira, no mesmo horário em que Lula falava à militância recém-empregada em cargos públicos em Brasília, Campos Neto sentou-se na cadeira de entrevistado do programa Roda Viva, da TV Cultura. Antes de chegar ao Banco Central, fez carreira no mercado financeiro e passou duas décadas no Santander
Segue alguns passos do avô, o economista Roberto Campos, também entrevistado pelo programa em 1991 e 1997.

Na última delas, em pleno governo Fernando Henrique Cardoso, a produção anunciava: “Roberto Campos, um defensor ferrenho do livre mercado, da redução do tamanho do Estado e da privatização. Ex-seminarista, ex-diplomata, político e um dos economistas e intelectuais brasileiros mais influentes, ele é o principal representante do pensamento liberal clássico no país”.

Lula Roberto Campos
Presidente do BC, Roberto Campos Neto  - 
 Foto: Raphael Ribeiro/ BCB

Nesta segunda-feira, 26 anos depois, Campos Neto foi apresentado assim na descrição do programa: “Roberto Campos Neto assumiu a presidência do Banco Central em 2019. Indicado pelo então presidente Jair Bolsonaro, o economista é defensor da autonomia do BC”. Na gravação — a atração não foi no formato ao vivo —, ele teve de responder aos jornalistas convidados sobre o uso da camisa da Seleção Brasileira quando foi votar “símbolo do bolsonarismo”, segundo publicou O Estado de S. Paulo. 

O executivo respondeu em tom conciliador, disse que se tratava de um ato privado naquele dia e que preferia responder sobre questões técnicas de sua gestão no banco. 
Os jornalistas da velha mídia insistiram mais duas vezes ao longo do programa, com tentativas de associá-lo ao “bolsonarismo” vilão. 
Essa parece ser uma estratégia de Lula e seus simpatizantes nas redações, que continuam mergulhados em notícias sobre um governo que acabou — talvez para não mostrar que o atual é um fiasco.

“O nosso ‘Bozo’ foi se esconder nos Estados Unidos, com medo de me passar a posse, não teve coragem de me encarar de frente (sic)“, disse Lula, na viagem à Bahia. Até Dilma Rousseff que vai receber salário de R$ 300 mil no Banco dos Brics — reapareceu com o microfone à mão na festa do PT, para pregar o bordão “Sem anistia” a Bolsonaro.

Enquanto a fixação por Bolsonaro não dá trégua, no primeiro Carnaval do governo Lula, não vai ter picanha. [E confiamos que no de 2024 não teremos Lula - impedido por INcompetência e preso por DESONESTIDADE.]

Leia também “O tempo em que o BNDES foi realmente dos brasileiros”

Silvio Navarro, colunista - Revista Oeste

 

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Lula e a política inflacionária - Rodrigo Constantino

Revista Oeste

Politizar o Banco Central para reduzir na marra as taxas de juros é uma ideia tão antiga quanto estúpida 

Ilustração: Shutterstock

Ilustração: Shutterstock 

Não faltam “especialistas” querendo quebrar o termômetro para curar a febre do paciente. No caso da economia brasileira, eles observam as altas taxas de juros e imediatamente apontam os culpados: os especuladores, o mercado, o Banco Central independente. Essa confusão entre causa e efeito está no cerne de muita ideia equivocada. Politizar o Banco Central para reduzir na marra as taxas de juros é uma ideia tão antiga quanto estúpida. A estupidez, porém, tem sido a marca registrada do lulismo.

“Se os governos desvalorizam a moeda para trair todos os credores, você educadamente chama este procedimento de ‘inflação’”, ironizou George Bernard Shaw. Para compreender o enorme risco do controle político de um Banco Central, talvez seja preciso voltar no tempo até as origens do dinheiro. Segundo o austríaco Ludwig von Mises, o dinheiro não pode surgir por decreto estatal ou algum tipo de contrato social acordado entre os cidadãos; ele deve sempre se originar num processo de livre mercado.

Ludwig von Mises | Foto: Wikimedia Commons

O escambo, que os homens praticam desde os primórdios da civilização, conta com sérias limitações. Um problema crucial é a necessidade de um desejo mútuo coincidente, ou seja, os dois agentes envolvidos na troca precisam concordar exatamente com o que recebem em relação ao que oferecem. Outro problema é o das indivisibilidades, isto é, uma troca teria de ter a mesma magnitude de valor. Basta pensar na situação de alguém querendo trocar uma casa por vários produtos distintos, para mostrar a impraticabilidade desse método. Eis quando surge o dinheiro.

Em The Mystery of Banking, o economista Murray Rothbard explica melhor a origem do dinheiro e os riscos inflacionários provenientes do papel-moeda. Justamente por conta dessas barreiras do escambo, que atende não mais que as demandas de uma vila primitiva, o próprio mercado criou gradualmente um meio de troca mais eficiente. Foi ficando claro para os comerciantes que o uso de uma commodity amplamente aceita como meio de troca fazia muito sentido. Em vez de um produtor de calçados ter de encontrar um vendedor de carne disposto a trocar exatamente carne por calçado, bastava ele vender no mercado seus produtos em troca dessa commodity, e depois usá-la para comprar os bens que desejava.

Para atender a esta função, a commodity deveria ser demandada por seu valor intrínseco, ser divisível, portável e durável, além de apresentar um elevado valor por unidade. Durante a história, diversas commodities serviram como moeda, mas invariavelmente o ouro e a prata foram os escolhidos quando possível. Com o tempo, surgiu a demanda por certo padrão homogêneo de commodity usada como moeda. Os reis estampavam seus rostos nas moedas de ouro, garantindo sua qualidade e peso, e em troca cobravam a “senhoriagem”.

Durante a Revolução Americana, para financiar o esforço de guerra, o governo central emitiu vasta quantidade de papel-moeda, os “Continentals”

Automaticamente surgiu o risco de o próprio governo alterar o peso das moedas e embolsar a diferença. Era o começo do “imposto inflacionário”, ou a desvalorização da moeda. Esta prática foi bastante facilitada com a introdução do papel como moeda, servindo no início como um certificado garantindo o peso do ouro. É importante notar que praticamente todas as moedas mais importantes, como o dólar, a libra, o marco ou o franco, começaram simplesmente como nomes para diferentes unidades de peso do ouro ou da prata.

Moedas antigas do Império Romano | Foto: Shutterstock

Naturalmente, o risco de falsificar a moeda sempre existiu, e por isso mesmo surgiu a demanda por padrões e selos de governos ou bancos. A falsificação de moeda é uma fraude, que enriquece o fraudador em detrimento do restante dos usuários da moeda. Os primeiros a receberem o dinheiro falsificado se beneficiam à custa dos últimos. O governo tem como função justamente evitar tal fraude, punindo com prisão os criminosos. O grande problema é quando o próprio governo adere à prática de “falsificação”, com o respaldo da lei. A invenção do papel-moeda foi um convite tentador para os governos embarcarem nessa nefasta prática inflacionária.

Em primeiro lugar, o governo deve garantir que os pedaços de papel são resgatáveis em seu equivalente em ouro. Caso contrário, ninguém irá aceitá-los voluntariamente. Em seguida, o governo geralmente tenta sustentar seu papel-moeda através de legislação coercitiva, instando o público a aceitá-lo, incluindo os credores de montantes em ouro, através das leis delegal tender. O papel-moeda passa a ser aceito como pagamento dos impostos, e os contratos privados são forçados a aceitar pagamento em papel. Quando a moeda começa a ser amplamente aceita e utilizada, o governo pode então inflar sua oferta, para financiar seus gastos de forma menos escancarada.

A inflação é o processo pelo qual o imposto escondido é usado para beneficiar o governo e os primeiros a receberem a nova moeda. Após um prazo suficiente, o governo adota um passo definitivo: corta a ligação da moeda com o ouro que ela representava antes. O dólar, por exemplo, passa a ter uma vida própria, independente do ouro que ele representava anteriormente, e o ouro passa a ser apenas uma commodity qualquer. O caminho para a inflação está totalmente livre de obstáculos.

Foto: Shutterstock
O primeiro papel-moeda governamental do Ocidente, segundo Rothbard, foi emitido na província de Massachusetts, em 1690. 
Sua origem ilustra muito bem o relato acima. Massachusetts estava acostumada a periódicas expedições militares contra a Quebec francesa, e os ataques bem-sucedidos permitiam o pagamento dos soldados com a pilhagem obtida. Dessa vez, no entanto, a expedição perdeu feio, e os soldados retornaram para Boston sem pagamento e descontentes. 
O governo de Massachusetts, então, precisava arrumar alguma outra forma para pagá-los. Em dezembro de 1690, foram impressas 7 mil libras em notas de papel. O governo garantira que tais notas seriam resgatadas em ouro ou prata em poucos anos, e que novas notas não seriam emitidas. No entanto, já em fevereiro de 1691, o governo declarou não ter recursos novamente, e emitiu mais 40 mil libras em notas para pagar a dívida acumulada. Além disso, as notas não poderiam ser resgatadas pelos próximos 40 anos. As portas do inferno inflacionário estavam abertas!
 
Pelo menos em três vezes na história norte-americana, desde o fim do período colonial, os norte-americanos sofreram bastante com o sistema de fiat money. Durante a Revolução Americana, para financiar o esforço de guerra, o governo central emitiu vasta quantidade de papel-moeda, os “Continentals”. A desvalorização foi abrupta, e antes mesmo do término da guerra essas notas não tinham mais valor algum. O segundo período foi durante a guerra de 1812, quando os Estados Unidos saíram do padrão ouro, mas retornaram dois anos depois. O terceiro período ocorreu durante a Guerra Civil, com a emissão dos greenbacks, notas não resgatáveis para pagar a guerra. 
No final da guerra, os greenbacks tinham perdido metade de seu valor inicial. Mais recentemente, pode-se falar numa quarta fase de elevada inflação norte-americana, na década de 1970. 
Após medidas keynesianas adotadas pelo governo, a inflação medida pelo Índice de Preço ao Consumidor (CPI) subiu mais de 8% ao ano na década, fazendo com que o dólar perdesse metade de seu valor no período entre 1969 e 1979.
Cédula Continental, impressa em 1775 - 
 Foto: Wikimedia Commons
O mecanismo encontrado pelos países desenvolvidos para mitigar esse risco da política inflacionária foi justamente a criação de bancos centrais independentes, para separar o ciclo político do econômico.  
Com quadros técnicos e um mandato estritamente voltado para a preservação do valor da moeda, esses bancos centrais estariam mais protegidos da tentação política de apelar para o imposto inflacionário. 
Nem sempre essa blindagem funciona, mas ela tem sido razoavelmente eficaz no mundo livre. 
Já governos populistas invariavelmente seguem pela rota inflacionária, como a Venezuela e a Argentina podem atestar. Esses são os exemplos que Lula pretende seguir.

Leia também “Democracia inabalada”

 

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste

 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Lula, o superministro da Economia - Alon Feuerwerker 

Análise Política

A polêmica, ou inquietação, preferencial das últimas semanas acontece em torno da linha econômica do futuro governo, que na prática já atua como governo de transição. [como a transição deles é do NADA para LUGAR NENHUM, que continuem atuando, o que ajuda a reduzir o temor, pavor mesmo, que acometeu as pessoas responsáveis e sensatas quando da leitura do título desta postagem.]  O desejo da instituição denominada “mercado” é o governo do PT adotar políticas que garantam a sustentabilidade da relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto.

Para reduzir a chance de uma “remontada” inflacionária e permitir uma trajetória futura benigna da taxa de juros. Pois o Banco Central, sabe-se, desfruta autonomia. [será que desfruta mesmo?  
uma autonomia que resista a uma suprema canetada, monocrática? 
a situação atual em que ninguém se opõe ao que a lei não permite mas é aceito, permite suscitar as perguntas.] 
 
O pressuposto dessa visão é que a retomada, ou a continuidade da retomada, da economia depende essencialmente do estímulo ao investimento privado. 
Que é função, por sua vez, de baixas taxas de juros e altas taxas de retorno sobre o investimento. 
Para o que contribuem decisivamente não apenas as condições macroeconômicas, mas o contínuo desenvolvimento de políticas microeconômicas que melhorem o ambiente de negócios.
 
Ou seja, o mercado preferiria que, na essência, a política econômica dos últimos quatro anos não fosse muito alterada
É um desejo legítimo, mas enfrenta uma dificuldade.
Pois o governo que implementou e defende essa linha perdeu a eleição.
 
Ganhou a eleição uma corrente política que vê com desconfiança, para dizer o mínimo, a subordinação da estabilidade econômica à responsabilidade fiscal. 
Que acredita na necessidade de o investimento estatal induzir o investimento privado. [afinal, boa parte dos que pretendem ser futuro governo, tem conhecimento, grande parte deles por experiência própria, que é mais fácil roubar uma estatal do que uma empresa privada.]
Que vê na expansão da demanda, se necessário turbinada pelo gasto público, o motor principal do crescimento.

E há circunstâncias adicionais, que não chegam a ser inéditas mas adquiriram certa preeminência no recentemente concluído ciclo eleitoral: nada disso foi debatido na eleição e, principalmente, ninguém condicionou o apoio aos que agora se preparam para subir a rampa a qualquer compromisso de manter qualquer aspecto da atual orientação econômica.

Diferente de 2002, quando o PT decidiu beijar a cruz para que se abrissem a ele as portas do palácio. No máximo, Luiz Inácio Lula da Silva, recorreu a variantes daquele bordão publicitário dos anos 90: “La garantia soy yo” (tem no You Tube).  
E por que Lula não assumiu nenhum compromisso na economia? 
Porque não precisou. Porque calculou, corretamente, que o antibolsonarismo traria por gravidade para ele, Lula, apoio suficiente para ganhar a eleição.
Foi por pouco, mas deu certo. Agora o mercado aguarda o anúncio da equipe econômica do novo governo. Não se esperam grandes surpresas. E, na última linha da planilha, essas definições não terão assim tanta importância. Pois, sejam quem forem os ministros da área, a posição de timoneiro da economia será acumulada pelo ocupante da cadeira principal do terceiro andar do Palácio do Planalto. [que convenhamos vai ser uma m ... fazendo mais m ... . 
QUE DEUS NOS PROTEJA -  com o quadro pintado, o Brasil - que estava se reerguendo sob BOLSONARO, ficará  em condições piores do que a soma da Argentina, Cuba, Venezuela, Coreia do Norte e o que mais não presta no mundo atual; por sorte, confiamos em DEUS, cujos desígnios são insondáveis - O finito não pode definir o INFINITO - e o timoneiro ainda está tentando definir a tripulação do barco.]
Quaisquer que sejam os ministros das pastas econômicas, o superministro da Economia será Lula. Diferentemente de Jair Bolsonaro, o futuro presidente será seu próprio Posto Ipiranga. Pelo menos até algo dar bem errado. Pois as urnas lhe ofereceram essa possibilidade. [pergunta que não resistimos a fazer: e se as urnas fossem auditáveis?]
Eleições, sabe-se, têm consequências.

 Alon Feuerwerker, jornalista e analista político

 

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

O agro, o mercado e o supermercado - Evaristo de Miranda

Revista Oeste

Se depender do agro, alimentos em qualidade e quantidade não faltarão. O agronegócio brasileiro já é o supermercado do mundo 

Os supermercados são um elo fundamental entre produção agropecuária e consumidores. Eles faturaram R$ 611 bilhões em 2021 e representam 7% do PIB brasileiro. O setor supermercadista, complexo e heterogêneo em sua composição, envolve 3,1 milhões de colaboradores diretos e indiretos. E atende 28 milhões de pessoas diariamente em quase 93 mil lojas de diversas redes nacionais e internacionais. Uma ou várias vezes por semana, indivíduos e famílias compram alimentos, sobretudo produtos perecíveis. O consumidor é cada vez mais protagonista. Se não pode pechinchar diante de códigos de barra, é capaz de planejar, comparar tamanhos de embalagens, marcas, supermercados e buscar os melhores preços e ofertas.

Foto: Reprodução/Shutterstock

Como o próprio nome já diz, os supermercados operam no mercado. O termo vem de longe. Na Roma antiga, mercātus designava o local onde mercadores e consumidores se encontravam para realizar trocas e compras. Sobretudo de produtos perecíveis: verduras, frutas, peixes e carnes. Por sinédoque, o mercado designa o conjunto de pessoas e entidades efetuando trocas. Ele é o meio e a consequência de um entendimento.

Em latim, o verbo mercari refere-se a comprar, como nas formas merx (local de exposição das mercadorias) e mercis (preço expresso em moeda). Daí a origem da merce-aria e de palavras como mercador, mercadoria, mercantil e mercantilismo. A palavra comércio, do latim commercium, significa troca de mercadorias por dinheiro (cum merx). Merc-úrio é o deus do comércio. Seu dia, mercurii dies, é nossa despaganizada Quarta-Feira, graças ao bispo de Braga, S. Martinho de Dume. O dia de Mercúrio segue presente no francês (mercredi), no italiano (mercoledi), no castelhano (miércoles) e no romeno (miercuri). Ainda as

Agricultores colhem maçãs em Água Doce, Santa Catarina 
Foto: Reprodução/Shutterstock

Do lado dos consumidores ocorre um aumento de renda, principalmente devido às quedas sucessivas nas taxas de desemprego e na inflação. Além da retomada da economia, da redução de impostos e da injeção de recursos extras por parte do governo federal, sobretudo com os auxílios sociais emergenciais. O crescimento do PIB do Brasil é sempre revisado em alta.

Desde a inflação nos alimentos, com o conflito na Ucrânia e os impactos dos lockdowns, os consumidores passaram a pesquisar mais o valor dos produtos, planejar melhor suas compras e buscar boas alternativas de marcas e preços. Os supermercados reagiram rapidamente e ofereceram aos consumidores uma grande diversidade de marcas e opções por todo o país. Houve intensificação de novas ofertas nos supermercados para impulsionar as vendas. E cresceu o número de marcas responsáveis por atender a 80% do consumo dos lares brasileiros.

Segundo dados da Abras, os supermercados dobraram a oferta de marcas em suas redes em 2021: 101 diferentes marcas de arroz, 94 de feijão, 30 de bolachas, 28 de açúcar, 25 de leite, 18 de café e 16 de óleo de soja, por exemplo. Muitos consumidores optaram por produtos de marca própria dos supermercados, cujo preço é, em média, 20% a 30% mais baixo. Essas marcas contribuem para equilibrar os preços no mercado. Todo esse oferecimento de marcas dá uma ideia da capilaridade e da articulação do setor supermercadista e de varejo com as diferentes cadeias produtivas do agronegócio e dos resultados positivos dessa 

(...)
Supermercado Oba, da rede Farm, em São Paulo | Foto: Divulgação

A sinergia entre o dinamismo do agronegócio e da agroindústria e a evolução dos supermercados aproxima os consumidores de novas opções de produtos. Um exemplo nas últimas décadas foi a abertura no espaço das gôndolas para a promoção de novos produtos do agro, como os cafés especiais. Agora, o consumidor encontra grande variedade de cafés especiais. O mesmo ocorreu com os vinhos nacionais. Sua promoção nos supermercados contou com a cooperação dos viticultores e incluiu o treinamento de pessoal das lojas em vinícolas do Rio Grande do Sul. Novos cortes de carnes suínas foram objeto de campanhas articuladas entre a suinocultura e os supermercados. E seguem iniciativas em varejo digital (e-commerce), agricultura orgânica, produtos carbono neutro etc. Tudo sempre à mercê do preço justo.

Os impostos estaduais não deveriam incidir sobre alimentos. Pior, governadores aumentaram esses impostos sobre o agro durante a pandemia

Em português, merce é qualquer produto (matérias-primas, gêneros, artigos manufaturados etc.), passível de ser comercializado. Em latim, mercis designa a coisa vendida, a mercadoria. E toda mercadoria, tem merces, tem seu preço. Daí até merce-nário (ao pagar seu preço, ele assume qualquer causa). Mais exatamente, mereo e mercës significam receber como parte ou como preço a ser pago por um bem ou serviço, ou ainda ganhar seu salário. Daí: mérito, merec-imento e emérito (quem terminou de servir).

Mercës alcança até o nome Mercedes (do acusativo mercedem) no sentido de recompensa, valor a ser pago, como no resgate de cativos. Ou o favor dado a alguém, poupado, sem cobrança. Os impostos estaduais (ICMS) não deveriam incidir sobre alimentos. Pior, governadores aumentaram esses impostos sobre o agro durante a pandemia. A cadeia alimentar, do produtor ao consumidor, merece uma graça, uma mercê. Menos impostos. Merci!

Agora uma curiosidade. Se a palavra latina, de origem indo-europeia, para o local do mercado é fórum, como o mercatum entrou no vocabulário latino nesse sentido? Para estudos aprofundados de etimologia, a palavra mercatum foi absorvida pelos romanos da língua comercial dos fenícios: makîrum. Ela deriva de uma raiz semítica comum mkr, cujo significado é fazer comércio, comerciar. Em ugarítico, makrûma designa mercadores; em hebraico mkr, regatear; em púnico mkr, vendedor; em siríaco mkr, comprador; em acadiano makârum, comerciar. Essa raiz mkr está até no inglês, na palavra marketing, derivada de market (mercado).

Hoje, além do local onde se efetuam as trocas, o mercado representa uma forma de organizar os movimentos comerciais e o ambiente no qual evoluem empresas e consumidores. Nele se encontram os clientes potenciais e a concorrência, a oferta e a demanda, de bens e serviços. E a demanda dos lares crescerá no Brasil, sobretudo por alimentos.


O pagamento de novos e maiores auxílios federais, para outras categorias profissionais, como caminhoneiros e taxistas, a queda acentuada da inflação, a redução do desemprego, além de eventos como a Black Friday e as festas de fim de ano, aumentarão o consumo nos lares nos próximos meses, de forma mais intensa e estável. De 50% a 60% dos valores liberados pelo governo serão destinados à cesta de consumo. Para a Abras, neste ano, o crescimento do consumo nos lares será entre 3% e 3,3%.

Se depender do agro, alimentos em qualidade e quantidade não faltarão. O agro, o mercado e o supermercado demonstram: para ter-se pão à mesa e reduzir a desnutrição, alimentos não faltam. O agronegócio brasileiro já é o supermercado do mundo. O fundamental é a população ter renda.

Foto: Reprodução/Shutterstock

Leia também “Europa, desmatamento e agricultura tropical”

Evaristo de Miranda, colunista - Revista Oeste - MATÉRIA COMPLETA

 

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Novos testes de urna ainda são pouco, mas já são alguma coisa - Alexandre Garcia

Gazeta do Povo - VOZES

Desde as eleições anteriores a Justiça Eleitoral vem fazendo testes de urna, mas eram muito poucos, em cinco estados. 
Agora, pela insistência das Forças Armadas e do ministro da Defesa, o teste será feito em 19 estados. Não sei por que ainda ficaram de fora Roraima, Acre, Piauí, Sergipe, Rio Grande do Norte, Paraíba e Amapá. 
No total, 641 urnas vão ser testadas; ainda acho pouco, já que há quase meio milhão de urnas, mas já é alguma coisa. 
E, dessas 641, apenas 56 vão ter, aleatoriamente, eleitores reais para o teste, oferecendo a sua biometria, como voluntários, além da participação da seção.
 
Tudo bem, melhorou, mas continuo querendo eleição auditável. O PSDB não conseguiu isso em 2014, no segundo turno entre Aécio e Dilma; passou 100 dias tentando, estava tudo aberto, mas não conseguiu porque, como vocês sabem, não fica rastro. [sendo recorrente, citamos Carl Sagan: "... astrônomo Carl Sagan Ausência de evidência não é evidência de ausência.” - que equivale a:  Não é porque não há provas de algo que esse algo não é verdade."
 
Eu estava vendo agora a insistência do doutor Felipe Gimenez, que é promotor no Mato Grosso do Sul, dizendo que a contagem tem de ser pública e que deveria haver um comprovante para ela também ser auditável. Como agora não há mais tempo para mudanças, fica o desejo de que haja lisura, vamos torcer para que o acaso nos brinde com algo bom, que é uma eleição limpa, sem nenhuma fraude.
 
Tribunal sem voto mais uma vez atropela os representantes eleitos do povo
Má notícia para os enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem: o Supremo confirmou a decisão do ministro Barroso que impede a entrada em vigor de uma lei aprovada pelo Congresso, que institui um piso salarial para esses profissionais.  
É muito interessante que os legisladores, que foram eleitos para fazer leis, ficam meses discutindo o projeto, analisam os recursos disponíveis para instituir o piso, e fazem a lei, aprovada na Câmara e no Senado.   Os congressistas receberam um voto popular para fazer isso, mas aí o caso vai para um tribunal em que ninguém tem voto popular, e o tribunal suspende a lei. [e a maioria dos ministros integrantes do Tribunal,  autor da proeza, gritam aos quatro ventos que são defensores da democracia = tanto que quando ACHAM alguém que pensa diferente deles, cuidam de neutralizar aquela voz dissonante, 'criminosa', que ao discordar deles,  atenta contra a democracia.]

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STF criou o “crime de pensamento” no Brasil

A lei foi sancionada pelo presidente, foi publicada no Diário Oficial, mas os hospitais reclamaram. 
 Os prefeitos dizem que o piso – que é de R$ 4.750 para o enfermeiro, que tem curso superior; 70% disso para o técnico de enfermagem e 50% para o auxiliar em enfermagem – vai dar uma despesa adicional de R$ 10,5 bilhões para as 5.570 prefeituras. 
Dividindo R$ 10,5 bilhões por 5.570, até que não fica tanto.  
Mas ameaçaram com demissões maciças e pouco atendimento para os hospitais. 
No fundo, ainda há outra coisa que precisa ser corrigida: o Estado não tem de se meter na iniciativa privada
O hospital privado, a clínica privada que se acertem com os seus funcionários, enfermeiros, técnicos e auxiliares.
 
Estado se intromete até em venda de carregador de celular
Agora mesmo, o Estado está se intrometendo também na venda do iPhone 14, porque não veio com carregador. 
Isso é uma decisão de mercado; não se metam no mercado! 
Doutor Paulo Guedes deve estar sem dormir ao ver isso. Como se não estivesse todo mundo cheio de carregadores dos celulares antigos nas gavetas de casa. Essa é uma decisão entre vendedor e comprador. 
Se o comprador está irritado, faz questão do carregador, ele não paga, compra de outra marca ou outra plataforma, e pronto. Isso é mercado, não se metam no mercado.
 
A piada de Alexandre de Moraes
O ministro Alexandre de Moraes desbloqueou as contas bancárias dos oito empresários investigados,
justificando que o Sete de Setembro já passou e as contas tinham sido bloqueadas para eles não financiarem manifestações “antidemocráticas”. 
Eles iriam provavelmente financiar desordeiros, esses que pisam na bandeira, botam fogo na bandeira, quebram vitrines, entram na manifestação com barra de ferro... talvez sejam esses. 
Os empresários devem ter essa característica, eu nunca os vi fazerem nada isso, mas nunca se sabe... 
E eles ficaram sem crédito porque, com a conta bancária bloqueada, eles não podiam mais comprar nada
É o tipo de coisa que caberia bem naqueles programas de antigamente, programas humorísticos no rádio que eu ouvia quando era jovem. 
Ali faziam esse tipo de narrativa, e ríamos muito. [admito que pensei em sorrir; mas, desisti do pensamento e se pensar em sorrir de um absurdo tipo o ora comentado, for crime? tipo 'ato antidemocrático?]
 
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 
 

domingo, 26 de junho de 2022

O dragão e a eleição - Alon Feuerwerker

Análise Política
 
Todos os levantamentos apontam que a economia é e será a principal preocupação do eleitor nestes pouco mais de três meses que restam para o primeiro turno. Por “economia” leia-se “inflação”, até porque a atividade e o emprego mostram algum fôlego.

O que está pegando mesmo são os preços. O problema é global em boa medida, [a inflação dos Estados Unidos, país cuja economia é modelo para muitos brasileiros, está maior do que a do Brasil e um dos recursos utilizados para tentar contê-la é o mesmo usado no Brasil = elevação da taxa de juros = aliás, caminho adotado em outros países com problema semelhante.] mas isso não resolve o sufoco da dona Maria e do seu João na hora de encarar as compras no mercado.

Toda eleição traz o tema do “mercado”, mas quando a expressão entra em debate o foco da pauta costuma ser o mercado financeiro. Não para a massa, em particular quando a alta dos preços queima aceleradamente o poder aquisitivo. Quando o salário ou a renda não alcançam o final do mês.

A inflação derrotou a Arena de Ernesto Geisel em 1974 após um ciclo de crescimento brilhante no Milagre. Depois deu as mãos à estagnação e, com o nome de estagflação, enfraqueceu decisivamente João Figueiredo. E o fez perder o controle da sucessão.   A inflação estava quase derrubando José Sarney quando o Plano Cruzado estabilizou a política e deu ao PMDB uma vitória arrasadora em 1986. A volta da inflação transformou Sarney num pato manco e derrotou em 1989 todos os candidatos mais identificados com a Nova República.

Aí veio Fernando Collor, que dizia ter uma única bala para matar o dragão. A bala falhou. A isso juntaram-se 1) a falta de base parlamentar e 2) o ressentimento dos derrotados na urna. O resultado foi o impeachment.

O vice de Collor, Itamar Franco, sobreviveu na cadeira porque aceitou virar um presidente decorativo e entregar o poder de fato ao ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso. Cujo Plano Real salvou o governo e garantiu a ascensão dele próprio à Presidência em 1994. As raspas do tacho do Real garantiram também a inédita reeleição de FHC em 1998.

Mas o custo do estelionato eleitoral foi alto.
Um segundo mandato medíocre e, em 2002, a perda do poder para o PT. Na campanha, o PSDB dizia que a inflação, já nos dois dígitos, era culpa das incertezas políticas trazidas pelo petismo. Não funcionou.  O eleitor até tem algum interesse em saber de quem é a culpa, mas vai atrás mesmo é de quem ele acha ter melhores condições para resolver o problema.

Luiz Inácio Lula da Silva assumiu e deu logo a pancada. Superávit primário duro e um chute para valer nos juros, para cima. Tirou o oxigênio do dragão e, com programas sociais turbinados, ganhou musculatura para sobreviver aos escândalos, reeleger-se e eleger Dilma Rousseff. [e F ... o Brasil e milhões de brasileiros - em termos de desastre econômico os  13 anos do petismo foi pior que a pandemia e ainda teve a roubalheira do descondenado petista.]

Que vinha confortável, até que na virada de 2012 para 2013 [os petistas governando] as curvas do PIB e da inflação deram jeito de querer cruzar, a primeira para baixo e a segunda para cima. O mau humor começou a represar, e todo mundo sabe o que aconteceu em junho. Dilma, como FHC, ainda conseguiu raspar o tacho e reeleger-se, mas, ao contrário do tucano-rei, não tinha um colchão político para atravessar os quatro anos de vacas magras. E veio o segundo impeachment da redemocratização, abrindo o período turbulento que deu em Jair Messias Bolsonaro [turbulento já no começo pelo sistemático boicote, chegando mesmo à sabotagem e...] =  Que topou pela proa com dois anos de pandemia e uma guerra na Europa de consequências planetárias, especialmente na economia. E, para não variar, sofre por estar no comando e ter ele de dar as respostas ao principal problema do povão hoje: a inflação.

Repetindo: o eleitor até tem algum interesse em saber de quem é a culpa, mas vai atrás mesmo é de quem ele acha ter melhores condições para resolver o problema. Daí que períodos de inflação alta acabem favorecendo o ambiente para uma troca de guarda.[Podem até favorecer, só que se for o descondenado o novo 'guarda' teremos pelos frente além da roubalheira que caracterizou os desgovernos petistas o plano de governo que o ex-presidiário e descondenado Luladrão está apresentando é um plano para destruir o Brasil. Confira uma análise técnica e fria, porém, verdadeira e incontestável. 
Já o presidente Bolsonaro apesar de todos os esforços dos seus inimigos, que também são inimigos do Brasil,  não teve nenhum  pedido de impeachment acolhido,  pela  simples razão que  não cometeu nenhum crime que sustente um pedido. Graças a DEUS com o fim da pandemia e a recuperação econômica,  Bolsonaro enfim poderá governar.]

Mas governo é governo e tem os instrumentos para lutar.
Se vai saber ou conseguir usar, aí já é outra conversa. 
 
Alon Feuerwerker, jornalista e analista político