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domingo, 9 de julho de 2023

Tarcísio de Freitas sobre Bolsonaro: "Sempre serei leal"

O governador de São Paulo falou pela primeira vez sobre o desentendimento com Bolsonaro, que causou ruídos e críticas de apoiadores do ex-presidente [Há controvérsias!!!]

Tarcísio cumprimenta Exército em evento de comemoração da Revolução de 1932. Na saída, ele falou sobre desentendimento com Bolsonaro e mostrou que não ficaram rusgas -  (crédito: Twitter @tarcisiogdf - ED ALVES/CB/D.A.Press)

 Tarcísio cumprimenta Exército em evento de comemoração da Revolução de 1932. Na saída, ele falou sobre desentendimento com Bolsonaro e mostrou que não ficaram rusgas - (crédito: Twitter @tarcisiogdf - ED ALVES/CB/D.A.Press)
 
Três dias após o mal-estar público que abalou a relação política entre Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Jair Bolsonaro (PL) na reunião do PL, o governador de São Paulo mostrou que o desentendimento ficou para trás. Em um evento em São Paulo neste domingo (9/7), Tarcísio disse que o ex-presidente “é um grande amigo” e que “sempre serei leal” a ele.
 

"O presidente é um grande amigo. A gente pode divergir em algum ponto sobre a reforma, é normal, não é possível que a gente vá sempre concordar em tudo”, disse. “Está tudo bem. Sempre serei leal ao presidente e sempre serei grato ao presidente. Se eu estou aqui, eu devo a ele", acrescentou.

A declaração foi dada durante solenidade promovida pelo governo de São Paulo para comemorar a Revolução de 1932 e é a primeira feita por Tarcísio após a reunião que gerou comentários públicos e acusações de apoiadores de Bolsonaro.

Na reunião do PL, na quinta-feira (6/7), Tarcísio defendia a aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados e foi interrompido diversas vezes com comentários agressivos dos presentes. “Todo mundo aqui sabe que o Tarcísio não entende de política”, disse uma pessoa.

Bolsonaro também interrompeu o governador e disse que “se o PL estiver unido, não aprova nada”, além de chegar a ressaltar que Tarcísio e outras pessoas presentes ali foram eleitos com o apoio dele — em uma sugestão de que o político devia alguma fidelidade. [Nos atendo apenas ao governador paulista cabe dizer bem claro: Devia não, DEVE! Tem mais: se o governador Tarcisio se mantiver fiel aos ideais Bolsonaristas, aos ideais da DIREITA, e com o apoio de Bolsonaro, e  DEUS não dispondo  em contrário, TARCÍSIO EM 2026 SERÁ O PRESIDENTE DO BRASIL.]

Após a reunião, Bolsonaro ligou para Tarcísio e, segundo interlocutores do governador, mostrou que “sabe que errou”.  
 
 
Política - Correio Braziliense 

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Tiroteio interrompe agenda de campanha de Tarcísio em SP - O Estado de S. Paulo

 Segundo candidato, todos da sua comitiva estão bem; governador de São Paulo determinou ‘imediata investigação do ocorrido’ em Paraisópolis

Candidato ao governo do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) teve de interromper agenda no Polo Universitário de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, na manhã desta segunda-feira, 17, por causa de um tiroteio. Nas redes sociais, ele disse ter sido alvo de “ataque de criminosos”, mas afirmou que todos da sua comitiva estão bem e que um “bandido foi baleado”.
 

Conforme apurou o Estadão, assim que os tiros começaram, os presentes foram orientados e deitar no chão e manter distância das janelas. O motivo do tiroteio ainda está sendo investigado. Após cessar a troca de tiros, Tarcísio foi escoltado para uma van e deixou o local.

O delegado-geral da Polícia Civil, Osvaldo Nico Gonçalves, foi até Paraisópolis buscar entender in loco o que houve. “Ainda não conseguimos identificar o que aconteceu”, afirmou. “Estamos falando com todo mundo, falando com a segurança do Tarcísio e com o serviço reservado da Polícia Militar”, afirmou.

Outro integrante da cúpula da Polícia acredita que a hipótese de atentado está praticamente descartada; a principal explicação considerada até o momento seria uma disputa entre traficantes da região. A Secretaria de Segurança Pública convocou uma entrevista coletiva para tratar do episódio. [O certo é que não foi ação casual nem provocada pelos moradores; bom lembrar que dos partidos envolvidos na corrida eleitoral,um deles tem notórias ligações com grupos criminosos, inclusive integrantes da sua cúpula. E um dos líderes de tal partido teve alta votação nos presídios.]

O policiamento está sendo reforçado na área com a presença de policias do COE (Comando de Operações Especiais), Força Tática, Rota, Garra e Dope (Departamento de Operações Policiais Estratégicas).

Em nota, o governador Rodrigo Garcia (PSDB) informou já ter conversado com Tarcísio e destacou que determinou “a imediata investigação do ocorrido”. De acordo com o governador, a Polícia Militar “agiu rápido e garantiu a segurança de todos”. ”Acabei de falar com Tarcísio de Freitas e ele e sua equipe estão bem. A Polícia Militar agiu rápido e garantiu a segurança de todos. Determinei a imediata investigação do ocorrido”, anunciou o governador, em publicação no Twitter.

Política - O Estado de S. Paulo

 

quinta-feira, 8 de julho de 2021

Prisão de Roberto Dias afugentará depoentes na CPI da Covid

A decisão do presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), de prender o ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, provocou abalos no G7, grupo de senadores que até aqui joga praticamente fechado. A maioria do grupo foi contra porque considera que outros mentiram e não tiveram o mesmo tratamento, e pode levar a comissão de inquérito a ter problemas para ouvir outras testemunhas.

Aziz quis fazer algo do tipo “que sirva de lição” aos demais. Porém, o receio agora é que outros servidores da Saúde e empresários chamados ao colegiado cheguem com um habeas corpus para evitar que ações desse tipo se repitam. Até aqui, a Justiça tem concedido.

Nem vem/ A ordem no Planalto é “esqueçam as pesquisas de opinião” que apontam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva muito acima de Bolsonaro na corrida presidencial de 2022. A avaliação dos parlamentares bolsonaristas é a de que o petista terá problemas para circular pelo país.

Já estava marcado, mas…/ A visita de Bolsonaro a Porto Alegre, amanhã, com direito a “motociata” no sábado, é vista como uma forma de o presidente tentar segurar o eleitorado gaúcho ao seu lado. Nos bastidores, muitos bolsonaristas dizem que, com o governador Eduardo Leite se colocando na disputa presidencial, todo o cuidado é pouco.

Precursora/ Antes de Bolsonaro desembarcar no Rio Grande do Sul, quem chega é o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, o curinga de Bolsonaro. Há quem diga que o “capi”, como o Bolsonaro o chama, pode ser até mesmo um vice na chapa presidencial.

Enquanto isso, nos partidos de centro…/ A senadora Simone Tebet [outra Dilma? assim, o Brasil não aguenta.] (MDB-MS) começa a ser vista como uma opção para colocar na roda de 2022 uma candidatura pelos partidos de centro. Ela tem sido destaque na CPI da Covid e também no plenário da Casa.

Blog da Denise - Correio Braziliense 

 

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Governo não vê risco na ameaça de greve dos caminhoneiros - Mourão sabe como poucos irritar Bolsonaro! - VEJA

Blog Radar

Ministério da Infraestrutura, comandado por Tarcísio de Freitas, monitora a situação do movimento

A pasta de Tarcísio de Freitas tranquilizou o Planalto ao descartar qualquer risco de o país vir a sofrer em fevereiro com paralisações de caminhoneiros.

Com a safra a pino nas lavouras do país, avalia o governo, é hora de os caminhoneiros faturarem transportando grãos, não de estacionarem na estrada para criar uma crise política. A conferir.

  A última do vice

Nada tira o presidente do sério como ver alguém antecipando decisões que ele deve tomar

Nada irrita mais Jair Bolsonaro do que ver alguém tentar antecipar suas decisões, como fez o vice Hamilton Mourão falando na queda de Ernesto Araújo do Itamaraty.

“Com essa fala, Mourão garantiu ao Araújo mais um tempo no cargo”, diz um ministro.

O presidente, como se sabe, passou os últimos dias destruindo o vice em declarações nas redes.

Robson Bonin - Blog Radar - Veja 


terça-feira, 28 de abril de 2020

A calmaria - Nas entrelinhas

“A preocupação de Bolsonaro era acabar com os boatos de que Paulo Guedes estaria desembarcando da equipe, em razão das divergências com os militares

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), jogou um balde de água fria nas articulações para dar início a um processo de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, o que depende dele. Uma de suas atribuições é aceitar ou arquivar, monocraticamente, os pedidos de impeachment. “Processos de impeachment e possibilidade de CPIs precisam ser pensadas e refletidas com muito cuidado. Acredito que o papel da Câmara dos Deputados neste momento, nos próximos dias, é que a gente volte a debater, de forma específica, a questão do enfrentamento ao coronavírus”, afirmou, em entrevista coletiva na Câmara. Nesta semana, acaba o seu prazo de 10 dias para informar ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello sobre os pedidos que já chegaram à Câmara, que acusam Bolsonaro de crime de responsabilidade, tanto na demissão de Moro como na postura diante da epidemia de coronavírus.

A comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) para investigar as denúncias do ex-ministro da Justiça Sergio Moro sobre tentativas de interferências indevidas de Bolsonaro na Polícia Federal (PF) está no telhado. Segundo o ex-ministro, Bolsonaro queria informações sobre inquéritos policiais e relatórios de inteligência, o que não foi aceito pelo ex-juiz da Lava-Jato, que se demitiu da pasta fazendo muito barulho. Nos bastidores da Câmara, a coleta de assinaturas para a instalação da CPMI já foi iniciada, mas há resistências de parte do Centrão e dos deputados bolsonaristas. Maia mantém distância regulamentar da mobilização, não quer tomar partido.

Bolsonaro, ontem, também tratou de esvaziar a crise. Continua decidido a nomear o delegado Alexandre Ramagem, atual diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin), para a diretoria-geral da Polícia Federal, no lugar de Maurício Valeixo, que foi exonerado à revelia de Moro. Entretanto, a indicação do ministro Jorge Oliveira, secretário-geral da Presidência, para o cargo de ministro da Justiça também estava no telhado. A mobilização contra as duas indicações, devido a ligações pessoais de ambos com os filhos do presidente da República, parece ter levado Bolsonaro a avaliar melhor a situação. Oliveira também estaria reticente sobre mudar de posto. Não será surpresa se Bolsonaro indicar outro nome para a pasta, com maior trânsito junto aos tribunais superiores, no caso o ministro André Mendonça, da Advocacia-geral da União (AGU)

A preocupação de Bolsonaro era acabar com os boatos de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, estaria desembarcando da equipe, em razão das divergências com os militares do Palácio do Planalto, que apresentaram um plano de retomada da economia que não passou por seu crivo. Em entrevista coletiva, Bolsonaro garantiu que Guedes continua dando a linha da política econômica para todo o governo. “Acabei mais uma reunião, aqui, tratando de economia. E o homem que decide a economia no Brasil é um só: chama-se Paulo Guedes. Ele nos dá o norte, nos dá recomendações e o que nós realmente devemos seguir”, disse.

Centrão
Ao lado de Bolsonaro, Guedes afirmou que o governo segue firme em sua política econômica de responsabilidade fiscal e garantiu que os gastos públicos extraordinários feitos em decorrência da crise do coronavírus são uma “exceção” na condução da política econômica. “Queremos reafirmar a todos que acreditam na política econômica que ela segue, é a mesma política econômica”, ressaltou Guedes. Estavam na entrevista o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, um dos autores do Plano Pró-Brasil; o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que muitos veem como alternativa para a Economia, e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que sofre um ataque especulativo da ala ideológica do governo e dos ruralistas ligados ao Centrão, que a acusam de ser aliada da China.


As negociações para articular uma base mais robusta para Bolsonaro, a cargo do ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, vão de vento em popa. Roberto Jefferson (PTB), Valdemar da Costa Neto (PR), Ciro Nogueira (PP) e Gilberto Kassab (PSD), os caciques do Centrão, querem garantir a presidência da Câmara, na sucessão de Rodrigo Maia (DEM-RJ), para o deputado Arthur Lira (PP-AL), com apoio do Palácio do Planalto. O Banco do Nordeste, a Funasa, o DNOS, o FNDE e o Porto de Santos estão no balaio do “é dando que se recebe”, mas Kassab pleiteia também o Ministério da Agricultura. Em troca, Bolsonaro estaria blindado contra qualquer tentativa de impeachment.

Ou seja, a operação política do Palácio do Planalto avançou no Congresso, amainando a crise política. A postura cautelosa de Rodrigo Maia e o silêncio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que estão jogando juntos, refletem isso. Em contraste com a calmaria política, porém, a epidemia de coronavírus avança, com o ministro da Saúde, Nelson Teich, ainda “estudando os dados” de sua propagação, enquanto o novo secretário executivo da pasta, general Eduardo Pazuello, critica a imprensa (que não levaria em conta a diversidade do país) e fala emplanejamento centralizado” num sistema tripartite — União, estados e municípios —, onde qualquer planejamento bem-sucedido precisa ser situacional e participativo. Já são 4.543 mortes, 338 mortes a mais do que no domingo, com 66.501 casos confirmados, ou seja, 4.613 casos a mais. Foram mais 1.802 mortes em apenas uma semana, e o general reclama da imprensa porque noticia o avanço da epidemia.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo,jornalista - Correio Braziliense



quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

“Não vai ter greve de caminhoneiros”, diz Tarcísio Freitas

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, garantiu que a paralisação dos caminhoneiros, prevista para o próximo dia 16 de dezembro, não vai acontece, e a resolução do Ciot vai ser publicada na semana que vem, prometeu

“Não vai ter greve. Não vai ter greve”, reiterou. Ele é quem mais dialoga com a categoria, hoje, no país, disse. “Nós abrimos as portas do ministério para o diálogo, tornamos o Fórum dos caminhoneiros efetivo e conversamos muito com lideranças do Brasil inteiro. O que a gente tem são alguns atos isolado, que não vão ter repercussão, não vão reverberar”, disse Freitas. Ele prometeu, ainda, que a resolução do Código Identificador da Operação de Transportes (Ciot) que deveria ter sido reeditada até essa quarta-feira (11), será publicada na semana que vem. Enquanto o ministro fazia essas declarações durante a entrega da primeira fase da obra do aeroporto de Salvador, os caminhoneiros conquistavam mais uma importante aliança para a greve.

O presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sinditac), Carlos Alberto Litti Dahmer, uma das principais lideranças da greve de 2017 um dos que ainda acreditava no presidente Jair Bolsonaro, agora quer cruzar os braços. Ele explicou que tem poucas esperanças de que a resolução do Ciot seja mesmo reeditada. “Estava prevista para entrar em vigor nessa quarta-feira (11), assim como a multa de R$ 5 mil para quem burlasse o sistema. Isso consolidaria o piso mínimo do frete, mas infelizmente não aconteceu. Governo descumpriu novamente”, cita Litti.

Para Tarcísio Freitas, a maior parte da categoria está acreditando, com muita maturidade, no diálogo. “Eu até faço meu agradecimento. A gente sabe da situação difícil dos caminhoneiros, mas eles têm tido toda a paciência para esperar que as ações que estão sendo tomadas tenham efetividade. Então, eu presto a eles a minha justa “, disse o ministro. Ele definiu os caminhoneiros como uma classe de trabalhadores guerreiros que leva o Brasil nas costas e que têm sabido, no entanto, com muita altivez e sabedoria, aguardar o desfecho dos diálogos e das negociações. Para tornar a atividade desses profissionais melhor, uma série de medidas estão sendo tomadas, destacou Freitas.

Entre elas, segundo o ministro da Infraestrutura, “a resolução para tratar do código de operações (Ciot), vai ser publicada na semana que vem”, garantiu. “Estamos revendo a questão da pesagem para torna-la mais justa. Esse ano, tivemos a edição do cartão Petrobras, estamos trabalhando com o cartão saúde do caminhoneiro com Sest/Senat, as rodovias agora têm postos de parada. Foram muitos avanços nessa agenda. E esses avanços são reconhecidos pela maior parte da categoria. Então, é daí que nasce a minha convicção – e da conversa constante, diuturna, com grande parte da categoria – de que não vai ter greve”, enfatizou Freitas.

Pautas
Outras reivindicações dos caminhoneiros são a redução do preço do óleo diesel, da gasolina e do preço do gás de cozinha e em defesa das refinarias de petróleo. Em vigência desde 2011, o Código Identificador da Operação de Transportes (Ciot)  foi criado para combater as ineficientes e injustas formas de pagamento de frete aos motoristas de transporte de cargas, como a carta frete. Desde a publicação da Resolução nº 3658 de 19/04/2011, o governo pôs em prática uma série de regras que garantem os direitos dos transportadores autônomos e equiparados.


O CIOT é feio por cadastramento da operação de transporte no sistema da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A principal utilidade é regulamentar o pagamento do frete ao prestador do serviço de transporte. Por isso, o número único deve constar no Contrato de Transporte, no CTe ou ainda no MDFe. A resolução estava prevista para entrar em vigor nesta quarta-feira (11), mas o governo federal não cumpriu.

Blog do Servidor - Correio Braziliense





quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Valec e EPL, estatais e imortais - Elio Gaspari

Folha de S. Paulo - O Globo

Valec e EPL, estatais que resistem à extinção 

Fusão pode ter bom resultado ou ser troca de três pares por meia dúzia - Empresas sobreviverão ao primeiro ano do governo Bolsonaro 

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, anunciou que o governo estudará a fusão de três estatais: a Infraero, a Valec, e a ELP. Para quem recebe essa notícia, noves fora os padecimentos que já sofreu nos aeroportos, as duas outras siglas são sopa de letras. Olhando-se de perto, são uma aula. A Valec é uma estatal que cuida de ferrovias desde o século passado. Em 1987 o repórter Janio de Freitas denunciou vícios na sua concorrência para a Norte-Sul. (Ela ainda não está pronta, mas deixa pra lá.) No mandarinato petista a Valec ficou com o projeto do trem-bala que ligaria o Rio de Janeiro a São Paulo. Maluquice sem par, não tinha projeto nem empreiteiros querendo entrar no delírio.  Ficaria pronto para a Copa de 2014, ou, a mais tardar, para a Olimpíada de 2016. A concessão foi a leilão e não teve interessados. A estatal foi entregue ao ex-deputado José Francisco das Neves, mais conhecido como “Doutor Juquinha”. Essa pérola tinha mais funcionários no Rio do que em Brasília, onde ficava sua sede. 

[Presidente Bolsonaro! 
falavam e falam o diabo do Sarney - a maior parte do falatório com razão. 
Mas, uma coisa precisa ser dita: ele sabia, e ainda sabe,  respeitar a liturgia do cargo de presidente da República.
O senhor ainda deixa sua preferência por um bom debate, conspurcar a liturgia do cargo que o senhor exerce = é o Presidente da República, eleito pela vontade soberana de quase 60.000.000 de eleitores e, em termos humanos, o senhor só perde a reeleição em 2022 dependendo de sua própria vontade e conduta.
Discutir com criminoso condenado, em liberdade temporária, é algo que um presidente da República deve se autoproibir.

O senhor bateria boca com Marcola? com Elias Maluco? com Fernandinho Beira-mar?  Claro que não.
Da mesma forma que sentido tem o senhor bater boca com o condenado petista - momentaneamente, fora da cadeia?

Após essa longa entrada, vamos ao que interessa.
Tem briga da qual não se pode fugir. O senhor NÃO DEVE EVITAR a briga com a 'imortalidade' das estatais do título - tome como coisa pessoal, briga de foice no escuro, e extinga as três estatais.
Nada de fusão. Extinga as três e funda os 'restos mortais' na mesma cova.]


Felizmente, o BNDES e o Tribunal de Contas travaram o trem-bala, mostrando que numa das pontas estavam espertalhões italianos. A essa altura, a papelada do trem já havia custado R$ 63 milhões. Em 2012 “Doutor Juquinha” foi para a cadeia. Solto, viu-se condenado a nove anos de prisão e foi novamente preso. Colecionou maracutaias. O trem-bala sumiu da propaganda por algum tempo mas, em 2012, seu projeto mudou-se para uma nova estatal que acabara de ser criada, a EPL ou Empresa de Planejamento de Logística. Ela comandaria R$ 133 bilhões em investimentos, inclusive para o trem. A EPL encarnaria uma revolução, e seu presidente prometia zerar os investimentos em infraestrutura em cinco anos. Como representava o início de um novo mundo, o trem seria privatizado, pois havia japoneses e coreanos interessados. Mais: ele poderia ir até Campinas e talvez, com menor velocidade, ligasse São Paulo a Belo Horizonte, Curitiba e Brasília.
Em 2015 o trem-bala foi para o arquivo, mas a EPL, como o Fantasma das Selvas, mostrou que era imortal. A essa altura o comissariado petista fumava a ideia da Ferrovia Transoceânica, que ligaria o Atlântico ao Pacífico, com dinheiro dos chineses. Foi uma fantasia vexaminosa. 

Em 2017 a EPL tinha 143 funcionários, uma mixaria diante da Valec, com 1.027.
Em fevereiro o ministro Tarcísio de Freitas anunciou a inexorável extinção da Valec, e seu colega Paulo Guedes defendeu o fechamento da EPL. Não rolou. Quanto à Infraero, seria desossada depois da privatização de 44 aeroportos. Também não rolou.

O ministro Tarcísio conhece as malhas da burocracia da Infraestrutura. Sua última ideia não tem a retumbância das promessas de início de governo. Uma coisa é certa: a Infraero, a EPL e a Valec sobreviverão ao primeiro ano do governo Bolsonaro, pois os estudos da fusão poderão se estender até o fim do primeiro semestre de 2020. A fusão dessas três estatais poderá produzir um bom resultado, poderá também ser uma troca de três pares por meia dúzia. Conhecendo-se o passado da trinca e, sobretudo da dupla Valec/EPL, fica o risco de se planejar um cruzamento de tatu com tartaruga e urubu.

Folha de S. Paulo e O Globo - Elio Gaspari, jornalista
 

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

O Brasil já é um país diferente - J. R. Guzzo

Revista Exame

Esqueça um pouco o Jair Bolsonaro que aparece no noticiário. Passados os primeiros meses, os fatos estão mostrando que seu programa de governo é bom



O presidente da República pode ser ruim, ou muito ruim, conforme a definição que deixar o leitor mais confortável. Também pode ser bom, caso se leve em conta a opinião dos que acham que ele está sempre certo. Na verdade, para simplificar a conversa, o presidente pode ser o que você quiser.  Mas os fatos que podem ser verificados na prática estão dizendo que seu governo, depois dos primeiros sete meses, é bom — ou, mais exatamente, o programa de governo é bom, possivelmente muito bom. Esqueça um pouco o Jair Bolsonaro que aparece em primeiríssimo plano no noticiário, todo santo dia, em geral falando coisas que deixam a maioria dos comunicadores deste país em estado de ansiedade extrema.

Em vez disso, tente prestar atenção no que acontece. O que acontece, seja lá o que você acha de Bolsonaro, é que seu governo está conseguindo resultados concretos. Mais: é um governo que tem planos, e tem a capacidade real de executar esses planos. Enfim, é um governo que tem uma equipe muita boa fazendo o trabalho que lhe cabe fazer.   O ministro Paulo Guedes tem um plano, e seu plano está sendo transformado em realidades — a começar pela aprovação de uma reforma da Previdência que todos os cérebros econômicos do Brasil julgavam, até outro dia, ser uma impossibilidade científica. 

A reforma tributária virá; seja qual for sua forma final, ela deixará um país melhor. [com a volta da CPMF piorada, seja qual for o nome, a carreira política de Bolsonaro se encerra o mais tardar em 1º janeiro 2023.] Uma bateria de outras mudanças, basicamente centradas no avanço da liberdade econômica e na faxina administrativa para melhorar a vida de quem produz, está a caminho — diversas delas, por sinal, já foram feitas e estão começando a funcionar. Guedes é um ministro de competência comprovada, e sua equipe, que ele deixa em paz para trabalhar, tem qualidade de país desenvolvido. É bobagem, simplesmente, apostar contra ele. Os ministros Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, Bento Albuquerque, de Minas e Energia, e Tereza Cristina, da Agricultura, são craques indiscutíveis — e estão mudando, em silêncio, o sistema nervoso central das estruturas de produção do país.

Há mais. O ministro Sergio Moro, que seria destruído numa explosão nuclear, está mais vivo do que nunca. Há todo um novo ambiente, voltado para as realidades e para a produção de resultados, em estatais como a Petrobras ou a Caixa Econômica Federal, a Eletrobras ou o BNDES. As mudanças, aí e em muitos outros pontos-chave do Estado nacional, estão colocando o Brasil numa estrada oposta à que vem sendo seguida desde 2003 — e é claro que a soma de todos esses esforços, por parciais, imperfeitos e deficientes que sejam, vai criar um país diferente. Os avanços são pouco registrados na mídia? São. O governo comete erros, frequentemente grosseiros? Comete.

Suas propostas sofrem deformações, amputações e alterações para pior? Sofrem. O presidente é uma máquina de produzir atritos, problemas de conduta e confusões inúteis? É. Mas nada disso tem impedido, não de verdade, que o governo esteja conseguindo obter a maioria das coisas que quer. Já conseguiu uma porção delas em seus primeiros sete meses. Não há fatos mostrando que vá parar de conseguir nos próximos três anos e meio. O governo Bolsonaro é ruim? De novo, dê a resposta que lhe parecer melhor. Mas sempre vale a pena lembrar que a maioria das coisas só é ruim ou boa em comparação com outras da mesma natureza. O atual governo seria pior que o de Dilma Rousseff ou de Lula? E comparando com o de Fernando Collor, então, ou o de José Sarney? Eis aí o problema real para quem não gosta do Brasil do jeito que ele está — o governo Bolsonaro não vai ser um desastre.

A possibilidade de repetir o que houve nos períodos citados acima é igual a zero. Impeachment? Sonhar sempre dá. Mas onde arrumar três quintos contra Bolsonaro no Congresso? Na última vez que a Câmara votou uma questão essencial, a reforma da Previdência, deu 74% dos votos para o governo. Melhor pensar em outra coisa — ou aceitar o fato de que o homem vai estar aí pelo menos até 2022. [caso não pise na bola de forma exagerada, com chances de ser reeleito - não pode é adotar na reforma tributária medidas que prejudiquem os menos favorecidos.]

J R Guzzo - Revista Exame, edição 1191, de 7 Agosto 2019