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domingo, 5 de junho de 2016

Faroeste digital

Metade dos tuiteiros que disparavam os xingamentos mais execráveis contra mulheres era, também, mulher


Era inevitável. Antes mesmo da investigação sobre o estupro da adolescente de 16 anos em uma favela da Zona Oeste do Rio tomar qualquer rumo, o caso adquiriu uma segunda vida. Virou letra de funk, com sua variante de letras chulas de abatedouro machista e degradação da vítima. Também surgiram garotas da comunidade portando cartazes de apoio aos acusados, em manifestação seis dias após o estupro.

Na enxurrada de comentários postados nas redes sociais, nem todas foram de empatia, dor e solidariedade com a jovem. Nem era de se esperar que o fossem. O que chama atenção, porém, é o volume de vozes femininas — ou pelo menos que se identificam como mulheres nos posts — a hostilizar e xingar cruamente a adolescente. [somos radicalmente contra o estupro, tanto que defendemos para o estuprado não reincidente a pena de castração química por um período mínimo  de dez anos e no caso de reincidente castração física com extirpação completa dos testículos.
Também consideramos um absurdo que se atribua a mulher, a vítima, o estupro.
Mas, toda regra tem exceção. E o caso da jovem, apesar de condenável e repugnante, não desperta pela conduta desregrada da vítima nenhum sentimento de solidariedade a mesma. Punição rigorosa para os culpados mas nenhuma solidariedade a vitima - este é o nosso entendimento.
REGISTREM:
-  vítima usuária de ecstasy, lança-perfume, entre outras drogas;
-  mãe aos 13 anos;
- dormindo costumeiramente fora de casa, em companhia do homem que aparecesse;
- adepta de relacionamento íntimo com traficantes e outros bandidos da pior espécie e  frequentadora de bailes funk; e, resumindo: uma devassa.
Com este tipo de vida ela não é responsável por estuprada mas de forma proposital e irresponsável atrai atenção de criminosos em potencial para estrupá-la.
Não é culpada, mas adota um comportamento que facilita em muito os criminosos adeptos da prática do estupro.]  

A menor empunha uma arma em foto divulgada por traficantes: atração por bailes funk, drogas e más companhias(VEJA.com/VEJA) 

 Pelo jeito, revela um estudo divulgado dias atrás na Inglaterra, trata-se de uma tendência global. O Demos é um conceituado instituto apartidário de análises, pesquisa e formulação de políticas públicas. Fundado em Londres há mais de duas décadas por um marxista, isso não o impede de ter conselheiros até mesmo do governo David Cameron.

Seu Centro de Análises de Mídia Social (Casm) é especializado em pesquisas avançadas sobre o universo digital. A mais recente coletou e analisou 1,5 milhão de tuítes contendo as palavras “cachorra”, “puta” e “estupro” postadas ao longo de três semanas (23 de abril a 15 de maio).  Em seguida, usando algoritmos como filtros, foram separadas as postagens intencionalmente agressivas das que usavam os termos em vários outros contextos. 

Resultado da pesquisa: metade dos disseminadores da linguagem misógina mais abusiva no Twitter era mulher e garota. À deriva do seu meio social? Não, diz a pesquisa, inseridas.
O resultado confirma levantamento anterior feito dois anos atrás nos mesmos moldes, quando metade dos tuiteiros que disparavam os xingamentos gratuitos mais execráveis contra mulheres era, também, mulher.

Em nota que acompanha a divulgação da pesquisa, Alex Krasodomski-Jones, um de seus autores, encontra alento no reconhecimento político e preocupação pública (pelo menos na Inglaterra) quanto ao faroeste digital que atinge sobretudo as mulheres.  “Já se tornou evidente que, enquanto o mundo digital criou novas oportunidades para o debate público e a interação social, ele também construiu novos campos de batalha para os piores aspectos do comportamento humanos. Captamos apenas um instantâneo superficial do que pode ser uma experiência muito pessoal e traumática para mulheres”, diz ele. Sobretudo quando o tiroteio vem de todos os lados.

O estudo focou no Twitter porque a empresa se dispôs a colocar seus dados à disposição dos pesquisadores, mas sendo a misoginia prevalente em toda a mídia social, seria importante que os gigantes da indústria também se envolvessem na discussão, acredita Krasodomosky-Jones. “Não se trata de policiar a internet, e sim de lembrar que em geral somos piores cidadãos on-line do que offline”, argumenta ele.

Dawn Foster é uma jornalista inglesa voltada para temas sociais. Em recente artigo para o diário “The Guardian”, ela conta que, depois de publicar um artigo sobre abuso sofrido ao trafegar pela cidade de bicicleta, o primeiro comentário on-line que recebeu dizia “Se eu vê-la na rua algum dia, espero que leve um tiro”.

Ao longo dos dois anos seguintes, ela ocupou um cargo no jornal que considera ter sido o pior emprego de sua vida foi moderadora on-line do jornal. Os comentários não publicáveis eram tão tóxicos, racistas, homofóbicos e sexistas que lhe tiravam o sono — isso, num jornal liberal como o “Guardian”. E quando os autores disponíveis para um chat eram mulheres, a intensidade dos insultos recebidos quintuplicavam.

Não espanta, assim, o corolário de impropérios e ofensas que não cessam de brotar nas redes à menção da jovem estuprada no Morro da Barão.  O importante, para a saúde e confiabilidade da mídia neste caso, é que nas próximas semanas, meses, anos — ou o tempo que for necessário — não haja trégua na apuração miúda de um caso que tanto comoveu o país. Nenhum canto deve permanecer obscuro. A dubiedade serve apenas à manutenção da treva.

Para a consagrada escritora feminista Jessica Valenti, autora do recém-lançado “Sex Object, a Memoir”, que trata do dilema político universal das mulheres, “somos pessoas doentes sem termos qualquer doença”. Nem a inabilidade para ser vulnerável nem a recusa a ser vítima protegem a mulher, apenas encobrem o que está torto.

Para ler mais, incluindo fotos, clique aqui
 

Fonte: Dorrit Harazim,  jornalista - O Globo

quinta-feira, 24 de março de 2016

A imprensa estrangeira descobriu que caiu no conto do Brasil Maravilha, aplicado pelo bando de incapazes capazes de tudo

Lula elogia imprensa internacional e diz que ela é fiel aos fatos, informou em 2 de dezembro de 2010 o título da reportagem do Globo sobre a entrevista coletiva concedida pelo ainda presidente a correspondentes estrangeiros baseados no Rio e repórteres vindos de outros países. Antes que as perguntas começassem, o entrevistado contemplou os presentes com afagos que sempre negou à imprensa nacional.

“Temos acompanhado as informações que têm saído na imprensa internacional e elas têm correspondido exatamente ao que tem acontecido no Brasil”. começou a rasgação de seda com o elogio que cutucava a mídia reacionária, infestada de reacionários a serviço da elite golpista. “A cobertura favorável também é responsável pela boa imagem que o Brasil goza no exterior”, foi em frente o palanque ambulante.

Só publicações em outros idiomas, por exemplo, haviam captado o clima de euforia reinante no País do Carnaval. “O otimismo do brasileiro é o mais extraordinário entre todos os países”, recitou. “Acabou o complexo de vira-lata, porque hoje somos respeitados no mundo inteiro. Só não enxergam isso aqueles que torcem pelo fracasso do governo que governa para os pobres".

A lengalenga prosseguiu nos anos seguintes, em dueto com Dilma Rousseff e o endosso entusiasmado dos colunistas estatizados, blogueiros de aluguel, artistas dependentes de patrocínio federal e escritores que brilham no ranking dos mais comprados pelo MEC. “Neste país, o principal partido de oposição é a imprensa”, declamou em outubro de 2012 o padrinho que não lê nem sabe escrever. “Pra saber o que acontece aqui é preciso ler o que sai nos jornais lá fora”, concordou em março de 2013 a afilhada que ou não sabe o que diz ou não diz coisa com coisa.

Neste começo de outono, o que estão achando o chefe supremo, a sacerdotisa doidona e o resto da seita do que os principais jornais e revistas do planeta têm publicado sobre o Brasil? Desconfiam que as redações passaram ao controle de coxinhas poliglotas, financiados por capitalistas selvagens decididos a conferir dimensões internacionais à conspiração contra o governo do PT?

O que não podem admitir é que, como tantos milhões de brasileiros, a imprensa estrangeira enfim descobriu que caiu no conto do Brasil Maravilha, aplicado pelo bando de incapazes capazes de tudo. Há poucos dias, por exemplo, The New York Times publicou um editorial com o título “A crise no Brasil se aprofunda”. Entre outras observações desmoralizantes, o texto qualificou de “ridículas” as explicações gaguejadas por Dilma para fingir que Lula se refugiou no ministério não para fugir da cadeia, mas para servir à nação.

No domingo, um editorial do jornal inglês The Guardian aconselhou a governante desgovernada a renunciar ao comando do barco saqueado e à deriva. Nesta quarta-feira, a presidente que já não preside coisa alguma virou a senhora da capa da revista The Economist. Uma Dilma com cara de demitida por justíssima causa desvia os olhos para a esquerda, como se quisesse escapar da leitura de três palavras penduradas sobre a sua cabeça: TIME TO GO. Hora de ir. Ir embora, ir para casa ─ pela simples e boa razão de que já não há como ficar.

“Fiel aos fatos”, como disse há cinco anos o dono do sítio que não é dele, a publicação inglesa apresenta aos leitores um cortejo de verdades perturbadoras: o escândalo do Petrolão, a relevância histórica da Operação Lava Jato, o desempenho sem precedentes do juiz Sérgio Moro, as bandalheiras milionárias protagonizadas por Lula, a destrambelhada patifaria forjada para transformá-lo em ministro, as portentosas manifestações de rua, a incompetência do governo que produziu a maior crise econômica enfrentada pelo Brasil desde 1930.

Fica claro que chegou a hora de Dilma ir embora ou com as próprias pernas, pelo caminho da renúncia, ou arrastada pela trilha do impeachment. Antes que o drama chegue ao desfecho, a criatura e seu criador deveriam convidar os representantes da imprensa internacional para outra entrevista coletiva, e explicar-lhes que os culpados são inocentes.

Se forem convincentes, os gringos talvez até saiam do local da entrevista avisando aos berros que não vai ter golpe. Caso contrário, os jornais e revistas estrangeiros vão transferir o noticiário sobre o Brasil para a seção reservada a casos de polícia.

Fonte: Coluna do Augusto Nunes


terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Susto da segunda

No pânico que tomou conta dos mercados mundiais nesta segunda-feira havia um medo que ia além da queda do crescimento chinês ou do encolhimento do preço do petróleo. Desta vez a onda de vendas de ações foi disparada pela dúvida sobre a saúde do sistema bancário global com o epicentro nos rumores em relação ao Deutsche Bank, cujas ações caíram 10%.

Houve um momento em que o “The Guardian" informou que havia uma boa notícia: em uma hora as bolsas fechariam e o dia financeiro chegaria ao fim. Era o humor inglês. O começo da segunda foi de temores em relação à China que pela primeira vez em décadas deixa de ser a economia que mais cresce. Está em segundo lugar agora, depois da Índia. 

Ninguém acredita nos números chineses e todos sabem que hoje o crescimento remanescente depende da mão de ferro do governo. A queda se espalhou por bolsas da Ásia que estavam abertas nem todas e só escapou o Japão; os preços do barril de petróleo caíram de novo. Nos EUA, o Dow Jones reduziu perdas no fim do dia e fechou a -1,1%.

Quando os mercados europeus abriram o temor novo já havia se somado aos medos velhos. Mais especificamente temia-se que o Deutsche não fosse capaz de fazer frente às suas dívidas. O banco divulgou um comunicado dizendo que tem capacidade de pagamento das obrigações de € 1 bilhão que vencerão em abril. No fim do dia o índice que mede o desempenho dos bancos europeus havia caído 5,6% na Europa o que, segundo o “Financial Times", é o pior dia de queda desde a crise da Zona do Euro, e o nível mais baixo desde 1999. A queda no ano foi de 24%.

Enquanto o Brasil pula o carnaval, num país cercado de riscos concretos, o mundo viu os ativos mudarem violentamente de preços. O Brasil terá mercados fechados por mais um dia hoje. Quando abrir, a Bovespa terá uma correção de preços para acompanhar o que houve no mundo. Menos mal se hoje houver alguma recuperação que reverta o clima de pânico que se instalou em algumas vendas e compras maciças de ontem. O ouro, que é sempre o refúgio, teve valorização forte.

O mundo vive uma temporada de volatilidade descrita em livro-texto sobre comportamento de manada do mercado. Há períodos em que vários temores se somam e qualquer notícia nova pode fazer disparar o pânico e ondas de vendas de ações. O fator mais importante na origem desse momento de baixa do mercado é o que acontece na China. Vindo de crescimento de 13%, o país desceu ano a ano e isso produziu quedas fortes nos preços das commodities que haviam subido na euforia do crescimento. O medo é que tenham se acumulado muitas distorções na economia chinesa que a levarão à queda mais forte no ritmo de expansão do PIB.

Essa onda pega o mundo com uma política monetária já muito expansionista provocada pela crise de 2008 nos Estados Unidos, que começou com a quebra do Lehman Brothers, e a crise europeia que aconteceu em seguida. Se os bancos centrais já operam com juros em zero ou perto disso, que instrumento usarão para deter o risco de uma quebradeira? Se a China despencar, há risco de uma recessão mundial? Esses fantasmas rondam os mercados financeiros globais.

A recuperação da crise de 2008 estava começando a mostrar seu resultado. Os Estados Unidos voltaram a crescer e países europeus já demostram bons indicadores, diminuindo dívida, e elevando o crescimento. Um novo golpe pode por alguns desses esforços a perder. O Brasil, para tentar se proteger da crise global de 2008, aumentou muito o gasto público, confiando no diagnóstico de que outros países tinham indicadores fiscais piores e dívidas maiores e, mesmo assim, expandiam gastos para conter os efeitos da crise. Houve um primeiro momento de crescimento para o Brasil em 2010, seguido de uma desaceleração e agora o país mergulhou numa recessão que pode ser a pior da história. 

O banco Itaú, em relatório divulgado na sexta-feira, começa dizendo que o “Brasil não se estabilizou”, ou seja, continua afundando. Foi neste relatório que o Departamento Econômico reviu para 4% a previsão de recessão em 2016. O Brasil não aproveitou a crise para se ajustar, pelo contrário, aumentou seu desajuste, por isso não está preparado para nova turbulência global. Mais uma vez o país deveria ter consertado o telhado em dia de sol.

Fonte: Coluna da Míriam Leitão - O Globo 
 

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

O direito de ser esquecido é um bem que pode fazer mal



A missão do Google é ambiciosa: "Armazenar toda a informação do mundo". Em 1998, quando Larry Page e Sergey Brin fundaram o site, a meta parecia descabida. Passadas quase duas décadas, o Google se mostra o mais perto que se chegou de pôr ordem no que a humanidade produz. Só que, à medida que cumpriu seu objetivo, o site levantou questões éticas inerentes à internet e ainda sem solução à vista. Será que toda informação vale ser armazenada? Uma foto comprometedora de um anônimo, tirada sem consenso, deve espalhar-se como viral? Um culpado de um crime que já cumpriu sua pena merece ter o passado escancarado em uma busca? O Tribunal de Justiça europeu, a mais alta corte dos 28 países da União Europeia, acredita que a resposta é não.

Em maio, o tribunal começou a aplicar a lei que dá a qualquer pessoa na Europa o direito de ser esquecida pelos sites de busca da internet. A regra funciona de três formas. A primeira não é controversa: garante a quem publicou determinado conteúdo on-line o direito de apagar tudo. O Google e o Facebook já consideravam esse procedimento normal. A segunda abre a discussão. Se uma pessoa publica um post e outros o espalham, o autor tem direito de excluir as reproduções? O terceiro ponto, mais polêmico ainda, é se um indivíduo pode remover algo que escreveram sobre ele.

Para os europeus, o direito ao esquecimento prevalece. Diz a decisão do tribunal europeu: "As pessoas têm o direito - sob certas condições - de pedir a remoção de links". As "condições", porém, não são claras. A medida não se aplica a casos de interesse público e a dados científicos ou de valor histórico. Mas não é definido o que se encaixa nas exceções. "Europeus têm tradição de declarar direitos abstratos cuja aplicação é complexa e difícil", disse Jeffrey Rosen, professor de direito da Universidade George Washington.

O problema ficou evidente no início deste mês, quando o Google divulgou que, dos 70 000 pedidos de remoção de links, 12% vieram de pedófilos, e outra grande parcela é de políticos acusados de corrupção. Com dificuldades técnicas para analisar caso a caso - e a multa pelo não cumprimento chega a 2% de seu lucro anual -, o Google resolveu aceitar a maioria dos pedidos. Larry Page, CEO do Google, declaro­u-se "preocupado com o efeito da nova lei sobre a democracia". Jimmy Wales, fundador da Wikipedia, enciclopédia virtual, também alvo da norma, engrossou o coro: "É censura radical". Há claros interesses comerciais em jogo. Sites de buscas ganham em cima dos dados que guardam, usando-os para atrair anunciante. Mas sem dúvida a norma da União Europeia atinge frontalmente dois direitos essenciais, o de liberdade de expressão e o da imprensa.

Renomados veículos de comunicação europeus, como a BBC e o The Guardian, foram alertados pelo Google de que algumas matérias não apareceriam mais em sua busca.  Jornalistas e acadêmicos manifestaram-se contra a medida. Disse Fred Cate, professor de direito da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos: "O direito de ser esquecido é para quem quer reeditar o passado, e isso empobrecerá nossa história". Os defensores enxergam vantagens. "Manter uma memória digital pode nos aprisionar ao passado", concluiu o advogado Viktor Mayer-Schönberger, autor do livro Delete - The Virtue of Forgetting in the Digital Age (Delete - A Virtude do Esquecimento na Era Digital).  

O direito de ser esquecido só vale para versões europeias dos sites. Quem acessa o Google brasileiro não vê diferença. Fora da Europa, porém, há quem o cite em processos contra sites. Nos Estados Unidos, as ações não são aceitas por entrarem em conflito com a famosa Primeira Emenda da Constituição - aquela que determina com assombrosa simplicidade e poderosa clareza que "O Congresso não fará leis" que limitem a liberdade de expressão ou de imprensa.

Na Argentina já tramitam na Justiça cerca de 130 pedidos de remoção de links. No Brasil, o juiz federal aposentado Casem Mazloum citou o direito de ser esquecido em processo contra o site de VEJA e o Google. Seu pedido de imediata remoção de links não foi deferido. Diz o advogado Ronaldo Lemos, mentor do Marco Civil da Internet brasileira: "Não seria bom para o Brasil adotar o modelo europeu, que cria insegurança e ameaça a internet e a imprensa".

Fonte: Veja On Line

quarta-feira, 22 de julho de 2015

PERDEU !!! Laerte Bessa, para vc a casa caiu, politicamente, mas caiu

Que a maioridade penal seja reduzida para os doze anos é aceitável e mesmo desejável - na realidade estaremos limitando a impunidade aos doze anos.


Mas, matar inocentes... seres humanos inocentes e indefesos................... nunca ...

Será o Laerte Bessa uma reencarnação, piorada, do Joseph Mengels?   - cientista alemão fez experimentos buscando a "eugenia", mas sem praticar aborto.

Relator da redução da maioridade penal sugere aborto de bebês com “tendências à criminalidade” no futuro


“Um dia, chegaremos a um estágio em que será possível determinar se um bebê, ainda no útero, tem tendências à criminalidade, e se sim, a mãe não terá permissão para dar à luz”, disse Laerte Bessa (PR-DF) a jornal inglês

Por Redação
“Um dia, chegaremos a um estágio em que será possível determinar se um bebê, ainda no útero, tem tendências à criminalidade, e se sim, a mãe não terá permissão para dar à luz”. Essa afirmação foi feita pelo deputado federal Laerte Bessa (PR-DF) em matéria publicada pelo jornal inglês The Guardian no dia 29 de junho. O parlamentar é relator da PEC 171/93, que reduz a maioridade penal.

Na mesma reportagem, Bessa deixou bem evidentes suas pretensões de não se contentar com a redução de 18 para 16 anos em casos de crimes hediondos (estupro, sequestro, latrocínio, homicídio qualificado e outros), homicídio doloso e lesão corporal seguida de morte, como ocorreu no último dia 2“Em vinte anos, reduziremos para 14, depois para 12″, disse. Para ele, a proposta, aprovada em primeiro turno na Câmara após manobra do presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), “é uma boa lei que acabará com o senso de impunidade em nosso país.”

O texto do The Guardian destaca falas do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre o “terrível” sistema prisional brasileiro e ressalta que nossa população carcerária é a quarta do mundo, perdendo apenas para os EUA, China e Rússia. Também sublinha que a elevação do nível de encarceramento tem a ver com o aumento de prisões por tráfico de drogas, exemplificando com o caso do homem enquadrado como traficante por portar 0,02g de maconha..


Fonte: Portal Revista Forum  
 

segunda-feira, 16 de março de 2015

Justiça brasileira - Levy Fidelix teve a ousadia de falar mal dos costumes gays no Brasil, país que em breve ser gay será obrigação



Levy Fidelix é condenado a pagar R$ 1 milhão por declarações homofóbicas em debate presidencial
Em debate realizado em 2014, político fez declarações homofóbicas e afirmou que “aparelho excretor não reproduz (…)”

O ex-candidato à presidência da República Levy Fidelix (PRTB) foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), a pagar uma multa de R$ 1 milhão numa ação civil pública por danos morais movida pelo movimentos Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT).

A decisão da última sexta-feira refere-se a uma fala durante sua participação de um debate na TV, no dia 28 de setembro de 2014. À época ele foi questionado pela candidata Luciana Genro (PSOL) sobre o motivo pelo qual muitos dos que defendem a família se recusam a reconhecer o direito de casais de pessoas do mesmo sexo ao casamento civil, e respondeu que “dois iguais não fazem filho” e que “aparelho excretor não reproduz”. A decisão é de primeira instância e cabe recurso. O valor da multa, segundo o texto, será revertido para ações de promoção de igualdade da população LGBT, conforme definição do Conselho Nacional de Combate à Discriminação LGBT.

Na ocasião, Levy comparou a homossexualidade à pedofilia, afirmando que o Papa Francisco vinha promovendo ações de combate ao abuso sexual infantil, afastando sacerdotes suspeitos da prática. O candidato teria afirmado ainda que o mais importante é que a população LGBT seja atendida no plano psicológico e afetivo, mas “bem longe da gente”. Segundo o jornal Extra, o TJ-SP considerou que as declarações de Levy haviam “ultrapassado os limites da liberdade de expressão, incidindo em discurso de ódio”.

As declarações de Levy causaram uma grande reação nas redes sociais. “Aparelho excretor não reproduz. Como é que pode um pai de família, um avô ficar aqui escorado porque tem medo de perder voto? Prefiro não ter esses votos, mas ser um pai, um avô que tem vergonha na cara, que instrua seu filho, que instrua seu neto. Vamos acabar com essa historinha. Eu vi agora o santo padre, o papa, expurgar, fez muito bem, do Vaticano, um pedófilo. Está certo! Nós tratamos a vida toda com a religiosidade para que nossos filhos possam encontrar realmente um bom caminho familiar”, disse, à época. No exterior, o britânico “The Guardian” criticou as declarações do então candidato.

A sentença destaca também que muitos homossexuais sofrem agressões por causa de sua orientação sexual — algumas chegando a resultar em morte: “isso reflete uma triste realidade brasileira de violência e discriminação a esse segmento, a qual deve ser objeto de intenso combate pelo Poder Público, em sua função primordial de tutela da dignidade humana”. [curiosa a conclusão expressa na sentença sobre homossexuais:  da violência que sofrem, alguns até morrendo, supostamente, por serem homossexuais. Que dizer dos mais de 50.000 – não homossexuais, que são assassinados por ano no Brasil? Resta claro, que no Brasil  é mais perigoso ser heterossexual do que gay.]  

E concluiu, então, que, por esses motivos, “agiu de forma irresponsável o candidato Levy Fidelix e, em consequência, o seu partido ao propagar discurso de teor discriminatório. Na qualidade de pessoa pública formadora de opinião, que obteve número relevante de votos no primeiro turno das eleições presidenciais de 2014, ao discursar em rede televisiva a todo o Brasil, tinha o dever ético e jurídico de atuar em consonância com os fundamentos da Constituição”.

Fonte: O Globo

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Continuaremos a publicar



Continuaremos informando, investigando, entrevistando, editando, publicando e desenhando sobre todos os assuntos que nos pareçam legítimos
Nos últimos meses,  a liberdade de pensar e informar já era o alvo, com a decapitação de outros jornalistas, americanos, europeus ou de países árabes, sequestrados e assassinados por membros da organização Estado Islâmico. O terrorismo, seja qual for sua ideologia, rechaça a busca pela verdade e não aceita a independência de espírito. O terrorismo islâmico, mais ainda.
Após negar-se a ceder às ameaças por haver publicado, há quase dez anos, algumas caricaturas de Maomé, a revista Charlie Hebdo não mudou nem um milímetro sua cultura da irreverência. Com o mesmo ânimo, nós, os jornais europeus que trabalhamos habitualmente juntos dentro do grupo Europa, continuaremos a dar vida aos valores da liberdade e independência que são  a base de nossa identidade e que todos compartilhamos. Continuaremos informando, investigando, entrevistando, editando, publicando e desenhando sobre todos os assuntos que nos pareçam legítimos, com o espírito aberto, enriquecimento intelectual e debate democrático.
É o que devemos a nossos leitores. O que devemos à memória de todos nossos colegas assassinados. O que devemos à Europa. O que devemos à democracia. "Nós não somos como eles", dizia o escritor eslovaco Vaclav Havel, opositor do totalitarismo, que triunfou e se converteu em  presidente. Essa é a nossa força.

Fonte: Editorial conjunto dos jornais Le Monde, The Guardian, Süddeustche Zeitung, La Stampa, Gazeta Wyborcza e El País.