Continuaremos
informando, investigando, entrevistando, editando, publicando e desenhando
sobre todos os assuntos que nos pareçam legítimos
Nos
últimos meses, a liberdade de pensar e informar já era o alvo, com a
decapitação de outros jornalistas, americanos, europeus ou de países árabes,
sequestrados e assassinados por membros da organização Estado Islâmico. O
terrorismo, seja qual for sua ideologia, rechaça a busca pela verdade e
não aceita a independência de espírito. O terrorismo islâmico, mais ainda.
Após
negar-se a ceder às ameaças por haver publicado, há quase dez anos, algumas
caricaturas de Maomé, a revista Charlie Hebdo não mudou nem um milímetro
sua cultura da irreverência. Com o mesmo ânimo, nós, os jornais europeus que
trabalhamos habitualmente juntos dentro do grupo Europa, continuaremos a dar
vida aos valores da liberdade e independência que são a base de nossa
identidade e que todos compartilhamos. Continuaremos informando, investigando,
entrevistando, editando, publicando e desenhando sobre todos os assuntos que
nos pareçam legítimos, com o espírito aberto, enriquecimento intelectual e
debate democrático.
É o que
devemos a nossos leitores. O que devemos à memória de todos nossos colegas
assassinados. O que devemos à Europa. O que devemos à democracia. "Nós
não somos como eles", dizia o escritor eslovaco Vaclav Havel, opositor
do totalitarismo, que triunfou e se converteu em presidente. Essa é a
nossa força.
Fonte: Editorial conjunto dos jornais Le Monde, The Guardian,
Süddeustche Zeitung, La Stampa, Gazeta Wyborcza e El País.
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