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quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Terceira via - Deslumbramentos - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia

O PSDB teve sua semana da paixão. Uma via crucis que foi de domingo à aleluia de sábado, quando João Doria emergiu das urnas digitais com maioria de 54% dos votos válidos, que significa 1,25% dos filiados. Eduardo Leite voltou para o Rio Grande recebendo aceno de Gilberto Kassab, do PSD a que se filiara Rodrigo Pacheco. Arthur Virgílio voltou a Manaus praguejando contra Aécio e os que bolsonarizam o PSDB. Será que valeu a pena ter feito essas desgastantes prévias? Para Doria, valeu evitar decisões da cúpula do partido. Mas os tucanos foram derrotados por si mesmos, concorrendo sozinhos, numa disputa que desgastou o partido perante o eleitor e entre os tucanos de maior. E na mídia em geral, anunciou-se, como de costume, uma solução de terceira via, - essa dificilmente irá aninhar outro terceirista forte, que aceite ser vice de Doria.

Grupos feministas começam a se posicionar contra a agenda LGBT e defendem banheiros exclusivos para mulheres

You Tube - Feministas defendem banheiro exclusivo para mulheres

Feministas se posicionam contra avanço da agenda LGBT sobre banheiros femininos

A mosca azul do poder inocula suas vítimas com anticorpos para a humildade e a razão. Os infectados começam a levitar e perdem noção da realidade. O chavão da terceira via faz com que o incauto se olhe no espelho e constate que está diante da alternativa que superará a polarização esquerda-direita, aquele com quem o eleitorado sonha. Os áulicos mais próximos aplaudem - e eles traduzem como o aplauso da população. Esquece de ir até a esquina e perguntar ao primeiro passante: Você me conhece? Vai votar em mim? E vai dançando nas ilusões de partidos que estão com um olho no candidato e outro nos fundos com que os pagadores de impostos os sustentam.

Alguém acredita mesmo que terceira via subirá a rampa do Planalto

Enquanto o PSDB subia o calvário com sua cruz, no DEM, Mandetta desistia dessas ideias. Percebeu ter sido um fenômeno passageiro, promovido pelo coronavírus e pelos que promovem os dissidentes. Ao mesmo tempo, o MDB apressava-se em prometer para este dezembro, o anúncio da candidatura da senadora Simone Tebet, lançada no palanque da CPI, supostamente para evitar no partido o que acontece no PSDB, a bolsonarização. Para a direção do MDB, melhor mostrar logo candidato antes que seja tarde demais. Ciro, que já havia contratado marqueteiro, tirou o pé do acelerador, depois que viu votos com o governo no próprio PDT. Moro continua sua alegre descoberta da política fora dos tribunais, junto com general da reserva cheio de esperança. Ambos com o charme da dissidência. Fora da ilha dos políticos e jornalistas, o povo continua dividido entre Bolsonaro e Lula. Sabe que vai ter que decidir o que quer e o que não quer. Nunca ouviu falar sobre alguma proposta de terceira via, seja lá o que for isso.

Certa vez o esperto Paulo Maluf fingiu pedir conselhos ao presidente Figueiredo. O general pôs no bolso do político um papelucho com apenas uma palavra escrita: humildade. Em qualquer atividade, humildade é a mais inteligente e mais produtiva das virtudes. Não é TER humildade para mostrar. É SER humilde. Quando a mosca azul pica, alguns levitam e os humildes ficam com os pés no chão. Não se enganarão nem serão enganados. Aí, não haverá sucesso que os derrube.

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quinta-feira, 7 de maio de 2020

Covid -19: faltam coveiros? Ou inteligência? - Sérgio Alves de Oliveira


Emergencialmente, em virtude de não haverem disponíveis no mundo  remédios específicos para a cura, o combate,e  nem mesmo  vacina preventiva contra o  novo coronavírus, a “peste chinesa”,autoridades sanitárias e  da saúde  em todo o mundo têm ”improvisado”  receitar  o uso da Hidroxicloroquina,Cloroquina,ou Remdevisir, remédios baratos utilizados  como antivirais no combate a outras doenças, mas que   têm dado alguns resultados satisfatórios contra o Covid-19.

Mas particularmente no Brasil parece que o desastre  e a incompetência das autoridades responsáveis pela administração dessa crise têm sido o maior responsável pelo acúmulo de cadáveres, não só nos cemitérios, mas antes na porta de entrada, nos corredores, e nas UTIs do hospitais, bem como  nos necrotérios, que não mais estão dando conta de  guardar  tantos corpos.  Os cemitérios nem mais conseguem sepultar com a rapidez recomendável a grande quantidade dos corpos que chegam às suas  portas As pás cederam  lugar às máquinas para cavar túmulos.

Mas o  problema maior reside na “burrice” das autoridades responsáveis pela  administração  dessa questão. A burocracia infernal para que se comece  o uso dos únicos remédios disponíveis, antes citados, certamente será a responsável pelo maior número de mortes. Quando o sujeito consegue finalmente vencer todas as etapas da infernal  burocracia para começar a tomar o remédio, a última das quais a de conseguir o “milagre” de uma vaga no hospital, ou diretamente  na sua UTI, com aparelhos “respiradores” e tudo o mais, o “cara” certamente  já estará com um pé “na cova”, onde poderá  chegará  rapidinho para ser enterrado numa vala comum.

Porém,o que mais vai matar  gente  nesses “trâmites” será a  extrema demora em obter autorização para começar a usar os remédios mais apropriados. A primeira dificuldade será  conseguir uma  consulta  com algum profissional que possa  avaliar o paciente e  encaminhá-lo a um hospital, se for o caso.   Mas para isso, mesmo que o sujeito possa pagar uma consulta, ou algum plano de saúde, essa consulta  terá de  ser agendada ,e dificilmente ocorrerá de “uma hora para outra”. Após isso  vem a “maratona” de obter vaga em algum hospital, quase todos com lotação  máxima. E ao que parece esses remédios só poderiam ser usados a partir dos hospitais. E isso é “sinistro”. A luta “mortal”, portanto, será mais contra o “tempo”. É o tempo quem mais mata.

O próximo passo dessa  via crucis” do  paciente vai ser a coleta de material para avaliação  em laboratório habilitado ao exame de covid-19, o que geralmente demora alguns  dias. E o paciente deverá  dar “graças a Deus” se não tiver  morrido antes da chegada do exame de laboratório.
Finalmente, quando o resultado chega, é que os remédios apropriados começarão a ser ministrados. Mas em face da demora de toda essa burocracia infernal, com quase certeza o paciente já estará dentro, ou quase dentro, de uma UTI, ou já dentro, ou  bem “pertinho”, de um  cemitério. E tudo isso por causa da “burrice” burocrática que matou o paciente.

Urge, portanto, que se apresse  na utilização dos remédios mais apropriados, logo no início da doença, ou aparecimento dos primeiros “sintomas”, que já foram detectados, e  que se resumem em “tosse seca”,”cansaço”,”febre”,”tremores/calafrios”,”dor muscular”,”dor de cabeça”,”dor de garganta” e “perda do olfato/paladar”.  E que se desburocratize ao máximo  a possibilidade de aquisição e uso dos remédios, como se fosse uma “aspirina”, por exemplo, a não ser, evidentemente, que possa haver efeitos colaterais graves na administração desses remédios - o que parece não ser o caso-  sem os requisitos “formais” ainda exigidos (receitas médicas, hospitais, exames laboratoriais  positivos de Covid-19,etc).     
      
Mas que para não se “invadam” os “direitos”,”prerrogativas”,e privilégios corporativos das casas e profissionais da saúde habilitados,  , tradicionalmente, é evidente que essa “simplificação” dos trâmites burocráticos para adquirir e usar remédios, poderia ser provisória, enquanto perdurasse essa  demoníaca pandemia. Portanto, o que queremos   deixar bem claro  ,a tudo resumindo,é que os maiores  “assassinos” dos que  morreram,  morrem, e  ainda morrerão ,em decorrência do Covid-19, são exatamente a “dupla bu-bu”,ou seja a “(bu)rrice”, combinada com a “(bu)rocracia”.
Trocando tudo em miúdos: MUITO MELHOR SERÁ TOMAR O REMÉDIO  SEM PRECISAR DO QUE PRECISAR E NÃO TOMAR A TEMPO...

[dois renomados médicos contraíram a Covid-19 e se recuperaram em tempo recorde - tudo indica que utilizaram um dos remédios citados no inicio. Não confirmaram, mas a veemência de um deles ao desmentir resultou em quase confirmação.] 

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo


domingo, 7 de abril de 2019

Governo Ibanês, ou 'enganeis' = cem dias de desgoverno

Um breve balanço dos '100 dias de governo', ou desgoverno Ibaneis.

Saúde pública

- piorou, se com Agnelo era péssima, um CAOS, 

- com Rollemberg piorou, ficando o CAOS meio CAÓTICO,

- com Ibanês,   que está piorando o antes impiorável,  o CAOS ficou CAÓTICO e MEIO. 

Pior é que acabou a fraude de atribuir as filas  infindáveis nos hospitais públicos do DF a vinda da população do Entorno - reportagem do DF-TV, provou que é o contrário, as pessoas do Entorno atendidas na rede pública de saúde do DF representam minoria, é na rede do Entorno que muitas pessoas do DF conseguem atendimento após padecer buscando atendimento nos hospitais do DF; 

Saber mais, leia A via crucis de crianças e idosos nas filas de hospitais...
"... O choro ininterrupto de Enzo Gabriel dos Reis, 1 ano, demonstrava bem a aflição de quem estava há quase dois dias sofrendo com uma febre de 40º..."

"... Dores constantes - O caso da aposentada Maria do Carmo, 86, é outra prova do que ocorre no atendimento a idosos na rede pública...."

Segurança Pública =


Outra área que prova que com Ibaneis é sempre possível piorar o que já está péssimo. 

Cumpriu, parcialmente,  a promessa de que as delegacias circunscricionais funcionariam 24 horas por dia - estão funcionando, só que Ibaneis quer um milagre da Polícia Civil = manter as DPs funcionando 24/7 sem aumentar o efetivo, que permanece o mesmo da década de 90.

Ibaneis quer a PM fazendo ronda em todos os locais, também com efetivo dos anos 90 - cidade com mais de 50.000 habitantes com três viaturas fazendo ronda.

Educação =

Vale o velho ditado: pior do que o de ontem e melhor do que o de amanhã.
A militarização das escolas, uma boa medida  quando e  se fosse implantada, vai ficar só nas quadro primeiras e tudo indica únicas.
A solução agora está nas mais de 4.000 câmeras que o secretário de Educação prometeu - de onde vai sair o dinheiro, só ele sabe e não conta para ninguém.

Transporte = 

Prometeu moralizar o sistema de passe livre, restringindo a gratuidade e acabando com o uso indevido. 
Nada foi feito, todo dia a TV mostra as fraudes ocorrendo livremente e não aparece fiscalização para prender os fraudadores - apreendendo e cancelando os cartões fraudados e colocando o dono dos mesmos em uma lista  = para impedir que obtenham novos cartões = e coibir os absurdos.

Ao contrário, agora tem um projeto para dispensar  BM e PM da obrigação de pagar passagem, mesmo quando fora de serviço, inclusive à paisana, a pretexto de impedir assaltos.
OUTRA MANCADA:  o PM fardado pode até desestimular um assaltante - vendo um policial fardado o bandido desiste daquele ônibus.
A paisana o máximo que o PM pode fazer é iniciar um tiroteio em um coletivo lotado e o resultado todos sabem = morte de inocentes.
Se espera que Ibaneis tenha o bom sendo de vetar o projeto, cuja autoria é, mera coincidência, de um deputado distrital bombeiro.

Tem mais, mas, vamos encerrar, já está ficando monótono:

Ibaneis na campanha prometeu que só nomearia para o seu governo FICHA LIMPA;
começou tentando nomear para a Caesb um ex-deputado enrolado em um litígio com a Caesb, por invasão de área daquela Empresa.
Desistiu, mas, nomeou o cidadão para a CODHAB-DF - assim, aproveita a experiência do nomeado em invadir terras públicas.

Teve outras nomeações irregulares e tentativas, mas, vamos encerrar 

falando de outra nomeação do Ibanês = nomeou para um cargo em comissão um cidadão com uma pequena pendência com a Justiça - tem uma pena de prisão a cumprir de apenas 28 anos.

Eventuais transcrições sobre a saúde são do Correio Braziliense

Para saber mais sobre o travamento de paridade salarial da Polícia Civil com a PF - com reflexos em melhorias salariais para PMs e BMs - clique aqui - e saiba mais sobre o abandono da promessa de campanha de pagamento da terceira parcela do reajuste dos servidores e a negociação de aumento.

sábado, 6 de abril de 2019

O presidente vai morrer pela boca

Cem dias depois, parece uma eternidade.  

O Brasil, nesse acomodar de novo governo, vai vivendo de desatino em desatino, levado pela verve destrambelhada do presidente Bolsonaro. O mandatário repete a via crucis de Jânio Quadros que durou sete meses — com bizarrices em atos e palavras típicas de um menestrel de crises. 

Avacalha a verdade. Diverte-se em polemizar com retrocessos na área de costumes. Dá as costas para os reais e urgentes problemas da Nação (emprego, reativação da economia e quetais). Nesse pormenor, com um agravante: o quadro está piorando muito. E rapidamente. A perspectiva de crescimento do PIB já foi revista, para baixo, cinco vezes neste ano, um recorde de recálculos negativos. Encontra-se agora em minguados 1,9% e ninguém de firme convicção e conhecimento de causa crê em algo melhor do que o ocorrido ano passado. O desemprego voltou a crescer no período sob a égide bolsonarista (janeiro e fevereiro com dados divulgados), após dois anos consecutivos de melhora na taxa. Em outras palavras, inverteu-se a curva para pior. 

Já são mais de 13,1 milhões de desempregados, quase 50 milhões de pessoas sem o mínimo para garantir a subsistência. E, como se sabe, o flagelo da falta de trabalho e renda destrói qualquer perspectiva de otimismo e apoio. Não há prosperidade visível nem no médio ou longo prazo. Culpa da tática adotada até aqui. Alguém apontou que o governo assumiu com aparência de pão dormido. Pesquisa mostra que empresas agora só projetam retomada para 2020 e a devastação da confiança fez a popularidade do “mito” derreter. São dados. Fatos. Longe da torcida dos áulicos seguidores. A indústria recuou dez anos e voltou em fevereiro ao nível de produção de março de 2009. A atividade do setor está tão ou mais emperrada que nos idos da recente recessão da fase Dilma. Aos números: em janeiro o desempenho foi negativo, de 0,8%, o pior resultado em quatro meses. O volume produzido também ficou 0,2% menor ao de igual período do ano passado. O enfraquecimento da manufatura no chão de fábrica é reflexo direto e visível da baixa demanda. 

Parlamentares dos partidos de sustentação reconhecem que a sociedade está cansada e que mesmo aliados mais ferrenhos estão perdendo o encanto. Ninguém de seus próximos assessores se atreveu ainda a lhe dizer, talvez por receio, mas admitem à boca pequena que o mandato do capitão reformado está sofrendo um apagão gerencial. Nada anda, os ministérios funcionam a galope de polêmicas, setores como o da Educação são literalmente dilapidados. No plano da saúde, metas estabelecidas, como a da imunização da população nas primeiras semanas, não foram cumpridas. No campo externo, estragos são notados com os protestos e promessas de retaliações de parceiros estratégicos, chineses e árabes à frente. Não precisa nem lembrar do “golden shower” do carnaval, das suspeitas que o mandatário lançou erroneamente sobre o Ibama, da falsa promessa de diminuir o Imposto de Renda (depois desmentida por assessores), dos ataques sem propósito na articulação com o Congresso…a lista de escorregões é infindável. Como aprendiz de presidente, Bolsonaro revelou-se um tremendo encrenqueiro, inapto naquilo para o qual foi eleito. 

Deveria ter trabalhado mais e falado menos. Deixado de lado o proselitismo digital e ido à prática. Com um repertório limitado, um comportamento quase infantil e a agenda retrógrada a tiracolo, escolheu o caminho contrário. Montou uma verdade paralela, alimentada por factoides. Ele e sua claque de fanáticos robotizados geraram fake news em série, despautérios históricos e esquisitices na velocidade da luz, sem cessar uma única semana. Não passa dia sem que o bolsonarismo promova versões delirantes, como a de que não existiu a ditadura, de que o nazismo é de esquerda ou a de que o IBGE referência mundial em estatísticas — erra nos seus números. 

Com um detalhe: ao contestar levantamentos oficiais do IBGE, por exemplo, Bolsonaro repete, palavra a palavra, a ladainha conhecida e praticada justamente por seus antecessores petistas, a quem repudia. Escolhe a pior alternativa. Na lógica vesga: se a verdade não é boa, desconsidere a sua existência. Culpe o termômetro pela febre alta, atropele as instituições, renegue critérios científicos, faça de conta que o levantamento é frágil. Bolsonaro obedece à cartilha de mandamentos dos populistas com a disciplina de monge tibetano. Como qualquer um, tem direito às próprias opiniões, mas não aos próprios fatos. Bolsonaro queria ouvir do IBGE, precisava alardear, que o índice de emprego estava bombando, com ofertas de trabalho aparecendo aos montes por mera osmose. Seria um bom cartaz de propaganda dos 100 dias. Não conseguiu o tento e partiu à reclamação rasa. Ele tem, decerto, um relacionamento, digamos, fugaz, de quase descaso, com as evidências. 

MATÉRIA COMPLETA em IstoÉ
 

Carlos José Marques, diretor editorial da Editora Três


quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Quem foi Che Guevara?

É hora de tirar a sorridente máscara de Che e revelar a sua verdadeira face.

Por: general Ion Mihai Pacepa:


Hollywood se despede de 2009 com uma fraude monumental: o épico Che, de Steven Soderbergh, com quatro horas de duração, em Castelhano, transformando um assassino marxista sádico num, de acordo com o New York Times, “genuíno revolucionário durante as estações do seu martírio”.  A palavra “estações” faz referência a Cristo nas Estações do Calvário – a Via Crucis.  O protagonista do filme, Benicio del Toro, realmente comparou “o herói revolucionário cubano Ernesto Che Guevara” a Jesus Cristo.
O Che de Soderbergh é uma ficção criada pela comunidade KGB, da qual fez parte o serviço de espionagem romeno ao qual pertenci – o DIE – numa época que me coloca diretamente na trama. O Che real foi um assassino que comandou pelotões de fuzilamento comunistas e fundou o terrível gulag cubano. Foi também um covarde que obrigou os outros a lutar até a morte pela causa comunista e que mandou para o patíbulo centenas de pessoas que se recusaram a fazê-lo, mas que se rendeu sem luta ao exército boliviano embora estivesse armado até os dentes. “Não me matem” implorou Che aos seus captores. “Valho mais vivo do que morto”.  O filme de Soderbergh omite este episódio – o qual demoliria o seu Che.
Eu poderia escrever um livro sobre como o terrorista Che foi transformado num ídolo esquerdista inspirador como um belo príncipe emergindo lindamente de uma repulsiva lagarta – e pode ser que o faça algum dia. Por enquanto, aqui vai um resumo de como a KGB criou o seu Che de ficção.
Na década de 1960, a popularidade do bloco soviético estava em baixa. A brutal repressão soviética ao levante húngaro de 1956 e o seu papel na crise dos mísseis cubanos de 1962 enojaram o mundo, e cada um dos ditadores dos países satélites soviéticos tentou se safar como pôde. Khrushchev substituiu a “imutável” teoria marxista-leninista da revolução proletária mundial pela política de coexistência pacífica e fingiu ser um defensor da paz. Dubcek apostou num “socialismo com face humana” e Gomulka no lema “deixe a Polônia ser a Polônia”. Ceausescu proclamou a sua “independência” de Moscou e se retratou como um “dissidente” dentre os líderes comunistas.
Os irmãos Castro, que temiam qualquer tipo de liberalização, decidiram apenas maquiar, com uma romântica fachada revolucionária, o seu comunismo desastroso que estava matando o país de fome. Escolheram Che como garoto propaganda, já que ele havia sido executado na Bolívia – na época um aliado dos EUA – e assim podia ser retratado como um mártir do imperialismo americano.
A “Operação Che” foi lançada mundialmente pelo livro “Revolution in the Revolution”uma cartilha para insurreição guerrilheira comunista escrita pelo terrorista francês Régis Debray – que elevou Che aos altares. Debray dedicou a sua vida a exportar a revolução estilo cubano por toda a América Latina; em 1967, entretanto, uma unidade das forças especiais bolivianas treinada pelos EUA o capturou, juntamente com todo o bando guerrilheiro de Che.
Che foi sentenciado à morte e executado por terrorismo e assassinato em massa. Debray foi sentenciado a 30 anos de prisão mas foi libertado depois de três anos devido à intervenção do filósofo francês Jean Paul Sartre, um comunista romanticamente envolvido com a KGB, que também era o ideólogo do bando terrorista Baader-Meinhof. Sartre aclamou Che Guevara como “o ser humano mais completo do nosso tempo”. [4] Em 1972, Debray retornou à França, onde trabalhou como conselheiro para a América Latina do presidente François Mitterrand, e dedicou o resto da vida a disseminar o ódio contra os Estados Unidos.

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