Percival Puggina (79) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
domingo, 17 de dezembro de 2023
Sérgio Moro, o fracasso do sucesso - Percival Puggina
sábado, 8 de outubro de 2022
Tanto pró e tanto contra - Carlos Alberto Sardenberg
Em termos técnicos, pode-se dizer que todos os institutos de pesquisa estão certos, cada um à sua maneira. Quer dizer, conforme os métodos e critérios que utilizam. Mas, se todos estão corretos ao mesmo tempo e mostram resultados diferentes, pode-se dizer também que todos estão errados.
Ou seja, não é por aí que se vai entender o que se passa no país. E o que se passa? Há um momento ou, se quiserem, uma onda de direita, conservadora, pró-capitalista, e que é muito maior que o bolsonarismo raiz, este sendo a extrema-direita.
No caso da eleição presidencial, os maiores institutos [ou empresas de pesquisa, com fins lucrativos e adaptando seus produtos ao gosto do cliente?] e a maior parte dos analistas enxergaram uma onda de voto útil pró-Lula, um forte sentimento para acabar com a coisa no primeiro turno. Houve esse voto útil, mas não na escala antecipada. O movimento não saiu das elites partidárias e intelectuais.
E houve uma espécie de contra voto útil, em Bolsonaro. Isso não foi captado. O presidente teve um resultado melhor do que o indicado nas pesquisas.Pode-se resumir assim: o voto à esquerda foi superestimado. Inversamente, o voto à direita foi subestimado.
Não foi a primeira vez. Há um padrão aí. Nas duas eleições que
venceu, [passado, que não se repetirá.] Lula teve no primeiro turno menos votos do que indicavam as
pesquisas. Idem para Dilma e para Haddad, este em 2018. [oportuno lembrar que NUNCA, desde a invenção da reeleição, um candidato no governo perdeu.]
E neste ano, esse padrão foi claramente registrado nos estados, nas eleições para governador e senador. Em quase todos os lugares, a direita foi subestimada.
Considerem São Paulo. Tarcísio de Freitas, a direita, parecia disputar a segunda vaga com Rodrigo Garcia (PSDB), Haddad liderando fácil. Nas urnas: Tarcísio com folgada liderança, Haddad decepcionado.
E ninguém acreditava que o astronauta se elegeria, muito menos com tanta facilidade.
Considerem o Rio Grande do Sul. O bolsonarista Ônix parecia disputar a segunda vaga. Pois chegou bem na frente. Eduardo Leite (PSDB), suposto favorito, passou raspando para o segundo turno e está bem atrás.
No Rio, Castro estava na frente, mas chegou com muito mais folga.
Idem para Romeu Zema (Novo) em Minas.
O que aconteceu?
Uma resposta: é o antipetismo. Outra, paralela: pesaram muito dois tipos de votos, o evangélico e o de costumes, de conservadores contra agenda progressista.
Não pode ser só isso.
No interior de estados como São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, por exemplo, o voto evangélico não tem peso significativo. Podem ser conservadores, mas não radicais. Em São Paulo, Tarcísio teve mais de 9 milhões de votos. Seria tudo antipetista? Tudo fascista?
Tem que ser também a favor de alguma coisa. E basta olhar os temas fortes da campanha vencedora: obras, privatização, concessões, liberdade de empreender, garantias ao ambiente de negócios. Vale também, e muito especialmente, para Romeu Zema em Minas, aliás, desde já um importante quadro da direita. Ele teve mais votos que Bolsonaro.
Bolsonaro teve 51 milhões de votos. De novo, não é possível que sejam todos extremistas reacionários. Bolsonaro ganhou no Sul, Sudeste e Centro-oeste, regiões que têm uma característica em comum: são as mais desenvolvidas e pelo modelo capitalista. É o setor privado que comanda. E esse pessoal se incomoda com o intervencionismo estatal do PT.
Já Lula ganhou no Nordeste e no Norte, onde as populações e a economia são mais dependentes de ações dos governos.
Não é por acaso que políticos em torno de Bolsonaro procuram
“moderar” o presidente e afastar os bolsonaristas raiz, aquela turma de
2018. Lula se move para o centro. Os votos dos pais do Real e de Simone
Tebet, por exemplo, vão nessa direção.[QUAL O REAL VALOR DOS VOTOS DESSAS PESSOAS? nos parece que valem tanto quando os do Boulos, da Bolsoraya, do Doria, do Joaquim Barbosa, etc.] Além disso, esses votos se
baseiam na convicção de que Bolsonaro é ameaça à democracia – pelo que
já fez e pelo que pode tentar, dado o peso conservador no novo
Congresso.[agora o Congresso, pró Bolsonaro, se tornou uma ameaça à democracia??? convenhamos que ser contra um Congresso eleito em eleições livres, democráticas, plena soberania dos votos, é opção não muito democrática.]
Carlos Alberto Sardenberg, jornalista
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021
Doria chamou a prefeita de Bauru de 'vassala' de Bolsonaro. Tem cabimento? O Estado de São Paulo
É esquisito
Bauru, com os seus quase 400.000 habitantes, suas tradições e a glória de ter visto Pelé nascer para o futebol, é sem dúvida uma cidade notável – a começar por seus filhos ilustres, como o imortal inventor do sanduíche “bauru”, o jornalista Reali Jr. e o primeiro (e único) astronauta brasileiro, o atual ministro da Ciência e Tecnologia, além de muito mais gente boa. Mas, mesmo com tudo isso, Bauru continua sendo apenas um entre os 645 municípios de São Paulo; não há razão, assim, para mobilizar tão intensamente as atenções do governador do Estado, nem de levantar tanta ira de sua parte. É esquisito; não se espera que um governador de Estado, sobretudo do Estado mais importante do País, ande por aí procurando briga com um prefeito de cidade do interior, não é mesmo?
O Estado de São Paulo, o mais rico do País, com mais leitos de UTI, mais hospitais, mais médicos, mais oxigênio, mais equipamento técnico de primeira linha, mais recursos e mais tudo, já teve acima de 50.000 mortos por causa da covid; os números paulistas, proporcionalmente, estão piorando os números do Brasil. Não dá para dizer que o responsável é o governador. Também não adianta nada brigar com a prefeita de Bauru.
JR Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo
sexta-feira, 22 de maio de 2020
O cerco se aperta - Coluna Carlos Brickmann
O vírus chapa-branca
sábado, 1 de dezembro de 2018
A força da caserna - É o governo verde-oliva
O ex-capitão Jair Bolsonaro compõe o Ministério à sua imagem e semelhança ao anunciar seis militares como ministros e dois como assessores. É o governo verde-oliva
O capitão paraquedista Jair Bolsonaro deixou o Exército na década de 1980. Mas o Exército de fato nunca saiu dele. Sua trajetória política nos 28 anos como deputado federal sempre foi marcada pela declarada admiração ao tempo em que os militares estiveram à frente dos governos da ditadura. Em um de seus primeiros discursos em louvação ao regime militar, em 2005, quando o golpe de 1964 completou 41 anos, ele já dizia que foi graças aos militares que o Brasil entrou nos prumos. Em 64, segundo ele, o País vivia “um clima de corrupção, de greve generalizada, de insubordinação nas Forças Armadas, de caos absoluto”. Na sua visão, o quadro indicava “a perspectiva de iminente guerra civil” e foram os militares no poder que deram fim a tudo isso. “Sob os governos militares, o País passou da 49ª para a 8ª economia do mundo, dando um impressionante salto de qualidade”. Essas frases demonstram a convicção que Bolsonaro tem quanto à eficiência militar para resolver os problemas brasileiros.Agora, como presidente eleito, ele pode colocar em prática as teorias sobre 1964, quando tinha apenas 9 anos de idade, escalando colegas de farda para colocar ordem no País. Para Bolsonaro, a presença em postos-chave de oficiais militares da reserva será a vacina para combater os males do presidencialismo de coalizão e suas conseqüências, como o loteamento político do poder, considerado por ele como a raiz da corrupção disseminada nos governos petistas de Lula e Dilma Rousseff. Aos militares, de um modo geral, Bolsonaro vai entregando os cargos estratégicos de seu governo.
O poder dos generais
Até o momento, seis militares de alta patente fazem parte do núcleo duro do governo, à frente dos ministérios mais importantes. Com o próprio Bolsonaro, já são nove aqueles que no primeiro escalão têm origem militar. Seu vice, o general Hamilton Mourão, será uma espécie da gerente do governo. Também são generais o futuro ministro da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz; o futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno; e o futuro ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva. O astronauta Marcos Pontes, que assumirá o Ministério da Ciência e Tecnologia, é tenente-coronel da Aeronáutica.
Há ainda outros dois ministros que chegaram a fazer as academias militares, mas não a seguir carreira nas Forças Armadas. Tarcísio Gomes de Freitas, que será ministro da Infraestutura, é formado em Engenharia Civil pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e auxiliou a Companhia de Engenharia da Missão de Paz no Haiti. Wagner Rosário, que é hoje o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU) e continuará no cargo, é formado em Ciências Militares pela Academia das Agulhas Negras.
(...)
Além disso, a partir de Fernando Henrique Cardoso, os presidentes fizeram uma mudança até hoje não perdoada pelos militares. Os comandantes militares deixaram de ser ministros da Defesa e um civil passou a chefiá-los. O presidente Michel Temer alterou esse quadro ao colocar o general Joaquim Silva e Luna no Ministério da Defesa. Durante a própria campanha, o presidente eleito já defendia enfaticamente o nome de militares para compor a cúpula do seu governo, principalmente em ministérios historicamente reconhecidos pela ineficiência e símbolos de corrupção. Tanto que a ideia do vice-presidente, general Hamilton Mourão, de ser uma espécie de coordenador de ações ministeriais, é bem vista tanto pelo presidente Bolsonaro, quanto por outros integrantes do eixo militar que o apóiam. A indicação de Tarcísio de Freitas, para comandar o Ministério da Infraestrutura, também é uma alternativa para impor ordem em uma área considerada estratégia no novo governo, que é o acompanhamento de obras públicas, um setor geralmente impregnado por contratos superfaturados.
O problema nas primeiras escolhas, conforme parlamentares ouvidos por ISTOÉ, está na decisão de colocar um militar para cuidar da articulação política, o general Santos Cruz. Os deputados e senadores não são subordinados do governo, mas constituem um outro poder, consideram esses parlamentares. “Militar é bom para coordenar obras. Para a política, eles ainda são iniciantes”, disse um parlamentar. O tempo dirá se a expectativa de ordem e disciplina na Esplanada dos Ministérios desejada por Bolsonaro terá sucesso.
Matéria completa em IstoÉ