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domingo, 2 de julho de 2023

Uma estrada perigosa - Percival Puggina

         Antigamente, editavam-se almanaques com intuito pedagógico destinados ao público infantil.  
Sempre incluíam afazeres, como o clássico “encontrar a diferença” entre duas imagens aparentemente idênticas. 
Outro, bem mais fácil, era o exercício de “juntar os pontinhos”. Enquanto a criança ia ligando ponto a ponto, desenhava um objeto qualquer. Na maior parte dos casos era desnecessário riscar para antever o que ali estava representado.

Penso que o brasileiro está nessa situação, juntando os pontinhos de um projeto que lhe impuseram, não se requerendo muito talento para saber que o desenho não é de boa inspiração.

Nas ditaduras e nos regimes totalitárioscomunismo, fascismo e nazismo – quem está no poder diz fazer com a melhor das intenções o mal que deveras faz. 
Hitler organizou o estado nazista para “defender a ordem, o Direito e a Liberdade”. 
Stalin foi um monstro e teve seus crimes revelados por Krushchev em 1956. Contudo, em anos bem recentes, comédias e obras sérias sobre seus crimes foram censuradas sob a alegação de “depreciarem a luta contra o fascismo”. 
Afinal, alegam os censores russos, sob Stalin a URSS venceu a guerra contra Hitler no front oriental. O elogio em boca própria, vitupério da censura, é a falsa nobreza de suas intenções.  Em 2018, a deputada russa e ex-atriz Yelena Drakova, conclamou: “Nós devemos começar a viver com leis dos tempos de guerra”.

Juntando os pontinhos do desenho que tenho diante dos olhos, observo que os ministros de nossas Cortes, como escrevi outro dia, iniciam suas manifestações, decisões e votos, apontando como bases supostas guerras institucionais terrorismo, golpismo, conspirações, fake news.  Bem ao gosto da deputada Yelena. São generais de uma guerra particular contra inimigos indefesos. E por aí vão novos pontinhos.

O presidente da República pontua a parte que lhe cabe com a calorosa e generosa recepção ao camarada Maduro e a proclamação do caráter relativo da democracia.  
Ora, tudo que é relativo atrela essa condição a algo que lhe é absoluto. 
É fácil entender o motivo pelo qual nenhum jornalista formulou diretamente a Lula a pergunta tão óbvia quanto urgente sobre qual a natureza desse poderoso absoluto. 
E vão os pontos desenhando a estrada.
 
Foi por coincidir com esse desenho que o Foro de São Paulo se reuniu em Brasília. 
Foi por isso que a presidente da sessão de abertura tanto agradeceu a Lula e que Lula declarou, entre alegres risos e aplausos, que não se importa de ser identificado como comunista. Fica bem enquadrado no desenho haver ele dito nessa manifestação oficial e formal aos camaradas presentes: “Aqui no Brasil, nós enfrentamos o discurso do costume, o discurso da família, o discurso do patriotismo. Ou seja, aqui nós enfrentamos o discurso de tudo aquilo que a gente aprendeu historicamente a combater”.  Vá juntando os pontinhos aí, caro leitor.

Novos pontos chegam e continuarão chegando cotidianamente, desenhando a perigosa estrada por onde somos conduzidos. Ponto a ponto, a esquerda festeja, e se diverte, e ressoa como o coral de Brecht na peça “A medida punitiva”. Enquanto junto pontos, leio o “Discurso da servidão voluntária”, obra de Etienne de la Boétie (1554). Com um trecho dele, encerro estas linhas e seus pontos.

Mas ó, bom Deus! Que fenômeno estranho é esse? Que nome devemos dar a ele? Qual a natureza desse infortúnio? Qual é o vício, ou melhor, qual a degradação? Ver uma infinita multidão não apenas obedecendo, mas levada ao servilismo? Não governada, mas tiranizada?”.

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

 

É ditadura mesmo! - Revista Oeste

Rodrigo Constantino

Reconhecer isso é crucial para eventualmente reverter o quadro. Afinal, a forma mais rápida de perder uma guerra é fingir que não está nela


Foto: Shutterstock

Participo de um grupo de WhatsApp com alguns intelectuais liberais e conservadores, enquanto isso ainda é permitido no Brasil. Após a ação civil pública, de dois procuradores do Ministério Público Federal de São Paulo, pedindo a cassação de concessões de telecomunicação da Jovem Pan, iniciou-se um debate no grupo sobre como definir o que temos em nosso país hoje. Alguns sustentaram que o correto é falar em “democracia iliberal”, outros preferiram o termo “ditadura” mesmo, mais direto. 

“Que diferença faz?”, pode perguntar o leitor. Sou alguém chato com conceitos, pois eles importam. Mas a essência é mais importante do que o nome, sem dúvida. Se balança o rabo como um cachorro, late como um cachorro e anda como um cachorro, você pode até chamar de gato, mas é um cachorro. 
 Falar em “democracia iliberal” serve, em minha opinião, apenas para suavizar nossa triste realidade. A “democracia” brasileira age como uma ditadura, persegue como ditadura, censura como ditadura. Logo, é uma ditadura!

E reconhecer isso é crucial para eventualmente reverter o quadro. Afinal, a forma mais rápida de perder uma guerra é fingir que não está nela. 
Todos aqueles que aceitam o verniz de normalidade institucional no Brasil hoje colaboram para o avanço do regime opressor
Chamar juristas para opinar na imprensa sobre as decisões de ministros supremos ou do TSE, como se fosse um debate sério sobre Direito, é conceder uma aparência de legitimidade ao que é claramente decisão política.Sessão plenária do TSE (27/6/2023) | Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE

Tenho lugar de fala. Sou alvo da ditadura, da censura prévia inconstitucional, tive minhas contas bancárias congeladas e até meu passaporte cancelado, sem qualquer crime cometido
Portanto, não esperem que eu participe de um simulacro de democracia, ainda que com a qualificação de “iliberal”, quando sei na pele se tratar de uma tirania abjeta. Aquela que conta com o Poder Judiciário como instrumento é a pior de todas, pois dá ares de legalidade ao que não tem, e não há a quem recorrer.

Por medo, muita gente está calada. Mas ninguém atento e sério vai negar que inúmeros atos são típicos apenas em ditaduras. 
Criaram a falsa premissa de que a direita “bolsonarista” é uma ameaça terrível à democracia, que o ex-presidente é golpista e genocida, e que persegui-lo e a seus apoiadores é questão de sobrevivência democrática. Para “salvar a democracia”, aceitaram as práticas ditatoriais, o duplo padrão que acaba com o império das leis, a censura, a prisão arbitrária, tudo! Lula, em clima amistoso com o ministro do TSE Benedito Gonçalves, durante a posse de Alexandre de Moraes no comando do TSE (17/8/2022) | Foto: Reprodução/Twitter

O ministro que recebe tapinha no rosto de Lula e diz “missão dada é missão cumprida” ao pé do ouvido de Alexandre de Moraes vota pela inelegibilidade de Bolsonaro pelo “conjunto da obra” e pelo “flerte com o golpismo”. Criamos crimes novos, ridículos, e a velha imprensa aplaude. É tudo tão escancarado que nem mesmo um tucano moderado, se tiver um pingo de decência, vai negar a perseguição política. O intuito é eliminar a direita do jogo e voltar ao velho esquema corrupto das esquerdas, com a presença da “direita” permitida para fingir que há pluralidade.

Nenhuma tirania se satisfaz com isso e recua voluntariamente depois de saciar sua sede de poder. Quando a porteira se abre para perseguir impunemente determinado adversário político, passa a boiada toda. O teatro, porém, é patético e não engana mais ninguém, apesar do esforço dos veículos de comunicação que vibram com a destruição de um concorrente — efetivamente plural, ao contrário deles, com hegemonia esquerdista em seus cinquenta tons de vermelho. A Gazeta do Povo, único jornal sério entre os grandes que restou no país, escreveu um editorial esta semana sem rodeios, onde conclui:  “O que temos, portanto, é uma enorme sequência de criminalização de opiniões que não são criminalizáveis, apoiada pelo uso de conceitos que também não constituem nenhum ilícito legalmente definido, usada para se solicitar uma medida completamente desproporcional que traz de volta os abusos do regime militar brasileiro e o de ditaduras de esquerda como a venezuelana e a nicaraguense. Cabe ao Judiciário responder ao ativismo militante dos procuradores do MPF com a defesa sólida das liberdades de expressão e de imprensa, pois a retirada de concessões de veículos de comunicação por ‘crimes de opinião’ é sinal de que o autoritarismo avança a passos largos no país.” Foto: Reprodução Gazeta do Povo

O único problema é que o Poder Judiciário tem sido justamente o principal instrumento para essa perseguição tirânica.  
O sistema podre e carcomido se uniu para criar a “democracia sem povo”, a “liberdade sem contraditório”, a tirania perfeita, com ares de legitimidade democrática. Infelizmente, não são poucos os que ainda se negam a enxergar o óbvio, pois os perseguidos são associados ao movimento conservador.

Ocorre que nenhuma tirania se satisfaz com isso e recua voluntariamente depois de saciar sua sede de poder. Quando a porteira se abre para perseguir impunemente determinado adversário político, passa a boiada toda, e qualquer um que passar a criticar o regime será também alvo. Afinal de contas, não é crítica, é “ataque às instituições”, e isso o sistema não pode tolerar
Quando aceitam essa premissa contra Bolsonaro, ou Deltan Dallagnol, ou Daniel Silveira, ou Paulo Figueiredo, ou Jovem Pan, não há qualquer razão para ficar restrito a eles o abuso de poder. 
Acreditar no contrário é prova de profunda ingenuidade dessas focas que vibram com cada golpe na direita, encantadas com a força do tubarão. Elas nem se dão conta de que também serão devoradas depois…

Leia também “Os 18 do Senado”
 

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Cuba envia soldados para lutar pela Rússia na Ucrânia em troca de dinheiro, denunciam ONGs - Gazeta do Povo

 

Por $$, Cuba envia seus jovens
para morrer na Rússia

 

Quando a gente pensava que a ditadura cubana, que tortura e mata os opositores, que deixa a população à míngua, que transforma seus médicos em escravos,  não podia descer ainda mais, ela vai além do fundo do poço. Agora a ditadura preferida de 11 a cada 10 Chico Buarques está mandando seus jovens para morrer na Guerra da Ucrânia em troca de dinheiro.  

Não contente em destruir o futuro de seus jovens com um sistema político e econômico falido chamado comunismo, agora envia o futuro do país para servir de bucha de canhão dos russos na injusta invasão da Ucrânia. A prática não é novidade: Cuba ganhava mil dólares por soldado enviado para lutar na África na época de Fidel Castro. 

O repórter John Lucas explica mais esta nojeira comunista nesta ótima reportagem.

 

John Lucas - Mundo

A Fundação para Direitos Humanos em Cuba, uma organização não governamental sediada nos Estados Unidos, denunciou na semana passada que o regime cubano está enviando soldados para lutar pela Rússia na guerra contra a Ucrânia. De acordo com as informações da ONG, isso estaria ocorrendo nos moldes de um acordo comercial, que estaria gerando dinheiro para o regime do Partido Comunista Cubano.

A denúncia foi feita através de um vídeo disponibilizado no Twitter da ONG. Nele, Hugo Acha, diretor de pesquisas da organização, afirmou que existem cubanos lutando pela Rússia nos territórios ocupados pelo país na Ucrânia.

Acha afirmou que “Cuba é um dos aliados transatlânticos mais relevantes da Federação Russa na agressão contra a Ucrânia”. “Isso fica demonstrado, em primeiro lugar, na maneira como as entidades e organismos de propaganda de Havana construíram a narrativa que equipara o agressor e a vítima”, apontou o diretor.

Acha lembrou que, na época de Fidel Castro, o regime cubano chegava a ganhar cerca de US$ 1.000 por soldado enviado para lutar em conflitos na África. “As dezenas de milhares de jovens cubanos mortos, feridos, mutilados e desaparecidos durante esses conflitos eram apenas uma fonte de lucro para o regime”, disse.

Para Acha, neste momento está ocorrendo a mesma coisa com o envio de soldados cubanos para a Rússia. Ele acusou o regime de Miguel Díaz-Canel de receber uma compensação financeira por cada militar cubano que chega ao país de Vladimir Putin para lutar na guerra da Ucrânia. “Vale a pena questionar, será que é uma equação válida trocar as vidas da juventude cubana pelo enriquecimento de uma elite corrupta, cujo único objetivo é o seu próprio enriquecimento?”, disse o diretor de pesquisas.

Alerta para a União Europeia
Na quarta-feira passada (14), a ONG Prisioners Defenders emitiu um comunicado afirmando que havia alertado diversas organizações de direitos humanos e autoridades da União Europeia (UE) de que nos últimos meses Cuba e Rússia estariam estreitando ainda mais suas relações. A organização ainda afirmou que o regime cubano “optou claramente por apoiar a guerra na Ucrânia” neste momento.

Ainda segundo o comunicado, o fortalecimento da aliança com a Rússia era exatamente o que Cuba estava buscando nos últimos anos, já que o país está necessitando de novos acordos políticos e comerciais para tentar superar a grave crise que vem enfrentando. A Prisioners Defenders ainda reforçou a denúncia de Hugo Acha, afirmando que o regime de Havana já estaria enviando de “forma regular” soldados da ilha para lutar na Ucrânia.

A ONG destacou que, para confirmar a informação, “basta consultar a lei de Cuba para saber que nenhum militar cubano pode sair da ilha e entrar em tal conflito sem ter sido enviado por seu governo com o passaporte ‘oficial’, ou seja, são soldados ‘alugados’ pela Rússia por meio de acordo com o governo de Cuba, pois de outra forma não podem sair da ilha”.

A organização também revelou que a ditadura de Díaz-Canel assinou um acordo para enviar tropas a Belarus com o objetivo de “receber treinamento militar”.

Segundo o comunicado, “talvez o exército cubano seja um dos poucos no mundo que não precisa receber treinamento das tropas de Alexander Lukashenko [ditador de Belarus], a menos que o treinamento tenha como objetivo entrar em combate usando armamentos modernos fornecidos pela Rússia, o que faz todo o sentido na situação atual, já que [...] os meios de comunicação russos estão divulgando [a presença d]os militares cubanos enviados para lutar na Ucrânia”.

Em maio, veículos de comunicação cubanos, que são controlados pela ditadura castrista, divulgaram informações de que militares da ilha estariam sendo enviados para Belarus com o objetivo de “receber treinamento militar”.

O Ministério da Defesa de Belarus, aliado próximo de Moscou que está recebendo armas nucleares táticas russas em seu território, confirmou que as forças armadas regulares de Cuba haviam assinado um acordo para “treinar tropas no país”.

O vice-ministro da Defesa para Cooperação Militar Internacional de Belarus, Valery Revenko, disse que tinha discutido o treinamento das tropas cubanas no seu país com autoridades cubanas e russas. Ainda segundo informações da mídia russa, imigrantes cubanos que vivem no país “se juntaram ao exército” para lutar com as tropas que invadiram a Ucrânia, depois que Vladimir Putin assinou uma lei para conceder cidadania aos que se alistassem.

De acordo com as informações, os cubanos receberiam pagamentos em rublos equivalentes a US$ 2.433 do orçamento federal e outros US$ 2.500 do orçamento regional de Ryazan, região central da Rússia onde estão alocados. Os cubanos também estão recebendo, além desses pagamentos, “um salário mensal de US$ 2.545”.

Reaproximação
Nos últimos meses, a relação entre Cuba e Rússia tem se intensificado. Os dois países vêm acertando uma série de acordos militares, políticos e econômicos que parecem ter como objetivo principal aumentar novamente a influência russa na ilha.

Além disso, desde o início do conflito na Ucrânia, Cuba adotou a narrativa russa sobre a guerra e os meios de comunicação estatais do país tentam desacreditar as reportagens ocidentais sobre a invasão promovida pelos russos. Cuba também se absteve diversas vezes de votar para condenar as ações de Putin nas Nações Unidas. A aliança entre Cuba e Rússia remonta à época da Guerra Fria, quando a ainda União Soviética apoiou o regime comunista de Fidel Castro por meio de subsídios econômicos e armamentos.

Após o colapso da URSS em 1991, Cuba passou a enfrentar uma grave crise econômica e social, que vem se agravando nos últimos anos com aumento da inflação, escassez de alimentos e remédios e manifestações populares pedindo por abertura política. [Cuba iniciou, Venezuela segue com aumento da inflação,   escassez de alimentos e remédios, e no que depender da vontade do petista que preside o Brasil, seremos o terceiro da fila.]

sexta-feira, 14 de abril de 2023

'Se o Brasil, a China ou os Brics querem substituir o dólar, boa sorte com isso', diz ex-embaixador dos EUA [Lula envergonha o Brasil]

Thomas Shannon é ex-embaixador dos EUA no Brasil Eliária Andrade

Em sua visita à Pequim e Xangai, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está “repetindo a narrativa da China”, e isso não trará benefícios ao Brasil. Essa é a avaliação do embaixador americano Thomas Shannon, que chefiou a embaixada dos Estados Unidos em Brasília durante os anteriores governos do PT e é ex-subsecretário do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado.

Em entrevista ao GLOBO, Shannon comentou a visita de Lula à empresa Huawei, considerada um risco para a segurança nacional americana, e as declarações do presidente brasileiro sobre a dependência global do dólar americano. “São escolhas do Brasil, e serão problemas para o Brasil. Boa sorte com isso”, afirma Shannon, que defende a necessidade de os governos de Lula e Joe Biden basearem sua relação na defesa da democracia em ambos os países.

(...)

Lula visitou a fábrica da Huawei, uma empresa considerada uma ameaça à segurança nacional dos EUA…

Os EUA deixaram claro que a Huawei representa um desafio para os países que querem construir suas redes e sua infraestrutura digital ...

Em O Globo - MATÉRIA COMPLETA

[A falta de importância dada à viagem, pelo país anfitrião e pelo medíocre desempenho do 'estadista' brasileiro, nos deixa à vontade para limitarmos apenas ao recorte acima, nossa cobertura ao evento.
Deixamos com os 'experts' no assunto a conclusão sobre qual das duas viagens foi de menor valor: a de agora, China, ou a realizada aos EUA.]

quarta-feira, 12 de abril de 2023

Lula enfia mais uma vez o pé na jaca ao falar sobre guerra na Ucrânia - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Presidente se empenha em declarações cretinas ao dizer que país tem de entregar uma parte do seu território invadido pela Rússia, a Crimeia

Ninguém, em nenhuma chancelaria do mundo, tinha pedido até agora algum palpite do Brasil, e muitíssimo menos do presidente Lula, sobre a guerra na Ucrânia. É natural: não há nada de construtivo, do ponto de vista prático, que um ou outro possam fazer a respeito. 
Mas Lula, no seu surto atual e cada vez mais agressivo de arrogância desqualificada e sem controles, enfiou mais uma vez o pé na jaca: disse que a Ucrânia tem de entregar uma parte do seu território invadido pela Rússia, a Crimeia, se quiser voltar a ter paz um dia.  
O presidente tem se empenhado, desde que voltou ao governo, em fazer o máximo de afirmações cretinas no mínimo de tempo possível. Mais uma vez, conseguiu acertar bem no centro do alvo.
 
Ninguém, nem a mais tosca figura com alguma responsabilidade de governo, tinha dito algo assim até agora – mesmo que ache isso, ou mais ou menos isso, não pode dizer o que acha em público, em hipótese nenhuma. É coisa que se aprende nos cursos primários de diplomacia em qualquer lugar do mundo. 
 Lula não fez curso nenhum sobre nada; tem certeza de que sabe tudo, sem nunca ter se esforçado cinco minutos para aprender o que quer que seja
Não sabe o que é a Crimeia, nem onde fica, nem qual é a sua história. 
Por que saberia, se já disse que Napoleão invadiu a China? [em um dos seus mandatos passado, outra ocasião declarou que o Brasil precisava cuidar mais de sua fronteira com os EUA.]  
Nesse caso, disse para o mundo uma estupidez em estado puro. 
Qual chefe do Estado pode recomendar que um país, depois de invadido militarmente por outro, entregue ao inimigo parte do seu território? “A Ucrânia não pode querer tudo”, disse Lula. Como assim, tudo? Ela quer o mínimo, que é manter o território que tinha antes de ser atacada.
[certamente valerá a pena ouvir, e guardar para a posteridade, as duas SUMIDADES EM NADA, trocarem ideias sobre o futuro do universo.] 
 
O presidente brasileiro passou a vergonha de ouvir de um homem público ucraniano a seguinte recomendação: “Porque o senhor não dá o território do Rio de Janeiro para a Rússia?” 
O Brasil também não pode querer “tudo”, não é mesmo? 
Lula ouviu e ficou de boca fechada; não tem nada para falar sobre esse assunto, nunca mais. Foi também um tiro no meio do pé: dizer o que disse vai diretamente contra tudo o que as democracias “globalistas” da Europa, apaixonadas há anos por ele e por seu “espírito democrático”, acham a respeito de Rússia, Ucrânia e Crimeia. Não só acham: mandam armas, sustento e bilhões de dólares para os ucranianos
 
Sua posição é exatamente contrária à de Lula; isso é jeito de tratar países aliados? “Ao tentar desempenhar, com esforço demais, o papel de pacificador global, Lula corre o risco de parecer ingênuo, em vez de um velho estadista”, escreveu o The Economist, um dos maiores devotos que o presidente tem na mídia internacional.  
Disseram “ingênuo” porque estão falando de um dos seus ídolos. 
O que quiseram dizer, mesmo, foi: “idiota”.
 
Nessa sua campanha para redesenhar o mapa do mundo, Lula não se contenta com a Ucrânia. Quer, também, entregar a potências estrangeiras parte do território do Brasil – a maior parte, aliás. “A Amazônia não pertence só a nós”, acaba de dizer ele. 
Se não pertence “só a nós”, pertence também a outros, certo? É o que ele, Lula, disse em público – ele, e ninguém mais. 
Já vinha dando a entender, há tempos, que é a favor de algum tipo de “internacionalização” da floresta amazônica; agora, avançou mais do que tinha avançado até hoje. Sua desculpa é que é preciso “abrir” a Amazônia à “pesquisa científica” – como se fosse proibido, atualmente, pesquisar alguma coisa por ali. 
A reza é para que a entrega da Amazônia seja a mesma coisa que a entrega da Ucrânia – uma idiotice, e só isso. Se Lula, o PT e a esquerda quiserem mesmo doar território do Brasil a países “bons” e “responsáveis”, o STF vai dizer que é legal e o comandante do Exército brasileiro, na sua ideia fixa de servir à “legalidade”, vai receber os ocupantes com banda de música e desfile de onça com coleira.
 
J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 
 
 
 
 

sábado, 1 de abril de 2023

O retorno de Bolsonaro e o futuro político da direita - Revista Oeste

Flávio Gordon

Por conta de tudo o que se passou, o apoio popular de que ainda desfruta o ex-presidente hoje divide espaço com o desencanto

Foto: Montagem Revista Oeste/Wikimedia Commons

Foto: Montagem Revista Oeste/Wikimedia Commons  

“Não me agrada a rigidez nas espadas longas e nas mãos. Rigidez significa uma mão morta. Flexibilidade significa uma mão viva” — ensina o célebre samurai Miyamoto Musashi, em seu O Livro dos Cinco Anéis, clássico manual de estratégia. 
Tendo vivido no Japão da virada do século 16 para o 17, consta que esse Ronin, guerreiro solitário e autodidata, jamais perdeu um combate, sagrando-se invariavelmente vitorioso contra mais de 60 oponentes. Dominando tanto a arte do manuseio da katakana (espada longa) quanto da wakizashi (espada curta ou “companheira”), Musashi sabia bem quão fatal podia ser a rigidez de movimentos em combate. 
Autorretrato de Miyamoto Musashi | Foto: Wikimedia Commons

Mas, se na guerra a rigidez é trágica, na vida cotidiana, ao contrário, ela é cômica. É o que Henri Bergson sugere em O Riso: Ensaio Sobre o Significado do Cômico. Como explica o filósofo francês, uma das causas do cômico é a presença de certa rigidez mecânica ali onde seriam esperadas a maleabilidade atenta e a flexibilidade viva. Alguém que, a correr pela rua, tropeça e cai, provoca riso nos transeuntes, porque, por falta de agilidade, por desvio ou teimosia do corpo, continuou realizando o mesmo movimento, quando as circunstâncias exigiam algo distinto. O mesmo se dá em relação ao sujeito demasiado metódico, que se empenhasse em suas pequenas ocupações cotidianas com uma regularidade matemática. Caso algum gozador embaralhasse seus objetos pessoais, o contraste entre o comportamento habitual e a nova situação gerada pela broma provocaria riso: o pobre mete a pena no tinteiro e sai cola; acredita sentar numa cadeira sólida e se estatela no chão; tenta calçar os sapatos, mas os pés estão trocados.  

A razão da comicidade é a mesma nos dois casos, e consiste na incapacidade de se adaptar, em tempo, a um obstáculo imprevisto ou a uma alteração nas circunstâncias. Trata-se, noutro plano, da comicidade que caracteriza o Dom Quixote de Cervantes, pois o nobre fidalgo, como que congelado na história, continuava a se portar como no tempo mítico dos cavaleiros andantes, sem atinar para a mudança de era e para a realidade em que viviam os seus contemporâneos. E, com efeito, a rigidez quixotesca é responsável por algumas das páginas mais cômicas — e, simultaneamente, um tanto quanto melancólicas — da literatura universal. 

Na política — que, sob certo aspecto, está a meio caminho entre a comédia e a guerra —, a rigidez tende a resultar num misto de tragédia e comédia, ou, se preferirem, numa tragicomédia. No universo político brasileiro, ainda mais. A possibilidade de um destino tragicômico, por exemplo, talvez seja o maior risco representado pelo retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Brasil, a principal notícia política desta quinta-feira, 29. Risco, por óbvio, da perspectiva de seus eleitores, apoiadores e simpatizantes. 

No seio da direita brasileira contemporânea, muitos parecem ter concluído que, se Bolsonaro foi um bom administrador do país, também foi, por outro lado, um mau combatente

Tudo dependerá, a meu ver, da postura de Bolsonaro em relação às novas circunstâncias. Dependerá, em último caso, da alternativa entre uma eventual rigidez que aniquila o político ou faz dele um objeto cômico (o que, em termos de estima pública, vem a dar no mesmo) — e uma esperada flexibilidade, que lhe garante sobrevida e o imuniza contra o riso (de deboche) alheio. Que Bolsonaro é esse que retorna dos EUA?  
Um político ágil e flexível à la Miyamoto Musashi, ou um rígido tragicômico como Dom Quixote e as vítimas do samurai? 
Confesso ser essa a minha maior curiosidade no momento. 
 
O risco da rigidez apresenta-se considerável, sobretudo porque algumas das condições sociopolíticas anteriores se mantiveram parcialmente, o que pode servir para obliterar a percepção das mudanças. 
A persistência do fascínio popular exercido por Bolsonaro já havia ficado clara, por exemplo, durante sua estadia nos EUA. 
Por onde quer que passasse, ele não cansava de receber efusivas manifestações de apoio, provenientes não apenas de brasileiros, mas também de representantes da direita norte-americana. 
No início do mês, o ex-presidente brasileiro talvez tenha sido a principal estrela do CPAC 2023 (Conferência de Ação Política Conservadora), chegando a ofuscar Donald Trump. Um feito e tanto. 
Bolsonaro CPAC
Ex-presidente Jair Bolsonaro, na CPAC 2023
-  Foto: Reprodução/Twitter
Já no Brasil, parecem se repetir as cenas familiares, que mostram um Jair Bolsonaro sendo recepcionado por multidões de apoiadores, ainda fortemente mobilizados pelo carisma político do ex-presidente, quase como se o tempo não tivesse passado. 
No Aeroporto de Brasília, em suas vias de acesso e na frente da sede do PL, ressoam insistente o tradicional coro de “mito, mito” bem como a declamação ritmada do lema da última campanha: “Deus, pátria, família e liberdade”. E o que não faltam são políticos e parlamentares bolsonaristas oferecendo lealdade e disposição para a briga
Portanto, não parece haver dúvida de que Bolsonaro conserva um considerável capital político.  
Caso consiga resistir à pesada artilharia do conluio institucional antibolsonarista, o ex-presidente pode surpreender e ter uma sobrevida política, sobretudo na ausência de novos quadros no arco do anticomunismo. 
 
Mas, obviamente, toda essa aparência de continuidade pode induzir à rigidez de comportamento, sugerindo a ideia de que, para enfrentar as batalhas políticas vindouras, se devem manter as mesmas estratégicas, táticas, armas e ferramentas do período anterior. E aí, justamente, residiria o maior erro do “novo” bolsonarismo. 
Pois a verdade é que, entre as gigantescas manifestações populares da celebração da Independência e o momento atual, intercorreu o fatídico 8 de janeiro, com todos os seus conhecidos desdobramentos. 
Não, não navegamos mais nos ventos favoráveis de 2018. 
E já não nos movemos no contexto favorável de ascensão entusiasmada da assim chamada direita brasileira. 
Não estamos mais no bojo da esperança restauradora de 7 de setembro de 2021, logo frustrada por um acordo manco, costurado desde cima. Nem, tampouco, no frenesi aguerrido de 7 de setembro de 2022, que muitos na direita viram como a batalha decisiva pela sobrevivência de um projeto de país soberano.  
Vista aérea da Avenida Paulista, em São Paulo, 
no 7 de Setembro de 2022 | Foto: ChoiceImages/Revista Oeste
Vivemos, em vez disso, o período pós-derrota. Para a direita, uma derrota que não foi apenas eleitoral, mas sobretudo política e cultural. O contexto atual é o de um novo regime, controlado com mãos de ferro por socialistas, que, depois de décadas de aparelhamento estatal (e, em especial, do Judiciário), se mostram dispostos a lançar mão de toda a expertise em reprimir politicamente a oposição. 
Já em seus primeiros dias, esse regime tratou de comandar milhares de prisões políticas, que tiveram como alvos aqueles apoiadores que, em vão, depositaram esperanças exageradas em Bolsonaro e nas Forças Armadas.  

CPMI 8 janeiro
Manifestantes invadem o Congresso, o STF e o Palácio do Planalto, 
em 8 de janeiro de 2023 | Foto: Wikimedia Commons

No seio da direita brasileira contemporânea, muitos parecem ter concluído que, se Bolsonaro foi um bom administrador do país, também foi, por outro lado, um mau combatente, tendo fracassado na desmontagem das estruturas de poder do inimigo. Sem entrar no mérito da justeza ou não dessa conclusão, resta evidente que, se as estratégias outrora adotadas — que revelaram uma desproporção entre os furiosos rosnados na direção do inimigo e as débeis mordidas que se lhes seguiam — já eram inadequadas à época, hoje o são, a fortiori, ainda mais. Para a direita, o momento é de flexibilidade, adaptabilidade e reformulação nos métodos.  

É, sobretudo, um momento de autocrítica. No passado recente, a direita entregou-se muito rápido a um estado de triunfalismo ingênuo, cuja imagem simbólica talvez seja a de Bolsonaro chutando para longe um boneco do Pixuleco, uma cena catártica, que sugeria o fim definitivo da ameaça comunopetista ao Brasil. Hoje, que essa ameaça se concretizou de maneira avassaladora, a direita saltou diretamente do triunfalismo para um estado de desencanto paralisante. Em sendo urgente livrar-se desse último, já não se pode fazê-lo, contudo, retomando o primeiro. Afinal, a presente situação é a de uma guerra travada no terreno inimigo e em franca desvantagem bélica. E, num tal contexto, afigura-se como tragicômica toda e qualquer bravataria, mesmo aquela que, num passado recente, talvez fosse dotada de algum sex appeal 

A hora é de discrição, não de espalhafato. 
É de aproximações sucessivas, não de pé na porta. 
É do silencioso Miyamoto Musashi, não de anacrônicos cavaleiros andantes munidos de memes e “tic tacs”, e menos ainda do Cavaleiro Negro do Monty Phyton, aquele que, reduzido pela espada do inimigo a pouco mais que um cotoco humano, continuava bravateando a sua iminente vitória… 

Leia também “A internacional da censura”

Flávio Gordon, colunista - Revista Oeste