Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador fascismo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador fascismo. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 19 de julho de 2023

Doutrinação - Você paga pelo curso antigordofobia do PT - Gazeta do Povo

Omar Godoy

Gordofobia, fascismo, veganismo: os cursos que o PT oferece na internet com dinheiro público

O ex-deputado José Genoino é um dos petistas sem cargo ou mandato que atuam na Fundação Perseu Abramo.| Foto: Reprodução / YouTube - Fundação Perseu Abramo [lembramos que o comunista em questão, quando puxava cadeia pelos crimes do mensalão, era dado pela corja petista como praticamente morto devido a problemas cardíacos - queriam tirá-lo da cadeia a todo custo - uma grande mentira, tanto que transcorridos mais de dez anos,  continua vivo.
Sobre a qualidade dos cursos, lembramos apenas que quando brincava de guerrilheiro no Araguaia, anos 70, se destacou pela covardia e INcompetência como discípulo do ditador cubano  Fidel.]
 
Que tal fazer um curso de formação de lideranças ministrado pelo José Genoino? 
E aprender como a dança pode ser uma estratégia antigordofóbica e antirracista? 
Ou ler um e-book que contesta a narrativa golpista sobre a política econômica dos governos petistas?
 
O leitor da Gazeta certamente não deseja se envolver com esse tipo de material mas, querendo ou não, está pagando por ele
É que os conteúdos citados acima, e mais centenas de outros semelhantes, estão disponíveis no site da Fundação Perseu Abramo, espécie de braço programático do PT mantido com recursos do fundo partidário (leia-se: dinheiro público).
Só em 2022, a entidade recebeu cerca de R$21 milhões, aplicados na produção de livros, cursos, lives no YouTube, pesquisas, eventos, artigos, documentários, exposições e projetos de memória. 
É o que se convencionou chamar de think tank, ou seja, uma organização dedicada a produzir e disseminar conhecimentos sobre política, economia, saúde, ciência e segurança, entre outros temas.

De acordo com a lei brasileira, todas as legendas devem criar sua fundação e destinar a ela no mínimo 20% do fundo partidário – para investir em educação, pesquisa e desenvolvimento de políticas públicas. A realidade, no entanto, mostra que esse montante milionário muitas vezes é utilizado em benefício dos próprios políticos e seus aliados. Especialmente daqueles sem mandato ou cargo público.

No caso do PT, isso fica nítido logo na primeira passeada pelo site da Perseu Abramo (fundada há 27 anos, a organização foi batizada em homenagem ao jornalista, sociólogo, professor e militante sindical morto em 1996). José Dirceu, José Genoino, Guido Mantega, Luiz Eduardo Greenhalgh, Ideli Salvatti, Olívio Dutra, Jorge Bittar, Gilberto Carvalho... Estão todos lá. Ministrando cursos, assinando artigos, participando de debates ou dando depoimentos históricos.

Aloizio Mercadante, sumido desde o impeachment de Dilma Roussef, era o presidente da entidade até o começo deste ano, quando foi chamado para comandar o BNDES. Em seu lugar ficou um dos amigos mais próximos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Paulo Okamoto [esse individuo era o pagador oficial das contas do atual presidente do Brasil.] que já foi tesoureiro de campanha, esteve à frente do Sebrae entre 2005 e 2010 e atuou na diretoria do Instituto Lula.

Aqui vale um parêntese: no último mês de fevereiro, o ministro do STF Ricardo Lewandowski determinou a suspensão de uma ação penal da Operação Lava Jato contra Okamoto. 
O processo tratava de doações, supostamente ilícitas, feitas pela Odebrecht ao instituto entre 2013 e 2014, no valor de R$ 4 milhões. As provas obtidas foram julgadas inválidas pelo Supremo.

A própria Dilma também ganhou sua boquinha na Fundação Perseu Abramo. Após ser afastada da presidência da República, ela passou a participar, com remuneração, de reuniões do Conselho Curador. Mais tarde, foi conduzida ao posto de superintendente de Relações Institucionais, com salário mensal de mais de R$ 18 mil.

E o auxílio à “companheirada” não se limita aos políticos profissionais. Lembra do Freud Godoy, quebra-galhos geral de Lula acusado de envolvimento no Mensalão? Em 2019, a fundação contratou os serviços de sua empresa de segurança privada por R$ 30 mil mensais.

“Entender para derrotar”
Mas voltemos aos conteúdos formativos oferecidos no site da Perseu Abramo e concebidos por professores universitários, jornalistas e “comunicadores populares” ligados à militância petista – sob a coordenação de Jorge Bittar, ex-vereador e ex-deputado federal pelo PT do Rio de Janeiro. Nos parágrafos abaixo, elencamos alguns cursos gratuitos disponíveis na plataforma.

“Fascismo ontem e hoje: entender para derrotar”

Objetivo “Apresentar as características do fascismo para refletir sobre o bolsonarismo como um tipo de movimento fascista.”

Destaque da ementa – “Trump, Bolsonaro, Viktor Orban. A nova fase do capitalismo internacional abre espaço em todo o mundo para governos que rompem com a lógica da democracia-liberal. Estamos diante de um movimento global neofascista?”

[com certeza, os dois tópicos não estão entre os que o Genoíno, ex-guerrilheiro de festim, tenha competência para ensinar. Em ambos, ele que sempre foi o derrotado na guerrilha, não pode falar sobre 'derrotar', já sobre 'perder' é mestre.

“Território e luta: o trabalho de base do movimento popular urbano”

Objetivo – “Articular a experiência acumulada pelos movimentos do período de redemocratização com as novas formas de organização que emergem nas comunidades.”

Destaque da ementa – 
“A esquerda deve voltar às bases? 
Como conter o crescimento das ideias de direita nas periferias? 
Como fazer o giro organizativo em direção da atuação no território?”

 “O mundo em que vivemos”

Objetivo – “Discutir diferentes aspectos da situação mundial, começando pela Nova Guerra Fria (e quente) entre EUA e China e a interferência política, econômica e militar do império estadunidense na América Latina e Caribe, ontem e hoje.”

Destaque da ementa – “Módulo 2: O império contra nuestra América, balanço e perspectiva da ofensiva imperial, desde o golpe de Honduras até os dias atuais.”

“Direitos humanos em tempos de barbárie”

Objetivo – “Apresentar a história do PT, de Lula e do Brasil em paralelo com a luta pelos direitos humanos e pela democracia. Dinamismo, empatia e fluidez estruturam cada uma das 15 aulas.”

Destaque da emenda – “Aula 12: ‘Não fizemos a regulação da mídia, mas é possível virar o jogo’, com Juca Kfouri.”

“História e política: formação de lideranças de esquerda”

Objetivo – “Fornecer vivências práticas, acadêmicas e institucionais que delineiam a história e desnudam o valor da política para a manutenção ou transformação da ordem. O desvendar das forças oponentes possibilita a superação do capitalismo e suas iniquidades.”

Destaque da ementa – “Alternando entre ditaduras e democracias liberais, diferentes modelos econômicos, diferentes frações da burguesia se sucederam nos blocos de poder impondo às trabalhadoras e aos trabalhadores processos cujo objetivo era a exploração do trabalho e das riquezas nacionais.”

Para terminar, selecionamos amostras do Reconexão Periferias, projeto “jovem” e urbano da Fundação Perseu Abramo. Conheça a seguir alguns temas discutidos com os convidados dos programas – todos pagos, sempre bom lembrar, com verba pública repassada ao partido:

“Comunicação popular e autoestima na comunidade Tururu”

 “Uma artista traduz o olhar pataxó”

“Participação política também é terapia“

Carandiru 30 anos depois e a democracia dos massacres”

Raça, sexualidade, ocupação drag e política”

“A dança como estratégia antigordofóbica e antirracista”

Uma vereadora trans e negra na terra de Getúlio e Jango”

“Veganismo popular e as periferias”


Omar Godoy,  colunista - Ideias - Gazeta do Povo

 


sábado, 15 de julho de 2023

Só ditaduras fazem isso… - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo 


  Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

“Eu voltei não porque eu quis voltar, mas porque o povo voltou junto comigo. Para recuperar a democracia e a qualidade de vida do povo. Há muito pouco tempo o Brasil conheceu o que é o fascismo. Em quatro anos vimos como se destrói a democracia. Espero que a gente tenha aprendido a lição de que é a democracia que nos permite viver na diversidade”, disse o presidente Lula em evento da UNE, o mesmo em que o ministro Barroso confessou que eles derrotaram o fascismo, o bolsonarismo.

Só em ditaduras fascistas se tem censura, perseguição, mandatos cassados, disse Barroso
Lula e Barroso venceram. Você, o fascista, perdeu, seu mané
Durante os anos fascistas da gestão de Bolsonaro, não houve qualquer censura, é verdade. Já hoje, com a democracia vitoriosa, temos vários jornalistas censurados pelo STF. Mas é coincidência.
 
No governo Bolsonaro, a imprensa fez o que quis, chamou o presidente de genocida, desejou abertamente sua morte, e nada aconteceu
A liberdade de imprensa foi absoluta durante o fascismo brasileiro. 
Já na democracia vitoriosa de hoje, a Jovem Pan vem sendo perseguida até pelo Ministério Público, e há enorme pressão contra veículos independentes ou comentaristas críticos ao governo ou STF.
 
Deltan Dallagnol teve seu mandato cassado, mas não foi durante o fascismo, e sim na democracia robusta de agora
A turma no governo fala em cassar os mandatos de Nikolas Ferreira, Eduardo Bolsonaro, Carla Zambelli e outros, para cada caso com um pretexto diferente. Durante o fascismo, ninguém foi cassado.
 
Durante o fascismo, que em teoria é um conluio totalitário entre governo grande, sindicatos e grandes corporações corruptas, não houve escândalo de corrupção, o estado foi reduzido por reformas liberais, os sindicatos perderam boquinhas e as grandes empreiteiras ficaram afastadas das estatais
Agora que a democracia está de volta, tudo isso vem sendo revertido, e até a Odebrecht já pode negociar com a Petrobras novamente.
 
Fascismo é um governo autoritário que concentra tudo no estado. Durante o fascismo bolsonarista, houve mais autonomia para os estados e municípios, e o lema do ministro Paulo Guedes era "mais Brasil e menos Brasília". 
Agora que a democracia voltou, tudo passa novamente por Brasília, e a reforma tributária aprovada na Câmara sem leitura dos parlamentares, mas com bilhões do orçamento secreto, caminha nessa mesma direção do centralismo.

Se um alienígena chegasse de Marte hoje, ele poderia jurar, lendo as definições num dicionário, que a democracia pujante que temos agora se assemelha bem mais com o fascismo histórico do que o fascismo bolsonarista, onde reinava incrível liberdade democrática.

Mas são apenas definições ultrapassadas, claro. 
Quem define o que é fascismo e democracia é Lula, Alexandre, Barroso. E este já disse: "Nós vencemos, derrotamos o bolsonarismo". Viva a democracia! Viva Cuba! Viva Venezuela! Viva Nicarágua! Viva China!  
E viva o direito inalienável de ser feito de palhaço!!!

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo


domingo, 2 de julho de 2023

Uma estrada perigosa - Percival Puggina

         Antigamente, editavam-se almanaques com intuito pedagógico destinados ao público infantil.  
Sempre incluíam afazeres, como o clássico “encontrar a diferença” entre duas imagens aparentemente idênticas. 
Outro, bem mais fácil, era o exercício de “juntar os pontinhos”. Enquanto a criança ia ligando ponto a ponto, desenhava um objeto qualquer. Na maior parte dos casos era desnecessário riscar para antever o que ali estava representado.

Penso que o brasileiro está nessa situação, juntando os pontinhos de um projeto que lhe impuseram, não se requerendo muito talento para saber que o desenho não é de boa inspiração.

Nas ditaduras e nos regimes totalitárioscomunismo, fascismo e nazismo – quem está no poder diz fazer com a melhor das intenções o mal que deveras faz. 
Hitler organizou o estado nazista para “defender a ordem, o Direito e a Liberdade”. 
Stalin foi um monstro e teve seus crimes revelados por Krushchev em 1956. Contudo, em anos bem recentes, comédias e obras sérias sobre seus crimes foram censuradas sob a alegação de “depreciarem a luta contra o fascismo”. 
Afinal, alegam os censores russos, sob Stalin a URSS venceu a guerra contra Hitler no front oriental. O elogio em boca própria, vitupério da censura, é a falsa nobreza de suas intenções.  Em 2018, a deputada russa e ex-atriz Yelena Drakova, conclamou: “Nós devemos começar a viver com leis dos tempos de guerra”.

Juntando os pontinhos do desenho que tenho diante dos olhos, observo que os ministros de nossas Cortes, como escrevi outro dia, iniciam suas manifestações, decisões e votos, apontando como bases supostas guerras institucionais terrorismo, golpismo, conspirações, fake news.  Bem ao gosto da deputada Yelena. São generais de uma guerra particular contra inimigos indefesos. E por aí vão novos pontinhos.

O presidente da República pontua a parte que lhe cabe com a calorosa e generosa recepção ao camarada Maduro e a proclamação do caráter relativo da democracia.  
Ora, tudo que é relativo atrela essa condição a algo que lhe é absoluto. 
É fácil entender o motivo pelo qual nenhum jornalista formulou diretamente a Lula a pergunta tão óbvia quanto urgente sobre qual a natureza desse poderoso absoluto. 
E vão os pontos desenhando a estrada.
 
Foi por coincidir com esse desenho que o Foro de São Paulo se reuniu em Brasília. 
Foi por isso que a presidente da sessão de abertura tanto agradeceu a Lula e que Lula declarou, entre alegres risos e aplausos, que não se importa de ser identificado como comunista. Fica bem enquadrado no desenho haver ele dito nessa manifestação oficial e formal aos camaradas presentes: “Aqui no Brasil, nós enfrentamos o discurso do costume, o discurso da família, o discurso do patriotismo. Ou seja, aqui nós enfrentamos o discurso de tudo aquilo que a gente aprendeu historicamente a combater”.  Vá juntando os pontinhos aí, caro leitor.

Novos pontos chegam e continuarão chegando cotidianamente, desenhando a perigosa estrada por onde somos conduzidos. Ponto a ponto, a esquerda festeja, e se diverte, e ressoa como o coral de Brecht na peça “A medida punitiva”. Enquanto junto pontos, leio o “Discurso da servidão voluntária”, obra de Etienne de la Boétie (1554). Com um trecho dele, encerro estas linhas e seus pontos.

Mas ó, bom Deus! Que fenômeno estranho é esse? Que nome devemos dar a ele? Qual a natureza desse infortúnio? Qual é o vício, ou melhor, qual a degradação? Ver uma infinita multidão não apenas obedecendo, mas levada ao servilismo? Não governada, mas tiranizada?”.

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

 

quinta-feira, 18 de maio de 2023

Os três únicos crimes no Brasil - Rodrigo Constantino

Gazeta do Povo 

Um blog de um liberal sem medo de polêmica ou da patrulha da esquerda “politicamente correta”.

Acordei, peguei meu telefone, como de praxe, e comecei a ver as mensagens dos meus grupos de WhatsApp. 
Logo me deparei com um vídeo em que Sergio Cabral, o ex-governador do meu querido Rio de Janeiro, condenado a uns mil, setecentos e oitenta e dois anos de prisão (ou algo assim), praticava exercícios físicos. 
Sim, virou blogueirinho. E de fitness!

Pensei comigo: puxa, bom dia Brasil! O escárnio é mesmo total: Deltan Dallagnol tem seu mandato cassado pelo TSE (missão dada, missão cumprida), no que até Globo e Foice consideram interpretação elástica da lei, e um dos maiores ladrões de todos os tempos da política nacional (mercado bem disputado) estava lá, livre, leve (ou mais leve) e solto.

Em seguida, vem essa notícia: Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) retomam nesta quinta (18) o julgamento da ação penal que investiga o envolvimento do ex-senador Fernando Collor de Mello na assinatura de contratos irregulares com a BR Distribuidora, entre os anos de 2010 e 2014.

Edson Fachin disse, no voto, que está devidamente comprovada a lavagem de capitais por Collor mediante a realização de 42 depósitos em contas correntes do ex-senador e 65 em contas de empresas por ele controladas, para burlar os mecanismos de fiscalização das autoridades financeiras. Além de Fachin, o ministro Alexandre de Moraes, revisor da ação penal, também votou a favor da condenação.

Collor nunca foi santo, claro. Mas Fachin não é aquele mesmo ministro supremo responsável pelo ato final do malabarismo que permitiu a soltura e elegibilidade de Lula? A ação penal a que o ex-senador Collor responde é um desdobramento de uma das fases da Operação Lava Jato aberta em 2017, e aponta que Collor teria recebido propinas de R$ 30 milhões por influência política na ex-subsidiária da Petrobras. A Lava Jato voltou?! O que Gilmar Mendes pensa disso?

Gilmar, Gilmar... aquele que afirmou que o PT criou uma cleptocracia no país, mas que depois foi o grande arquiteto da volta do ladrão à cena do crime, como diria Alckmin. Primeiro com seu voto pela revogação da prisão em segunda instância, depois com a inestimável ajuda da VazaJato, que lhe permitiu chamar a República de Curitiba de quadrilha e germe do fascismo.

Mas voltando: a Lava Jato voltou! Depois da soltura de basicamente todos os condenados na operação, eis que Collor talvez seja preso. 
O que Collor fez de tão diferente do Lula ou do Cabral ou de tantos outros? 
Após trinta e oito milésimos de segundo de reflexão, eu encontrei a resposta: puxa, ele apoiou... Bolsonaro!

É como constatou Leandro Ruschel: "Vão condenar o Collor pelo 'crime' mais grave da sua vida: ter apoiado Bolsonaro". Isso a turma do andar de cima não perdoa mesmo. Se o Collor ao menos tivesse apenas ficado só na velha e conhecida corrupção...

Por que falo dos três únicos crimes no Brasil de hoje? Vamos lá:          - apoiar Bolsonaro é o primeiro da lista, o mais grave de todos; o segundo é ter combatido a corrupção, como fez Deltan; e o terceiro e último é contar piadas de minorias. Fica a dica do Oiluiz para evitar esse último risco: "Leo Lins, aí vai uma sugestão para o seu próximo show: em vez de fazer piada, fale a sério que os deficientes têm desequilíbrio de parafuso. Aí não tem problema".

Todos são livres para discordar de mim, mas tomei uma decisão que não traz de volta nem minha liberdade de expressão, nem minha conta bancária, mas certamente evita estresse extra: não levo o Brasil a sério. Quem leva está fadado a sofrer muita, mas muita decepção. Eu encaro a coisa toda como um grande circo, uma enorme piada, ainda que bem sem graça.

Duvida? Então tá: Cabral blogueiro de saúde, traficante recebe helicóptero de volta da polícia, Lula presidente, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes ministros de Corte constitucional; 
enquanto isso, o ex-assessor do ex-presidente depondo por cartão de vacina adulterado, Deltan com mandato cassado, jornalistas sérios censurados e com passaporte cancelado, e Collor com chance de ser preso por corrupção, mas só o Collor, ninguém mais!  
Boa sorte ao levar esse troço a sério...

Rodrigo Constantino, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 14 de maio de 2023

O Supremo monstro autoritário acusa os outros da sua imagem refletida no espelho

Todos que endossam seu projeto de perseguição, censura e arbitrariedades contra inimigos políticos são cúmplices e coniventes

É injusto acusar Alexandre de Moraes de ser o único no Supremo Tribunal Federal (STF) a ser autoritário, de massacrar as leis em nome de um projeto ditatorial hipócrita, em nome de uma falsa democracia.  
Todos que endossam seu projeto de perseguição, censura e arbitrariedades contra inimigos políticos e contra o Estado Democrático são cúmplices e coniventes. 
Especialmente os ministros do STF, cada vez menos discretos. Recentemente, o ministro Gilmar Mendes disse, a plenos pulmões, que a Lava Jato e o bolsonarismo são movimentos fascistas, que visam a eliminar pessoas e a destruir a democracia.  
Disse também que a Lava Jato usava do Estado para torturar pessoas, jogando-as na cadeia e só liberando-as mediante confissão do crime.  
É macabramente divertida a acusação de Gilmar, porque ele parece estar se olhando em um espelho e acusando os próprios abusos do Supremo. 
 
Pessoas presas por crime de opinião, jogadas no calabouço, sem o devido processo legal nem crime definido. 
Torturadas pelo poder do Estado, sem saber ao certo quando e como serão julgadas, praticamente obrigadas a confessar um crime que jamais cometeram. Com um adendo: na Lava Jato, houve farta comprovação de crimes cometidos pelos presos. Na Lava Jato, os tais presos eram corruptos notórios. 
 Os presos de hoje são presos políticos que estão trancafiados e torturados pela corrupção moral de uma lógica ideológica invertida ou financeira, ou de simples megalomania das autoridades que os trancafiam e torturam.
 
Os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes encararam e subvertem a regra do jogo democrático. Alexandre chega a dizer que “a extrema direita usa as redes para disseminar fake news e discurso de ódio para práticas de discursos nazistas e fascistas e de ataques à democracia”. Gilmar diz que o bolsonarismo é fascismo. 
Reparem na lógica: se você está lidando com pessoas a quem considera fascistas e nazistas, a lei pode ser interpretada ou mesmo ultrapassada em nome do combate a quem quer destruir a democracia. 
Você desumaniza o adversário para tratá-lo como um nazista, um assassino, um criminoso que quer te matar. Daí, você, como juiz supremo e garantidor da democracia, se investe de plenos poderes para calar, censurar e prender esta extrema direita nazista. 
Mas quem são estas pessoas de extrema direita ? 
Onde estão os nazistas brasileiros que querem destruir a democracia e assassinar povos inteiros? 
Eles identificam como qualquer pessoa que tenha apoiado Bolsonaro ou se colocado a favor da Lava Jato ou mesmo se colocado contra a eleição de Lula e a volta da cúpula de corruptos condenados petistas. 
É a tática de desumanização de adversários, para justamente usar de tudo para combatê-los e massacrá-los. Tática usada, aliás, pelo próprios nazistas para justificar a perseguição aos judeus na Segunda Guerra
 
Não à toa , os ministros supremos conduzem julgamentos coletivos sem individualização de conduta. 
Tratam pessoas que estiveram presentes na invasão do 8 de janeiro como gado
Não importa que haja, como provou a Revista Oeste, infiltradas de esquerda na invasão
Não importa que o chefe do Gabinete de Segurança Institucional lulista tenha sido flagrado conduzindo os invasores.  
Não importa que haja depredadores e pessoas que nem lá estiveram no meio. 
Importa que sejam bolsonaristas de extrema direita desumanizados pelo próprio STF, que tenham de ser condenados perante toda a população, para provar que toda a direita brasileira é um câncer a ser extirpado do território brasileiro.
 
O mais assustador é que o processo de desumanização de uma classe política — que representa e dá voz a uma maioria de conservadores em todo o Brasil — não para no Supremo: é comungado pela maior parte da grande mídia tupiniquim. 
Para citar citar dois exemplos recentes: a apresentadora Daniela Lima, vendo a comemoração da soltura do ex-ministro Anderson Torres, caiu na gargalhada, debochando da alegria de pessoas a quem chamava de “extrema direita”
A extrema direita era um grupo de parlamentares e jornalistas censurados e perseguidos pela Justiça brasileira. 
Pessoas como Bárbara Destefani, que implorava para ter um tratamento justo, como o de um traficante ou assassino pela Justiça brasileira.  
Estas pessoas a quem Alexandre e Gilmar chamam de “extrema direita fascista”. Pessoas como o-ex ministro Anderson Torres, que ficou preso por meses, torturado pelo Estado, sem saber do crime que cometeu
O jornalista Reinaldo Azevedo, ex-antipetista e atual assecla do regime, justifica a perseguição, justifica a censura, justifica a prisão arbitrária e ilegal de pessoas, diante do que ele chama de um mundo paralelo de bolsonaristas que querem golpear a democracia.
 
De fato, o golpe está dado. Um golpe na democracia, comungado por juízes e jornalistas que invertem a realidade e demonizam cidadãos comuns e pessoas que clamam por liberdade. 
É a inversão mais diabólica que se viu na história da República brasileira. Juízes se unem em uníssono ao comunista ministro da Justiça, para chegarem ao grotesco de censurar uma rede social por ter publicado uma opinião. 
Não satisfeitos, obrigam a rede a se retratar e publicar uma opinião contrária à dela e igual ao desta junta de juízes ditatoriais. 
Ainda não satisfeitos, ameaçam multar quem OUSAR ver publicações desta rede em VPN caso a rede seja censurada. Notem: nem mesmo a ditadura chinesa ousou censurar a própria população neste nível. 
Seria aterrador, não fosse o surreal de haver jornalistas apoiando a aclamação deste estado de atrocidades praticadas pelo próprio Estado brasileiro. Seria já surreal, não fosse criminoso o silêncio de outros ministros do STF e o silêncio mesmo de alguns líderes da direita brasileira ao não berrarem para o Brasil e para o mundo que, no Brasil, se instala a pior ditadura da história do país.
 
Caetano Veloso dizia que Narciso acha feio o que não é espelho. Caetano, como Chico Buarque e outras fraudes ideopatas da arte brasileira, também parecem perceber a direita e o conservadorismo brasileiro como um mal a ser eliminado. 
Caetano, Chico, Gilmar, Reinaldo, Daniela e tantos outros da mídia, do Judiciário, do mundo cultural e artístico nacional se transformaram no monstro autoritário que dizem combater. 
Se olham no espelho como narcisos e adoram a própria monstruosidade persecutória, ditatorial, fascista. 
E atribuem a outros o caráter e o reflexo de sua própria monstruosidade.

Leia mais: “Alexandre, o Supremo”, artigo de Augusto Nunes publicado na Edição 164 da Revista Oeste

LEIA TAMBÉM:  Gleisi ataca Estadão por críticas ao governo Lula  [essa esquerdista sabe que quando a mídia, ainda que a velha imprensa, começa a atacar um governo que antes defendia, é que está próximo do atacado - no caso a bagunça alcunhada de governo Lula - cair fora, deixar de fingir que governa; é público e notório que a produção expelida governo lulopetista é apenas atacar o governo anterior - que deixou de ser governo tem mais de 125 dias.
O Estadão finalmente divulga, através do que aquela senhora chama de "editoriais arrogantes, desinformados, mofados e raivosos", ter percebido, ainda que com atraso,  que defendia o lado errado, o lado do atraso, o lado contra o Brasil.]

Presidente nacional do PT xingou editoriais publicados pelo jornal

 

quarta-feira, 29 de março de 2023

Silêncio hipócrita - Onde está Alexandre de Moraes?

Vozes - Paulo Polzonoff Jr

"Ensina-me, Senhor, a ser ninguém./ Que minha pequenez nem seja minha". João Filho.

Ganha um “parabéns” quem encontrar Alexandre de Moraes na imagem. do clássico “Onde Está Wally?”| Foto: Reprodução

Ué. Alexandre de Moraes não era o grande xerife da democracia?  
O cruzado do Estado Democrático de Direito? 
O protetor das instituições? 
O guerreiro contra as fake news e outras ameaças nascidas de seu intelecto brilhante e de sua aguçada visão jurídica? 
Não era ele quem estava disposto a tudo para proteger o país do fascismo, da extrema-direita e de outros espantalhos tão queridos do petismo?
 
Pois então. Curiosamente, na semana em que Lula disse que só sossegaria quando f&%$#*! o seu algoz, o ex-juiz e hoje senador Sergio Moro, Alexandre de Moraes desapareceu do noticiário. Pior: na semana em que foi descoberto um plano para matar o mesmo senador, plano do qual o presidente da República zombou, Alexandre de Moraes fugiu dos holofotes e dos microfones como petista foge da verdade.[quando o Brasil esperava que, no mínimo, o ministro Moraes determinasse que no prazo máximo de dez dias, o boquirroto ex-presidiário explicasse a ameaça que proferiu contra um Senador da República.] 
 
Não só ele. Luís Roberto Perdeu Mané Barroso e Carmen Cala Boca Já Morreu Lúcia, ministros dados a grandiosos clichês sentimentaloides que a imprensa militante repercute como se fossem aforismos dignos de antologia, também estão emudecidos. 
De bico fechado e incapazes de uma só palavra de reprimenda ao apedeuta-em-chefe também estão Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Edson Fachin e Rosa Weber. E Luís Fux? 
Por onde anda o ministro no qual os lavajatistas tanto confiavam e que não deu um pio em apoio ao senador Sergio Moro? 
Sem contar Gilmar Mendes, claro. Mas esse daí... De onde menos se espera é que não sai nada mesmo.
 
Há tempos não se ouve a voz do Trovão da Justiça. 
Que não ousa repreender Lula pelo palavrão e por aquilo que muita gente considerou uma ameaça velada a Sergio Moro. 
Que não se dignou nem mesmo a uma notinha de repúdio pelo plano de matar o senador. 
Aliás, Alexandre de Moraes tampouco se manifestou em relação à violência imposta por uma facção criminosa no Rio Grande do Norte - atos terroristas que, misteriosamente, não levaram ao afastamento da governadora petista.

Silêncio bem-vindo

E, no entanto, ouso dizer que o silêncio dos ministros do Supremo Tribunal Federal é institucionalmente bem-vindo. Porque é o certo. 
Digo, em outro momento, sob as bênçãos da democracia plena e cristalina, seria até de se louvar que os membros da altíssima cúpula do Poder Judiciário não se intrometessem em questões envolvendo outros poderes. 
Que se recolhessem a seus papéis constitucionais. Que se manifestassem apenas nos autos.

Mas até Alexandre de Moraes há de convir que, na atual circunstância, nessa democracia de fachada em que vivemos, e sobretudo depois do que se viu e ouviu nos últimos quatro anos, esse silêncio nada mais é do que uma expressão da mais suprema hipocrisia. É a mais perfeita tradução (“alguma coisa acontece no meu coração”) de um espírito jurídico contaminado por paixões partidárias e por uma visão de mundo que, num acesso de generosidade, chamarei aqui apenas de “estreita”.

Afinal, o que fizeram Alexandre de Moraes & Seus Togas Pretas nos últimos quatro anos além de perseguir primeiro os bolsonaristas mais ferrenhos (Eustáquio, Allan dos Santos, Daniel Silveira) e, depois, qualquer um que suas imaginações considerassem uma ameaça? 
Até humorista eles prenderam! 
 Sem falar na intromissão incessante no Poder Executivo, que não podia nem dar um espirro sem ter de explicar, no prazo de 48 horas, o motivo do delicioso espasmo.
 
E falaram, hein? Ah, como falaram! Provocaram. Debocharam. Impuseram o medo. 
Teve até gesto de decapitação, lembra? Teve a decretação de um Estado de Exceção. Teve a volta da censura. 
O STF fez das tripas coração para deslegitimar, quando não criminalizar, os anseios de pelo menos metade dos brasileiros. 
A ponto de levar muitos deles a desacreditarem nas impolutas instituições. Se hoje muitos veem o STF como uma agremiação de militantes escolhidos por conveniência política e que agem contra a mesma sociedade que deveriam proteger da tirania do Estado, a culpa é das línguas (e canetas) soltas dos ministros.

Além de hipócrita, ou melhor, porque hipócrita, o silêncio de Alexandre de Moraes & Cia soa também como uma confissão de que temos no STF alguém (ou alguéns) que, na “melhor” das hipóteses, é apenas mais um antibolsonarista inveterado. 

Alguém que, veja só!, não hesitou em pôr em dúvida a legitimidade de todo o sistema eleitoral brasileiro, das urnas à atuação do TSE, só para tirar do poder um presidente que ele e os seus consideravam estética e ideologicamente repugnante.

(R.: Alexandre de Moraes está no canto inferior direito da imagem)

 Paulo Polzonoff Jr., colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 


terça-feira, 28 de março de 2023

Agora ser feminista é ser de ‘extrema direita’? - Revista Oeste

Joanna Williams, da Spiked

De acordo com o grupo Hope Not Hate, defender os direitos das mulheres torna você um extremista perigoso

 Ativistas dos direitos trans | Foto: Foto: Simon Chapman/LNP/Shutterstock

Ativistas dos direitos trans | Foto: Foto: Simon Chapman/LNP/Shutterstock 

Diga “extremismo de direita”, e a maioria das pessoas vai pensar em fascismo. Quem sabe em Hitler, nazismo e suásticas. 
Ou, mais recentemente, no político britânico Enoch Powell e seu infame discurso “Rivers of blood” (“Rios de sangue”, em tradução livre). 
Ou ainda na Frente Nacional britânica dos anos 1970. É bem menos provável virem à mente feministas defendendo os direitos das mulheres. Ou pais preocupados que tenham objeções à sexualização de crianças e a bibliotecas fazendo apresentações de drag queens.

Incrivelmente, ambos os grupos são mencionados em um novo relatório do grupo Hope Not Hate (“Esperança, Não Ódio”). “State of hate 2023: rhetoric, racism and resentment” — ou “Estado do ódio 2023: retórica, racismo e ressentimento”, em tradução livre — é divulgado como “o guia mais abrangente e analítico sobre a extrema direita na Inglaterra hoje”. Abrangente é uma forma de definir o texto. Ele detalha tudo e todo mundo de quem seus autores não gostam, de apresentadores da GB News à feminista crítica da teoria de gênero Kellie-Jay Keen (também conhecida como Posie Parker). O relatório é menos uma pesquisa e mais um chilique muito longo.

O Hope Not Hate destaca protestos contra o projeto Drag Queen Story Hour (Hora da História da Drag Queen, em tradução livre) como um exemplo de “agitação da extrema direita”. 
O relatório enganosamente descreve esses eventos de drag queens apenas como “contações de história para crianças em bibliotecas públicas”. Em seguida, o texto rotula como problemáticas as pessoas que perguntam por que homens com seios falsos e meias arrastão estão tão interessados em ler histórias para crianças pequenas. “A extrema direita enxerga os direitos trans como um desafio fundamental para sua crença nos papéis de gênero tradicionais e nas estruturas familiares”, afirma o Hope Not Hate. Nunca fica claro qual é a relação entre extrema direita e não querer sexualizar as crianças ou defender os valores familiares tradicionais. Se você gritar “extrema direita”, parece que não é preciso explicar mais nada.
O Hope Not Hate afirma que a retórica antitrans está se tornando “cada vez mais escancarada e agressiva na extrema direita”. E, claro, o que o grupo descreve como “retórica antitrans” pode ser qualquer coisa, desde errar o gênero de alguém até defender os direitos das mulheres com base no sexo. 
 É aqui que Kellie-Jay Keen é mencionada, como uma “ativista antitrans” que encontra “cada vez mais apoio nas opiniões da extrema direita e se combina com elas”. Seu famoso pôster “Woman: adult human female” (“Mulher: adulta humana”) e seus eventos “Let women speak” (“Deixe as mulheres falarem”) há tempo atraem ofensas de ativistas trans. “State of hate” confirma o status de Keen como uma “voz de liderança no movimento antitrans”.

Quando destacar a definição do dicionário para “mulher” é o suficiente para uma pessoa ser associada à “extrema direita”, realmente estamos em apuros. O feminismo foi uma das grandes causas das progressistas do século anterior. As antigas campanhas por igualdade econômica, social e política entre os sexos ainda são corretamente celebradas hoje em dia. No entanto, as pessoas que quiserem defender os direitos baseados no sexo, direitos pelos quais as feministas lutaram tão arduamente”, serão menosprezadas como transfóbicas e preconceituosas.

A linguagem muda, mas o sentimento continua o mesmo. Pelo jeito, mulheres que exigem direitos baseados no sexo devem se calar e acatar os homens

Destacar Kellie-Jay Keen também a transforma num alvo. Já sabemos que Keen recebeu uma visita da polícia e foi assediada por manifestantes, em consequência de seu apreço pelos direitos das mulheres. Ao chamar atenção para ela mais uma vez, o Hope Not Hate está contribuindo com sua demonização irrefreada.

Infelizmente, o grupo não é o único que rotula Keen como uma ativista quase de extrema direita. Algumas feministas — até mesmo críticas de teoria de gênero — fizeram o mesmo. Já em 2018, uma organização feminista acusou Keen de racismo, porque ela criticou a prática do uso de véu das jovens muçulmanas. Uma jornalista feminista chegou a chamar Keen de “Marine Le Pen de Brechó” e descreveu uma manifestação organizada por ela como um evento “cooptado por nacionalistas, racistas e misóginos”.

Essas feministas esnobes não fazem ideia de como organizações políticas funcionam. Se você organiza um protesto, não é possível escolher a dedo quem aparece, quem filma a sua fala ou quem compartilha trechos nas redes sociais. Se você quer “deixar as mulheres falarem”, não se pode realizar um exame prévio de pureza política. De forma similar, o Hope Not Hate tenta condenar Keen, ao chamar atenção para elementos secundários que participaram ou transmitiram alguns de seus atos. É uma tática preguiçosa de culpa por associação.

Com toda a conversa ridícula de Kellie-Jay Keen estar de alguma forma aliada à “extrema direita”, na verdade os ativistas são os verdadeiros reacionários aqui. São eles que estão revertendo as conquistas do feminismo e declarando guerra aos direitos das mulheres.

Um século atrás, dizia-se para as mulheres que não era feminino exigir o direito de votar e de frequentar a universidade. As feministas da atualidade ouvem de figuras como o grupo Hope Not Hate que é um comportamento de extrema direita não aceitar homens de vestido em provadores, prisões e alas femininas de hospital. Não feminino, não natural, de extrema direita… A linguagem muda, mas o sentimento continua o mesmo. Pelo jeito, mulheres que exigem direitos baseados no sexo devem se calar e acatar os homens.

O que se torna mais aparente a cada dia é como o ativismo woke na verdade é retrógrado. As mulheres não podem ser detidas em sua defesa por direitos por alarmistas sexistas e politizados. 

Leia também “A arrogante cruzada contra a misoginia”

Joanna Williams é colunista da Spiked e autora de How Woke Won (2022)

 Joanna Williams, da Spiked, colunista - Revista Oeste


sábado, 11 de fevereiro de 2023

Comunismo, fascismo e nazismo - Percival Puggina

O fascismo nasceu em 1919 e assumiu o poder na Itália em 1922. Desde então, por ser uma ideologia anticomunista, os comunistas passaram a chamar os não comunistas de fascistas. Esse xingamento, então, já rola há um século e está incorporado e automatizado no linguajar da esquerda.

As palavras, na expressão oral de gente séria, têm o significado que lhes é próprio. Principalmente se o vocábulo incorpora uma definição. Não posso chamar um piano de tecladinho nem um tecladinho de piano. Por outro lado, para gente confiável, afirmações feitas com palavras expressam ideias em relação às quais, quem fala, assegura consistência suficiente para não voltar atrás antes de sólida refutação. Essas pessoas não fazem como Lula que tem um discurso em cada ambiente, nem imputam aos outros infâmias que não lhes correspondem.

Ter consciência disso é importante para que cada um de nós, no íntimo, estabeleça padrões de credibilidade a quem emerja na liderança da sociedade. Não se trata de buscar o discurso mais empolgante, mas de certificar-se da consistência e da perseverança em relação ao que seja dito.

Recentemente, alguém escreveu que Putin não está apenas defendendo seu país, mas enfrentando uma guerra contra os fascistas. Pronto! Podemos discutir por meses a fio as razões de lado a lado. O que não é aceitável é chamar “fascista” os principais países da OTAN que não concedem a Putin razões suficientes para destruir a Ucrânia.

O pior dessa história é que se a Rússia de Putin entrar em guerra contra a China de Xi Jinping, essas mesmas pessoas estarão chamando Putin de fascista porque o líder chinês é bem mais comunista do que o russo. Passo seguinte, se, um dia, China e Coreia do Norte se desentenderem, como nada é mais comunista que Kim Jong-un, a China será o lado fascista para esse dicionário boquirroto.

Resguarde-se desse tipo de gente. Desconfie de todo discurso que tenha mais adjetivos do que substantivos. E saiba: comunismo, fascismo e nazismo são tão danosos que as diferenças entre eles chegam a ser sutis diante de seus colossais malefícios, mesmo no plano meramente ideológico. Na prática, o nazismo acabou, o fascismo acabou, mas o comunismo, desastradamente, persiste.

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

domingo, 28 de agosto de 2022

Artistas: ponham-se em seus lugares! - Hiago Rebello

 

 [NÃO SE ASSUSTEM !!! é a arte da esquerda, dos comunistas, do progressistas, do maldito politicamente correto, da NOM e de tudo que não presta.]

Ao que tudo indica, a arte ganhou uma aura mágica e irracional de proteção social. Fazer crianças assistirem e tocarem em adultos nus? Arte. Sexo ou nudez pública? Arte! Mutilação ou atentado contra a propriedade pública? Arte de novo… 
Subir em um orelhão no meio da avenida e chorar quando um guarda o tira à força do lugar que qualquer imbecil consegue perceber que não foi feito para subidas? Arte!

Com arte, você pode fazer tudo. Você pode exigir tudo. Dou um exemplo: verba para um filme de 16h feito com cenas monótonas dentro de uma ruela? [ou para ofender Jesus Cristo e milhões e milhões de cristãos - tem um anormal que já 'produziu' - melhor dizendo "expeliu" no sentido não teológico de escatológico - várias 'artes' blasfemas.] Se não der para o artista… ele chora e nos chama fascista. 

Pelo visto, através do prisma da arte, você perde o direito de ser ofendido – o que é irônico, vindo de progressistas… –, pois a arte, pelo visto, foi resumida ao papel de chocar. O choque feito pela classe artística atual, claro, serve majoritariamente para impressionar sujeitos do século XIX. Gordas na praia, travestis, homossexuais, mulheres feias, gritos sem nexo… tudo perfeitamente encaixado para escandalizar a rainha Vitória… se não fosse pela parte que ainda nos choca.  
Seja em público ou em um evento aberto a este, uma miríade de performances, na busca desesperada para o único norte que lhes restou, tenta a todo custo ofender a população, seus costumes, crenças e valores. Se você passar por alguma rua e notar um “ato artístico” onde uma mulher fique com os seios à mostra, errado é você se por acaso se sentiu ofendido ou se achou o ato errado. 
 
Isso mesmo: também possuem o elemento mágico de escolherem os culpados. 
Se vocês forem contra suas performances, serão contra a arte em si. Aprendam isso, leitores! 
Perderam o direito de discernir logicamente a parte do todo: um desempenho vexatório se torna (através de uma força inexplicável, como um milagre intercedido pelo próprio Moisés, contudo, sem ter o sentido de ser feito pelo Criador da matéria) a própria Arte quando você questiona se aquilo deveria existir ou se deveria ser exibido ao ar livre; as coisas, evidentemente, também não param por aí. Perdem o direito de se expressarem, leitores. Se incomodar o artista… você é um fascista!
 
Mas “fascismo” é uma palavra interessante. O artista não o xinga de sindicalista, nacionalista, antiliberal, corporativista… nada do que realmente compõe o fascismo, a não ser uma única coisa: autoritário. Como alguém pode ousar ser contra a arte do artista questionador? 
Como podemos cogitar questionar a autoridade do questionador? Seria um disparate! 

Devemos, claro, no máximo não nos importar, pois sempre temos que abaixar nossas cabeças para a autoridade que nos salvaguarda dos autoritarismos, uma tão alta, tão inquestionável, límpida, perfeita, pura, que impera sobre todos nós… porque caso contrário… seremos fascistas.

Ó, o terrível infortúnio contra o artista atual! Quando escuta, do alto de sua torre subjetivista, a opinião de alguém que não entende, acredita ou receia que sua obra, ou a corrente à qual está relacionado, “não é arte”, o artífice do subjetivismo não se aguenta! 
Dos fortes do Relativo, ele estoura bombas axiológicas contra a opinião da plebe que, como é óbvio, “não sabe o que é arte”. Então, com o bastião de sua relativa opinião, explica ao seu adversário que arte não tem definição, que ela não pode ser contida em nada, mas ainda assim, através de seus parâmetros, mostra que o reles campônio cultural está… errado. A arte moderna encaixa a todos para todos não encaixarem ninguém – são os guardiões das definições!
 
A arte atual, claro, sem forma ou coesão, é um grito contra o sistema. Todos os arquitetos medievais, os escultores gregos, os poetas romanos, os pintores renascentistas e os romancistas românticos… se não perceberam isso, é porque, claro, não sabiam o que era arte e para que esta realmente servia. 
Replicavam apenas os discursos de poder e os lugares de fala das elites aristocráticas, burguesas e religiosas de seus tempos! 
Depois de seis mil anos de Civilização, depois de oitenta mil anos de cultura e de duzentos mil anos de humanidade, apenas agora os críticos sociais descobriram o que é arte! 

Do seu domínio e poder nada sai, nada foge de seus relativismos absolutos, nada pode os perturbar e ninguém ouse os questionar… Pois se irritar o artista… você só pode ser um fascista.

Publicado originalmente em 26/11/2019 no site do Instituto Liberal.

Graduado e Mestrando em História pela Universidade Federal Fluminense.


sexta-feira, 13 de agosto de 2021

CPI debocha da covid - Revista Oeste

Aqueles hipócritas fantasiados de senadores estavam escarnecendo da população ao usar a covid como palco para as conversas fiadas

                    Omar Aziz, Randolfe Rodrigues e Renan Calheiros

Num futuro não muito remoto, os checadores, os senhores da verdade e os corregedores da história vão ter um trabalhão para retocar, esconder, enfim, sumir com os registros dessa CPI da Covid. Especialmente os do dia 10 de agosto de 2021. Nada muito dramático, porque para essa gente vigilante fazer a realidade caber nas suas cartilhas é brincadeira de criança. Mas nesse capítulo os checadores do futuro precisarão atuar com uma força-tarefa especial, ou talvez uma junta médica especializada em transplante de versões.

Como você sabe — e está na cara de todo mundo hoje, mas é como se não estivesse —, o arraial de Renan Calheiros foi transformado em central da ética e da vida. Contando ninguém acredita. É melhor nem contar. Essa transformação de fazer alquimista morrer de inveja foi operada pelo consórcio da imprensa transformista — aquela que trocou a notícia pela propaganda.

E no dia 10 de agosto esse heroico pacto de farsantes mandou às favas os escrúpulos de consciência (se lembra disso?) e protagonizou o show hediondo que o bisturi dos checadores do futuro haverá de corrigir, pelo bem da memória da picaretagem.

Nesse fatídico diacomo se não bastassem todos os outros —, a CPI de Calheiros e Aziz teve um rompante de sinceridade. Rasgou a fantasia e assumiu que ninguém ali está nem aí para esse papo de pandemia. A CPI da Covid esqueceu a covid e passou a discutir um desfile militar. Foi de arrepiar.

Humilhando a população que sofre com a crise de saúde, os senadores do telecurso de empatia subiram nos seus caixotes caríssimos pagos pelo povo e passaram a fazer comícios sobre militarismo, golpismo, fascismo e hipnotismo de trouxas. Saíram todos do armário ao mesmo tempo — num movimento decidido de libertação da sua maquiagem salvacionista. Dane-se esse teatro covidal, vamos assumir que montamos esse palanque para atolar o país na crise — seria a manchete correta, se ainda existisse imprensa.

Os adversários dos donos da CPI simplesmente entraram na conversa bizarra deles

Mas quem dera o problema fosse só a conversão do jornalismo à montagem de historietas espertas. Ou fosse só a existência de políticos nefastos que colecionam problemas com a polícia e ficam esperando a chance de ser inocentados pela imprensa marrom. O problema é muito maior. Envolve inclusive os que detestam a CPI — e parecem adorar detestá-la.

Na própria CPI, os que tentam se opor ao picadeiro de Calheiros, Aziz & cia parecem ter achado normalíssima a transformação daquele fórum de investigação sobre a pandemia em fórum de debate sobre parada militar. A única manifestação possível numa situação dessas seria o repúdio terminativo àquele contrabando temático que afrontava a memória de todas as vítimas da covid no país. Mas os adversários dos donos da CPI simplesmente entraram na conversa bizarra deles — para falar também de tanques, soldados, fardas e golpes imaginários. No sentido contrário, claro. Mas dá no mesmo.

E o tema se espalhou pelas redes sociais, pelas conversas pessoais, enfim, pela opinião pública sem o único crivo que poderia dominar a falsa polêmica: aqueles hipócritas fantasiados de senadores estavam escarnecendo da população imersa na tragédia sanitária ao usar a covid como palco para as conversas fiadas que mantêm suas existências parasitárias. Nem politicagem isso é mais.

Salvo engano, o Brasil está se acostumando com o cinismo.

Leia também “A CPI é um sucesso”

Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste


sábado, 31 de julho de 2021

Quem quer dar o golpe? - J. R. Guzzo

O presidente, que só continuará a ser presidente se ganhar a eleição de 2022, ou quem nega a ele, em qualquer circunstância, o direito de se reeleger? 

É possível ler pelo menos uma vez por dia que a democracia no Brasil está correndo os riscos mais sérios de sua história neste preciso momento — e todo mundo sabe perfeitamente quem é o responsável direto por isso, segundo nos dizem a mídia, as classes ilustradas e o Brasil equilibrado, europeu e social-democrata que tanto encanta a nossa elite. O culpado é ele mesmo: Jair Bolsonaro. Há, entre os riscos, os “atos antidemocráticos”, como as aglomerações de gente onde se pede o despejo dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Há as passeatas de motocicleta. São apresentadas ideias inconstitucionais, como a de que a presente Constituição não vale nada. Há a reivindicação de que o voto nas eleições de 2022 possa ser comprovado fisicamente
E há, acima de todas as outras ameaças fatais à democracia, a possibilidade de que Bolsonaro ganhe a eleição presidencial do ano que vem e continue presidente do Brasil por mais quatro anos. [o que com as bençãos de DEUS ocorrerá e abrirá caminho para mais quatro anos de Bolsonaro, contados a partir de 2026.
Os inimigos do Brasil = antipatriotas + adeptos do 'quanto pior, melhor' + arautos do pessimismo + o establishment + inimigos do presidente = sofrem de indigestão e outro incômodos por serem forçados a engolir o presidente Bolsonaro até 2022; 
o estado de saúde, física e mental,  de tais seres = inimigos do Brasil = torna-se mais grave ao confirmarem a cada dia, apesar do esforço da mídia militante em narrar o contrário, que Bolsonaro será reeleito em 2022 e encontrará uma larga, pavimentada e segura via para novo mandato, com inicio em  2027. Isso os desespera, os faz perder a noção. Paciência! Vão continuar perdendo e esperando um impeachment que não virá. Alguns beócios chegam ao ridículo de desejar a morte do presidente, sugerir suicídio. A esses seres lembramos que 'morte desejada, vida alcançada' é um ditado muitas e muitas vezes confirmado.]
Como assim? Isso aí é o que se chama de contradição absoluta. Como o resultado de uma eleição livre, direta, com voto universal e secreto pode ser a pior ameaça a uma democracia? 
Pois é onde estamos hoje, exatamente. O debate político no Brasil foi sendo tão degenerado, mas tão degenerado, que eleição, conforme o resultado, passou agora a ser crime político
Há muita conversa, claro, sobre “movimentação militar”, coisas obscuras e imprecisas que ninguém foi capaz de definir até o momento. Aqui e ali murmura-se sobre algum tipo de “golpe de Estado” sem que fique preciso, nunca, quem daria esse golpe, quando, como e onde. [os que tentam criar um clima de golpe, divulgar um entendimento de que um golpe está prestes a ocorrer, esquecem que golpe de estado não é dado com dia e hora marcados nem é planejado via imprensa. 
GOLPE DE ESTADO só se torna público e  notório quando ocorre. A divulgação é sua ocorrência. Como o presidente disse que o Brasil tem de ter eleições limpas, ou não terá eleição nenhuma, e como a eleição terá de ter voto auditável para ser limpa, e como não vai haver voto auditável, há uma confusão contratada para o ano que vem. 
Há os “radicais” em volta de Bolsonaro, há o discurso do ódio (só do lado dele), há os “atos antidemocráticos”, há o general Braga — enfim, há uma infinidade de coisas que são relacionadas todos os dias para indicar que a democracia brasileira está em estado de coma. Mas tudo isso, em geral, é conversa para encher o noticiário. O problema, mesmo, é Bolsonaro ganhar a eleição.

Quem não admite que existe uma maneira diferente da sua de ver o mundo é um militante do totalitarismo

E, nesse caso, quem é a verdadeira ameaça à democracia? O presidente, que só continuará a ser presidente se ganhar a eleição de 2022, ou quem nega a ele, em qualquer circunstância, o direito de se reeleger?  
É cada vez mais comum, na esquerda, dizerem que não vão “esperar” a eleição para desembarcar Bolsonaro do governo. Que diabo significa isso?  
Todo o discurso de oposição fala em “excluir a possibilidade” de mais quatro anos com ele. [lembramos que o desejo que o presidente morra e/ou a sugestão de suicídio, se enquadram entre os caminhos para alcançarem êxito no ato de 'excluir a possibilidade'.]  Prega-se abertamente, também, que a democracia é um valor que está “acima de qualquer outro”; como Bolsonaro, nessa maneira de ver as coisas, torna “impossível” qualquer regime democrático no Brasil, tudo passa a ser admissível para “deter” a sua caminhada. Outra coisa: impedir ofascismoé um dever cívico acima de qualquer lei, e está na cara desse evangelho que Bolsonaro e “fascismo” são exatamente a mesma coisa. É um dever de todos, portanto, agir nessa direção.
Os verbos são estes mesmos: excluir, deter, impedir. A mensagem que transmitem, quando se desconta a hipocrisia, é que não existem dois lados na próxima eleição e que quem ganhou deve levar. Só existe um lado legítimo — o que é contra Bolsonaro. 
Se ele perder, ganha a democracia; se ele ganhar, ganha a ditadura. Eis aí, no fundo, o ovo dessa serpente: a exclusão do “outro lado” da vida política. Tanto faz, aí, se quem acredita nisso é de esquerda ou de direita. Quem não admite que existe uma maneira diferente da sua de ver o mundo, ou oposta à sua, é um militante do totalitarismo. É assim em Cuba, na Venezuela ou na China — só há uma verdade, essa verdade é a do governo e quem discorda é um inimigo da sociedade. No Brasil de hoje só pode haver um ganhador para a eleição de 2022 — o nome que não for Bolsonaro — e quem discorda disso não deve ter voz.
A esquerda, o centro equilibrado e o Brasil que se dá ao direito de pensar por todos acreditam, como artigo de fé, que pessoas como Bolsonaro, com o seu temperamento, suas ideias, seu tipo de admiradores, sua atitude geral diante da vida, seus conceitos e preconceitos, suas simpatias e antipatias, suas reações etc. etc., não podem ser aceitas numa democracia. Gente assim não foi feita para participar da vida pública; é a negação dos valores “corretos” e uma fonte permanente de tensão. 
Pode ser, mas estas não são expectativas realistas, nem éticas, de uma sociedade democrática. 
Democracia, ao contrário, depende do conflito para existir — inclusive os conflitos trazidos por lideranças políticas como as do presidente Bolsonaro. Na verdade, as divisões, por mais duras que sejam, são essenciais num regime democrático. Todas elas, inclusive as representadas por Bolsonaro, que são tão legítimas quanto quaisquer outras. Por que não?  
Só os conflitos declarados virtuosos ou aceitáveis pelo STF, pela OAB e pelas classes intelectuais seriam permitidos? 
É o que se pretende no Brasil de hoje. Esquecem, todas essas almas tão preocupadas com as “instituições”, que, se não houvesse divergências como as que são encarnadas por Bolsonaro, não haveria necessidade de democracia. Para que, se todos estão de acordo?
 
[inimigos do Brasil =  Entendam que o povo brasileiro não é estúpido; sofreu uma crise de falta de noção, de bom senso e de rumo, quando elegeu coisas como 'lula' e 'dilma'. Mas as duas coisas expelidas foram tão incompetentes, que o povo brasileiro tomou rumo e sabe que Bolsonaro precisa de mais quatro anos de mandato = para governar sem a pandemia, reduzir a fome, a miséria, o desemprego e outras mazelas que os citados  deixaram como herança maldita.]

A democracia brasileira não está sendo ameaçada pelo governo. Está sendo ameaçada diretamente por todas as forças que não querem Bolsonaro nas eleições de 2022 — e que, para atingir esse propósito, estão prontas a promover e a aceitar qualquer ilegalidade. Está sendo ameaçada por todos os que pescam na confusão de um impeachment inteiramente ilegal, pois não baseado em nenhum fato objetivo que indique um crime por parte do presidente da República — não com um mínimo de respeito à lógica comum, ao princípio da prova e à inteligência do eleitor

Está sendo ameaçada pelos que querem depor Bolsonaro alegando que ele “roubou vacinas”, anda sem máscara e elogiou a cloroquina. Está sendo ameaçada, sem a menor objeção por parte de seus opositores, quando se deseja em público a morte do presidente nas ocasiões em que pega covid ou é internado para tratamento médico num hospital. Nega-se a tal ponto a legitimidade do adversário que se acaba por negar a ele o direito à vida.

A ideia de democracia não combina com a pregação da morte. “Viva la Muerte” era um grito de guerra da Espanha fascista. Foi redescoberto pela esquerda brasileira.

Leia também “Vale tudo, menos Jair Bolsonaro-22”

J. R. Guzzo, colunista - Revista Oeste