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quarta-feira, 10 de maio de 2023

A corda da paciência parece estar sendo esticada - Alexandre Garcia

A corda da paciência cidadã parece estar sendo esticada, até que nos retirem todas as nossas liberdades

Visitei o Parlamento português e lá me perguntaram sobre as bases constitucionais das decisões do Supremo nesses últimos anos. Respondi que sei tanto quanto os portugueses. 
Que se eu ler um artigo da Constituição, encontro uma norma fácil de entender; se me inteirar de decisões do Supremo sobre o mesmo tema, encontro, muitas vezes, conclusão oposta.  
Suponho que os juízes da Suprema Corte estejam dotados da percepção do que está implícito nas letras, palavras e frases da Constituição. 
Eu, parvo cidadão não-supremo, só consigo ler o que está explícito, como acredita o doutor Ulysses, presidente da Constituinte, no discurso com o qual nos entregou a Constituição. 
Como cobri diariamente os trabalhos dos constituintes, até com um programa semanal na tevê chamado "Brasil Constituinte", e não querendo ficar só nessa antileitura constitucional, fico augurando que os principais relatores da Carta Magna, Bernardo Cabral e Nélson Jobim, expliquem, já que não consigo, para os deputados portugueses o que está a acontecer. Sim, e expliquem também para os brasileiros.
 
Há um silêncio grande na mídia, que eu prefiro interpretar como de perplexidade. Talvez seja a reboque daquele refrão em que decisão da Justiça não se discute; se cumpre. Ou do temor, também vindo da sabedoria popular, de que não se briga com quem usa saia: mulher, padre e juiz. Já na minha rebeldia pró-justiça, não consigo me aquietar nessa antiga paixão pela Constituição. 
Durante o governo militar, eu andava com ela no bolso, principalmente quando presidia o centro acadêmico, na PUC, em Porto Alegre. Constituição, para mim, é garantia, fundamento, fundação, ordem. Hoje, nem os princípios do devido processo legal estão à vista, como juiz natural, inércia do juiz, Ministério Público essencial, ampla defesa, contraditório…
 
Meu consolo é que, almoçando com uma juíza criminal veterana, soube que ela tem a mesma dúvida sobre se vivemos num estado de direito. E o pior: ela sente isso entre a magistratura em geral. 
No Palácio de Queluz, onde nasceu e morreu nosso proclamador da independência, advogados paranaenses que encontrei me garantem que o estado de direito já deixou de existir. 
Ocioso perguntar como aconteceu, mas, sim, como deixamos que acontecesse? 
A quem responde o Supremo? Um mandatário de Minas Gerais, que preside o Senado e é advogado, não se percebe responsável perante o Parlamento, a Constituição, os mineiros e o país.

Eu não gostava das aulas de latim, mas aprendi muitas frases dos antigos romanos, como esta, do advogado Cícero, autor de Da República e Das Leis: Quousque tandem, Catilina, abutere patientia nostra? Até quando abusarás da nossa paciência? 

A corda da paciência cidadã parece estar sendo esticada, até que nos retirem todas as nossas liberdades. Um deputado português me perguntou como pode acabar. É outra resposta que não tenho. A razão me alerta que, num caso assim, um dia a corda esticada arrebenta, inevitavelmente, de um lado ou de outro, o que prenuncia que não acaba bem.

Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense


sexta-feira, 17 de março de 2023

Estamos a caminho de uma amputação maciça das nossas liberdades, incluindo a de expressão - Gazeta do Povo

Vozes - J.R. Guzzo

A Gazeta do Povo resumiu de forma admirável, num editorial recente, uma das piores ameaças que a democracia brasileira já sofreu em toda a sua existência – a ofensiva geral contra a liberdade de expressão, ora à venda justamente pelos que se apresentam como os grandes sacerdotes do “Estado de Direito” no país. “Se realizarmos a regulamentação das mídias sociais neste ambiente atual de completa confusão conceitual sobre a liberdade de expressão e sua importância como pilar da democracia, o desastre é certo”. É exatamente isso. Estamos a caminho de uma amputação maciça em nosso sistema de liberdades públicas e individuaise a perspectiva da desgraça vai se tornando uma certeza cada vez próxima e concreta.
 
É o que vai acontecer, caso o debate em torno da questão continue sendo envenenado pela recusa, por parte de quem propõe os “controles”, de entender um fato básico
-  não pode existir democracia a partir do momento em que um órgão do Estado, qualquer que seja ele, ganhe o poder de dizer o que é “verdade” e o que é “mentira” – e de proibir a publicação do que acha “errado”, “falso” ou “nocivo para a sociedade”. 
O problema não é que os defensores do “controle social da mídia” estejam equivocados quanto à liberdade de expressão. 
Não é, nem mesmo, que sejam contra a liberdade de expressão. 
É que eles não sabem o que é liberdade de expressão.

    Jamais, em toda a história humana, houve qualquer tentativa de regular os meios de comunicação que não acabasse resultando em redução da liberdade.

É materialmente impossível chegar a qualquer conclusão correta sobre o cálculo da área do triângulo, por exemplo, se você não sabe o que é um triângulo. É exatamente o que está acontecendo com as propostas de “regulamentação” das redes sociais e dos meios de comunicação. 
Os que propõem a criação de polícias para vigiar o que os cidadãos dizem em público não sabem que liberdade de expressão é a possibilidade de se contar com a proteção do Estado para que a pessoa diga tudo o que quer dizer – e não apenas aquilo que o Estado lhe permite dizer. 
Essa liberdade não é para dizer apenas as coisas ”certas”, “boas”, “justas”, “verdadeiras”, “virtuosas” e por aí afora. 
É dizer outras, ou o contrário dessas, ou o que for. É o vale tudo, então? Não é, de forma nenhuma. 
A lei brasileira, no Código Penal, prevê os crimes de calúnia, injúria e difamação; 
se o sujeito usa a sua liberdade para cometer qualquer deles, vai pagar na Justiça pelo que fez. 
Ou, então, responderá civilmente pelos danos materiais que causou. É isso. O resto é conversa de ditadura.

A esquerda nacional em peso, o governo Lula, o STF e uma porção do Sistema Judiciário partem do princípio, inventado há pouco por eles mesmos, de que a liberdade de expressão só pode se aplicar aos que dizem “a verdade” – e entregam a si mesmos, naturalmente, a função de decidir o que é verdadeiro e o que é falso. 
É uma ideia destrutiva. 
Jamais, em toda a história humana, houve qualquer tentativa de regular os meios de comunicação que não acabasse resultando em redução da liberdade – e, principalmente, em censura pura, simples e grosseira.

O fato concreto é que ninguém, entre os defensores do “controle social” da mídia no Brasil, está interessado em oferecer ao público um noticiário sanitizado, honesto, lindinho, sem mentiras, falsidades ou estupidez – o que querem é proibir a publicação de notícias, comentários ou opiniões que os desagradem ou prejudiquem. É feito para esconder a verdade, e não para salvar “a sociedade” das notícias falsas.

O resumo dessa ópera, na verdade, é bem simples. Todas as ditaduras do mundo, da Venezuela a Cuba, da China até a Coréia do Norte, têm sistemas de repressão às “fake news” e ao “discurso do ódio” – sem nenhuma exceção. 
Nenhuma democracia do mundo tem qualquer coisa parecida – também sem nenhuma exceção. 
Quem está certo, e quem está errado?

J.R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 7 de agosto de 2022

Piada pronta: ministros do STF lançam livro com o título “Liberdades” - J. R. Guzzo

Vozes

Entre as numerosas tarefas que desempenham fora de suas funções como juízes, de palestras contra o governo no exterior à militância em favor da impecabilidade das urnas eletrônicas, os ministros do STF encontraram tempo para escrever um livro. 
 Pelo nível de qualidade que demonstram na redação dos seus despachos, em geral escritos num português semialfabetizado e com ideias de estatura ginasiana, não se poderia esperar grande coisa de mais esse esforço literário dos membros da nossa corte suprema.
 A obra confirmou “o apronto”, como diziam antigamente no jóquei ficou exatamente tão ruim como se poderia prever, levando-se em conta o que Suas Excelências costumam escrever. 
Teve, porém, um “plus a mais”: escolheram para o título uma palavra que representa justamente o contrário daquilo que fazem em seus atos como magistrados. Essa palavra é Liberdades”.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Liberdades”? Nunca houve, nos 130 anos de vida do Supremo, um bloco de juízes que tenha agredido tanto as liberdades individuais e públicas como a maioria dos ministros atuais. Não se trata de opinião; é a simples observação dos fatos. Os ministros que dão o título de “Liberdades” para o seu livro são os mesmos que tiraram a liberdade de um deputado federal em pleno exercício do seu mandato; 
- ficou na cadeia nove meses, e depois foi condenado à uma extravagante pena de quase nove anos de prisão, por ter dirigido ofensas ao STF. - Mantém um jornalista exilado no exterior, e um líder político em prisão domiciliar. 
- Bloqueou o pagamento de salários. 
- Censura o que os cidadãos dizem nas redes sociais. 
- Nega acesso aos autos para advogados de pessoas que estão sendo processadas – e processadas de maneira abertamente ilegal. 
- Aplica punições monetárias a comentaristas políticos cujas opiniões não aprova.


    A obra confirmou “o apronto”, como diziam antigamente no jóquei – ficou exatamente tão ruim como se poderia prever, levando-se em conta o que Suas Excelências costumam escrever

Mais que tudo, o STF pratica uma aberração legal inédita na história jurídica do Brasil: conduz, como investigador, promotor e juiz, um inquérito policial contra “inimigos da democracia”.  
Isso, simplesmente, é proibido por lei – e qual a maneira mais perversa de agredir a liberdade do que usar o poder do Estado para desrespeitar a lei? É extraordinário, realmente, que um tribunal que deu a si próprio funções de polícia e poderes ilegais venha a falar em “liberdade”.  
O STF que está aí prende gente. Investiga a vida pessoal dos cidadãos. Viola o sigilo de comunicações pessoais. Aplica multas. 
Coloca tornozeleiras eletrônicas. Acusa pessoas por crimes não tipificados em lei. 
“Desmonetiza” comunicadores do Youtube. 
 
Expede solicitações de prisão a Interpol. Que liberdade é essa?
Os onze ministros, pelo que se informou, escolheram temas de sua preferência pessoal para abordar a questão das liberdades no Brasil. Uma ministra escolheu escrever sobre liberdade sindical
Um ministro escolheu a liberdade econômica. 
Outro escolheu a liberdade sexual. 
Até aí, tudo bem – é apenas mais uma coleção de trivialidades de alcance curto e profundidade rasa.  
O problema, claro, está quando falam da liberdade em si mesma. 
O que se tem, então, é a falsificação de sempre: em vez de liberdade, que é bom, ficam falando em “excessos de liberdade”. 
É o velho truque das tiranias. Antes de defenderem a liberdade, defendem “limites” para a liberdade – ou seja, seu objetivo é diminuir, restringir e cortar os direitos individuais. O que querem, sempre, é que as pessoas não sejam livres.

J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quinta-feira, 25 de novembro de 2021

A PERSPICÁCIA DO PIU-PIU, A VISÃO CLARA DO MAGOO E 2020 d.C. Esquerdistas culposos e outras assombrações

Adriano Marreiros

 

Difícil mesmo é notar que alguém é um esquerdista culposo, principalmente se você é essa pessoa: você jamais vai admitir porque ainda não sabe disso.  Da mesma forma que um engenheiro que errou no cálculo de uma viga nem sempre sabe que a casa caiu, você também não sabe o quanto é um militante de esquerda involuntário. Involuntário, mas culposo.

Eu: em junho do ano passado.

Quando eu era criança, e até na adolescência, existia um desenho animado com um passarinho chamado Piu-piu.  Em todos os episódios ele ficava frente a frente com um gato chamado Frajola, que queria devorá-lo e, mesmo diante de tão clara ameaça, o tolinho dizia: “Eu ACHO que vi um gatinho”.  Sim, ele só... achava...

Também tinha um outro personagem chamado Mr. Magoo.  Era um senhor que não enxergava nada, mas achava que via perfeitamente, e corria os maiores perigos, só se livrando deles por mero acaso: apenas porque era um desenho bem humorado e não a realidade.

Então fiquei adulto e não vejo mais esses desenhos. Talvez nem tanto por ter ficado adulto, mas porque os programas infantis minguaram, não só pelas restrições ridículas que fizeram quanto à propaganda de produtos infantis, que praticamente a destruíram, mas também porque os novos programas infantis só querem saber de lacração.

Isso, no entanto, não me impediu de lembrar bem daqueles dois ótimos desenhos e descobrir que nunca foram ficção.  Nunca.  Na verdade as pessoas que negam a realidade que aparece na cara delas existem aos montes, como as que negam a Guerra Cultural e o Globalismo.  Piu-Piu não acabou, apenas saiu das telas, se reproduziu aos montes e sua ingenuidade apatetada apenas colabora com o fim da Cultura Ocidental, das Liberdades e das Soberanias...  Só que agora eles nem ACHAM que viram um gatinho: eles dizem que o gatinho é fake news...

Mr. Magoo é outro personagem que vejo materializado constantemente em pessoas.  Pessoas completamente cegas mas que acham que, no Mito da caverna, seriam justamente o cara que fugiu e viu a verdadeira luz.   Não conseguem enxergar nada do que acontece à sua volta, e ainda não se lascaram totalmente por mero acaso – ou se lascaram e não perceberam, como agora que estão vendo a Economia do depois, como desejavam, justamente porque nada viam nem percebiam.  Só que sorte não dura para sempre e globalistas e outros autoritários não são tão bonzinhos quando os autores de desenhos.  Os Magoos já se ferram mais que o Coyote, só que sem aquela vida eterna, mas ainda acham que os cegos são os realistas a quem xingam de terraplanistas e negacionistas.

Esta semana já reclamei demais disso, porque andei recebendo conselhos pretensamente sábios de Piu-Pius e Magoos.  Já deu! (ou melhor, “Deu pra ti?!”, porque estou em Porto Alegre).

***

Paro por hoje e sugiro que comprem meu livro se quiserem mais coisa minha.  Que foi?  Fui direto demais?  Tosco?  Não convém ser tão cara de pau?  Mas, como o Belchior,  “eu não posso cantar como convém, sem querer ferir ninguém”.  Ou não seria eu…  Não vou ficar enrolando igual a vendedor.  Recomendo, sim, o meu novo livro: “2020 d.C.  Esquerdistas Culposos e outras Assombrações”.  Um livro de crônicas: de crônicas de Liberdade e profecias de servidão.  Longe de ser uma mera coletânea, é uma obra em que as crônicas foram divididas em seções, por temas, explicados com textos inéditos e bem humorados em seus inícios (novas crônicas, pois) e, ao final de cada um deles, existem prints de notícias e matérias que situam aquelas crônicas no tempo ou comprovam seu caráter um tanto quanto profético, por mais que eu quisesse ter errado. 

 O próprio prefácio, do Sileno, foge do tradicional por ser dividido em 3 partes espalhadas pelo livro.  Ele diz que um livro meu não poderia mesmo ter um prefácio tradicional pois se trata de um "autor um tanto estrambólico num país de gente normal”: não tenho como discordar… 

 A capa representa o principal assunto do livro, a luta do bem contra o mal, porque assim é a luta pelas Liberdades, e ela, o título, o livro e eu somos comentados na orelha escrita por Sílvio Munhoz, também autor desta série, especialista justamente numa escrita que bate no pé da orelha. Antes do Sílvio veio o belo livro da Érika, cujo filho foi o autor dessa bela capa com São Jorge e o dragão. Salve Jorge! 

 Valeu, Scansani, valeu, Sileno, valeu, leitores.  Não quero cansá-los: pra que vocês comprem o livro!

Adriano Marreiros -  Portal Tribuna Diária.


quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Bolsonaro fez discurso de estadista na ONU - [TV Funerária resgata manifestação de 1984, tentando ofuscar o 7 de SETEMBRO de Bolsonaro ]

 Gazeta do Povo - Alexandre Garcia

Bolsonaro fez discurso de estadista na ONU

Nesta terça-feira, 21 de setembro, quando se celebra o dia da árvore, o dia do fazendeiro e o dia internacional da paz, o presidente Jair Bolsonaro fez um discurso de estadista na abertura da Assembleia Geral da ONU, de líder corajoso de um grande país. 
Falando em paz, democracia, liberdades, respeito à Constituição, progresso e respeito ao meio ambiente.

Ele mostrou uma versão, que segundo disse, o mundo não recebe pela mídia, do Brasil real, do Brasil que tem mais florestas que os maiores países do mundo, que tem uma agricultura sustentável, uma indústria que está protegendo o meio ambiente, uma produção de energia que é mais de 80% limpa, com capacidade de alimentar o mundo e com crescimento desse ano ao redor de 5%.

Além da volta do emprego, o auxílio emergencial para mais de 60 milhões de pessoas, o acolhimento de 400 mil refugiados da ditadura venezuelana, a nossa política de democracia, o nosso pedido de assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidascadeira vamos ocupar de novo a partir do ano que vem. Enfim, foi um discurso curto, de 12 minutos, mas muito denso, objetivo e claro.

E pelas reações ao discurso, a gente vê que ele foi muito eficiente. Porque se fosse um discurso ruim, simplesmente se mostraria o discurso para expô-lo como ruim. Mas estão tentando encontrar alguma coisa para tentar desconstruir o discurso, até mesmo estão discutindo o público da Avenida Paulista no dia 7 de setembro. Fica risível esse desespero. Enfim, podemos nos orgulhar de um discurso de estadista de grande país na ONU.

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Florestas e índios 
Esquerda sofre derrota em tentativa de criminalizar a crítica

Bagunça na CPI
Agora, devemos nos envergonhar da bagunça que foi a CPI da Covid nesta terça. Parecia jogo de várzea, com o público invadindo o gramado, todo mundo se xingando... um horror. Começou com a famosa arrogância dos inquisidores, que o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, não aceitou, sempre revidou.

Lá pelas tantas, ele pediu para a senadora Simone Tebet (MDB-MS) lesse de novo o documento em que baseou uma pergunta e ela se irritou. Ele disse que ela estava "descontrolada", os senadores gritaram o chamando de "moleque", aí todo mundo se levantou e foi aquela coisa.

O presidente da CPI, o senador Omar Aziz (PSD-AM), mandando que o advogado da Controladoria-Geral da República "se afastasse". Foi um negócio horroroso. Terminou que dois investigados, Renan Calheiros e Omar Aziz, tornaram o ministro Wagner Rosário investigado na CPI. Bem irônico esse final.

Agora antes, atendendo a uma pergunta de Eduardo Girão (Podemos-CE), foi o único senador que não era de oposição que conseguiu perguntar, o ministro da CGU disse que há 71 operações investigando dinheiro federal que foi para governadores e prefeitos. Já constatando R$ 56 milhões de prejuízos, com potencial de prejuízo de R$ 250 milhões. Foi lamentável que tenha terminado em bagunça a sessão desta terça.

A CPI, aliás, estava terminando melancolicamente sem nada concreto, agora, nos próximos dias. Mas resolveram empurrar o fim para outubro, para ver se aparece alguma coisa. 
Eles estão indo atrás da vacina que você nunca tomou, porque não foi comprada, a vacina indiana, que tem aquela história fantástica do sujeito ter pedido um dólar por dose em 20 milhões de vacinas.
Uma propinazinha de R$ 100 milhões. Eles fingem que acreditam nisso, e a gente vê que está se tratando de coisas que são bem de ficção, mas eles se fiam nisso na falta de outra materialidade.
O presidente Bolsonaro afirmou no discurso lá na ONU que nos últimos 18 meses não tem nenhuma notícia de corrupção no governo dele. [cômico foi o esforço dos 'heróis' da TV Funerária, tentando desconstruir o discurso de Bolsonaro - chegaram a mencionar uma manifestação realizada em 1984 tentando, inutilmente, que a multidão de SETE DE SETEMBRO passado, pró Bolsonaro fosse esquecida.  Chegaram a cogitar apresentar imagens da Segunda Guerra Mundial para sustentar suposto genocídio praticado pelo governo do capitão. 
FRACASSARAMmmmmmmmmmm.
O desespero maior é que apesar dos sucessivos adiamentos do fim da Covidão, uma hora ela acaba e NADA APRESENTARÁ contra o governo do Capitão.]
 
Alexandre Garcia,  colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

A ideologia bolsonarista - 2 - Denis Lerrer Rosenfield

O Estado de S. Paulo

Ela orienta as ações de seus militantes, que se comprazem em gritar histericamente: ‘Mito!’

Dando prosseguimento ao artigo anterior (18/1), centrado no conjunto de ideias que estrutura o bolsonarismo, ressaltemos alguns outros aspectos para que tenhamos uma visão mais abrangente desse fenômeno. Por mais que alguns insistam, talvez com certa dose de razão, que essas “ideias” não sejam propriamente ideias dado o seu caráter tosco, são elas que orientam as ações de seus militantes, que se comprazem histericamente em gritar: “Mito!”.

Note-se, preliminarmente, como muito bem observou um leitor, que os aspectos por mim assinalados da ideologia bolsonarista não se restringem à extrema direita, mas são igualmente válidos para a extrema esquerda, configurando um tipo de autoritarismo ou totalitarismo cujas consequências são as mesmas na dominação da sociedade e no controle ou aniquilamento das liberdades. Eis por que autores como Hannah Arendt incluem na análise do totalitarismo tanto o nazismo quanto o comunismo. Se me detive mais no caso da extrema direita, é por ser ela a experiência concreta que o País está vivendo.

Subversão da democracia – Um aspecto importante desse fenômeno reside na subversão da democracia por meios democráticos, as eleições sendo usadas como instrumentos para corroer suas instituições e seus valores. Hitler conquista o poder por meios democráticos visando a destruir as próprias instituições republicanas. Chávez conquista “democraticamente” o poder, para eliminar progressivamente todas as instituições democráticas da Venezuela, hoje destruída e exaurida. O presidente Bolsonaro, por sua vez, está sempre testando os limites das instituições democráticas, erodindo seus valores e princípios, embora se diga o seu defensor. Quando convoca as Forças Armadas para defenderem a democracia, faz jogo duplo: o de defensor das liberdades e o de seu verdugo.

Militares – A convocação dos militares é elemento constitutivo de um discurso que busca criar condições para que eles, junto com as forças policiais, passem a responder a ele, e não à Constituição, com o intuito de estabelecer uma relação direta com eles, e não mais unicamente pela hierarquia militar. Há o menosprezo da representação. O presidente gasta boa parte do seu tempo em comemorações militares dos mais diferentes níveis, que não seriam, em condições normais, afeitas à posição de um presidente. Os comandantes militares seriam as pessoas que naturalmente deveriam presidir tais cerimônias. Uma vez que sempre procura comparecer a tais eventos, tem como objetivo chamar a si as pessoas homenageadas, estabelecendo uma relação direta com elas, independentemente de seus superiores hierárquicos.

Trata-se de um meio de também manter os comandantes sob controle, ao mostrar que pode deles prescindir. É um empreendimento difícil nas Forças Armadas, por serem elas hierárquicas e ordenadas, apesar de um suposto chamamento à tropa embutido em tal comportamento, embora o caso não seja o mesmo em algumas Polícias Militares, cuja cadeia de comando é fraca, além de pouco estruturada em torno de valores. Aí as chances do bolsonarismo germinar são maiores, o que explicaria a atual tentativa de uma reorganização das forças policiais, tirando o poder dos governadores e estabelecendo uma forma de coordenação nacional, à revelia das Forças Armadas.

Milícias – Se o bolsonarismo conseguiu com êxito criar uma milícia digital, não se pode dizer o mesmo da criação de um partido, cuja tarefa seria a de estruturar seus adeptos em grupos organizados, que responderiam a vozes de comando paramilitares. Nota-se uma desorientação do bolsonarismo nesse sentido, visto que, no afã da família Bolsonaro de tudo controlar, dividiu e fragmentou um partido eleitoralmente vitorioso, o PSL. Saindo vencedor das últimas eleições, foi vítima da tentativa bolsonarista de tudo dominar, nem aceitando o compartilhamento do poder. Sua orientação de extrema direita, sem uma estratégia correspondente, conseguiu minar a si mesma. O que teria sido um instrumento seu de poder, terminou sendo seu óbice, com as desorientações partidárias daí derivadas. Até hoje não sabe o presidente por qual partido se candidatar em 2022, seu maior, se não o único, objetivo.

Idiotas – O vídeo de ampla repercussão em que o presidente da República, numa tirada sua característica, totalmente imprópria para uma figura presidencial, manda a imprensa pôr uma lata de leite condensado “naquele lugar”, de eliminação fisiológica do corpo, com odor fétido, exibe em toda a sua “pureza” o desprezo pela liberdade de imprensa, sua profunda aversão à crítica e ao outro em geral. Mais surpreendente ainda, contudo, é que, ladeado pelo ministro das Relações Exteriores, a sua plateia, em delírio, grite: “Mito! Mito!, Mito!”. [o nosso presidente tem como uma de suas características um estilo espontâneo, as vezes usa um linguajar não refinado - especialmente quando devido o fogo cerrado sob o qual vive, explode, usando as vezes termos chulos inadequados ao cargo que ocupa.
Mas analisando com isenção se conclui que é dificil para qualquer ser humano,  com sangue nas veias,  suportar as calúnias, as interpretações deturpadas dos fatos, sempre contra ele. 
O ilustre articulista no parágrafo terceiro desta matéria, título subversão da democracia,  omite que o STF já tomou decisões, quase sempre monocráticas, em que usou a defesa da Democracia e da Constituição Federal, para cassar de apoiadores do  presidente Bolsonaro o direito de exercerem  direitos assegurados pela Democracia e Constituição que dizem defender.
Usar a democracia e a Constituição para sufocar direitos que elas garantem, não é democrático nem constitucional.]

Enseja pensar por que um discurso tão tosco e grosseiro ainda encontra quem o acolha, pois quem assim o faz age como idiota, como se habitasse outro mundo. Talvez isso explique o comparecimento do chanceler, pois é como se ele estivesse numa terra estrangeira.

Denis Lerrer Rosenfield, filósofo e professor UFRGS E-mail:Denisrosenfield@terra.com.br
Coluna no jornal O Estado de S. Paulo


quarta-feira, 10 de abril de 2019

A democracia está em perigo

 As liberdades, a imprensa, o Congresso e o Judiciário são os novos judeus. Devem ser exterminados, pregam os extremistas instalados no governo


Os primeiros cem dias da administração Jair Bolsonaro foram marcados pelos confrontos sucessivos com o Legislativo, a imprensa e os valores democráticos consubstanciados na Constituição de 1988. Não há na história brasileira, desde a redemocratização, nenhum governo com esta característica — triste característica. A busca do conflito substituiu o diálogo como ação. O governo dá a impressão que não necessita de nenhum apoio para aprovar as reformas — especialmente a da Previdência — e nem para governar. Afinal, acredita-se que há um plano de governo — até hoje desconhecido de todos — e que o compromisso com todos os setores da sociedade vai possibilitar a sua implantação. Contudo, assistimos a uma virulência verbal que desgasta as instituições e impede a construção de pontes de entendimento entre as diferentes correntes políticas. É evidente que há um desejo consciente de buscar construir um ambiente de tensão, próximo ao caos, para daí obter algum dividendo político. Não é o pensamento dominante no governo — basta observar as ações responsáveis nos ministérios   da Economia e da Justiça, além da atuação apaziguadora e competente dos militares.

Mas um núcleo nefasto entranhado no Palácio do Planalto e com ramificações nos ministérios da Educação e das Relações Exteriores, especialmente, aposta na crise. Quer a crise. Acha que desta forma abre caminho para seu projeto de poder. Projeto criminoso nos moldes do petismo. Desqualificando nossas tradições, colocando em risco a segurança nacional e adotando como prática a utilização de uma ideologia exótica a serviço de interesses alienígenas. São os fanáticos do outro extremo político. Buscam a todo custo inimigos reais e imaginários. Agem como os nazistas. As liberdades democráticas, a imprensa, o Congresso e o Judiciário se transformam nos novos judeus. E devem ser exterminados para o que planejam: a edificação do admirável mundo novo.

A democracia está em perigo! Não é nenhum exagero. Os extremistas devem ser contidos. O embate ideológico tem de ser travado com urgência. É necessário demonstrar àqueles que foram iludidos na boa-fé que não se constrói nenhum país tendo como alicerce a intolerância. Menos ainda tendo como guru (ridícula esta expressão em uso nos tristes tempos que vivemos) o Jim Jones da Virgínia. Ainda é tempo de enfrentarmos e vencermos o fanatismo. Até o governo poderá encontrar um rumo distante desses extremistas.

Marco Antonio Villa, IstoÉ