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segunda-feira, 31 de maio de 2021

Quem matou 90 mil sem vacina? - Folha de S. Paulo

Celso Rocha de Barros

Senadores governistas tentam desviar foco da CPI com cloroquina

Dois fatos apurados pela CPI da pandemia, ambos documentados, mostram, sozinhos, que o número de brasileiros que comprovadamente morreram por culpa de Jair Bolsonaro durante a pandemia já se aproxima de 100 mil. Como calculamos duas colunas atrás, 100 mil mortos é mais do que a soma das vítimas de todos os assassinos [assassinatos] brasileiros em 2019 e 2020. [optamos por transcrever esse artigo por vários fatores - sendo o principal é que pretende mostrar dois fatos apurados pela CPI Covidão e documentados - verdade que o valor probatório de documentos considerados como provas pela Covidão é muito vago, maleável, especialmente quando pretende ser  prova é contra o capitão.
Mas, vamos em frente.] 
A primeira decisão foi a de não aceitar a oferta de vacinas da Pfizer. Na estimativa do epidemiologista Pedro Hallal, utilizando parâmetros conservadores (isto é, desfavoráveis à hipótese de que a decisão de Bolsonaro custou vidas), 14 mil brasileiros (5.000 no mínimo, 25 mil no máximo) teriam sido salvos se a oferta da Pfizer tivesse sido aceita. Uma única decisão: 14 mil pessoas morreram por ela. [a primeira das provas é baseada em estimativa, que pelo menos até o momento não constitui prova; imagine se as pessoas fossem condenadas com base em provas constituídas por estimativas; além do que o autor da estimativa é um cidadão que integrava uma comissão do governo e,  por apresentar baixo desempenho,foi dispensado por Bolsonaro. O cidadão revoltado andou prestando declarações ofensivas ao governo e foi, ou ainda é, alvo de uma ação por ofensa ao presidente.
Convenh
amos que seu perfil não o torna um estimador confiável - (aliás, estimativas também não merecem confiabilidade,  não merecem 100% de credibilidade, ainda mais quando feitas por adversários.)
Outro ponto é que  a ESTIMATIVA foi realizada considerando a época em que a Pfizer ofertou vacinas ao Brasil - imunizantes ainda em desenvolvimento, não aprovados pela Anvisa, que precisavam de temperatura polar para conservação e contrato com cláusulas exorbitantes, draconianas; agora as condições melhoraram um pouco, as cláusulas abusivas foram extirpadas dos atuais contratos e as condições de armazenamento se tornaram acessíveis para um país tropical. 
Ainda que com todas as melhorias a Pfizer continua enrolada com o atendimento de prazos de entrega.]
A segunda decisão foi a de não aceitar a proposta do Instituto Butantan para entregar 45 milhões de vacinas da Coronavac ainda em 2020. A mesma conta feita pelo professor Hallal estimou em 81,5 mil (80,3 mil no mínimo, 82,7 mil no máximo) o número de brasileiros que não teriam morrido se a oferta do Butantã tivesse sido aceita. [o estimador é do mesmo da Pfizer - será que só existe um especialista no Brasil?  - afinal, com a pandemia surgiram milhares de especialistas no assunto - apesar da maior parte deles, conseguirem errar até quando fazem hoje, previsões do que ocorreu ontem. 
Outro absurdo da proposta do Butantã, feita quando a Coronavac ainda estava em desenvolvimento e não contava com aprovação da Anvisa  - afirmação do senhor Covas à CPI Covidão - é que O Butantã  ofertou em torno de 60.000.000 de doses, naquela época. Só que hoje, passado quase um ano, o instituto ainda não conseguiu entregar ao Plano Nacional de Imunização nem 50.000.000 de doses - caso a compra tivesse ocorrido naquela época, estaríamos exatamente na situação de hoje = milhões de pessoas necessitando do imunizante e ele em falta.]  Outra estimativa, feita pelo jornal O Estado de S. Paulo, mostrou que as vacinas do Butantan teriam sido suficientes [vide acima] para vacinar todos os idosos brasileiros até fevereiro. Entre o meio de março e semana passada, morreram 89.772 idosos brasileiros.

Somando as vítimas das duas decisões, já são, no mínimo, cerca de 90 mil mortes que Jair Bolsonaro, comprovadamente, causou sozinho. Se algum defensor do governo tiver cálculos diferentes, por favor, apresente-os. Esses 90 mil são só o começo da história. Bolsonaro combateu desde o início a Coronavac, que só existe no Brasil por iniciativa do Governo de São Paulo e é responsável pela esmagadora maioria das vacinas aplicadas no país até agora. Além disso, vacinação é só um dos pilares do combate à pandemia. Bolsonaro não investiu em nenhum dos outros: nem isolamento social nem testagem e rastreamento.

Mesmo depois de verem apresentadas todas as provas citadas acima, os senadores Luis Carlos Heinze (PP-RS), Eduardo Girão (Podemos-CE) e Marcos Rogério (DEM-RO) continuam fazendo o possível para esconder esses fatos na CPI da pandemia.[o que o articulista chama de provas nesse parágrafo, são as estimativas do especialista devidamente apresentado no segundo parágrafo da matéria. ]Na última semana, Girão tentou emplacar o boato de que a Coronavac é feita com células de fetos abortados (não é). Marcos Rogério mentiu que outras autoridades defenderam a cloroquina ao mesmo tempo que Bolsonaro, o que só ocorreu no curto período antes de vários estudos médicos (não apenas o de Manaus, Heinze) demonstrarem a ineficácia da cloroquina contra a Covid-19.

Heinze tenta desviar qualquer conversa para falar de cloroquina, que só é assunto no Brasil. Em 2020, a cloroquina foi utilizada por Bolsonaro para mandar trabalhadores para as ruas com risco de morte. Agora é utilizada por Heinze na CPI para desviar o assunto, dos crimes enormes que a população entende claramente, como boicote à vacinação, para crimes menores e mais difíceis de serem entendidos, como o curandeirismo de cloroquina. Se o único crime de Bolsonaro na pandemia tivesse sido a defesa da cloroquina, se tivesse feito todo o resto certo, o título desta coluna teria um número muito menor. Heinze não quer que investiguemos todo o resto.[lembramos que apesar de todo o falatório contra a cloroquina, o fármaco continua sendo vendido em todo o Brasil, mediante apresentação de receita médica e até o momento não foi comprovada nenhuma morte causada pelo uso do produto - que deve ser sempre prescrito por médicos.]

Eu acho que isso é crime, senador. [felizmente o ACHO do articulista tem o mesmo valor das estimativas do especialista citado.]

Conveniente a leitura de: Excesso de certezas - Eurípedes Alcântara

O Globo

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Bolsonaro, o presidente que desidrata


A entrada do próprio presidente da República para desidratar a reforma da Previdência é algo realmente inusitado. Mas foi o que Jair Bolsonaro fez ontem. A mudança pela qual o presidente se bateu beneficiava quem já é beneficiado. Fica estranha a situação do ministro Paulo Guedes, que reagiu de maneira tão eloquente criticando a Câmara de ter cedido ao lobby de servidores do legislativo e ficou em silêncio diante da pressão do presidente da República para aumentar as vantagens dos funcionários do setor de segurança. Os policiais federais e rodoviários federais já tinham, na reforma, uma idade mínima 10 anos menor do que a do resto da população, mas quiseram mais vantagens. E tiveram como lobista o presidente. [alguém por favor diga qual a conveniência para a eficiência da PRF e da PF, ter em seu efetivo operacional policiais com 60 anos?]



Parlamentares relataram terem se sentido ameaçados pelos policiais. A um certo momento da tarde, falou-se em redução da idade mínima para 52 e 53 anos. Era proposta do governo, mas os policiais federais não aceitaram. O que complica a negociação é que eles têm dezenas de lideranças e a negociação fica fragmentada. [os deputados por razões desconhecidas tem um certo receio de policia  - especialmente da PF - talvez seja consequência da estranha coincidência, de um elevado de parlamentares ser alvo de investigações e/ou inquéritos da PF.]



Com todas essas dificuldades e pressões, o relator Samuel Moreira (PSDB-SP) decidiu não ceder à pressão e manteve os 55 anos. Foi um dia muito tenso, e o presidente da República que não se mobilizou por nenhum ponto, nem mesmo pela inclusão dos estados e municípios, não poupou esforços para defender os policiais.

urante as conversas mantidas com a equipe econômica, os policiais civis, federais e rodoviários federais disseram inicialmente que queriam as regras semelhantes aos militares das Forças Armadas. 



Os economistas afirmaram que aceitariam, desde que eles aceitassem também o mesmo tempo de trabalho para aposentadoria. Os policiais não concordaram. Nas Forças Armadas não há idade mínima, mas o pessoal tem que comprovar 30 anos de trabalho militar para ter direito à integralidade. Os policiais quiseram que fosse apenas 25 anos de serviço policial comprovado e que, além disso, tivessem também o direito à integralidade e à paridade, ou seja, se aposentassem com o último salário e com os proventos reajustados com todos os aumentos da ativa. — Eles queriam uma regra melhor do que a de todo mundo. Nós oferecemos uma transição melhor, parecida com a do professor, mas melhor. Eles recusaram. Apesar deterem uma idade mínima muito menor do que a dos outros brasileiros, estão achando o fim do mundo, dizem que somos contra a polícia —relatou um dos negociadores.



Os policiais disseram que eles têm mais risco de morte. Integrantes do governo mostraram para eles os dados que provam que policiais militares têm alta taxa de mortalidade, mas as estatísticas de morte dos policiais civis, federais e rodoviários federais são iguais às dos demais servidores. [por enquanto os policiais civis e militares não estão na briga - depende da inclusão dos estados na reforma.
Quanto aos policiais legislativos, também pretendentes aos mesmos beneficios, o índice de morte  - que exercem mais funções burocráticas, quando a coisa é séria chamam a polícia - são até menores do que os servidores civis, digamos, comuns.]



A declaração de Bolsonaro ontem diante de oficiais generais das Forças Armadas de que todos têm que fazer sacrifícios para aprovara reforma era apenas retórica. O que houve de fato é que a proposta das Forças Armadas, enviada por Projeto de Lei, inclui um substancial aumento de salários para os militares, várias formas diferentes de adicionais e não tem idade mínima. As regras de transição são muito mais suaves do que as dos civis. É tanto aumento que a economia que seria de R$ 90 bilhões em dez anos cai para uma redução líquida de despesa de R$ 10 bilhões. Isso quando se desconta, da economia com a reforma, o custo do aumento de soldos. Portanto, Bolsonaro, quando fala que todos darão a sua cota de sacrifício, sabe que alguns estão dando uma cota muito menor desse sacrifício. [os militares das FF AA desempenham atividades bem mais penosas, sem contar o risco de morte, que impõe a necessidade de aposentadoria mais favorecida do que as das demais categorias.
Alguns exemplos:
- militares não tem horas extras;
- emendam o serviço o horário de expediente normal - não existe esta de trabalhar 12 horas e folgar 36, ao contrário, trabalham o dia inteiro, emendam com o serviço noturno e mais o dia seguinte = tipo das da manhã de ontem até as 5 da tarde de hoje e amanhã já trabalham normalmente;
- e outros detalhes que tornam bem mais dificil ser militar do que ser policial civil, federal ou da PRF.]



Na última versão do relatório do deputado Samuel Moreira anulou-se a possibilidade de alíquota extra de cobrança previdenciária dos servidores estaduais e municipais. A mudança do BPC, incluindo-se o valor da concessão na Constituição, também caiu. [esclarecendo:  o BPC não muda, mas, ao ser retirado da Constituição fica bem mais fácil o governo promover alterações, que passam a ser efetuadas por Lei Ordinária, não mais por PEC.]  Foi revogada também o aumento da CSLL para cooperativas de crédito.



Outro problema que piorou o clima ontem foi o das emendas dos parlamentares. O governo promete, mas eles não confiam que o dinheiro será liberado. E não confiam porque o que foi prometido na votação do PLN 04 — que aprovou crédito suplementar ao Tesouro — ainda não foi liberado. O governo, com despesas contingenciadas, teria que cortar outros gastos para liberar essas emendas. Sobrou lobby e faltou o dinheiro das emendas nos debates de ontem.

sábado, 15 de junho de 2019

'Homens-tatu' são resgatados em condições análogas à escravidão

terça-feira, 11 de junho de 2019

Restrição de atendimento em hospitais públicos não tem data para acabar

Maiores unidades públicas do Distrito Federal funcionam com restrições a quem não corre risco de morte. Secretaria orienta pacientes a procurarem unidades básicas de saúde

[Ibaneis não resolve, apenas demite; os funcionários comissionados da área de Saúde do DF, com receio de serem demitidos, optaram por deturpar os fatos.

O presidente do Iges-DF, declarou que as UPA's não estão dando conta do atendimento devido as pessoas não procurarem os postos de saúde = UBS;

só que os doentes vão nas UBS e não tem médicos, o recurso é ir para as UPA's, que também não tem médicos = a UPA da Ceilândia tinha apenas um médico para atender 42 pacientes internados.

Vão para os hospitais não tem médicos.

Mas, mesmo sem médicos, a sugestão do chefe do Iges-DF  obriga que o paciente ao se sentir mal, ter que antes fazer uma análose do seu quadro de saúde e decidir se sua DOR é DOR de UBS; DOR de UPA ou DOR de HOSPITAL. Apesar de Ibaneis sempre falar que contratou quase quinhentos médicos eles ainda não apareceram nem nas UBS, nas UPAs ou os HOSPITAIS.]

Pacientes da rede pública de saúde do Distrito Federal agora lidam com a imprevisibilidade. No domingo, por causa da superlotação, ao menos seis hospitais dispensaram aqueles com quadro de saúde considerado menos grave. A medida foi mantida nesta segunda-feira (10/6) e sem previsão de suspensão. A Secretaria de Saúde alega que o procedimento visa atender todos aqueles com risco de morte, para não repetir casos recentes, como o da jovem de 19 anos que morreu com fortes dores abdominais, após ser recusada pelo Hospital Regional de Sobradinho, mês passado. Esse e outros casos levaram a uma série de demissões em unidades de saúde pública da capital.

A pasta diz que a medida é “dinâmica” e impossível de ser informada com antecedência. “Vale ressaltar que a restrição é consequência da superlotação. Os médicos de plantão precisam reavaliar os pacientes internados para liberação de leitos ou encaminhamento para enfermarias, além de acompanhar os casos graves, que exigem assistência permanente. Assim, o atendimento a novos pacientes fica limitado aos casos graves”, informou a secretaria, por meio de nota.
 
A Secretaria de Saúde não informou quais hospitais atenderam apenas casos graves na manhã desta segunda-feira (10/6). Disse, também em nota, não haver canal de comunicação onde um paciente possa consultar se há disponibilidade médica nas unidades antes de sair de casa.
 
Dores
Nesta segunda-feira (10/6), os clínicos gerais do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) atendiam só pacientes com pulseira vermelha, ou seja, os casos graves. Mas, como não sabiam, pessoas com todos os tipos de problemas procuraram a unidade, lotando a recepção, como de costume.  A falta de cadeiras fez com que muitos fossem para o lado de fora da unidade aguardar o atendimento. Funcionário de uma pizzaria de Taguatinga e morador de Ceilândia, Francisco dos Santos, 39 anos, tentava atendimento pela terceira vez consecutiva. “Caí de bicicleta na quinta-feira e estou com muita dor nas pernas. Pensei que era algo simples, mas estou piorando”, lamentou.

Francisco chegou ao hospital por volta das 9h e ficou até a tarde, sem atendimento. “Tentei trabalhar os primeiros dias, mas, hoje (nesta segunda-feira — 10/6), não aguentei de dor. Como trabalho à noite, tento ver o médico durante o dia ir ao emprego à noite”, comentou.

Além do HRT, o Correio esteve no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) na tarde desta segunda-feira (10/6).  A unidade também atendia apenas pacientes com pulseira vermelha. Não consegui ser atendido no Hospital de Brazlândia e vim para o de Ceilândia. Rompi um ligamento do joelho e estou com muita dor”, contou o vigilante Djalma Cardoso, 46. O homem chegou ao HRC por volta das 12h e, até as 15h, sequer tinha passado pela triagem. “Teve gente que esperou mais de cinco horas. Tive que chamar um amigo para me trazer de carro, porque não consigo dirigir”, reclamou. Djalma está sem trabalhar há uma semana.

Unidade básica
A Secretaria de Saúde orienta o paciente a ir primeiro a uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Caso necessário, será encaminhado a um hospital. Nos fins de semana, pacientes com menos gravidade são encaminhados às Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

Nesta segunda-feira (10/6), pacientes que procuravam atendimento de clínico geral no HRC eram encaminhados à UPA de Ceilândia, mas a situação da unidade era pior do que a emergência do hospital. Sem lugar até para ficar em pé, dezenas de pessoas se amontoavam do lado de fora. “Estou com manchas vermelhas, garganta doendo e muita coceira. Acho que estou com dengue, mas não tem médico”, afirmou a dona de casa Luci Nascimento Silva, 57.

Ela chegou à UPA por volta das 9h. Por volta das 12h, fez exame de sangue, mas, às 16h, o resultado ainda não havia ficado pronto. “Moro no Sol Nascente e, quando venho aqui, sempre está lotado. O governo precisa olhar para a gente”, criticou.

Contratações
A Secretaria de Saúde informou que 619 profissionais integrarão o quadro da pasta nas próximas três semanas.[INTEGRARÃO = FUTURO DISTANTE...]  Eles fazem parte das unidades gerenciadas pelo Instituto de Gestão Estratégica da Saúde (Iges-DF). Do total, 468, entre médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e assistentes sociais, serão encaminhados às UPAs. O restante fará parte do Hospital Regional de Santa Maria.
O Iges-DF é um modelo de gestão criado este ano para administrar os hospitais de Base e Regional de Santa Maria e as UPAs de São Sebastião, Núcleo Bandeirante, Recanto das Emas, Sobradinho, Samambaia e Ceilândia. Ele representa a transferência da gestão patrimonial, orçamentária e de pessoal das oito estruturas para o Instituto. No entanto, permanecem públicas, segundo o governo. [uma forma de burlar a população, fingir que está tudo bem e vai melhorar - na prática não funciona; 
leiam o primeiro comentário e verão que o chefe do Iges-DF falta com a verdade ao tentar minimizar o CAOS CAÓTICO na saúde pública do DF.]

Memória

Diretores exonerados: Em cinco meses de governo, o governador do DF exonerou cinco diretores de hospitais públicos. Ibaneis Rocha (MDB) adotou o discurso de demitir servidores que não apresentarem resultado. O último a perder o cargo foi o gestor do Hran, Josinaldo da Silva Cruz, que deixou a unidade sexta-feira. Os outros desligamentos aconteceram nos hospitais regionais de Ceilândia, Gama, Sobradinho e Santa Maria. A Secretaria de Saúde informou que está “ajustando os gestores à filosofia de trabalho da atual gestão”.[Ibaneis demite diretores, quando o problema não é de gestão e sim de falta de funcionários = médicos, auxiliares de enfermagem e também de material.
Ele pode exonerar  todos os diretores e não vai surgiu um médico por conta da demissão = exceto nos casos em que o exonerado seja médico do quadro da Saúde e volte a atender o público.]

Correio Braziliense

 

sábado, 13 de janeiro de 2018

INsegurança Pública no DF: seis feridos em tiroteio em Ceilândia

PCDF suspeita de acerto de contas em tiroteio que feriu seis em Ceilândia

Segundo delegado da 23º DP, a linha de investigação é sobre tentativa de homicídio motivado por acerto de contas. Entre as seis vítimas, um homem de 29 anos segue em estado grave e corre risco de morte

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) está investigando o tiroteio que deixou seis pessoas feridas na noite dessa sexta-feira (12/1), em Ceilândia. A principal suspeita é que o crime tenha sido motivado por um acerto de contas. Até a última atualização desta reportagem, ninguém havia sido preso e o estado de saúde de todas as vítimas é considerado estável pela Secretaria de Saúde do DF.


A rajada de tiros aconteceu em um posto de gasolina, no Pró DF, em Ceilândia Sul. Um homem em um VW Gol preto parou ao lado de um Chevrolet Vectra branco e abriu fogo. Foram disparados diversos tiros, que atingiram as seis pessoas, além de veículos estacionados no local.   Segundo o delegado da 23ª Delegacia de Polícia (Ceilândia), responsável pela investigação, o alvo seria Rosivaldo de Jesus, conhecido com Buiu, de 29 anos. Ele teria sido o único ferido que, devido à gravidade dos ferimentos, aguardou o socorro do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF). Foram três tiros: dois no tórax e um no braço.  Ele foi levado em estado gravíssimo para o Hospital Regional de Taguatinga (HRT).

De acordo com o chefe da investigação, Rosivaldo de Jesus ainda corre risco de morte e segue internado na unidade de saúde. A PCDF realizou uma perícia no local, mas ainda não informou quantos disparos foram realizados no total. Foram encontrados cartuchos de 9mm na área.   As outras cinco vítimas, entre elas uma criança de 8 anos e um adolescente de 17, foram, com ajuda de populares, para o Hospital Regional de Ceilândia (HRC), onde receberam os primeiros socorros. Dessas, nenhuma pessoa está em estado grave ou corre risco de morte.

Correio Braziliense


sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Herdeira de apartamento vizinho ao de Lula diz que venda era para ex-presidente

Herdeira de apartamento em nome de primo de Bumlai diz que venda era para Lula

A herdeira do apartamento 121 do Edifício Hill House – que a força-tarefa da Lava Jato acusa ser um presente dado a Lula, registrado em nome de um “laranja” -, Tatiana de Almeida Campos, informou à Receita Federal que em 2010, quando foi feita a escritura de cessão de direitos do imóvel, foi informada por sua advogada que o bem estava sendo alienado para o ex-presidente.

O apartamento é o vizinho ao que Lula mora, na cobertura do Hill House, em São Bernardo do Campo, e é usado pelo petista desde 2003, pelo menos. Até 2007 era alugado pelo PT do falecido pai de Tatiana, Augusto Moreira Campos. De 2007 a 2011 foi a Presidência da República que locou o imóvel, que era usado durante os dois mandatos do petista para abrigar as equipes de segurança.

Em 2010, com a morte do proprietário em fevereiro de 2009, o apartamento 121 foi comprado por Glaucos da Costamarques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai, por R$ 504 mil, em negócio conduzido pelo advogado Roberto Teixeira, compadre do ex-presidente. Lula é réu na Lava Jato em Curitiba acusado de ter recebido esse apartamento e um terreno de R$ 12 milhões da Odebrecht, no esquema de corrupção descoberto na Petrobras.

Filha bastarda do antigo dono do apartamento 121, Tatiana informou á Receita, em 2016, em documento anexado ao processo, que em 20 de setembro de 2010 sua advogada Lacier Pereira de Almeida Souza, que é sua prima, a buscou para “assinar a venda da cobertura, apto 121, para o Lula”. “Foi isso que ela me falou no táxi, na ida ao cartório.”
“Como eu confiava muito nela, somente perguntei se estava tudo correto, ela fez um sinal positivo e me disse onde assinar. Eu não li nada, simplesmente assinei acreditando estar vendendo a cobertura para o Lula. O valor era R$ 504 mil (hoje desconfio ter sido muito mais, mas não posso dizer com certeza)”, escreveu Tatiana.

Tatiana afirma que só em 2016 tomou conhecimento que o verdadeiro comprador era Glaucos Costamarques, após ter sido revelado pela Lava Jato. “Pra mim ele (Lula) era o dono, de modo que se perguntarem à minha família, todos vão dizer que eu ‘vendi’ a cobertura do meu pai para o Lula.”

No documento de 12 maio de 2016 enviado para a Receita, a herdeira diz que só em 2016 buscou o cartório e descobriu que não se tratava de uma venda e sim de uma cessão de direito hereditário e que o bem ainda estava em nome do falecido pai, não tendo sido oficialmente transmitido a Costamarques.  Na acusação contra Lula, o Ministério Público Federal destaca que depois de efetivada a aquisição do apartamento, Roberto Teixeira peticionou como representante de Costamarques a ação de inventário da família do antigo dono, que correu na 2ª Vara da Família e Sucessões da Comarca de São Bernardo do Campo, “apenas em 17 de março de 2011”. “Naquela petição, nada constou sobre a transação que já havia sido realizada” em agosto de 2010.

Um mês antes, em 1º de fevereiro de 2011, Costamarques assinou um contrato feito por Teixeira de locação do apartamento em nome da ex-primeira-dama Marisa Letícia (que morreu em fevereiro), na condição de cessionário, tendo como cedentes a viúva Elenice Silva Campos e a filha bastarda Tatiana.

Na ação de inventário do imóvel, Teixeira, como representante de Costamarques, noticiou a cessão de direitos hereditários e de meação assinada em setembro de 2010 e requereu a adjudicação do apartamento 121 em favor do primo de Bumlai em 1º de julho de 2016 – quase seis anos depois, quando Lula já era alvo dos processos da Lava Jato.
A herdeira relata no documento que, antes da venda do apartamento 121 para Costamarques, houve um tentativa de a excluírem da propriedade, em 2009, em uma partilha amigável que ela diz nunca ter assinado. “Em 2013 comecei a estudar Direito, para poder entender melhor tudo que estava acontecendo, e também porque sempre que eu falava isso tudo para um advogado ele dizia: ‘deixa isso, você vai mexer com a máfia do PT? Pode correr risco de morte’.”

Inquilino
Lula afirma que é inquilino do imóvel, que foi alugado em 2011 por dona Marisa para receber os filhos e ser usado para reuniões políticos. Na semana passada, o defensor do ex-presidente Cristiano Zanin Martins, que é genro e sócio de Teixeira, apresentou 26 recibos, que vão de 2011 a 2015, para comprovar que os aluguéis eram pagos normalmente.

Só a partir de novembro de 2015, quando Glaucos afirmou ter sido informado por Teixeira que passaria a receber aluguel, é que a Lava Jato identificou nos extratos bancários do laranja “depósitos em dinheiro em seu favor em valores compatíveis com o suposto aluguel”.  Após a entrega dos recibos pela defesa de Lula, Glaucos disse por meio de seus advogados que os documentos foram assinados por ele no mesmo dia, em novembro de 2015, quando Teixeira o teria informado que passaria a pagar os aluguéis.

A acusação do MPF nesse processo diz que Lula, dona Marisa (que deixou de figurar no processo após a morte), Costamarques e Teixeira agiram “em conluio” e “dissimularam a origem, disposição, movimentação e propriedade de R$ 504 mil, provenientes, direta e indiretamente, dos crimes de organização criminosa, cartel, fraude à licitação e corrupção praticados pelos executivos do Grupo Odebrecht”, na Petrobras.


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo


quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Polícia Federal de Brasília proibida de fazer operações

Sem colete, PF de Brasília está proibida de fazer operações

Por decisão da Justiça Federal os agentes não podem ir às ruas usando coletes à prova de balas que, segundo o sindicato, estão com validade expirada

Enquanto o governo traça planos para debelar a crise de segurança no país, um problema prosaico está limitando o poder de ação da Polícia Federal, subordinada ao Ministério da Justiça: coletes à prova de bala dos agentes baseados em Brasília estão fora da validade e, por isso, não podem ser usados.
Justiça determina que Polícia Federal não faça operações sem coletes seguros (Polícia Federal/Divulgação) (Polícia Federal/Divulgação)

O caso foi parar na Justiça e uma liminar impede que os policiais realizem ações externas com os coletes expirados. Na prática, o problema cria um embaraço ao comando da corporação: a não ser que coletes novos sejam providenciados, os agentes a serviço na capital do país estão impedidos de participar de operações. A liminar da juíza federal Liviane Kelly Soares de Vasconcelos foi concedida na última terça-feira a pedido do sindicato que representa os policiais. Ela ordenou “que nenhum policial cumpra missão ou participe de operação policial externa portando equipamento de proteção (colete balístico) fora do prazo de validade”.

A partir de um determinado período de uso, normalmente de cinco anos, os coletes perdem a capacidade de proteção. Fabricados com fibras sintéticas e placas de cerâmica, eles se desgastam naturalmente por causa da umidade, suor, exposição ao sol, calor e chuva e, por isso, devem ser periodicamente trocados.
Colete da PF com vencimento em 11 de janeiro de 2017 (VEJA)

De acordo com o sindicato que representa os policiais, a maior parte dos coletes disponíveis para os agentes do núcleo de operações da Superintendência da PF no Distrito Federal perdeu a validade no último dia 11 de janeiro. A entidade afirma que, hoje, só há 60 coletes em condições de uso na unidade. Em Brasília, há cerca de 600 agentes federais na ativa. Na decisão, a juíza determina que sejam providenciados novos coletes em caráter emergencial. “O Estado deve providenciar a compra emergencial do equipamento, ainda que em número limitado, para fins de rodízio, até que finalizada eventual licitação para substituição de todos os coletes vencidos”, escreveu a magistrada.

No fim do ano passado, o Sindicato dos Policiais Federais no Distrito Federal (Sindipol/DF) alertou o comando da corporação para a necessidade de repor os coletes. O alerta foi feito ao diretor-geral, Leandro Daiello, e ao superintendente local, Élzio Vicente da Silva. O sindicato avisou que, caso não houvesse solução, as operações ostensivas estariam comprometidas. O gabinete do diretor-geral respondeu que os coletes venceriam apenas em março. Fotos anexadas ao processo, porém, mostram os equipamentos com o prazo já expirado.  O comando da PF informou ainda que haveria um lote de coletes em número suficiente para garantir o trabalho dos agentes até a chegada de 11.000 novas unidades do equipamento que serão fornecidas ao fim de um processo de licitação iniciado no ano passado.

Na guerra de argumentos entre um lado e outro, a juíza ficou em dúvida e decidiu conceder a liminar ao sindicato. A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) está consultando todas as unidades da PF no país para saber se o problema de Brasília se repete pelo país afora.

“Risco de morte”Na decisão, a juíza afirma que o representante da Advocacia-Geral da União (AGU) encarregado de defender a Polícia Federal no processo se negou a receber uma intimação para fornecer explicações sobre o caso. Ela pediu que a AGU apure a postura do advogado. “A recusa em receber o mandado de intimação não apenas afronta o princípio da razoabilidade e o princípio da cooperação (…), mas também é ilegal. Saliente-se que, no presente caso, a conduta do representante da União privou este juízo de subsídios para decidir em caso de extrema gravidade e urgência, em que se aponta risco de morte de servidores públicos federais no exercício de suas funções”, afirmou a magistrada.

Fonte: Revista VEJA

Nota: talvez um empréstimo de coletes da Presidência da República à PF seja possível.
Segue extrato de matéria sobre aquisição de coletes pela PR:

O presidente Michel Temer vai reforçar — e muito — sua segurança. Mais de R$ 390 mil do orçamento da presidência vão ser gastos na compra de 788 coletes à prova de bala. Eles serão usados por agentes de segurança pessoal e das instalações (como palácios presidenciais e residenciais), além de seus motoristas e de integrantes do Batalhão de Polícia do Exército de Brasília.
Aliás e a propósito
Os coletes, segundo o edital de compra,
terão quatro “níveis balísticos”, e entre os modelos pedidos, na cor caqui ou preta, está determinado: “tipo unissex, dissimulado, para ser usado debaixo da camisa, permitindo ajuste ao corpo, dando liberdade de movimento” e “ostensivo, unissex para ser usado em atividades de capacitação”.

Fonte: Fernanda Pontes - 27 nov 2016 - O Globo