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segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Entre o abismo e o fundo do poço - Valor Econômico

Luiz Carlos Mendonça de Barros

A força principal da retomada virá da queda e estabilização da inflação em níveis nunca atingido nas últimas décadas

Entramos no nono mês do mandato do presidente Bolsonaro com parte expressiva da opinião pública refletindo uma grande insegurança em relação ao futuro. O título da minha coluna de hoje procura estabelecer os limites das previsões dos principais analistas políticos e econômicos sobre o que pode ocorrer no futuro próximo, até a realização das eleições de 2020. Para o cientista político Fernando Schuller do Insper no artigo “O Brasil e a síndrome de abismo”, na Folha de S. Paulo, seria a mensagem que agentes públicos importantes têm trombeteado como sendo uma possibilidade real de acontecer. Schuller procurou desqualificar de forma contundente, e com certo humor, estas ameaças lançadas na mídia por pessoas apenas interessadas em construir desde já um discurso eleitoral para o futuro.

Como ressaltou o autor, as ameaças vêm tanto do espectro da oposição de centro-direita como da direita bolsonarista e são construídas apenas com insinuações e sem qualquer elemento factual. Mas esta mensagem do caos que nos espera acaba por enfraquecer os ganhos efetivos que já ocorreram nos pós-afastamento da presidente Dilma Rousseff e que ele cita com precisão. Da mesma forma penso eu em relação à nossa economia. O sentimento negativo que prevalece nestes primeiros nove meses do governo no campo da política também pode ser encontrado entre os analistas econômicos. Ele pode ser expresso pela pergunta sempre colocada na mídia: chegamos ou não ainda ao fundo do poço?

Alguns mais radicais são mais cáusticos em suas previsões negativas e chegam perto da imagem do abismo citada no campo da política por Schuller. Neste grupo até mesmo o discurso liberal do ministro Paulo Guedes já está sendo contestado por estar sendo desidratado pelas limitações políticas encontradas em sua implementação. Aqui também vale a observação de Schuller de que esta má vontade com o andar dos acontecimentos também acaba por esconder os efeitos positivos de mudanças que vêm ocorrendo na economia. A primeira delas é que a recessão profunda que vivemos entre 2014 e início de 2017 já provocou o reequilíbrio nas condições de demanda em mercados importantes de nosso tecido econômico. Não temos hoje nenhum desequilíbrio conjuntural por excesso de demanda no mercado de trabalho, na inflação e em nossa conta corrente externa. Os desequilíbrios conjunturais que hoje afetam a economia são derivados da escassez de demanda derivada do impressionante ajuste recessivo que tivemos.

É importante lembrar que a crise em 2012 teve sua origem na demanda superaquecida criada pela política econômica expansiva do governo mesmo quando o ciclo econômico já estava no auge e pedia moderação. Os custos de um ajuste recessivo quando estas condições ocorrem são conhecidos, mas felizmente já deixamos esta etapa para trás. Temos que tratar agora da perenização da recuperação cíclica que foi abortada em 2018 pela crise política enfrentada pelo presidente Temer e está de volta.

A aprovação da reforma da Previdência restaurou um equilíbrio precário que existia nas contas públicas do governo federal e, com a retomada da economia, será possível voltar à trajetória de superávit primário compatível com a estabilização do estoque da dívida pública. Neste cenário, o teto do gasto público vai voltar a ser operacional, enquanto não houver mudanças estruturais na composição do gasto público estabelecido pela Constituição Federal. O custo para este equilíbrio será a manutenção da carga fiscal de hoje.

É importante entender as características de uma recuperação cíclica do crescimento econômico nas condições de hoje no Brasil. A força principal virá da queda e da estabilização da inflação em níveis nunca atingidos no Brasil das últimas décadas. Nestas condições o Banco Central poderá trazer a taxa SELIC para menos de 5% ao ano. Um guarda-costas importante para a estabilização da inflação abaixo do centro da meta - além do hiato do produto existente hoje - será uma nova superssafra agrícola já no horizonte para 2020.

Os juros futuros caíram em toda a curva temporal, inclusive os de mais longo prazo, como o de 10 anos emitido pelo Tesouro federal. Ao passar de mais de 12% ao ano para os atuais 7,2%, este referencial, que é usado para o cálculo do valor presente do fluxo de lucros de uma empresa ou de um projeto green field, aumenta de forma expressiva o potencial de investimentos. Aliás foi esta variável que fez com que as cotações das empresas de capital aberto na B3 tenham dobrado de valor. Mas o mesmo raciocínio vale para novos projetos imobiliários e principalmente, na fixação dos preços nos leilões futuros de privatização. No setor industrial é que este instrumento terá um impacto bem menor no curto prazo em função da capacidade ociosa hoje existente neste setor.

Mas virá do consumo das famílias a principal força de recuperação cíclica no curto prazo em função de juros mais baixos, como já mostram estatísticas recentes. A mais relevante delas para se construir um ambiente mais otimista tem sido a expansão vigorosa do crédito bancário às pessoas físicas, com um crescimento superior a 12% nos últimos doze meses. Embora a taxa de desemprego e subemprego seja ainda muito elevada, as melhoras na geração de empregos nos últimos dois anos estão trazendo mais confiança aos brasileiros empregados e que superam hoje 95 milhões de pessoas.
Por isto não consigo ver na economia a síndrome do abismo, mas sim a imagem do fundo do poço já atingida.
Luiz Carlos Mendonça de Barros, engenheiro e economista - Valor Econômico
 

domingo, 19 de maio de 2019

A recessão e a ameaça

Sem as reformas, mais cedo ou mais tarde estarão todos, em Brasília ou no Twitter, brigando apenas pelos escombros de um país falido

Na terça-feira, dia 14, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu pela manutenção da taxa Selic em 6,5%, fez um alerta grave: a retomada da atividade econômica parou. Para piorar a situação, é possível que o Produto Interno Bruto do primeiro trimestre de 2019 tenha recuado na comparação com o último trimestre de 2018 – o aviso que constava da ata foi reforçado pelo dado do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), do Banco Central, divulgado um dia depois do texto do Copom e que apontou retração de 0,68%. Se o recuo for confirmado pelo IBGE em 30 de maio, seria o primeiro desde o quarto trimestre de 2016 e, se houver nova retração neste segundo trimestre de 2019, estaríamos mais uma vez em recessão.
Antes da divulgação da ata do Copom e do IBC-Br, o mercado financeiro já havia reduzido mais uma vez suas expectativas para o crescimento da economia brasileira em 2019. O mais recente Relatório Focus, divulgado às segundas-feiras e que registra as previsões de dezenas de instituições financeiras, estima um crescimento de 1,45% para o PIB deste ano – é a 11.ª redução seguida na previsão, que superava os 2,5% em janeiro deste ano, durante os primeiros dias do governo Bolsonaro. Os números preocupantes da economia nacional não deixam muitas dúvidas sobre qual é a grande ameaça para o Brasil de hoje. Não são os tuítes agressivos e desbocados do filósofo Olavo de Carvalho; nem a sanha da ala militar do governo, que busca ampliar sua influência (que já não é pequena) avançando sobre pastas como o MEC e o Itamaraty, como no caso recente das mudanças na Apex; nem a incontinência verbal dos filhos de Jair Bolsonaro; nem mesmo a esquerda, que mantém seu poder de mobilização – seria ingenuidade pensar o contrário –, mas não consegue esconder o fato de que seus protestos usam plataformas relevantes, a exemplo da educação, como mero pretexto para retomar o “Lula livre”. Todos esses elementos servem, sim, para causar e alimentar instabilidade, mas nada será tão fatal para o país quanto a paralisação total da economia.

Para tentar destravar a atividade econômica e estimular a geração de emprego, Bolsonaro tem feito o possível, como no caso da MP da Liberdade Econômica. As mudanças que o governo quer implantar nas normas de segurança do trabalho, se forem bem feitas, também podem tirar cargas desnecessárias das costas do setor produtivo, especialmente do microempresário. Mas o Executivo só pode agir por conta própria até certo ponto. As grandes mudanças dependem do Congresso, e não é segredo para ninguém que os investidores internos e externos continuam esperando o desfecho das reformas, especialmente a previdenciária.

No Legislativo, podemos até apontar a fraqueza de um PSL que, embora tenha a maior bancada na Câmara, não consegue se impor como bloco político coeso em defesa das plataformas de Bolsonaro. Mas o grande risco atende pelo nome de Centrão, aquele bloco difuso de legendas cuja única ideologia é o “farinha pouca, meu pirão primeiro”, e que tem número suficiente para bloquear o programa econômico de Bolsonaro e Paulo Guedes. Insatisfeito por não ver sua sede de cargos saciada pelo Planalto, o Centrão já fez uma demonstração de força – talvez “chantagem” seja uma palavra mais adequada – durante a tramitação da MP da reforma que mudava a estrutura do governo. O grupo impôs derrotas a Bolsonaro, forçando o retorno de alguns ministérios que tinham sido extintos e incluindo no texto mudanças que dificultam o combate à corrupção, em evidente retaliação contra o ministro Sergio Moro.

E o Centrão já deu mostras de que pode repetir a dose, impedindo o enxugamento do Estado, a pauta de privatizações e as reformas. Em 1.º de maio, o deputado e líder sindical Paulinho da Força (SD-SP) disse para quem quisesse ouvir que o objetivo era desidratar a reforma da Previdência de forma a impedir a reeleição de Bolsonaro em 2022 – em outras palavras, a reforma não poderia ser tão boa a ponto de gerar um crescimento econômico que rendesse dividendos eleitorais ao presidente. Por mais que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, tivesse rapidamente afirmado que a opinião de Paulinho não é majoritária no Centrão, só a tramitação da reforma na Comissão Especial e no plenário mostrará quem tem razão – e o sindicalista nem precisa convencer a maioria dos colegas; basta que traga para seu lado deputados suficientes para negar ao governo os votos de que ele necessita. E talvez nem seja preciso esperar tanto: a notícia, divulgada na tarde de sexta-feira, de que os deputados pretendem enviar um projeto alternativo de reforma da Previdência já entrega o jogo do Centrão.

É preciso trazer à luz a irresponsabilidade de quem se mostra disposto a sacrificar o país em nome dos próprios interesses. E o governo tem um desafio hercúleo, o de não abrir mão de seus princípios enquanto supera suas dificuldades de articulação e aprende a negociar com quem parece só entender a linguagem do fisiologismo – pois negociar é preciso, pelo simples fato de que hoje o governo não tem 308 votos na Câmara, nem 49 no Senado. Certo é que, sem as reformas, mais cedo ou mais tarde estarão todos, em Brasília ou no Twitter, brigando apenas pelos escombros de um país falido e pelas mentes de dezenas de milhões de desempregados que terão preocupações muito mais urgentes que qualquer guerra cultural que porventura esteja em curso.


Editorial - Gazeta do Povo

 


quarta-feira, 15 de maio de 2019

Saudades do Meirelles

“Em quatro meses de blá-blá-bá, muita falta de foco e crises fabricadas pelo próprio presidente Bolsonaro, seus filhos e aliados ideológicos, o governo ainda patina na economia”


Se dissermos que já tem gente sentindo saudades do ex-presidente Michel Temer, que foi preso pela segunda vez pela Operação Lava-Jato na sexta passada e foi solto, novamente, ontem, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), estaríamos fazendo uma provocação; mas, com certeza, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, já começa a dar saudades. Meirelles pegou a economia em profunda recessão, com inflação acima do teto, a maior bagunça nas estatais e os gastos públicos numa espiral ascendente; durante o período do mandato de Temer, conseguiu domar a economia e dar uma arrumada na casa, baixou a inflação e os juros; entregou o país em certo nível de atividade econômica e expectativa de crescimento para este ano acima de 2,5%.

Em quatro meses de blá-blá-bá, muita falta de foco no que é realmente importante e crises fabricadas pelo próprio presidente Bolsonaro, seus filhos e aliados ideológicos, o governo ainda patina na economia, embora tenha avançado alguma coisa na área de infraestrutura. Uma herança do governo Temer, em especial do ex-ministro Moreira Franco, responsável pelo programa de parcerias público-privadas e concessões, que o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, que havia participado de sua equipe, agora está tocando de forma acelerada e com reconhecida competência.

A ata da reunião da semana passada do Conselho de Política Monetária (Copom), só divulgada ontem, foi um banho de água fria no otimismo do mercado. O Banco Central (BC) decidiu, pela nona vez seguida, manter a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 6,5% ao ano. Segundo o Copom, existe “probabilidade relevante” de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tenha registrado um “ligeiro” recuo no primeiro trimestre de 2019. Pesou na avaliação a situação da economia mundial, que sofre os efeitos da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, as duas maiores potências econômicas do mundo atual. “Os riscos associados a uma desaceleração da economia global permanecem e que incertezas sobre políticas econômicas e de natureza geopolítica podem contribuir para um crescimento global ainda menor”, afirma o Copom.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, assustou ainda mais os agentes econômicos com as declarações que deu na Comissão Mista do Orçamento da União, à qual compareceu ontem, na Câmara. Disse que a previsão de crescimento do PIB neste ano caiu para 1,5%. Para Guedes, a economia brasileira está “no fundo do poço”. O Orçamento de 2019 aprovado pelo Congresso, durante o governo Temer, previa um crescimento de 2,5% do PIB. Como isso não vai ocorrer, o país entrou no que Guedes chama de “abismo fiscal”, que vai exigir cortes na Esplanada dos Ministérios e, talvez, uma revisão do limite do deficit fiscal.

Quanto pior, pior
Guedes dramatiza a situação também para pressionar o Congresso a aprovar a reforma da Previdência, vista como tábua de salvação do governo, mas não se pode dizer que isso é uma chantagem. A situação é realmente grave, e o governo não conseguiu, até agora, empolgar os agentes econômicos como se esperava logo após as eleições. O problema não é apenas a situação fiscal. De parte dos analistas do mercado financeiro, a convicção é de que a reforma da Previdência será aprovada pelo Congresso, ainda que mitigada, o que abrirá caminho para outras medidas favoráveis de natureza econômica e tributária. Essa aposta, porém, tem sua credibilidade arranhada pela sucessão de crises criadas pelo próprio governo.


A crise mais séria, para o mercado, é a disputa entre os militares e os filhos do presidente da República, que são porta-vozes do chamado “grupo olavista”. Há que se destacar que as propostas ultraliberais de Guedes para a economia não têm nenhuma contradição com a retórica do chamado “grupo olavista”, que defende soluções ultraconservadoras nas políticas públicas e nos costumes, além de apostar na radicalização política, verbalizada pelo guru político do presidente Bolsonaro, Olavo de Carvalho.

Acontece que o “modus operandi” do clã Bolsonaro é muito truculento, desconectado da realidade dos problemas sociais e econômicos e focado na ocupação de mais espaços no governo por aliados políticos do grupo. Além disso, o presidente Bolsonaro comporta-se de forma errática, sem prioridade clara em relação à agenda do governo, que é sobressaltada por medidas de impacto que miram muito mais a sua base eleitoral mais radical do que o conjunto da sociedade. De certa forma, os indicadores econômicos estão mostrando ao presidente Bolsonaro que a rapadura é doce, mas é dura, como se diz no jargão popular. O próprio ministro Paulo Guedes, com razão, joga a culpa da situação no passado, porém, precisa cair na real: o problema agora é do atual governo, que deixou a economia piorar.

Nas Entrelimhas - Luiz Carlos Azedo - CB


 

quinta-feira, 11 de abril de 2019

O pulo da inflação


O salto da inflação em março pode ser um desvio temporário, mas é um motivo a mais para o governo se preocupar com as expectativas

O salto da inflação em março, quando os preços ao consumidor subiram 0,75%, puxados por alimentação e transportes, pode ser um desvio temporário, mas é um motivo a mais para o governo se preocupar com as expectativas. Por enquanto o bom humor parece prevalecer no mercado, apesar da surpresa negativa. Ninguém havia previsto uma alta superior a 0,67% na pesquisa habitual da Agência Estado

Mesmo diante do número pior que o esperado, economistas do mercado mantêm, no entanto, a aposta numa inflação mais branda nos próximos meses e um resultado final próximo da meta em 2019. Há até quem preveja um novo corte dos juros básicos pelo Banco Central (BC) antes do fim do ano. Essa expectativa é um dos aspectos mais positivos da economia brasileira neste momento. É essencial preservá-la.  À primeira vista há algo assustador na recente aceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a mais importante medida oficial da inflação, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A alta de 0,75% foi a maior para um mês de março desde 2015, quando a variação chegou a 1,32%.
 
Naquele tempo, o Brasil sofria os efeitos da irresponsabilidade fiscal do governo da presidente Dilma Rousseff. Além disso, os aumentos haviam disparado, depois de uma desastrosa fase de contenção política das tarifas de eletricidade. O choque de seriedade a partir da troca de governo, em 2016, permitiu conter a inflação e baixar os juros básicos ao menor patamar da história da taxa Selic, de 6,50% ao ano. A alta do IPCA no mês passado pode parecer, sem maior análise, uma nova perda de rumo, mas os fatos, tudo indica, são muito menos preocupantes. 

Com o salto da inflação mensal de 0,43% para 0,75%, a variação acumulada em 12 meses passou de 3,89% em fevereiro para 4,58% em março e ultrapassou a meta de 4,25% fixada para 2019. Mas a maior parte do resultado de março é explicável pela alta de apenas dois grupos de preços, alimentação e transportes. O custo da alimentação subiu 1,37%. O dos transportes, 1,44%. Considerados os pesos desses itens no orçamento médio das famílias, a alta dos preços da comida teve impacto de 0,34 ponto de porcentagem no resultado geral. O outro item produziu um efeito de 0,26 ponto. Somados, esses dois grupos seriam suficientes para gerar uma inflação de 0,60%, pouco faltando, portanto, para completar a variação de 0,75% do IPCA do mês. A diferença de 0,15 ponto decorreu de variações muito pequenas dos demais itens – saúde, vestuário, habitação, educação, artigos de residência, despesas pessoais e comunicação. 

Nada parece indicar, portanto, mais que um desvio passageiro da trajetória do IPCA. Os preços da alimentação tendem a acomodar-se, com a melhora das condições de tempo. O custo dos transportes, em boa parte determinado pelos preços dos combustíveis, é sujeito a oscilações determinadas basicamente pelas cotações internacionais do petróleo. Além disso, algum aumento passageiro da inflação já havia sido antecipado pelo BC e indicado na ata da última reunião do Copom, o Comitê de Política Monetária. A surpresa foi a magnitude da variação do IPCA, fora do intervalo previsto por economistas do mercado.

Não há, por enquanto, sinal de pressão da demanda sobre os preços ao consumidor, e também isso é um dado positivo. As famílias, como observou o gerente das pesquisas de preços do IBGE, Fernando Gonçalves, continuam gastando com muita cautela, por causa das incertezas quanto ao emprego. Sem pressão de demanda, há espaço para o BC manter a taxa básica de juros de 6,50%. Há quem preveja até um corte, mas para isso seria necessária alguma ousadia. Espaço para queda de juros dependerá de expectativas ainda melhores quanto aos preços. O governo precisará mostrar seriedade e capacidade e avançar na reforma da Previdência para animar o mercado. Simetricamente, falhas do governo derrubarão a confiança e favorecerão a alta de preços, como tem advertido o BC. O presidente Jair Bolsonaro deveria levar a sério essa advertência.

Editorial - O Estado de S. Paulo

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Quando os bancos atrapalham a retomada da economia e a Receita com serviços cresce 9,7% em 2017



No período em que a taxa Selic caiu a menos da metade, os juros bancários não acompanharam o recuo. O GLOBO desta quarta-feira revela que as cinco maiores instituições do setor faturaram R$ 23,2 bi em tarifas de prestação de serviços no ano passado, um aumento de 9,7%. E o resultado aconteceu com uma base de clientes 3% menor em 2017. Os bancos, assim, atrapalham a retomada da economia.  

A palavra escárnio é apropriada para definir a atuação dos bancos no Brasil. A reportagem de Ana Paula Ribeiro e Gabriela Valente mostra que os cinco maiores estão faturando mais com um número menor de clientes. Além do aumento das tarifas, os juros continuam em níveis extravagantes. Enquanto o BC vem reduzindo a Selic de 14,25% para 6,75%, a taxa no crédito pessoal está, na média, em 122%. Os juros cobrados da pessoa física subiram em janeiro para 32,3%. Não há explicação.

Os bancos adotam uma visão míope. O momento é de recuperação da economia, não é hora de elevar os juros ou tarifas. Taxas nesses níveis contribuem, inclusive, para manter a inadimplência.   A concentração, que já era grande, aumentou. BB, Caixa, Itaú e Bradesco, que tinham 52,58% do mercado de crédito há 10 anos, hoje concentram 72% do total. Tem que haver alguma fórmula para estimular a competição. O consumidor está pagando caro.

Receita de bancos com serviços cresce 9,7% em 2017

No entanto, a base de clientes das quatro maiores instituições financeiras do país diminuiu 3% no período
Pacotes mensais de serviços, taxas para transferência de recursos para outros bancos e cobranças como segunda via de cartão de débito, entre outras. Tarifas sobre serviços renderam R$ 23,2 bilhões aos quatro maiores bancos brasileiros em 2017 — Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco e Santander

 MATÉRIA COMPLETA, clique aqui

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Inflação muito abaixo do previsto pode influenciar a sequência dos juros



Foi a menor inflação para meses de janeiro desde o plano Real. O IPCA ficou em 0,29%, bem inferior às projeções, que estavam na casa do 0,4%. É mais uma surpresa “baixista” no índice, que completa agora sete meses abaixo do piso da meta, de 3%. O acumulado em um ano caiu, ao contrário do que se imaginava, e agora marca 2,86%. Vários grupos de preços vieram aquém da projeção, conta o professor Luiz Roberto Cunha. O resultado, se for uma tendência, pode influenciar a sequência dos juros no ano, mesmo sem a aprovação da reforma da Previdência. A expectativa atual é que o BC mantenha a taxa Selic na reunião de março.

Entre as quedas, a maior influência veio do grupo Habitação, com a redução no preço da eletricidade. No mês, os alimentos subiram, como se esperava. O grupo Alimentação e Bebidas teve o maior impacto, com peso de 0,18 ponto no resultado final. Mas a alimentação fora de casa, que subia forte, ficou quase estável, com alta de 0,06%. E as primeiras colheitas começam a indicar uma nova supersafra em 2018. O fenômeno que ajudou a derrubar o IPCA no ano passado, se de fato se repetir, ajudará a manter a inflação em níveis baixos. Um cenário assim pode levar o BC a reduzir mais os juros. 

No comunicado de quarta-feira, o Copom disse que a decisão “mais adequada” é interromper o ciclo. Mas deixou a porta aberta para o corte adicional “caso haja mudanças na evolução do cenário básico e do balanço de riscos”. Não é só a aprovação da reforma que levaria a novas reduções. As “projeções e expectativas de inflação” também vão influenciar o BC. 

Blog da Miriam Leitão, com Marcelo Loureiro
 



domingo, 7 de janeiro de 2018

Temer, impopular e eficiente

A aprovação de Temer é só de 6%, mas a economia vai de vento em popa. A inflação é a mais baixa dos últimos 20 anos, a taxa de juros a menor da história e o crescimento do PIB chegará a 3% em 2018 – uma recuperação incontestável 

Desde seus primeiros passos, ficou claro que o compromisso do governo  é com a estabilidade da economia e o equilíbrio das contas públicas

[será Temer candidato,  o único caminho a forçar um segundo turno com Jair Bolsonaro!] 
 O VALOR DOS NÚMEROS Temer diz não estar preocupado com os índices de popularidade, mas em deixar um legado de realizações (Crédito: CORREA)


O presidente Michel Temer não joga para a plateia. Governa com foco nas medidas que levam o País a retomar o caminho do desenvolvimento, mesmo que o preço a pagar seja o baixo índice de popularidade. O aplauso fácil dos eleitores não é, definitivamente, a preocupação de Temer. Em lugar de pacotes de bondades, comuns na era petista, ele impôs uma agenda de ajustes fiscais, reformas e modernização da economia. O que se viu nos seus 19 meses de mandato foi a volta da racionalidade na gestão pública. Além de cortar cargos e aprovar o teto dos gastos públicos pelos próximos 20 anos, fez a reforma trabalhista, que modernizou as relações de emprego, e está trabalhando para aprovar a reforma da Previdência, para colocar as contas do governo no prumo. Embora tudo isso tenha lhe custado baixos índices de aprovação, os avanços começam a aparecer. São dados inegáveis, que aumentam os níveis de confiança de empresários e consumidores.

Os resultados na economia são visíveis e insofismáveis. A taxa de juros é a mais baixa da história, a inflação em queda vertiginosa e o emprego em franca recuperação. Depois da forte recessão deixada pelo governo de Dilma Rousseff, o PIB voltou a crescer em 2017 e deve subir 3% este ano. Diante do comportamento altamente favorável dos índices de preços, espera-se nova queda da taxa básica de juros na próxima reunião do Copom do Banco Central marcada para o início de fevereiro. A expectativa do mercado financeiro é que a diretoria do BC faça um novo corte na taxa Selic, de 7% para 6,75% ao ano. Embora cuidadoso, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, confirma o bom momento e afasta temores com possíveis marolas do ano eleitoral. “A inflação está bem comportada. Há possibilidade de redução dos juros. Estamos entrando em um ano com bastante colchão, reservas de US$ 380 bilhões, 20% do PIB”, revelou. 


Lua de mel
A outra boa notícia vem do Produto Interno Brasileiro (PIB). O IBGE corrigiu um erro de comunicação que vinha sendo cometido até agora e o PIB deve fechar com crescimento em torno de 1% em 2017. Em 2018 os números devem se acelerar. Segundo a pesquisa Focus, que o BC faz com as principais instituições financeiras, a previsão de crescimento para o corrente ano é de 2,7%, apesar de analistas do mercado já estimarem um crescimento de 3%. A inflação estará sob controle e ficará em torno de 4%.

O mercado financeiro e o meio empresarial, de fato, vivem em clima de lua de mel com o governo. Percebem os avanços na economia e temem que haja uma reviravolta a partir do resultado das eleições para presidente no dia 6 de outubro. A exemplo da base aliada de Temer, acreditam que a queda nas taxas de desemprego será capaz de virar o jogo na opinião pública. Do fim do governo Dilma para cá, o número de desempregados caiu de 14 milhões para 12,7 milhões, segundo dados do IBGE. No balanço que fez de seu governo em dezembro, o presidente Temer confidenciou que foi procurado por um empresário do comércio que lhe disse que em uma semana contratou 12 mil funcionários.

No café da manhã com jornalistas no Palácio da Alvorada, Temer lembrou que a retomada dos empregos já é um reflexo da reforma trabalhista. Vale lembrar que o projeto oficial foi bastante criticado por centrais sindicais e pelos partidos de oposição. Mesmo assim Temer não recuou. O texto foi submetido a três comissões no Senado e o governo só perdeu na Comissão de Assuntos Sociais, onde a oposição tem maioria. O PT ainda fez de tudo para atrasar a votação no plenário, mas o projeto de lei acabou aprovado. “Alardeou-se que o objetivo era tirar direitos. Não há lei que tire os direitos dos trabalhadores, pois estão garantidos na Constituição”, rebateu Temer.

Essa queda de braço entre o governo e a oposição tem sido uma constante. Enquanto o PT e demais partidos de esquerda insistem na retórica demagógica, o presidente Temer e sua equipe mantém a cabeça fria e levam adiante as medidas de interesse público, mesmo que mal assimiladas pela opinião pública. Tem-se repetido o que aconteceu logo no primeiro embate, quando o Congresso discutiu a PEC que limita os gastos públicos. A oposição liderada pelo PT usou a tática do medo. Sob comando dos senadores Gleisi Hoffmann (PR) e Lindbergh Farias (RJ), os petistas trombetearam que a PEC congelaria recursos de setores importantes, como Educação e Saúde. Houve protestos nas ruas de algumas capitais e até na Esplanada dos Ministérios. Mas não foi suficiente para barrar a PEC, que serviu como cartão de visita de Temer. A ordem de cortar gastos era para valer. O que teve reflexo imediato no ânimo dos agentes econômicos.

Portanto, desde seus primeiros passos, ficou claro que o compromisso é com a estabilidade da economia e o equilíbrio das contas públicas. Ao dar adeus à gastança inconsequente dos tempos petistas, o governo colheu frutos também na gestão do Tesouro. Fechou o ano passado com um déficit de R$ 129 bilhões, ou R$ 30 bilhões inferior ao nível que a Fazenda havia previsto (R$ 159 bilhões). O resultado foi atribuído à contenção de gastos e ao aumento da arrecadação, gerado pelo aquecimento da atividade produtiva. Com a casa em ordem, a confiança no País voltou a crescer. De acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o meio empresarial encerrou o ano disposto a investir. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) alcançou 58,4 pontos entre novembro e dezembro de 2017, no melhor nível desde novembro de 2012.

Temer no jogo?
Para a confiança que a equipe do ministro da Fazenda Henrique Meirelles conseguiu despertar no setor econômico, veio contribuir, já no fim do ano, o saldo recorde da balança comercial de US$ 67 bilhões. Foi o maior superávit desde o início da série histórica, em 1989. Ou seja, o rio está caminhando para o mar. E Meirelles, que é pré-candidato à Presidência, não esconde seu otimismo: “Entraremos em 2018 num ritmo forte e constante. Continuaremos a trabalhar para garantir que essa expansão seja longa e duradoura, gerando emprego e renda para os brasileiros”. Os avanços na economia são tantos que levam Richard Back, analista político da XP Investimentos, a afirmar quer Temer será o fiel da balança nas eleições de outubro. “Temer é importante. Até mesmo brincando que ele vai ser o Posto Ipiranga neste ano: todo mundo em algum momento tem de passar lá para abastecer, mas ninguém tira foto e posta na rede social. Muita gente pode querer evitar aparecer com Temer, mas todo mundo terá que passar por ele”.

Na opinião de Back, se a base governista caminhar junta dificilmente não ocupará uma das vagas no segundo turno das eleições presidenciais. Diante das boas novas, o próprio presidente Michel Temer já se dá ao luxo de fazer brincadeira com seus baixos índices de popularidade. “Olha, o índice de aprovação do meu governo praticamente dobrou: de 3% para 6%”, pilheriou ele no Alvorada. E emendou: “Aproveitei minha impopularidade para fazer tudo o que o Brasil precisava”. Sem dúvida. E o presidente pode colher o que plantou. Embora improvável, já se fala em Brasília numa candidatura à reeleição. A hipótese, antes remota, ganha até adeptos.

IstoÉ - Ary Filgueira 


 

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Janot, deixe Temer trabalhar para o BEM do Brasil, especialmente dos 14 milhões de desempregados - Brasil tem a primeira deflação desde 2006, informa o IBGE

Em junho, preços recuaram 0,23%, menor taxa desde 1998

Pela primeira vez em mais de uma década, os preços no Brasil caíram no mês passado. Em junho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou negativo em 0,23%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE, puxado pelo recuo dos preços de energia elétrica. A última deflação no país havia sido registrada em junho de 2006, quando o indicador ficou em -0,21%. A deflação de 0,23% em junho foi ainda a menor taxa desde agosto de 1998, quando o índice registrou queda de 0,51%.

No acumulado em 12 meses, a inflação está em 3%, a menor desde abril de 2007, quando o IPCA também ficou exatamente em 3%. Com a deflação de junho, o IPCA fechou o semestre com alta acumulada de 1,18%, taxa inferior aos 4,42% registrados na primeira metade do ano passado. Considerando apenas os primeiros semestres do ano, este é o resultado mais baixo da série histórica, iniciada em 1994.

Em maio, o IPCA havia ficado em 0,31%. A expectativa do mercado era de deflação de 0,19%, segundo pesquisa da Bloomberg. Dos 45 analistas, 44 esperavam queda de preços — entre -0,08% e -0,28%. Só um dos economistas esperava alta de 0,13% para junho.

O resultado de junho foi fortemente influenciado pela queda da energia elétrica, cujos preços caíram 5,52% no mês passado. Sozinho, esse item respondeu por -0,2 ponto percentual do resultado. Ou seja, não fosse a conta de luz mais barata, a inflação de junho ficaria próxima à estabilidade, em -0,03%. A forte queda da energia elétrica ajudou a puxar para baixo os preços da categoria habitação, que registrou deflação de 0,77% em junho. Ao lado de alimentação (-0,5%) e transporte (-0,52%), os três grupos respondem por 60% das despesas domésticas e ajudaram a levar o IPCA para o negativo no mês passado.

PREÇO DO TOMATE CAI QUASE 20%
No grupo de alimentação e bebidas, que responde por 26% dos gastos das famílias brasileiras, a queda de 0,5% foi puxada pelos preços menores dos alimentos consumidos em casa, cujos preços recuaram 0,93%. A maioria dos produtos da categoria registrou recuo de preços, como o tomate (-19,22%), batata inglesa (-6,17%) e frutas (-5,9%). A taxa seria ainda mais negativa, não fosse a forte alta de 25,86%, que fez o produto puxar o índice 0,05 ponto percentual para cima. Os alimentos vêm registrando quedas ao longo do ano, influenciados pela safra recorde e pelo efeito da recessão - outro importante fator por trás da inflação mais baixa em 2017.


Já em transportes, a principal influência para baixo veio dos combustíveis - que respondem por 18% do índice. Esses produtos tiveram queda de 2,84%, com destaque para a queda de 2,65% da gasolina. A variação negativa foi resultado de duas reduções de preços nas refinarias, autorizadas pela Petrobras, que tiveram impacto no IPCA de junho.  Há duas semanas, no relatório trimestral de inflação, o Banco Central também previu deflação para junho. A autoridade monetária reduziu ainda a projeção para a alta de preços no ano, de 3,9% para 3,8%. A meta do governo é que o índice fique em 4,5%. Em outra ação para manter a inflação controlada, o BC anunciou a redução dessa meta para os anos de 2019 e 2020, em 4,25% e 4%, respectivamente. A margem de tolerância continua sendo de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, como hoje.

DEFLAÇÃO EM TODAS AS REGIÕES; NO RIO, QUEDA DE APENAS 0,09%
O IPCA registrou queda em todas as 13 regiões acompanhadas pelo IBGE. O destaque ficou por conta de Belo Horizonte, cuja taxa ficou negativa em 0,48%. Essa queda foi impulsionada pela redução nas contas de luz, que ficaram 10,68% mais baratas na região. Na região metropolitana do Rio, que tem peso de 12,06% sobre o resultado nacional, houve deflação de 0,09%. Já em São Paulo, cujo peso sobre o índice nacional é de 30,67%, a deflação foi de 0,31%.

INPC TEM QUEDA DE 0,3%

Importante para reajustar acordos salariais, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) registrou queda de 0,3% em junho, após ter subido 0,36% em maio. No acumulado em 12 meses, o indicador desacelerou para 2,56%, abaixo dos 3,35% registrados nos 12 meses encerrados no mês anterior. Assim como no IPCA, a taxa negativa foi influenciada pela queda de 0,52% dos produtos alimentícios. O INPC calcula a inflação sentida pelas famílias que ganham até cinco salários mínimos, sendo o chefe assalariado.


IMPACTO NOS JUROS
Antes da divulgação do resultado de junho do IPCA, o economista-chefe do Santander, Mauricio Molon, afirmou que crescem as chances de a taxa Selic chegar ao fim do ano abaixo dos 8,5%, que é a projeção atual do banco. A estimativa atual do Santander é de que inflação chegue ao fim do ano em 4,2%, mas Molon admite que pode ficar abaixo disso:  - Muito mais que o discurso do Banco Central, são as variáveis que determinam as decisões. Essas variáveis estão evoluindo de forma que favorece a continuidade de queda de juros para um patamar até inferior do que estimamos. Nossa projeção é de 4,2% de inflação no ano, mas a chance de ser bem menor que esse 4,2% hoje é alta - disse Molon, após participar do XVI Encontro Santander América Latina, na Cidade Financeira, sede do banco nos arredores de Madri.


Fonte: O Globo