Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
O nacionalismo deu o tom do discurso do presidente
americano na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) nesta sexta-feira
Em seu discurso na
Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), o principal encontro dos
republicanos nos Estados
Unidos, o presidente Donald Trump
prometeu nesta sexta-feira que os EUA irão impor seu poderio militar
ao resto do mundo. O nacionalismo deu o tom da
fala do republicano
para a plateia formada por ativistas conservadores de todo o país, que se
reuniram em um complexo hoteleiro nos arredores de Washington. “Eu não estou
representando o mundo, estou representando nosso país. Somos americanos e o
futuro pertence a nós”, disse.
Trump garantiu que os EUA
voltarão a vencer, graças ao grande aumento na despesa em defesa que ele irá
promover. “Ninguém irá se meter conosco”, disse. “Quando foi a última vez
que ganhamos uma guerra?”, questionou, ressaltando a crença no conceito de “paz
por meio da força”. Os presentes gritavam “EUA,
EUA, EUA”.
O
presidente americano voltou a criticar o Tratado de Livre-Comércio da América
do Norte (Nafta) e aproveitou o evento para defender o plano de reforçar a
segurança na fronteira com o México. Trump afirmou que a construção do
muro vai começar antes do previsto e reiterou que o controle migratório
irá expulsar do país as “pessoas más”.
“Vamos
construir o muro, não se preocupem. De fato, começaremos em breve, antes do
previsto”, ressaltou.
Críticas à imprensa
Em seu
discurso, Trump voltou a atacar a imprensa. “Estamos combatendo as
notícias falsas. São falsas, mentiras, falsas. Há poucos dias chamei as notícias
falsas de inimigas do povo, e elas são”, afirmou. “Temos que lutar contra
eles. Os veículos de imprensa são muito inteligentes, muito astutos e
desonestos (…). Ficam irritados quando expomos suas notícias falsas”, indicou o
presidente no fórum.
A força-tarefa da Operação Lava Jato, no Paraná, pediu ao juiz
federal Sérgio Moro que autorize a Secretaria de Administração do
Planalto a incorporar uma parte das “tralhas” do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva ao patrimônio da Presidência da República. Os bens estavam no cofre-forte de uma agência do Banco do Brasil,
em São Paulo, segundo a Operação Aletheia – que levou o ex-presidente
para depor de forma coercitiva no dia 4 de março de 2016.
Na ocasião, a Polícia Federal achou moedas, espadas, adagas,
canetas, condecorações e outros objetos de valor que estavam armazenados
no cofre do BB desde 2011, sem custo, segundo informou o gerente da
agência. Lula afirma ter recebido o que ele classificou como “tralhas” de
presente quando exerceu os dois mandatos (2003/2010). Segundo a
Procuradoria da República, os objetos estavam em nome de Fábio Luis Lula
da Silva, filho do ex-presidente, e da ex-primeira dama Marisa Leticia
Lula da Silva – que morreu no dia 3 de fevereiro -, “conforme
documentação que havia sido anteriormente apreendida por ocasião do
cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência do
ex-presidente”.
Em ofício de 17 de fevereiro, a força-tarefa da Lava Jato afirmou
a Moro que a Secretaria do Planalto apresentou relatório e discriminou
quais objetos devem ser incorporados ao patrimônio da Presidência.O documento solicita ainda “autorização para a tomada das
providências necessárias para incorporação dos bens em testilha ao
patrimônio da Presidência da República”.
O pedido da Procuradoria destaca que os bens estão descritos no
“item 61” de um documento da Secretaria de Administração da Presidência.
“O Ministério Público Federal requer que seja autorizada a Secretaria
de Administração da Presidência da República a adotar as providências
necessárias à incorporação, ao patrimônio da Presidência da República,
dos bens descritos no item 61 Relatório Final da Comissão Especial”,
solicitam os procuradores.
Depoimento No mesmo dia em que foram feitas as buscas no cofre, Lula foi
conduzido coercitivamente para depor e, irritado, disse que não sabia
onde estavam as inúmeras “tralhas” que ganhou quando presidente e que
iria entregar tudo para o Ministério Público. Antes disso, ele havia sido flagrado em um grampo com um advogado
fazendo críticas às investigações sobre os presentes e dizendo que iria
mandar tudo para um prédio do Ministério Público Federal em Brasília.
Defesa “O pedido feito pela Força Tarefa da Lava Jato para que o juiz da
13ª Vara Criminal de Curitiba retire bens do acervo que Lula recebeu da
Secretaria da Presidência da República, no final do seu segundo
mandato, é mais um exemplo gritante dos abusos e da perseguição imposta
ao ex-Presidente”, diz a defesa do ex-presidente por meio de nota.
“A única interpretação possível é a de que a Lava Jato busca
destruir a imagem e a história de Lula. A tentativa de retirar bens de
seu acervo presidencial agora posta em curso é parte dessa estratégia
impatriótica. Isso porque o processo de recebimento, catalogação e
entrega dos bens relativos ao acervo de Lula seguiu os mesmos parâmetros
aplicados para os demais ex-Presidentes da República desde 1991, quando
entrou em vigor a Lei no. 8.394, que disciplina o assunto”, continua o
texto.[a situação de Lula em relação a dos demais ex-presidentes da República é totalmente diferente. Nenhum dos ex-presidentes confundiu a coisa pública com a privada e fez da apropriação indevida de BENS PÚBLICOS e da VENDA DE FAVORES meio de vida. O único a usar expedientes tão vis foi o Ignorantácio Lula da Silva. Inclusive envolvendo seu filho Lulinha - que aliás foi o primeiro membro da 'famiglia' Lula a fazer da corrupção meio de vida.] O ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso prestou depoimento ao
juízo da 13a. Vara Federal Criminal de Curitiba, em 09/02/2017, e esclareceu que também mantém em seu acervo presentes recebidos de
chefes de Estado e em eventos oficiais, exatamente o que a Força Tarefa
quer retirar de Lula”.
“Registra-se ainda que, se houvesse vício no processo
administrativo que resultou na entrega do acervo de Lula, essa discussão
deveria ser feita em Brasília, onde tramitou o processo administrativo.
Ademais, somente poderia ser conduzida por um órgão cível da Justiça
Federal, uma vez que a matéria é estranha à competência reservada às
Varas Criminais”. A nota é assinada pelo advogado Cristiano Zanin
Martins. [FHC e outros presidentes respeitaram os limites estabelecidos em Lei para o presente recebido se tornar propriedade do ex-presidente ou do Erário. Lula não seguiu limites, se tornou dono de tudo.]
As informações são da Isto É e do Estado de S. Paulo
“Juquinha” prestou um serviço à nação com seu sincericídio, ao falar sobre o foro privilegiado
Olha a cabeleira do Jucá, será que ele é,
será que ele é? Conhecido na delação da Odebrecht como Caju, uma
referência ao tom dos cabelos, hoje grisalhos, o presidente do PMDB e
líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá, poderia ter se
eclipsado com uma fantasia de José Sarney, pioneiro na tendência acaju
em Brasília. Era véspera de Carnaval, quando a capital fica deserta já
na quarta-feira. Mas o senador pernambucano insistiu em continuar Jucá
ou “o Juquinha” do Congresso. Prestou um serviço à nação, com seu
sincericídio, ao falar sobre o foro privilegiado. “Se acabar o
foro, é para todo mundo. Suruba é suruba. Aí é todo mundo na suruba, não
uma suruba selecionada”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo.
Jucá queria “estancar a sangria” da Lava Jato. Pela língua destravada,
acabou exonerado do Ministério do Planejamento de Michel Temer 11 dias
após ser nomeado. Jucá durou mais tempo como ministro da Previdência
Social de Lula: quatro meses. Caiu por acusações de irregularidades com
empréstimos bancários. Sangria não, suruba sim.
Traduzindo o
raciocínio de Jucá: se for para acabar com o privilégio de políticos
suspeitos, que só podem ser julgados pelo Supremo Tribunal Federal e não
por nenhum “juizeco” (nas palavras de Renan Calheiros), que então se
estenda o fim do foro para os presidentes, magistrados e procuradores.
Nada de “prejudicar” só o Legislativo. Suruba precisa ser geral. Fim da
suruba também. Para o Executivo e o Judiciário. Até aí, muita gente
concorda. Só que o argumento deveria ser igualdade, e não vingança. Meses
antes de assumir a presidência do STF, Cármen Lúcia me falou sobre o
foro privilegiado para parlamentares, presidentes e vice-presidentes da
República. “Sou contrária a esse foro especial para qualquer pessoa. E
já votei assim. Acho que qualquer um de nós tem de responder em
igualdade de condições. Uma característica essencial da República é a
igualdade. Temos ótimos juízes, competentes e sérios no Brasil. Não vejo
nenhuma razão para que casos de algumas pessoas sejam transferidos para
o Supremo.”
Durante quase uma hora, Jucá ocupou a tribuna do
Senado para defender uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que
estenderia aos presidentes do Senado, da Câmara e do STF as
prerrogativas do presidente e vice-presidente da República, que não
podem ser investigados por nada anterior ao mandato. Pegou tão mal que
Jucá desistiu. Mas não amansou. Sob a desculpa de “modernizar uma lei
que ficou anacrônica”, Jucá convoca todo mundo para a mesma cama.
Estamos
longe de uma “suruba para todos”. O Supremo acaba de proibir o juiz
Sergio Moro de investigar José Sarney, o imortal. Ou “o incomum”, assim
entronizado por Lula, numa das piores passagens da biografia do petista,
convenientemente esquecida por militantes. Lula livrou Sarney de um
processo de cassação da presidência do Senado em 2009, acusado de fazer o
que melhor sabia, favorecer secretamente parentes e aliados. Agora,
Sarney pediu ao STF para não ser investigado por Moro por ter sido
citado por Sérgio Machado junto a dois políticos com mandato: Renan
Calheiros e Romero Jucá. Sempre eles. Bingo. Sarney é incomum. Foi
acusado de receber R$ 18,5 milhões de propina da Transpetro por nove
anos.
O senador que disputa com Moreira Franco o posto de melhor
amigo de Temer pediu desculpas pela expressão “suruba”, mas parecia
envaidecido com a repercussão. Disse ter se inspirado na letra de uma
música irreverente. “Eu brinquei que assim não dá, senão vira a música
dos Mamonas (Assassinas), a suruba portuguesa.” O refrão da música
“Vira-vira” diz assim: Roda, roda e vira, solta a roda e vem/Neste raio de suruba, já me passaram a mão na bunda/E ainda não comi ninguém. Esse indivíduo é o favorito no PMDB para disputar a presidência do Senado em 2020.
Jucá
não gosta de “parte da imprensa”, que segundo ele adota métodos do
nazismo e da Inquisição. “Não dá chance a ninguém de se defender:
escolhe aleatoriamente e parte para o estraçalhamento, sem se preocupar
com a verdade, sem se preocupar com a família das pessoas, com a
história de cada um.” Há uma parte da imprensa que ele gosta. Possui
duas emissoras de televisão em Boa Vista, um jornal impresso e duas
emissoras de rádio.
A suruba não se resume ao foro
privilegiado. Engloba os maus costumes de Brasília. A folga de Carnaval
dos deputados, por exemplo, vai durar 12 dias. Pensar que muitos só
foram ao plenário na quarta-feira para registrar presença e não ter o
dia descontado no fim do mês. E se mandaram para o aeroporto. Na Câmara,
houve apenas uma sessão solene de homenagem aos 100 anos do Lions Club.
Isso é piada, não é, Juquinha? Isso é suruba, não é, Jucá?
Justiça mantém condenação e determina a prisão de Edinho, filho de Pelé
Ex-goleiro do Santos teve a pena reduzida para 12 anos e dez meses
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manteve a condenação e
determina a prisão do ex-goleiro Edison Cholbi do Nascimento, o Edinho,
por lavagem de dinheiro e associação ao tráfico de drogas. Na decisão
desta quinta-feira, o tribunal também reduziu a pena do ex-jogador do
Santos Futebol Clube, que é filho de Pelé, de 33 anos para 12 anos e dez
meses.
Edinho esperava pelo julgamento da apelação em liberdade, por força de uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF). O advogado de Edinho, Eugênio Malavasi, porém, negou ao GLOBO que o
cliente responda por associação com o tráfico de drogas. Ele disse que
aguarda apenas a expedição do pedido de prisão por lavagem de dinheiro. A
publicação cabe à 1ª Vara Criminal da Praia Grande, na qual tramitou a
ação penal. Edinho deve ser preso quando o mandado por publicado. O
advogado, no entanto, vai recorrer da decisão. — Devo entrar com o pedido de habeas corpus daqui a meia hora. Com
base no precedente do Supremo, aquele que for condenado em 2ª instância
deve ser preso. Mas o Supremo Tribunal de Justiça vem sustentando que,
enquanto não estiverem exauridos os recursos, não tem que pedir prisão.
Tenho conseguido várias liminares nesse sentido — argumentou Malavasi.
Edinho foi preso pela primeira vez, com outras 17 pessoas, na
Operação Indra, em junho de 2005, por envolvimento com uma organização
de tráfico de drogas comandada por Naldinho, na Baixada Santista. Ele
chegou a cumprir seis meses de prisão provisória, mas foi solto por
decisão do STF. Na ocasião, o filho de Pelé estava detido na cadeia
anexa do 5º DP de Santos e chegou a ser transferido para o Centro de
Detenção Provisória (CDP) de São Vicente.
A ação que condenou Edinho também aplicou pena a Maurício Louzada
Ghelardi, mais conhecido como Soldado, e a Nicolau Aun Júnio, o Véio,
por lavagem de dinheiro. Além dos três, Clóvis Ribeiro, o Nai, e Ronaldo
Duarte Barsotti, o Naldinho, também foram condenados. O primeiro teve a
sua prisão preventiva decretada no decorrer do processo e o segundo
está foragido, sem paradeiro conhecido há mais de cinco anos. Todos tiveram as penas reduzidas: Nai, para 15 anos de reclusão; Soldado e Nick, para 11 anos e quatro meses.
A afirmação é do advogado do ex-goleiro, Lúcio Adolfo, na entrada da
Apac (Associação de Proteção e Assistência ao Condenado) onde Bruno está
preso, desde 2015, na cidade de Santa Luzia (região metropolitana de
Belo Horizonte). Bruno aguarda o alvará de soltura que deve chegar à
unidade prisional por meio de um oficial de Justiça.
A decisão de Mello é da última terça (21), mas só foi divulgada pelo Supremo na manhã desta sexta-feira (24). "Ele ficou muito emocionado e chorou quando soube da liminar. Agora está calmo e esperando a soltura", afirmou o advogado, ao UOL,
na entrada da Apac. A estimativa de Adolfo é que o ex-goleiro seja
liberado "nas próximas horas" –uma vez que a VEP (Vara de Execuções
Penais) de Santa Luzia precisa ser notificada da decisão do STF para
lavrar o alvará de soltura.
Bruno estava preso desde 2010. Ele
foi condenado em 2013 a 22 anos e 3 meses de prisão, em regime fechado,
por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver contra a
ex-amante, Eliza Samudio, além de sequestro e cárcere privado do filho
que ele teve com Eliza. A decisão de Mello é da última terça (21), mas
só foi divulgada pelo Supremo na manhã desta sexta-feira (24). Na decisão, o ministro do STF advertiu que Bruno não pode se ausentar da
localidade que definir como residência sem autorização do juízo. Também
terá de atender "aos chamamentos judiciais" e "informar eventual
transferência e adotar a postura que se aguarda do cidadão integrado à
sociedade."
O advogado informou que o ex-goleiro ficará em
Minas, mas, por questões de segurança, não especificou onde. Ele também
informou que vai trabalhar para que o ex-goleiro tenha outro julgamento.
Sobre isso, Adolfo argumentou que Luiz Henrique Ferreira Romão, o
Macarrão, foi condenado a uma pena de 12 anos pelo mesmo crime. O
defensor avisou que defenderá a tese do princípio da isonomia para pedir
o mesmo tempo de pena para o cliente.
Para o advogado, o fato
de a acusação apontar que Bruno teria sido o mandante dos crimes --e
Macarrão, o comparsa --não deverá interferir nessa linha de defesa
pretendida. "Eles têm a mesma tipificação de acusação", resumiu. Questionado sobre o que o ex-goleiro vai fazer quando sair a prisão, o
advogado disse que ele tem propostas de times de futebol, além de
"projetos pessoais", que ele não quis adiantar quais são. " Não me sinto
habilitado a falar sobre isso", desconversou, sem revelar, também,
quais times seriam os interessados.
Defesa havia apelado de decisão do Tribunal do Júri
A defesa do ex-goleiro havia apresentado apelação à Justiça após a
decisão do Tribunal do Júri da Comarca de Contagem, que havia
determinado que Bruno cumprisse regime inicial fechado e negado o
direito de ele recorrer em liberdade --ao afirmar que estavam presentes
os requisitos da prisão preventiva, determinada em 4 de agosto de 2010.
Depois de não ser admitido pelo relator, no STJ (Superior Tribunal de
Justiça), o recurso foi apresentado ao STF, onde seria relatado pelo
ministro Teori Zavascki. Com a morte de Teori em acidente aéreo, mês
passado, a apelação foi redistribuída a outro relator, por determinação
da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia. Com isso, Mello assumiu a
relatoria no último dia 13.
Ao Supremo, os advogados do
ex-goleiro argumentaram que houve "excesso de prazo da constrição
cautelar, uma vez transcorridos mais de 3 anos desde o julgamento, sem
análise da apelação" e definiram que isso se tratava de antecipação de
pena. Eles ainda observaram "as condições pessoais favoráveis do
paciente –primariedade, bons antecedentes, residência fixa e ocupação
lícita" e requereram a revogação da prisão.
Preso tem "bons antecedentes", diz ministro do STF
Na decisão divulgada hoje, Mello ponderou que os fundamentos da
preventiva "não resistem a exame" e definiu que "o clamor social" é
"insuficiente" para respaldá-la. "Inexiste, no arcabouço
normativo, a segregação automática tendo em conta o delito possivelmente
cometido, levando à inversão da ordem do processo-crime, que direciona,
presente o princípio da não culpabilidade, a apurar-se para, selada a
culpa, prender-se, em verdadeira execução da pena. O Juízo, ao negar o
direito de recorrer em liberdade, considerou a gravidade concreta da
imputação. Reiterados são os pronunciamentos do Supremo sobre a
impossibilidade de potencializar-se a infração versada no processo",
escreveu Mello, no despacho datado do último dia 21.
"O clamor
social surge como elemento neutro, insuficiente a respaldar a
preventiva. Por fim, colocou-se em segundo plano o fato de o paciente
ser primário e possuir bons antecedentes. Tem-se a insubsistência das
premissas lançadas. A esta altura, sem culpa formada, o paciente está
preso há 6 anos e 7 meses.Nada, absolutamente nada, justifica tal fato.
A complexidade do processo pode conduzir ao atraso na apreciação da
apelação, mas jamais à projeção, no tempo, de custódia que se tem com a
natureza de provisória", afirmou. O ministro do Supremo ainda
advertiu que Bruno não pode se ausentar da localidade que definir como
residência sem autorização do juízo. Também terá de atender "aos
chamamentos judiciais" e "informar eventual transferência e adotar a
postura que se aguarda do cidadão integrado à sociedade."
Pena havia sido ampliada pelo STJ
Em 2015, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) havia acatado
parcialmente recurso do Ministério Público do Rio de Janeiro e aumentou a
pena aplicada ao ex-goleiro Bruno Fernandes pelo sequestro, lesão
corporal e constrangimento ilegal de Eliza, sua ex-amante.
Ex-braço-direito de Bruno, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão,
havia sido condenado apenas pelo cárcere privado. Os crimes, segundo a
denúncia do MP, ocorreram no Rio de Janeiro, em 2009, antes de a
ex-modelo ser morta, já em Minas Gerais, no ano seguinte.
O STJ
havia passado o regime dos dois para o semiaberto e majorou a condenação
de Bruno para dois anos e três meses. Já Macarrão viu sua sentença
aumentar em mais dois meses. Conforme a assessoria do órgão, a decisão
não será somada à condenação que o goleiro e Macarrão cumprem pelo
homicídio de Eliza (22 anos de prisão e 15 anos, respectivamente),
imposta pela Justiça de Minas Gerais, por se tratarem de processos
distintos.
Ex-sócio de Fernando de
Arruda Botelho, acionista da Camargo Corrêa morto em acidente aéreo há
cinco anos, Davincci Lourenço diz à ISTOÉ que ele foi assassinado e que o
crime encobriu um esquema de corrupção na empresa. O ex-presidente
petista, segundo ele, recebeu propina para facilitar contrato com a
Petrobras
A TESTEMUNHA-BOMBA Davincci Lourenço de Almeida diz que ordem partiu de Fernando Botelho, da Camargo Corrêa
O personagem que estampa a capa desta edição de ISTOÉ chama-se Davincci
Lourenço de Almeida. Entre 2011 e 2012, ele privou da intimidade da
cúpula de uma das maiores empreiteiras do País, a Camargo Corrêa.
Participou de reuniões com a presença do então presidente da
construtora, Dalton Avancini, acompanhou de perto o cotidiano da família
no resort da empresa em Itirapina (SP) e chegou até fixar residência na
fazenda da empreiteira situada no interior paulista. A estreitíssima
relação fez com que Davincci, um químico sem formação superior, fosse
destacado por diretores da Camargo para missões especiais. Em entrevista
à ISTOÉ, concedida na última semana, Davincci Lourenço de Almeida
narrou a mais delicada das tarefas as quais ficou encarregado de assumir
em nome de acionistas da Camargo Corrêa: o transporte de uma mala de
dinheiro destinada ao ex-presidente Lula. “Levei uma mala de dólares
para Lula”, afirmou à ISTOÉ. É a primeira vez que uma testemunha ligada à
empreiteira reconhece ter servido de ponte para pagamento de propina ao
ex-presidente.
O Lula ia ajudar a vender o produto para a Petrobras?
- Ajudar a vender o produto para a Petrobras. É.
Ele não soube precisar valores, mas contou que o dinheiro foi
conduzido por ele no início de fevereiro de 2012 do hangar da Camargo
Corrêa em São Carlos (SP) até a sede da Morro Vermelho Táxi Aéreo em
Congonhas, também de propriedade da empreiteira. Segundo o relato, a
mala foi entregue por Davincci nas mãos de um funcionário da Morro
Vermelho, William Steinmeyer, o “Wilinha”, a quem coube efetuar o
repasse ao petista. “O dinheiro estava dentro de um saco, na mala.
Deixei o saco com o dinheiro, mas a mala está comigo até hoje”, disse.
Dias depois, acrescentou ele àISTOÉ,Lula foi ao local buscar a
encomenda, acompanhado por um segurança.“Lula ficou de ajudar fechar um
contrato com a Petrobras. Um negócio de R$ 100 milhões”, disse Davincci
de Almeida.
A atmosfera lúdica do desembarque de Lula na Morro Vermelho
encorajou funcionários e até diretores da empresa a posarem para
selfies com o ex-presidente. De acordo com Davincci, depois que o
petista saiu com o pacote de dinheiro, os retratos foram pendurados nas
paredes do hangar. As imagens, porém, foram retiradas do local
preventivamente em setembro de 2015, quando a Operação Lava Jato já
fechava o cerco sobre a empreiteira. Na entrevista à ISTOÉ, Davincci diz
que o transporte dos dólares ao ex-presidente não foi filho único. Ele
também foi escalado para entregar malas forradas de dinheiro a
funcionários da Petrobras. Os pagamentos, segundo ele, tiveram a
chancela de Rosana Camargo de Arruda Botelho, herdeira do grupo Camargo
Corrêa. “O Fernando me dizia que a “baixinha”, como ele chamava Rosana
Camargo, sabia de tudo”, disse Davincci.
A imersão de Davincci no submundo dos negócios, não raro, nada
republicanos tocados pela Camargo Corrêa foi obra de Fernando de Arruda
Botelho, acionista da empreiteira morto há cinco anos num desastre
aéreo. Em 2011, Davincci havia virado sócio e uma espécie de faz-tudo de
Botelho. A sintonia era tamanha que os dois tocavam de ouvido. Foi
Botelho quem lhe disse que a mala que carregava teria como destino final
o ex-presidente Lula: “A ordem do Fernando Botelho era entregar para o
presidente. Ele chamava de presidente, embora fosse ex”. Numa espécie de
empatia à primeira vista, os dois se aproximaram quando Arruda Botelho
se encantou com uma invenção de Davincci Lourenço de Almeida: um produto
revolucionário para limpeza de aviões, o UV30. O componente proporciona
economias fantásticas para o setor aéreo. “Com apenas cinco litros é
possível limpar tão bem um Boeing a ponto de a aeronave parecer nova em
folha. Convencionalmente, para fazer o mesmo serviço, é necessário mais
de 30 mil litros de água”, afirmou Davincci.
(...)
Acidente ou assassinato?
As negociatas também foram reveladas em depoimento ao promotor José
Carlos Blat, do Ministério Público de São Paulo, que ouviu Davincci em
quatro oportunidades. Blat encaminhou os depoimentos à força-tarefa da
Operação Lava Jato, em Curitiba. À ISTOÉ, o promotor disse acreditar que
a Camargo Corrêa possa ter usado Davincci como “laranja”. Outro trecho
bombástico da denúncia de Davincci à ISTOÉ, reiterado ao Ministério
Público, remonta ao acidente fatal sofrido pelo empresário Fernando
Botelho no dia 13 de abril de 2012, durante um voo de demonstração, a
bordo de um T-28 da Segunda Guerra Mundial, a empresários africanos, com
os quais o acionista da Camargo havia negociado o UV30 em viagem à
África dias antes. Segundo Davincci, Botelho foi assassinado. O avião,
de acordo com ele, foi sabotado numa trama arquitetada pelo brigadeiro
Edgar de Oliveira Júnior, assessor da Camargo e um dos gestores das
propriedades da empreiteira. Conforme o depoimento, convencido de que o
brigadeiro havia lhe dado um aplique, depois de promover uma auditoria
interna, Botelho o demitiu na manhã do acidente durante uma tensa
reunião, regada a gritos, socos na mesa e bate-bocas ferozes,
testemunhada por diretores da Camargo. “O Fernando foi assassinado e o
crime tramado pelo brigadeiro Edgar. O avião foi sabotado”, assegura o
químico.
Uma sucessão de estranhos acontecimentos que cercaram a tragédia
chamou a atenção do Ministério Público. Por exemplo: o caminhão de
bombeiros comprado por Botelho exatamente para atender a eventuais
emergências no aeródromo de sua propriedade estava trancado no hangar.
“Tive que jogar meu carro contra a porta para estourar os cadeados.
Peguei o caminhão e fui para o local. Ao chegar lá, as chamas estavam
tão altas que não pude chegar muito perto”, afirmou Davincci. Mas o
então sócio de Arruda Botelho se aproximou o suficiente para conseguir
resgatar o GPS, que havia se descolado da parte externa da aeronave.
Porém, o aparelho, essencial para municiar as investigações com
informações sobre o voo, não pôde ser conhecido pelas autoridades,
segundo Davincci, a pedido do brigadeiro Edgar. “Ele tomou o aparelho
das minhas mãos, dizendo que poderia ficar ruim para a família se
entregássemos à investigação, e ainda me obrigou a mentir num primeiro
depoimento à delegacia”. Com a morte de Fernando de Arruda Botelho, o
brigadeiro acabou não tendo seu desligamento da empreiteira
oficializado. Já o ex-sócio, desde então, enfrenta um calvário. “Sofri
11 ameaças de morte”, contou.
Motivado pelos depoimentos de Davincci, o caso que havia sido
arquivado pela promotora Fernanda Amada Segato em março de 2013 foi
reaberto em setembro do ano passado por ordem da promotora Fábia
Caroline do Nascimento. As novas investigações estão a cargo do delegado
José Francisco Minelli. “Estou na fase da oitiva das testemunhas”,
disse à ISTOÉ o delegado. Dois dos quatro irmãos de Fernando de Arruda
Botelho, Eduardo e José Augusto, suspeitam de que pode ter havido mais
do que um acidente. “Vou ajudar a descobrir a verdade sobre o que
aconteceu. Mas um conhecido ligado ao Exército procurou meu irmão (José
Augusto) para dizer que estavam convencidos que não foi acidente”, disse
Eduardo Botelho em mensagem, ao qual ISTOÉ teve acesso, enviada em
janeiro para Davincci.
O “golpe” está sumindo na poeira da estrada, e os heróis da resistência precisam de um refrão
A indicação de Alexandre de Moraes por Michel Temer
para o Supremo Tribunal Federal (STF) deixou abismados os guardiões da
ética – aqueles que até anteontem defendiam a quadrilha da presidenta
mulher contra o “golpe”. O problema é que a narrativa do golpe está
sumindo na poeira da estrada, e os heróis da resistência democrática
precisam de um refrão.
A claque de petistas, genéricos e
herdeiros da DisneyLula, em geral, nunca teve indignação semelhante.
Eles sempre conviveram muito bem com figuras como Toffoli e Lewandowski, preparados carinhosamente por Lula e
o PT para brilhar na aparelhagem do Supremo. Nunca se incomodaram com o
petismo de carteirinha de Fachin ou com a erudição à la carte do
companheiro Barroso e suas piruetas ornamentais contra o rito do
impeachment.
O famoso Triângulo das Bermudas formado por Janot, Teori e Cardoso, onde desapareciam todas as denúncias contra a mulher sapiens, também jamais inquietou a patrulha legalista. Mas
Alexandre de Moraes é ligado ao PSDB de Geraldo Alckmin, e isso pode
macular a isenção da Corte suprema. É comovente a preocupação dos
parasitas com a preservação da democracia (deles).
O
ex-secretário de Segurança de São Paulo já é também ex-ministro da
Justiça e surgiu em tempo recorde na antessala do Olimpo – candidato à
toga vitalícia. Um bólido. A quantidade de gafes primárias que já
cometeu denota seu apetite proverbial, com boa vocação para o vexame. Um
ministro da Justiça que “prevê” no meio da rua o que a Lava Jato vai
fazer, que anuncia por WhatsApp para a esposa a hora que o presidente
vai anunciá-lo para o Supremo (e consegue a proeza de deixar seu celular
ser fotografado) é naturalmente um súdito da vaidade, desses que não
desperdiçam uma bravata. Ou seja: perfeito para o STF. Esse
personagem é a nova esperança de petistas, psolistas, marinistas,
pedetistas e parasitas associados,desesperados por uma narrativa que
lhes devolva o monopólio da bondade, o papel de guerreiros do povo
contra a opressão do homem branco. No Brasil e em boa parte do Ocidente,
esse truque ainda não caiu no ridículo – e você vê professores,
artistas, humoristas (voluntários e involuntários), estudantes e
candidatos em geral a ficar bem na foto pagando esse mico: se atiram
numa trincheira progressista imaginária, gritando que o inimigo
conservador está do outro lado e pronto. Não importa o que se passa no
front – nem mesmo se há um front –, o que vale é o grito em si.
Contando, ninguém acredita.
Fazendo de novo o serviço
sujo de estragar a lenda, vimos por meio desta informar que não vai
colar. A tese de que Alexandre de Moraes é o infiltrado pelos decrépitos
do PMDB no Supremo para sabotar a Lava Jato não vai render nem um dia
de folia. O Supremo é um circo, uma congregação de pusilânimes mais ou
menos teleguiados, e nada pode contra a investigação capitaneada por Sergio Moro. Alguém deve se lembrar da já remota notícia de que o fatiamento da Lava Jato por Teori Zavascki
ia melar a operação. Na ocasião – lá se vai mais de ano –, avisamos
neste espaço que Moro só seria parável à bala. Continua valendo o
escrito.
Lula e Dilma (milagrosamente ainda à solta) e
mais Marina, Ciro Gomes e outros remanescentes do vale dos dinossauros
que só pensam naquilo continuarão acusando Temer de acobertar bandidos.
Estão todos sem espelho em casa. A diferença é que, no governo do PT, a
bandidagem tomava conta do dinheiro do povo (e assim perpetrou o maior
assalto da história das democracias). No governo atual, o dinheiro do
povo – Tesouro, Banco Central, Fazenda, Petrobras, BNDES – foi colocado
em boas mãos. Aliás, as melhores. Se você acha que isso é retórica de
imprensa, saia de sua trincheira politicamente correta, vá estudar e
constate por si mesmo.
Mas e os urubus do PMDB que ainda
transitam no Palácio? Esses têm a seguinte missão: rezar para não ser
presos e garantir apoio às reformas. Outro dia o senador Romero Jucá resolveu
surfar na melhora dos indicadores nacionais, defendendo maior redução
dos juros. Ele deve estar se confundindo com o governo de sua ex-chefe,
em que a economia era a Casa da Mãe Joana. O vento virou, companheiros. O
Brasil que trabalha cansou do Brasil que atrapalha. Agora vamos ver
quem tem mais lenha para queimar.
O vice de Dilma batalhou para chegar lá e nada tem a ver com o personagem da série ‘Sobrevivente designado’
As repórteres Simone Iglesias e Catarina Alencastro revelaram que, por
sugestão de sua mulher, Marcela, o presidente Michel Temer viu os dez
episódios da série “Sobrevivente designado” e gostou. [em tempo: a série voltará a estar disponível na Netflix, com episódios inéditos, no final de março próximo.]
Kiefer Sutherland como Tom Kirkman na série Sobrevivente designado, ABC (Foto: Ben Mark Holzberg / ABC) Tom Kirkman conseguiu 'luz própria' na série Sobrevivente designado, mas, o fato de ser ele também o Jack Bauer da conhecida série 24 horas, em muito ajudou. “Designated survivor”, título original da série da rede ABC,
distribuída internacionalmente pela Netflix, conta a história de Tom
Kirkman, um irrelevante secretário de Habitação, que acaba presidente
dos Estados Unidos depois que um atentado decapitou a cúpula dos Três
Poderes do país. Como qualquer freguês, Temer gostou de uma boa série.
Kirkman (Kiefer Sutherland) é meio chato, mas sua chatice acaba virando
virtude. Enquanto Frank Underwood de “House of Cards” é um vilão que
chegou à Casa Branca manipulando pessoas e situações, Kirkman é um bom
moço de série de TV. Se Brasília e Washington têm centenas de candidatos a Frank Underwood,
as duas capitais não produzem tipos parecidos com Kirkman.
Michel Temer gostou da série “House of Cards”, mas nunca se proclamou
um admirador de Underwood. No caso de “Designated survivor”, é
impossível alguém gostar da série sem gostar de Kirkman. Só o proverbial sangue-frio de Temer pode ter permitido que apreciasse
um personagem cuja história é diametralmente oposta à sua. Kirkman nada
teve a ver com o atentado que decapitou o governo americano. Quando o
mundo acabou, ele estava tomando uma cerveja e comendo pipocas.
Temer foi instrumento essencial e ostensivo do processo que depôs Dilma
Rousseff. Nesse sentido, Temer carrega a eterna maldição dos vices. A
comparação entre a conduta de Kirkman na Casa Branca e a de Temer no
Planalto não pode ir longe porque não se pode saber como seria o governo
do vice de Dilma sem a colaboração dos ministros da doutora e de tantos
notáveis que a apoiavam. Pela narrativa da série, eles teriam morrido
no atentado.
O atual presidente do Brasil pode ser visto como sobrevivente de uma
chapa cuja titular foi detonada, mas ele não chegou ao Planalto por
acaso. Temer é um experimentado operador das manhas políticas de
Brasília. Kirkman é o oposto.
Sem o risco de estragar o prazer alheio, pode-se revelar que há uma
conspiração por trás do atentado que explodiu o Capitólio. Como Kirkman
não é parte dela, a trama gira em torno da fritura do presidente. É provável que exista uma (e só uma) personagem no Palácio do Planalto
que possa ser comparada a alguém da série. É a chefe de gabinete de
Temer, Nara de Deus Vieira. Ela desempenha um papel parecido com o da
fiel assessora Emily Rhodes, que acompanhava Kirkman desde o tempo em
que era um ninguém.
A segunda temporada da série está prevista para março, e é pedra
cantada que o primeiro capítulo dará uma certa satisfação a Dilma
Rousseff. Numa trapaça do destino, a rede Netflix, que distribui a série
“Sobrevivente designado”, está produzindo outra, sobre a Operação
Lava-Jato. A série de Kirkman começa com a cena apocalíptica do
Capitólio em ruínas depois do atentado. Às vésperas da divulgação dos
depoimentos da Odebrecht, o andar de cima de Brasília teme que a
Lava-Jato termine num apocalipse, como o “Sobrevivente designado”
começou.
O
ambiente universitário brasileiro, a exemplo do jornalístico, é um
terreno no qual sempre proliferou a mentalidade esquerdista.O Partido
dos Trabalhadores, desde os anos 80, é o preferido de professores e
alunos, que ostentam sua militância abertamente e com orgulho. Na medida
em que o PT foi se tornando um partido de governo, partidos de esquerda
mais à margem do poder, como o PC do B, o PSTU e o PSOL, passaram a
dividir com os petistas a liderança do movimento estudantil, enquanto os
sindicatos docentes, especialmente das universidades públicas,
continuaram a ser dominados por petistas. O PT substituiu o antigo PCB, o
Partidão – do qual, em muitos aspectos, é um esbirro- na preferência da
intelligentsia universitária. Assim, não é novidade que sempre tenha
havido, por parte deste setor, uma adesão confessional aos padrões de
pensamento e organização marxistas.
A consequência de décadas desta hegemonia esquerdista é aquilo que chamo de espiral da mediocridade.
Para
todos os efeitos, estar vinculado ao PT ou, em segundo plano, aos
demais partidos da esquerda, aberta ou informalmente, significa, ainda
hoje, possuir uma carta de recomendação ideológica, sem a qual é muito
difícil abrir as portas para a participação em grupos que dominam a
política e movem a burocracia universitária. A credencial é responsável
pela ocupação de cargos diretivos e pela consequente ascensão na
carreira docente, sem falar na participação assídua em congressos
nacionais e internacionais e, principalmente, nas agências estatais de
fomento à pesquisa, que controlam a distribuição de bolsas de estudo
para alunos e verbas polpudas para professores . Para aqueles que não se
ajustam ao perfil ideológico dominante, que são independentes ou
não-alinhados ao ideário hegemônico, resta resignarem-se com um
autêntico exercício de sobrevivência profissional, em um contexto que,
não raras vezes, torna-se, até mesmo, hostil.
A
contraface deste esquerdismo que sequestrou a Universidade brasileira é
a inexistência de setores articulados mais identificados com
referências teóricas de direita. Entenda-se por direita, aqui, não o
espantalho reacionário que os petistas, ou a esquerda brasileira como um
todo, fabricou para justificar sua doutrinação. A direita que importa é
aquela dos conservadores e liberais, que defende os valores da
democracia republicana, da economia de mercado, da tradição e costumes
judaico-cristãos e da liberdade individual. Esta está praticamente
extinta na Universidade, muito por culpa de sua própria falta de
combatividade e de sua aceitação pacífica do expurgo ideológico a que
foi submetida pela esquerda.
Externamente, apenas para fins de propaganda, os esquerdistas que dominam os campi
sustentam que são democratas e que há, na universidade, um fluxo de
pensamento livre. Não há. Este fluxo é condicionado pela aceitação, por
parte da maioria esmagadora de professores e estudantes, de modo tácito
ou explícito, da mentalidade revolucionária marxista ou paramarxista e
de sua superioridade moral. Um professor, na área de Humanidades, por
exemplo, tem muita dificuldade operacional para expor as ideias
políticas de Hume, Burk ou Toqueville, ou a crítica ao socialismo de
Mises e Hayeck, num ambiente no qual Marx , Gramsci, Adorno e Dvorkin
são praticamente vistos como sublimes.
São
imperceptíveis, na Universidade brasileira, os registros do debate e da
abertura intelectual. Em seu lugar, há um compadrio doutrinário e a
consequência de décadas desta hegemonia esquerdista é aquilo que chamo
de espiral da mediocridade. Nas salas de aula e nos encontros de
pesquisadores repetem-se à exaustão as fórmulas surradas de pensadores
marxistas. Há muito espaço, também, para anarcomarxistas, como Foucault,
ou para pós-modernistas como Derrida, além de uma penca de autores de
expressão menor que seguem estas linhas. Tudo produzido de maneira
repetitiva para consumo da clientela acadêmica. Não há diferença entre
formação e doutrinação . A reflexão dá lugar ao automatismo e os modos
de expressão, na mesma medida em que a capacidade crítica é substituída
por uma adesão do sujeito a uma dogmática já existente, limitam-se a
propagar e a produzir cópias caricatas dos modelos que habitam o Olimpo
das ideias revolucionárias e desconstrutivistas.
É
a este quadro, em linhas gerais, que está reduzida a intelectualidade
na Universidade brasileira. É de se reconhecer, no entanto, que está
surgindo, devido à degradação política do PT, uma demanda por mais
inteligência na sociedade. Esta demanda reflete-se no meio acadêmico,
onde a situação confortável da esquerda passou a sofrer alguma
contestação, mesmo que ainda incipiente. Uma das defesas do esquerdismo,
digamos, corporativo da Universidade, é fazer com que suas práticas e
hábitos permaneçam opacas para essa mesma sociedade que a sustenta. A
vida intelectual e a burocracia universitárias ainda constituem uma
caixa-preta para o cidadão comum. É preciso urgentemente devassá-la.