Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER

sábado, 30 de setembro de 2017

A calamidade na cidade maravilhosa


O Rio transbordou. A baderna criminosa tomou conta. Some a inclemente falência do Estado, a omissão inacreditável das autoridades e os desvios compulsivos de recursos para o bolso de mandatários inescrupulosos como Sergio Cabral e tem-se aí a fórmula inevitável do colapso. A Cidade Maravilhosa, seu entorno, a região fluminense como um todo desmoronam diante dos olhos perplexos de brasileiros que enxergavam ali seu paraíso. Falta dinheiro, antes de tudo. Falta muito dinheiro! Decorrência direta da roubalheira incessante que dizimou os cofres públicos. Virou um salve-se quem puder. 

 Gabriel Paiva / Agência O Globo

A violência, o crime organizado, os desserviços na área de saúde, transporte e educação não são exclusividades locais. Mas ali as chagas dessas pragas assumiram contornos de pandemia. É dramático o quadro na principal vitrine do País. Duas semanas consecutivas de tiroteios, disputa de facções pelas ruas, balas perdidas e vítimas aos montes transformaram o Rio em uma praça de guerra semelhante às existentes em regiões conflagradas. Casas e carros estão crivados de munição de alto calibre. As ruas viraram terra de ninguém aonde quem vai não sabe se volta. Uma rotina belicosa que colocou de joelhos a população. No plano da segurança a situação há muito tempo fugiu do controle e a relativa tranquilidade em certos pontos da capital só foi conquistada à base de tanques e esquadrões federais que ocuparam de maneira temporária o morro. A rotina mudou para o carioca. Aplicativos de celular mostram agora onde estão ocorrendo os tiroteios. Escolas criaram esconderijos para proteger os alunos em caso de ataque. 

Toque de recolher, pontos turísticos fechados, taxas de circulação para carros que vão a determinadas localidades entraram na ordem do dia. A escalada do terror pode ser contabilizada em números. A PM apreendeu quase cinco mil armas de fogo, entre pistolas, fuzis, metralhadoras, escopetas e garruchas, além de 260 granadas e 203 explosivos artesanais com poder de destruição para botar abaixo bairros inteiros. 

Traficantes mais bem equipados que policiais, gangues estabelecendo horário de funcionamento do comércio, chefes de droga encarcerados que transmitem ordens diretamente dos presídios mostram que o poder de Estado mudou definitivamente de mãos nas paragens fluminenses. A anarquia reina. E não é para menos. O governante da vez, Luiz Pezão, hospeda-se para tratamento em spa de luxo enquanto servidores ficam à míngua, não recebendo salários. O alcaide carioca, Marcelo Crivella, faz de conta que o problema não é com ele, some por quase uma semana e, ao retornar, passa a prometer quimeras como “um banho de loja” na Rocinha, instalação de cinemas, central telefônica e melhorias cosméticas longe da realidade imediata de uma população que roga, em primeiro lugar, por paz e assistência. 

O programa de pacificação das favelas implementado sob a orientação do ex-secretário de segurança, José Mariano Beltrame, teve um início fulgurante. Ele concebeu o enfrentamento do crime, banindo a tutela miliciana de marginais, dentro de um plano mais amplo que previa, na etapa seguinte, um trabalho estrutural do Estado no campo dos serviços básicos – saúde, educação e transporte. Nunca aconteceu. A corrupção não deixou ir adiante o projeto. As chamadas Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) ficaram abandonadas, sem recursos ou aparato suficientes. [se transformaram em Unidades de Perigo ao Policial, especialmente devido o fato que além do perigo representado pelos traficanters, quando ocorria tiroteios sempre os policiais das UPPs já entravam no inquérito como culpados.] As autoridades, até pela incapacidade de prover o básico, passaram a tolerar o avanço do poder paralelo do tráfico. O que ocorre na Rocinha por esses dias é apenas uma amostra do desafio gigante que se apresenta pela frente. A continuar nessa toada, o atestado de óbito da segurança na outrora Cidade Maravilhosa sairá logo. Triste fim.

 Fonte:  Carlos José Marques, diretor editorial da Editora Três

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Gilmar Mendes diz que STF errou ao determinar recolhimento domiciliar de Aécio

Para ministro, colegas decidiram sobre alternativa à prisão e senador deveria responder à denúncia em liberdade

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta sexta-feira que seus colegas erraram ao determinar o recolhimento domiciliar do senador Aécio Neves (PSDB-MG) na denúncia por corrupção passiva decorrente do acordo de delação premiada dos executivos da JBS. — Essa é uma questão que terá que ser avaliada e, ao meu ver, acho que houve um equívoco por parte da maioria da turma, no sentido de mandar aplicar um regime prisional ao senador — afirmou o Mendes a jornalistas na Associação Comercial do Rio de Janeiro.

Gilmar já havia dito que o STF deveria evitar o "populismo constitucional", mas não havia criticado tão diretamente a decisão dos colegas. Na terça-feira, a Primeira Turma do STF afastou o tucano do mandato de senador, o impediu de se comunicar com demais investigados, determinou que ele entregasse o passaporte para as autoridades e exigiu que ele se recolha domiciliaremte à noite.


 Em resposta, o Senado aprovou um requerimento de urgência, na quinta-feira, para decidir na próxima semana se Aécio acatará a decisão judicial. No entendimento de Mendes, a Constituição só permite a prisão de parlamentares em caso de crime em flagrante e que o Congresso ainda pode decidir sobre o relaxamento dessa detenção.

O que eles acabaram por aplicar foi um tipo prisão provisória ou alternativa à prisão provisória, o que não me parece ser cabível.

Aécio disse, em nota, que a decisão da Primeira Turma do Supremo era "uma condenação sem que o processo judicial tenha sido aberto".  Uma ação direta de constitucionalidade proposta por partidos políticos que questiona o poder do Supremo para determinar o afastamento de parlamentares do mandato pode servir para que a Corte decida o tema no plenário no próximo dia 11.

Questionado se as evidências em áudio e vídeo da denúncia contra o senador, onde ele é flagrado negociando o repasse de R$ 2 milhões ilícitos com o empresário Joesley Batista, não eram suficientes para decretar o recolhimento domiciliar, Mendes usou o exemplo do ex-presidente e senador Fernando Collor (PTC-AL).  Aqui não é a condenação, estamos falando apenas do regime prisional. Recentemente, por exemplo, recebemos a denúncia contra o ex-presidente e senador Collor e ele continua respondendo o processo em liberdade. Essa é a regra em relação aos parlamentares.

Fonte: O Globo

 


 

 

TEMENDO ‘EFEITO ORLOFF’, GLEISI FEZ PT DEFENDER AÉCIO

O medo de Gleisi Hoffmann de ser presa, ou de amargar restrições semelhantes àquelas impostas a Aécio Neves, levou a senadora e presidente do PT, a fazer seus colegas de bancada criticar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) contra o tucano. A informação é de políticos petistas inconformados com a “saia justa” da surpreendente solidariedade a um adversário que sempre os criticou e foi criticado.

VOCÊ AMANHÃ
A expressão “efeito Orloff” é inspirada numa antiga propaganda da marca de vodca cujo slogan era: “eu sou você amanhã”.

CORRUPÇÃO E LAVAGEM
Gleisi Hoffmann e o marido Paulo Bernardo, ex-ministro de Lula e Dilma, são processados no STF por corrupção e lavagem de dinheiro.

DESGASTE IMPREVISTO
Ao denunciar Aécio ao conselho de ética, o senador Humberto Costa (PT-PE) tentou compensar o desgaste inesperado no caso do tucano.

PETISTAS DIVIDIDOS
Na definição da urgência no caso Aécio, ao menos um dos três senadores do PT presentes votaram contra o partido: Paulo Paim (RS).

NÃO QUEREM REPETECO
O menor índice de apoio à ideia de “intervenção militar provisória” é de quem tem 60 anos ou mais (37%), que viveram a ditadura.

QUEM CONHECE, REJEITA
A pesquisa indicou menor apoio à “intervenção militar provisória” entre 38% dos brasileiros que têm nível de escolaridade “superior completo”.

REGIÕES
As regiões Norte e Centro Oeste, somadas, têm o maior índice de apoio aos militares (44,8%), mas o Sudeste é segundo com 43,2%.

MUDANÇAS À VISTA
Provocou uma crise política a pesquisa do Ibope indicando 3% de aprovação do governo Michel Temer. São esperadas mudanças na área de comunicação do governo.

RUIM DE SERVIÇO
Aliados compreendem as dificuldades de Michel Temer para melhorar índices de aprovação, mas acham o fim da picada que o governo não “fature” o fim da recessão, o crescimento, a queda do desemprego etc.

CPI DAS RODOVIAS PRIVADAS
A Câmara criará uma CPI para investigar irregularidades em contratos de concessão de rodovias. O autor, deputado Evair de Melo (PV-ES), diz já ter 171 assinaturas necessárias. Deve sair nos próximos dias.

MADAME NA AGULHA

Há na CPI mista da JBS quatro pedidos de convocação da ex-presidente Dilma, uma das maiores beneficiadas pelo esquema de corrupção que abasteceu os cofres do PT com grana da J&F/JBS.

FIM DO FORO

Petição destinada ao Supremo Tribunal Federal no site Change.org pede o fim do foro privilegiado de políticos investigados ou condenados por corrupção. Já acumulou mais de 29,1 mil assinaturas em sete dias.

APESAR DE TUDO
A pesquisa Global Entrepreneurship Monitor mostra que a taxa total de empreendedorismo no Brasil foi 36%; ou seja, 48 milhões de pessoas entre 18 e 64 anos estavam envolvidas em criar ou manter um negócio.

PRIVADOS, MAS NEM TANTO
A Medida Provisória 779 “reprograma o pagamento das outorgas” das empresas que compraram as concessões dos aeroportos públicos. Segundo a Anac, elas já devem mais de R$ 1,31 bilhão em outorgas.

JABUTICABA
Em 2015, o Brasil inventou a “mulher sapiens”. Em 2016, foi o impeachment fatiado. Agora em 2017 é o meio-senador, meio-solto.


Fonte: Diário do Poder -  COLUNA DE CLÁUDIO HUMBERTO

Moderador dos Três Poderes

Será o general Mourão moderado o bastante para ser o Poder Moderador da atual crise?

O mais sensato é que o general Mourão seja o Moderador na atual crise e o atual deputado JAIR MESSIAS BOLSONARO, seja o presidente da República escolhido em eleições livres e democráticas em outubro 2018.


É uma solução justa e democrática para o impasse atual.


Tudo poderá ser resolvido de forma mais democrática e sem traumas se o Supremo Tribunal Federal  decidir revogar o ato insensato promulgado por três dos seus ministros.


Se o STF não revogar o Senado Federal terá que revogar e com isso confrontar o Supremo forçando a que uma terceira força - que não será o Poder Executivo - intervenha para  solucionar a crise institucional que estará instalada.

Editores do Blog  PRONTIDÃO TOTAL  

 

Herdeira de apartamento vizinho ao de Lula diz que venda era para ex-presidente

Herdeira de apartamento em nome de primo de Bumlai diz que venda era para Lula

A herdeira do apartamento 121 do Edifício Hill House – que a força-tarefa da Lava Jato acusa ser um presente dado a Lula, registrado em nome de um “laranja” -, Tatiana de Almeida Campos, informou à Receita Federal que em 2010, quando foi feita a escritura de cessão de direitos do imóvel, foi informada por sua advogada que o bem estava sendo alienado para o ex-presidente.

O apartamento é o vizinho ao que Lula mora, na cobertura do Hill House, em São Bernardo do Campo, e é usado pelo petista desde 2003, pelo menos. Até 2007 era alugado pelo PT do falecido pai de Tatiana, Augusto Moreira Campos. De 2007 a 2011 foi a Presidência da República que locou o imóvel, que era usado durante os dois mandatos do petista para abrigar as equipes de segurança.

Em 2010, com a morte do proprietário em fevereiro de 2009, o apartamento 121 foi comprado por Glaucos da Costamarques, primo do pecuarista José Carlos Bumlai, por R$ 504 mil, em negócio conduzido pelo advogado Roberto Teixeira, compadre do ex-presidente. Lula é réu na Lava Jato em Curitiba acusado de ter recebido esse apartamento e um terreno de R$ 12 milhões da Odebrecht, no esquema de corrupção descoberto na Petrobras.

Filha bastarda do antigo dono do apartamento 121, Tatiana informou á Receita, em 2016, em documento anexado ao processo, que em 20 de setembro de 2010 sua advogada Lacier Pereira de Almeida Souza, que é sua prima, a buscou para “assinar a venda da cobertura, apto 121, para o Lula”. “Foi isso que ela me falou no táxi, na ida ao cartório.”
“Como eu confiava muito nela, somente perguntei se estava tudo correto, ela fez um sinal positivo e me disse onde assinar. Eu não li nada, simplesmente assinei acreditando estar vendendo a cobertura para o Lula. O valor era R$ 504 mil (hoje desconfio ter sido muito mais, mas não posso dizer com certeza)”, escreveu Tatiana.

Tatiana afirma que só em 2016 tomou conhecimento que o verdadeiro comprador era Glaucos Costamarques, após ter sido revelado pela Lava Jato. “Pra mim ele (Lula) era o dono, de modo que se perguntarem à minha família, todos vão dizer que eu ‘vendi’ a cobertura do meu pai para o Lula.”

No documento de 12 maio de 2016 enviado para a Receita, a herdeira diz que só em 2016 buscou o cartório e descobriu que não se tratava de uma venda e sim de uma cessão de direito hereditário e que o bem ainda estava em nome do falecido pai, não tendo sido oficialmente transmitido a Costamarques.  Na acusação contra Lula, o Ministério Público Federal destaca que depois de efetivada a aquisição do apartamento, Roberto Teixeira peticionou como representante de Costamarques a ação de inventário da família do antigo dono, que correu na 2ª Vara da Família e Sucessões da Comarca de São Bernardo do Campo, “apenas em 17 de março de 2011”. “Naquela petição, nada constou sobre a transação que já havia sido realizada” em agosto de 2010.

Um mês antes, em 1º de fevereiro de 2011, Costamarques assinou um contrato feito por Teixeira de locação do apartamento em nome da ex-primeira-dama Marisa Letícia (que morreu em fevereiro), na condição de cessionário, tendo como cedentes a viúva Elenice Silva Campos e a filha bastarda Tatiana.

Na ação de inventário do imóvel, Teixeira, como representante de Costamarques, noticiou a cessão de direitos hereditários e de meação assinada em setembro de 2010 e requereu a adjudicação do apartamento 121 em favor do primo de Bumlai em 1º de julho de 2016 – quase seis anos depois, quando Lula já era alvo dos processos da Lava Jato.
A herdeira relata no documento que, antes da venda do apartamento 121 para Costamarques, houve um tentativa de a excluírem da propriedade, em 2009, em uma partilha amigável que ela diz nunca ter assinado. “Em 2013 comecei a estudar Direito, para poder entender melhor tudo que estava acontecendo, e também porque sempre que eu falava isso tudo para um advogado ele dizia: ‘deixa isso, você vai mexer com a máfia do PT? Pode correr risco de morte’.”

Inquilino
Lula afirma que é inquilino do imóvel, que foi alugado em 2011 por dona Marisa para receber os filhos e ser usado para reuniões políticos. Na semana passada, o defensor do ex-presidente Cristiano Zanin Martins, que é genro e sócio de Teixeira, apresentou 26 recibos, que vão de 2011 a 2015, para comprovar que os aluguéis eram pagos normalmente.

Só a partir de novembro de 2015, quando Glaucos afirmou ter sido informado por Teixeira que passaria a receber aluguel, é que a Lava Jato identificou nos extratos bancários do laranja “depósitos em dinheiro em seu favor em valores compatíveis com o suposto aluguel”.  Após a entrega dos recibos pela defesa de Lula, Glaucos disse por meio de seus advogados que os documentos foram assinados por ele no mesmo dia, em novembro de 2015, quando Teixeira o teria informado que passaria a pagar os aluguéis.

A acusação do MPF nesse processo diz que Lula, dona Marisa (que deixou de figurar no processo após a morte), Costamarques e Teixeira agiram “em conluio” e “dissimularam a origem, disposição, movimentação e propriedade de R$ 504 mil, provenientes, direta e indiretamente, dos crimes de organização criminosa, cartel, fraude à licitação e corrupção praticados pelos executivos do Grupo Odebrecht”, na Petrobras.


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo


Taxa de desemprego em agosto é a menor desde o trimestre encerrado em janeiro

A taxa de desemprego de 12,6% registrada no País no trimestre encerrado em agosto foi a menor desde o trimestre finalizado em janeiro, quando estava também em 12,6%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados na manhã desta sexta-feira, 29, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O País ganhou 1,374 milhão de postos de trabalho em um trimestre, ao mesmo tempo em que o total de desempregados diminuiu em 658 mil pessoas. No trimestre até agosto, o mercado de trabalho gerou 153 mil vagas com carteira assinada em relação ao trimestre anterior, encerrado em maio. 

O contingente de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado cresceu em 286 mil pessoas, e outros 472 mil indivíduos aderiram ao trabalho por conta própria. O setor privado teve aumento de 295 mil postos de trabalho em um trimestre.

Perdas em um ano
O mercado de trabalho no País perdeu 765 mil vagas com carteira assinada no período de um ano. O total de postos de trabalho formais no setor privado encolheu 2,2% no trimestre até agosto ante o mesmo período do ano anterior, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua.

Já o emprego sem carteira no setor privado teve aumento de 5,4%, com 552 mil empregados a mais. O total de empregadores cresceu 6,8% ante o trimestre até agosto de 2016, com 267 mil pessoas a mais.

O trabalho por conta própria cresceu 2,8% no período, com 612 mil pessoas a mais nessa condição. A condição de trabalhador familiar auxiliar aumentou 8,1%, com 170 mil ocupados a mais. O setor público gerou 99 mil vagas, um aumento de 0,9% na ocupação. Houve redução de 11 mil indivíduos na condição do trabalhador doméstico, 0,2% de ocupados a menos nessa função.

Fonte: O Estado de S. Paulo

 

Assustador - Urge que surja um Poder MODERADOR?




Senado deve recorrer ao Supremo e não confrontá-lo
Não existe alternativa possível a não ser cumprir a determinação judicial. Caso haja discordância, o único caminho a seguir é o do recurso à Corte
A coexistência entre os três poderes da República é básica para a estabilidade do regime, e para isso há leis e ritos. Quando este equilíbrio é rompido, instalam-se crises institucionais, que têm de ser debeladas a partir destas mesmas leis e ritos, porque não se podem admitir soluções que não estejam baseadas na Constituição. Não há, no estado democrático de direito, o mais forte que se impõe sobre o mais fraco. Tampouco, portanto, saídas unilaterais.

A decisão da Primeira Turma da Corte, por três votos (Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Luiz Fux) a dois (Marco Aurélio Mello e Alexandre de Moraes), de afastar o senador tucano mineiro Aécio Neves do mandato e mantê-lo em regimento de “recolhimento noturno”, evoluiu ontem para a aprovação do regime de urgência, a fim de que o plenário da Casa decida, na terça, o que fazer.

Ao menos ganhou-se tempo, porque o pior que pode acontecer é o Senado recusar-se a cumprir uma decisão do STF, algo inimaginável e inaceitável. [frise-se bem: uma decisão de uma turma do STF, decisão tomada por maioria apertada -  3 a 2 - e que por invadir a competência constitucional de outro Poder, ferindo sua autonomia, deveria no mínimo ser referendada pelo Plenário da Suprema Corte, em uma decisão respaldada no voto favorável à decisão da Turma de pelo menos dois terços dos ministros.
O Senado está sendo afrontado por uma decisão de apenas três ministros do STF, em uma turma de cinco ministros.]

Sequer entre senadores há consenso. O próprio Aécio Neves já anunciou que recorrerá — o caminho indicado. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) é um dos senadores que defendem, com razão, que cabe ao Senado fazer lei, e não interpretar leis, tarefa exclusiva do Judiciário. Vai na mesma direção o senador Álvaro Dias (Podemos-PR), defensor da solução por meio de recursos ao STF. [ os dois defensores de que o Senado aceite ser subjugado pela vontade de três ministros do STF, em uma turma de cinco, sendo que os dois votos restantes foram contra a decisão que pisoteia o Senado Federal, são: o senador Randolfe Rodrigues, salvo engano nunca teve um projeto de lei sequer levado ao Plenário do Senado para análise e votação, limitando o exercício do mandato a contestar o que considera errado mesmo que sua posição só traga tumulto e o senador Álvaro Dias que segue também a linha do 'sou contra tudo', apesar de ser mais moderado e sensato que o seu colega aqui citado.]

A decisão da Segunda Turma gera polêmica. Que está nela própria, porque houve dois votos divergentes da maioria, o de Alexandre de Moraes e o de Marco Aurélio Mello, relator do caso. Há, é certo, um debate jurídico.  O ministro Luís Roberto Barroso, voto divergente e vitorioso, garante, ao contrário do que entendem senadores, que o recolhimento noturno não é prisão, e que, portanto, não contraria o artigo 53 da Constituição, segundo o qual só é possível parlamentar ser detido em flagrante de crime inafiançável ou continuado.

Fux, por sua vez, diz que o recolhimento noturno está previsto como medida cautelar pelo Código de Processo Penal. Não falta combustível para esta polêmica. Mas só resta ao Senado e ao senador, como a qualquer cidadão, cumprirem uma determinação judicial, enquanto recorrem. O ideal seria que o assunto fosse para o plenário da Corte, e nesta instância os onze ministros defendessem seu entendimento.

Deve-se, ainda, creditar ao reboliço que tomou conta de parte da Casa o fato de que há parlamentares e partidos em posição desconfortável na Lava-Jato e em outras ações anticorrupção que aproveitam o momento para se precaver diante do que poderá acontecer com eles mais à frente.  Entende-se, assim, o vigor da defesa de petistas da intocabilidade do senador mineiro, também apoiado pelo PMDB, em que transitam “quadrilhões”, termo usado pela Procuradoria-Geral da República. Esta crise institucional não faz sentido.

Fonte: O Globo - Editorial   

[chega a ser preocupante a entrevista concedida ontem ao Jornal Nacional pelo ex-ministro, ex-presidente do STF, Ayres Britto, que declara com um sorriso irônico que quem não estiver satisfeito com uma decisão do Supremo que recorra ao próprio Supremo ou  cumpra.

Se percebe que o ex-ministro  (notem bem, se trata de um ex, imagine um atual) exibe um sorriso irônico, um certo deboche quando expressa sua opinião de que as decisões do Supremo são indiscutíveis e tem que ser cumpridas, exceto se o próprio Supremo as revogue.

Esquece o nobre ex-ministro que a decisão questionada foi tomada por apenas 3 ministros da Suprema Corte - menos de um terço da sua composição plena - e impor a outro Poder o seu cumprimento é desrespeitar o principio de independência dos Poderes, procedimento este, que não combina com o tão decantado "estado democrático de direito".

Não nos surpreende que o ex-ministro pense assim, já que seu estilo arbitrário, prepotente, é notório, afinal foi ele que quando presidia o Supremo convalidou ato da ex-presidente Dilma que modificava mediante Decreto um artigo da Lei de Acesso Informação e  é sabido que uma LEI não pode ser modificada por um Decreto.

Se espera que o bom sendo prevaleça e que o Plenário do STF decida sobre o assunto, especialmente considerando que em uma Corte composta por onze ministros, apenas três decidiram afrontar um dos Poderes da República - tivesse sido a esdrúxula decisão  aprovada pelo Plenário do STF e por unanimidade, ainda tinha alguma lógica.
Mas foi tomada por menos de 1/3 dos ministros do Supremo - não houve unanimidade nem na Turma que proferiu o ato de supremo arbítrio.

Vamos imaginar que o Supremo não revogue o ato arbitrário e o Senado além de não cumprir ainda revoga na próxima terça.
Queira o senador Randolfe ou o Dias estará aberto o espaço para que uma outra Instituição decida que o ato deve ser revogado - e o revogue - ou deve ser cumprido e imponha, pela força, o seu cumprimento.]

Para saber mais sobre esta ilegalidade, clique aqui.]