Para Lewandowski, reajuste de 41,47% aos servidores do Judiciário é o possível na crise
Presidente do STF foi bombardeado por críticas dos servidores nesta terça-feira
Bombardeado com críticas dos servidores do Judiciário, o presidente
do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski,
defendeu nesta terça-feira o percentual negociado com o governo para o
reajuste salarial da categoria. Os servidores em greve passaram a tarde
na Praça dos Três Poderes, virados para o gabinete de Lewandowski,
gritando ofensas, como “traidor”. O ministro negociou com o governo um
reajuste de 41,47%, mas os servidores lutam por aumentos de até 78,5%. — Esse foi o acordo possível dentro desse momento econômico que nos
vivemos. Foi muito estudado pelos técnicos do Planejamento e do Supremo —
disse o ministro.
O Congresso Nacional aprovou o projeto de interesse dos servidores,
mas a presidente Dilma Rousseff vetou. Agora, os servidores querem que
os parlamentares derrubem o veto da presidente. O percentual defendido
por Lewandowski foi fixado depois de dezenas de reuniões entre técnicos
do STF e do Ministério do Planejamento. O presidente do tribunal
negociou o reajuste diretamente com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy,
o do Planejamento, Nelson Barbosa, e com a presidente Dilma Rousseff. A
proposta de reajuste será encaminhada ao Congresso até o fim do mês.
Durante a tarde, servidores em greve buzinaram nas proximidades do STF. A multidão gritava: “Lewandowski traidor, respeita o servidor”. Ainda assim, o ministro disse que boa parte da categoria ficou satisfeita com os 41,47%. — Conversamos informalmente com várias lideranças sindicais, vários
sindicatos. Embora haja vozes contrárias, eu tenho a convicção de que há
uma grande maioria dos servidores satisfeita com o que foi apresentado
alternativamente ao primeiro projeto que foi enviado ao Congresso
Nacional. Eram outros tempos, o Brasil vivia uma economia ascendente.
Agora é o momento de ajuste fiscal e temos que dar nossa contribuição —
analisou.
O STF também enviou ao Congresso um projeto de lei com reajuste no
salário dos ministros do tribunal em 16,38%. Se os parlamentares
aprovarem a proposta, a partir de janeiro de 2016 o salário saltará de
atuais R$ 33.763,00 para R$ 39.293,38. O ministro disse que o percentual
apenas repõe as perdas com a inflação nos últimos cinco anos. — Tanto no caso dos servidores, como no caso dos ministros, como
sempre fazemos, nós apresentamos um projeto de reposição das perdas
inflacionárias — explicou.
Fonte: O Globo
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