Terceira onda de protestos, convocados em 251 cidades, coloca à prova arranjo costurado pelo Palácio do Planalto e pelo presidente do Senado para reduzir crise e afastar risco de impeachment
Com a crise política dando sinais de
trégua, o governo avalia que as manifestações contra a presidente Dilma
Rousseff hoje serão menores que os protestos de março e abril, mas nem
por isso menos preocupantes. Embora as ameaças de impeachment tenham
esfriado nesta semana, após ações do Palácio do Planalto, do Senado e
até do Judiciário, o temor é de que haja confronto nas ruas, provocando
um clima de instabilidade no País.
Os movimentos que lideram os protestos fazem outra aposta. Avaliam que as manifestações subirão de patamar e serão mais incisivas. Segundo eles, 251 cidades serão palco dos atos.
Números à parte, a percepção do Planalto é que a nova leva de passeatas virou uma prova de fogo para Dilma e o PT. Se o movimento for incipiente, o governo poderá respirar mais aliviado, tentar virar a página da crise e do ajuste fiscal e montar uma “agenda positiva”, apesar da Operação Lava Jato, que desvendou um esquema de corrupção na Petrobrás. Se a temperatura das ruas for mais alta, porém, o diagnóstico pode ser perigoso.
Dilma desautorizou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, que na quinta-feira convocou um “exército” de “armas na mão” contra tentativas de se afastar a presidente, em ato no Planalto. Duas horas depois, foi cobrado pela presidente, que considerou a declaração “desastrosa”, por incitar a violência e atear fogo na crise na semana em que a tese da ruptura perdeu força. O sindicalista disse que havia usado uma “figura de linguagem”. No dia seguinte, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que Freitas “errou” de forma involuntária. [não se iludam: a Dilma só desautorizou o estúpido e pelego pau mandado da CUT por ver que a mancada havia sido pior do que ela revelar de público sua paixão pela mandioca.]
São Paulo
Os movimentos que lideram os protestos fazem outra aposta. Avaliam que as manifestações subirão de patamar e serão mais incisivas. Segundo eles, 251 cidades serão palco dos atos.
Números à parte, a percepção do Planalto é que a nova leva de passeatas virou uma prova de fogo para Dilma e o PT. Se o movimento for incipiente, o governo poderá respirar mais aliviado, tentar virar a página da crise e do ajuste fiscal e montar uma “agenda positiva”, apesar da Operação Lava Jato, que desvendou um esquema de corrupção na Petrobrás. Se a temperatura das ruas for mais alta, porém, o diagnóstico pode ser perigoso.
Dilma desautorizou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, que na quinta-feira convocou um “exército” de “armas na mão” contra tentativas de se afastar a presidente, em ato no Planalto. Duas horas depois, foi cobrado pela presidente, que considerou a declaração “desastrosa”, por incitar a violência e atear fogo na crise na semana em que a tese da ruptura perdeu força. O sindicalista disse que havia usado uma “figura de linguagem”. No dia seguinte, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que Freitas “errou” de forma involuntária. [não se iludam: a Dilma só desautorizou o estúpido e pelego pau mandado da CUT por ver que a mancada havia sido pior do que ela revelar de público sua paixão pela mandioca.]
São Paulo
Pouco antes do meio-dia, manifestantes já
se concentravam na região da Avenida Paulista, no centro de São Paulo. A
via estava fechada ao trânsito de veículos. Apesar disso, às 14h,
ainda havia vários pontos vazios, como em frente ao próprio MASP,
tradicional ponto de aglomeração. Perto das 16h, os manifestantes
ocupavam por volta de dez quarteirões. O movimento, entretanto, era
claramente menor do que nos protestos de março e abril de 2015. A
Polícia Militar informou que faria a contagem e divulgaria os números no
fim da tarde.
A bandeira verde e amarela com a frase "Impeachment já", presente em diversas capitais do Brasil, também marcou presença no protesto em São Paulo. A antropóloga e professora aposentada Joana Rios, de 68 anos, diz que o impeachment é pouco. Ela foi ao protesto em SP para pedir a intervenção militar. "Se conclamada pelo povo, a intervenção é constitucional", disse. "No tempo da ditadura as universidades eram muito melhores que as de hoje", defendeu. Junto a ela estão dois netos - Lucas, de seis anos, e Tomás, de 3. A manifestação, ao menos no início, tem caráter familiar e participantes de classe média alta.
O hino "Pra não dizer que não falei das flores", de Geraldo Vandré ganhou uma nova versão no carro de som do movimento Pátria Amada, estacionado na avenida Paulista. "Dilma, vá embora, que o Brasil não quer você. E leve Lula junto, vagabundos do PT".
O empresário Geraldo Coutinho, 47 anos (foto), resolveu assumir o apelido dado pelos críticos dos protestos. Fantasiou-se de coxinha e disse: "Faremos um exército de coxinhas."
A bandeira verde e amarela com a frase "Impeachment já", presente em diversas capitais do Brasil, também marcou presença no protesto em São Paulo. A antropóloga e professora aposentada Joana Rios, de 68 anos, diz que o impeachment é pouco. Ela foi ao protesto em SP para pedir a intervenção militar. "Se conclamada pelo povo, a intervenção é constitucional", disse. "No tempo da ditadura as universidades eram muito melhores que as de hoje", defendeu. Junto a ela estão dois netos - Lucas, de seis anos, e Tomás, de 3. A manifestação, ao menos no início, tem caráter familiar e participantes de classe média alta.
O hino "Pra não dizer que não falei das flores", de Geraldo Vandré ganhou uma nova versão no carro de som do movimento Pátria Amada, estacionado na avenida Paulista. "Dilma, vá embora, que o Brasil não quer você. E leve Lula junto, vagabundos do PT".
O empresário Geraldo Coutinho, 47 anos (foto), resolveu assumir o apelido dado pelos críticos dos protestos. Fantasiou-se de coxinha e disse: "Faremos um exército de coxinhas."
Curitiba
Na capital do Paraná, a manifestação iniciou pouco depois das 14 horas.
Na região central da cidade, onde se realizam os principais atos
políticos no Estado, o Movimento Brasil Livre saiu em passeata para a
Boca Maldita. A PM informou que aproximadamente 20 mil pessoas estiveram
em todo o trajeto. Anacleto Chamano, 69 anos, foi às ruas para
protestar contra a corrupção. "Muitas pessoas não têm educação, saúde e
outros serviços por causa do dinheiro da corrupção, que vai para outros
lugares, o bolso de muita gente do governo e dos políticos", reclamou.
Brasília
Segundo a PM, na manhã deste domingo, cerca de 25 mil pessoas se reuniam
em Brasília para protestar contra o governo. Segundo os organizadores,
eram 80 mil. A Polícia Militar colocou 2 mil homens na Esplanada dos
Ministérios para acompanhar os atos. Eles foram aplaudidos pelos
manifestantes quando chegaram ao local. Pouco antes das 14h, o movimento
já estava praticamente encerrado.
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