Estudo
do professor Reinaldo Gonçalves comprova que economia cresce depois de
impeachment
- que geralmente se dá em meio a uma crise econômica e social. Para ele, a retomada econômica
é consequência do impeachment.
O
bônus do impedimento
Vai ser
lançado esta semana o primeiro estudo sobre os reflexos econômicos de um
eventual impedimento da presidente Dilma, pelo economista Reinaldo
Gonçalves, Professor titular do Instituto de Economia da UFRJ. Com base em
estudo de casos ocorridos em 15 países da América Latina, Gonçalves chega à
conclusão de que o impedimento interrompe e reverte o processo de
desequilíbrio decorrente de crises políticas e institucionais.
Com
o impedimento, inicia-se um processo de reequilíbrio que implica, entre outros
fatores, a melhora
do desempenho macroeconômico. A evidência indica, ressalta o estudo, que o “bônus
macroeconômico” manifesta-se, principalmente, com a elevação da taxa de
crescimento da renda, queda da taxa de desemprego, melhora das finanças
públicas e ajuste das contas externas.
Dado
o impedimento de Dilma Rousseff em 2016, projeções da taxa de variação da renda real
indicam redução da recessão em 2017 e retomada do
crescimento a partir de 2018.
A
retomada implica
taxas de crescimento médio anual do PIB próximas à taxa secular (4,5%).
A ideia
central do trabalho é a hipótese de que interrupções de presidências
têm impacto positivo, partindo do princípio que procedimentos como o
impedimento do presidente são instrumentos constitucionais de resolução de
crises de governo. Essas crises, relata Gonçalves, frequentemente
deságuam em crise sistêmica (ética, social, econômica, política e
institucional). Nos anos subsequentes ao impedimento, o
estudo demonstra que há um processo de reequilíbrio que envolve um “bônus
macroeconômico”, decorrente do crescimento econômico, da queda do
desemprego, do ajuste das finanças públicas e das contas externas em relação ao
período crítico (2015-16).
O artigo
apresenta, ainda, exercícios de simulação que indicam efeitos
macroeconômicos favoráveis decorrentes do impedimento de Dilma Rousseff em
2016. O estudo discute tipologias referentes a mecanismos de interrupção de
governos em distintos regimes e sistemas políticos, causas de presidências
interrompidas, e consequências de processos de interrupção de presidências. O trabalho examina empiricamente o desempenho macroeconômico
dos países após a interrupção de presidências na América Latina no
período pós 1985.
O painel inclui 15 situações de interrupção de
presidências em sistemas democráticos em 9 países (Argentina, Bolívia,
Brasil, Equador, Guatemala, Paraguai, Peru, República Dominicana e
Venezuela). A partir dessa análise empírica, alguns exercícios de
simulação (variação da renda) são feitos para a hipótese de impedimento
de Dilma Rousseff em 2016. Com o referencial analítico da experiência
latino-americana a partir do final dos anos 1970, o estudo chega à conclusão de
que o impedimento é um “freio de arrumação” que interrompe e reverte
o processo de desequilíbrio.
Com o impedimento inicia-se um processo de reequilíbrio que implica, entre outros fatores, a melhora do desempenho macroeconômico, afirma Reinaldo Gonçalves. As variáveis com maior resistência ao reequilíbrio são investimento e inflação. A evidência de que há melhoras significativas de desempenho macroeconômico também é informada pelo indicador-síntese de desempenho macroeconômico (IDM), medida criada por Gonçalves para o estudo.
IDM aumenta entre 5% a 10% nos 2 primeiros anos e 20% no 3o e 4o anos subsequentes à interrupção. Trata-se de um bônus macroeconômico de 20%. Para Reinaldo Gonçalves, a evidência disponível informa que os benefícios dos processos de impedimento superam os custos. Particularmente no que se refere à questão institucional, “as experiências recentes de interrupção de presidências mostram que pode haver ruptura de governos sem que haja ameaça à sobrevivência da democracia".
A conclusão do estudo de Reinaldo Gonçalves é que o eventual impedimento de Dilma Rousseff é uma oportunidade não somente para a resolução da grave crise sistêmica (ética, social, econômica, política e institucional) como também para o desenvolvimento político e institucional do país.
Maiores e melhores?
Na coluna de ontem sobre o manifesto de advogados contra a Operação Lava-Jato, exagerei na generalização ao afirmar que os signatários representavam "os melhores" e "os maiores" advogados brasileiros. Na verdade, alguns deles estão entre os "melhores e os maiores". [mas tem alguns que não atendem os requisitos sequer para serem chamados de ‘porta de cadeia’.]
Com o impedimento inicia-se um processo de reequilíbrio que implica, entre outros fatores, a melhora do desempenho macroeconômico, afirma Reinaldo Gonçalves. As variáveis com maior resistência ao reequilíbrio são investimento e inflação. A evidência de que há melhoras significativas de desempenho macroeconômico também é informada pelo indicador-síntese de desempenho macroeconômico (IDM), medida criada por Gonçalves para o estudo.
IDM aumenta entre 5% a 10% nos 2 primeiros anos e 20% no 3o e 4o anos subsequentes à interrupção. Trata-se de um bônus macroeconômico de 20%. Para Reinaldo Gonçalves, a evidência disponível informa que os benefícios dos processos de impedimento superam os custos. Particularmente no que se refere à questão institucional, “as experiências recentes de interrupção de presidências mostram que pode haver ruptura de governos sem que haja ameaça à sobrevivência da democracia".
A conclusão do estudo de Reinaldo Gonçalves é que o eventual impedimento de Dilma Rousseff é uma oportunidade não somente para a resolução da grave crise sistêmica (ética, social, econômica, política e institucional) como também para o desenvolvimento político e institucional do país.
Maiores e melhores?
Na coluna de ontem sobre o manifesto de advogados contra a Operação Lava-Jato, exagerei na generalização ao afirmar que os signatários representavam "os melhores" e "os maiores" advogados brasileiros. Na verdade, alguns deles estão entre os "melhores e os maiores". [mas tem alguns que não atendem os requisitos sequer para serem chamados de ‘porta de cadeia’.]
Um amigo advogado, que não
assinou o manifesto, me manda um episódio de Ruy Barbosa que ilustra bem a
situação:
Certa
feita, Ruy Barbosa não alcançava pegar o livro na estante alta. O
bibliotecário, solicito, ofereceu-se:
- Deixe que eu pegue pro senhor, Conselheiro: sou maior que o senhor.
E Ruy respondeu:
- Maior, não. Mais alto, apenas.
- Deixe que eu pegue pro senhor, Conselheiro: sou maior que o senhor.
E Ruy respondeu:
- Maior, não. Mais alto, apenas.
Fonte: Merval Pereira
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