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segunda-feira, 14 de maio de 2018

Exército de Israel pratica seu esporte predileto: atirar com armas modernas contra civis palestinos desarmados



Confrontos em protestos entre Gaza e Israel deixam 41 palestinos mortos

Palestinos se manifestam contra 70 anos de Israel e inauguração da embaixada americana em Jerusalém


Palestino carrega manifestante ferido em protesto na fronteira de Gaza - IBRAHEEM ABU MUSTAFA / REUTERS



Pelo menos 41 palestinos foram mortos nesta segunda-feira por soldados israelenses em confrontos próximos à cerca fronteiriça que separa Israel da Faixa de Gaza, informou o Ministério da Saúde palestino nesta segunda-feira. A violência começou em meio a protestos árabes contra os 70 anos da fundação do Estado de Israel que, este ano, coincide com a transferência da embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém, cuja cerimônia de inauguração acontece nesta segunda-feira. A Autoridade Nacional Palestina acusou Israel de "cometer um massacre em Gaza", enquanto a União Europeia pediu moderação.


Milhares de palestinos se concentraram em pontos próximos à divisa com Israel. Os soldados israelenses dispararam tiros de fuzil contra os manifestantes quando eles se aproximaram da cerca fronteiriça. Entre os mortos, há um adolescente de 14 anos.





O Comitê da ONU para a Eliminação da Discriminação Racial pediu nesta segunda-feira a Israel que "suspenda imediatamente o uso desproporcional da força contra manifestantes palestinos" e que garanta que os feridos tenham acesso a atendimento médico. Já Federica Mogherini, chefe da diplomacia da UE, pediu a "máxima moderação" após as mortes em Gaza.

Os atos de protesto são normalmente organizados às sextas-feiras, mas devem atingir seu ápice em 15 de maio — data conhecida pelos palestinos como Nakba ou "Catástrofe", que marca o deslocamento de centenas de milhares de árabes no conflito desencadeado com a criação de Israel em 14 de maio de 1948. O movimento islâmico Hamas, que controla a Faixa da Gaza, alertou que apoia qualquer tentativa dos manifestantes de romper as barreiras fronteiriças.

O Exército israelense anunciou no sábado que vai duplicar suas unidades de combate em torno da Faixa de Gaza e da Cisjordânia ocupada por Israel para reforçar a segurança diante possibilidade de protestos palestinos.  O presidente americano, Donald Trump, que anunciou a transferência da embaixada no ano passado, não estará presente na inauguração. Sua filha Ivanka e seu genro e assessor Jared Kushner já estão em Jerusalém para representá-lo. A decisão de Trump, que despertou fúria no mundo árabe, rompeu um antigo consenso internacional de que status de Jerusalém seria determinado por um acordo de paz entre Israel e os palestinos.

POSIÇÕES CONTRÁRIAS
No Twitter, o presidente americano anunciou a transmissão ao vivo da inauguração, comemorando o ato: "Um grande dia para Israel!".
O premier israelense Benjamin Netanyahu se disse emocionado com as várias comemorações no mesmo dia:
Que dia comovente para o povo de Israel e o Estado de Israel.

Jason Greenblatt, enviado de Trump ao Oriente Médio, disse no Twitter que "tomar o devido passo de mudar nossa embaixada não é uma saída de nosso forte compromisso em facilitar um acordo de paz duradouro. Ao contrário, é uma condição necessária para isso".
No entanto, o primeiro-ministro palestino Rami Hamdallah disse que o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel por parte de Trump é uma "violação flagrande da lei internacional".


[Clique aqui e conheça mais sobre a 'manobra suja' feita por um brasileiro quando presidiu parte da Assembleia Geral da ONU, que permitiu a criação de Israel, usando território pertencente ao Povo Palestino e invadido por Israel. ]



JIHAD CONTRA OS EUA
O líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, convocou no domingo a Jihad contra os Estados Unidos, ao afirmar que a instalação da embaixada do país em Jerusalém é a prova de que as negociações e o "apaziguamento" não ajudaram os palestinos.  Em um vídeo de cinco minutos com o título titulado "Tel Aviv também é um território dos muçulmanos", o médico egípcio que assumiu a liderança da Al-Qaeda após a morte de seu fundador, Osama bin Laden, em 2011, chama a Autoridade Palestina de "vendedores da Palestina" e convoca seus adeptos a pegar em armas.
— (Donald Trump foi claro e explícito e revelou a verdadeira face da Cruzada moderna (...) O apaziguamento não funciona com ele, e sim a resistência (...) pela via da Jihad — afirmou Al-Zawahiri de acordo com uma transcrição do grupo SITE, que monitora os sites de internet islamitas.

Para o líder da al-Qaeda, os países islâmicos fracassaram em atuar a favor dos muçulmanos ao integrar a ONU, instituição que reconhece Israel, e ao aceitarem as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas ao invés da Sharia (lei islâmica).  Os líderes da Autoridade Nacional Palestina se recusam em conversar com os representantes do governo americano desde o anúncio da transferência da embaixada, sequer com o genro do presidente, Jared Kushner, que havia sido designado para estimular o processo de paz.

O Globo

 

 

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