Negociação com fornecedores e bancos está prestes a ser concluída, mas entrada de novo sócio deve demorar ao menos três meses para ser homologada
A Máquina
de Vendas, dona da Ricardo Eletro, está prestes a concluir a renegociação de
suas dívidas com fornecedores e bancos, mas o aporte financeiro de que precisa
e a entrada de um novo controlador devem demorar ao menos três meses para serem
efetivados. Isso porque os credores que não aceitarem o acordo da recuperação
extrajudicial em curso podem impugná-lo na Justiça. O plano só é homologado
após uma nova rodada de negociações com os insatisfeitos. - A
homologação demora entre 90 a 120 dias. É preciso dar a entrada no processo e o
juiz dá um prazo para os credores solicitarem a impugnação. Qualquer investidor
só vai colocar dinheiro na empresa quando a questão da dívida estiver
estruturada - explicou uma fonte próxima às negociações.
A dívida
da Máquina de Vendas soma cerca de R$ 2,5 bilhões, mas menos de R$ 2 bilhões
fazem parte do processo de recuperação extrajudicial - a empresa já tinha
renegociado uma parte de sua dívida com bancos em outubro do ano passado. Diferentemente
da recuperação judicial tradicional, na extrajudicial a negociação é feita em
grupos de credores, que podem ser divididos por tamanho da dívida, tipo do
credor, moeda ou segmento de atuação. São várias negociações em paralelo.
- O
processo está avançado. Os credores estão apoiando a companhia, mas é uma
negociação com muitos credores e não é possível afirmar se será concluída em um
ou dois dias ou em um mês. Essa previsão muda todo dia - disse a fonte.
O plano
precisa ser aprovado por no mínimo 60% de cada grupo de credores. As dívidas
trabalhistas não fazem parte da renegociação.
Aporte de
até R$ 1,2 bi
Com a
dívida equacionada, a Starboard Restructuring Partners, fundo de gestão de
investimentos em negócios em dificuldades e reestruturação de empresas, deve
entrar no controle da Máquina, com um aporte de R$ 250 milhões. Esse valor pode
subir para R$ 1,2 bilhão considerando os recursos de outros investidores e
fornecedores, que negociam prazos para garantir capital de giro à varejista. O
fundador da varejista, Ricardo Nunes, está tocando o dia a dia da empresa. Ele
terá uma participação minoritária da nova companhia quando a negociação -
tocada por assessores financeiros, jurídicos e investidores - for concluída.
O Globo
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