Pela primeira vez desde a grande recessão de 2015/16, há indicadores mais firmes de uma recuperação
A economia ensaiou uma reação no início de 2017. Parecia que, como em
crises anteriores, o PIB bateria no chão e subiria em ritmo firme. Mas
não aconteceu. No biênio 2015/16, o Brasil mergulhou na mais funda
recessão de que se tem notícia no pós-guerra, de mais de 7%. Devido às barbeiragens fiscais cometidas por Dilma Rousseff. Seja como
chefe da Casa Civil do segundo governo Lula, quando inspirou um
desastroso “pé no acelerador”, seja como presidente, quando insistiu no
erro. Até sofrer impeachment em 2016, ao atropelar a Lei de
Responsabilidade Fiscal. [o eleitor brasileiro foi estúpido ao votar, elegendo e reelegendo, (desculpem a redundância, mas, é para enfatizar a estupidez) uma mulher que conseguiu levar a falência o único negócio que dirigiu na vida = uma lojinha de R$1,99.
Mas, ele está aprendendo e se corrigindo. Ver post abaixo.]
Mas, ele está aprendendo e se corrigindo. Ver post abaixo.]
Se a economia brasileira costumava se recuperar em pouco tempo das
crises causadas por insolvências externas, puxada por exportações
estimuladas por maxidesvalorizações cambiais — causa também de choques
de inflação —, desta vez a insolvência foi interna, do Tesouro. A
desvalorização do real de nada valeria. Seja como for, seguiu-se um
período de virtual estagnação, com elevações minúsculas do PIB na faixa
de 1%, fase que parece estar sendo superada agora. Esta é a boa notícia
para 2020: o crescimento está acelerando. Mesmo os movimentos débeis nos
subterrâneos da economia vêm conseguindo criar empregos. Boa parte
informais, de baixos salários, mas capazes de aumentar a massa salarial.
No segundo trimestre, por exemplo, ela cresceu 2,4% sobre o mesmo
período do ano anterior, segundo cálculos do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea). Este é um fator fundamental para a
recuperação da economia, porque o Estado não pode repetir o seu clássico
papel de indutor do crescimento por meio da elevação dos gastos. Pois
ele quebrou do ponto de vista técnico. A demanda terá de continuar a ser
impulsionada pelo poder de compra das famílias e pelos investimentos,
internos e externos.
O último relatório Focus de 2019, feito pelo Banco Central, a partir da
mediana das expectativas de analistas do mercado coletadas no dia 27,
sexta-feira, confirma um cenário otimista para 2020: crescimento de
2,30% — 2,22% há quatro semanas — e uma inflação sob controle, em 3,6%,
abaixo da meta, que é de 4%. As boas perspectivas vêm sendo acompanhadas por indicadores positivos:
também ajudadas pela liberação do FGTS, as vendas no Natal foram fortes —
em São Paulo, crescimento no varejo foi de 6,6%, o maior desde 2010, de
acordo com a Associação Comercial, e, no Rio, 7%, na mesma faixa. Além
disso, no mês anterior, novembro, o número de empregos formais criados
foi o maior também desde 2010 (99 mil).
De acordo com o IBGE, no trimestre de setembro a novembro a taxa de
desemprego caiu de 11,6% para 11,2% — em relação aos três meses
anteriores. Coerente com este quadro geral. Mas ainda há 11,9 milhões de
desempregados. Falta muito para a economia se reequilibrar e não ser
apenas uma retomada cíclica. Para novos avanços, é certo, precisa-se
retomar as reformas. O impulso dado pelas mudanças na Previdência tem
prazo para acabar.
Editorial - O Globo
Editorial - O Globo
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