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quarta-feira, 1 de novembro de 2023
Administração internacional para Gaza seria um avanço bem-vindo - Alexandre Garcia
Palestinos deixam a Cidade de Gaza rumo ao sul do enclave, após aviso do exército israelense.| Foto: Haitham Imad/EFE/EPA
Parece boa a sugestão dos Estados Unidos, de que a Faixa de Gaza passe a ter controle internacional, ou seja, pela ONU.
Quando eu estive lá, em 1982, durante a guerra no norte de Israel e
sul do Líbano, havia soldados das forças de paz da ONU, vindos dos
países nórdicos, principalmente da Suécia.
Foi a primeira vez que vi
soldado de brinquinho – e não cheguei a ver soldado no front, só nos
lugares onde se vendia cerveja.
Nos anos 1950 – eu
servi em 1959 – houve seleção de tropas brasileiras para ir a Gaza.
Muitos brasileiros serviram lá. E a Faixa de Gaza sempre foi um
problema, desde 1956.
Poderia ser uma solução, desde que a ONU soubesse
cuidar realmente daquela região, para evitar que grupos terroristas
voltem a atacar Israel como fizeram os nazistas da Alemanha, do nacional-socialismo. O objetivo dos nazistas era matar todos os judeus, extirpá-los. Chamavam isso de “solução final” para o “problema judeu”. O Hamas e aqueles que o apoiam têm o mesmo objetivo nazista: matar os judeus. Então, tirar a Faixa de Gaza dos terroristas e colocá-la sob administração internacional seria uma boa solução.
Na
ONU, o embaixador de Israel lembrou de 90 anos atrás ao dizer que a
delegação de Israel passaria a usar a Estrela de Davi amarela, a mesma
que os nazistas obrigavam os judeus a usar no peito para mostrar que
havia uma “raça inferior” circulando entre os alemães. Este é o
antissemitismo que está sendo ressuscitado hoje, pelos nazistas de 90
anos depois.
Congresso abre outra frente para tentar restaurar paz no campo O Legislativo está tentando resolver toda essa inquietação fundiária depois que Lula vetou a decisão do Congresso Nacional de repor o marco temporal que está na Constituição, mas que o Supremo tirou.
É incrível isso: o Supremodeclarou que um pedaço da Constituição, no artigo 231, é inconstitucional.
Os constituintes trabalharam 20 meses para fazer uma regra que trouxesse paz no campo, o Supremo derrubou, o Congresso repôs, e Lula vetou.
O Congresso certamente tem votos mais que suficientes para derrubar o veto.
Mas não é só isso.
Uma comissão da Câmara, que andou examinando
terras indígenas no Mato Grosso e no Pará, chegou à conclusão de que é preciso
fazer uma CPI para investigar fraudes nas demarcações de terras indígenas.
A
terra que eles visitaram, por exemplo, tem 362 mil hectares e 60 índios. [pouco mais de 6.000 campos de futebol para cada índio.]
A
reserva Apyterewa, objeto de um relatório reservado da Secretaria Nacional de
Segurança Pública, feito em 2017 e que eu li, tinha 775 mil hectares para 470
índios naquela época.[10.300 campos de futebol para cada indígena.] Na terça votaram e aprovaram um parecer recomendando a
criação de uma CPI para examinar todas as terras que são objeto de laudos
falsos sobre presença de indígenas.
Que é preciso
estabelecer reservas é algo que está na Constituição. O artigo 231
garante para os índios “as terras que tradicionalmente ocupam”. “Ocupam” se refere às terras onde eles estavam no dia da promulgação da
Constituição, 5 de outubro de 1988.O texto não diz “que vierem a
ocupar”, ou “que tenham ocupado e depois tenham desistido de ocupar”.
Agora, é saber o que o Congresso Nacional vai fazer pela paz no campo,
que já está afetado por esses dez meses de política econômica totalmente
tortuosa e sem rumo.
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