Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Aristóteles. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Aristóteles. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 14 de junho de 2021

A definição de “coragem” mudou muito desde a Normandia - Coragem em 2021: homens se identificando como mulheres, e vice-versa

Ideias - Gazeta do Povo

Ben Shapiro 

Domingo passado marcou o 77º. aniversário do Dia D. Naquele dia teve início a Operação Overlord, a invasão aliada da Europa que daria início ao fim do regime nazista. Ao menos 4.400 soldados aliados morreram e 10 mil ficaram feridos no desembarque da Normandia
Numa atitude sem precedentes, Joe Biden não fez qualquer menção ao aniversário do Dia D. 
Mas exaltou os jovens trans do país por sua “coragem”.

 Numa atitude sem precedentes, Joe Biden não fez qualquer menção ao aniversário do Dia D. Mas exaltou os jovens trans do país por sua “coragem”.

Numa atitude sem precedentes, Joe Biden não fez qualquer menção ao aniversário do Dia D. Mas exaltou os jovens trans do país por sua “coragem”.| Foto: Pixabay

Enquanto a invasão tinha início, o presidente Franklin Delano Roosevelt ocupou as ondas de rádio para pedir que os americanos se juntassem a ele em oração: “Deus Todo-Poderoso, nossos filhos, orgulhos da nação, neste dia assumiram uma responsabilidade enorme para proteger nossa República, nossa religião e nossa civilização, e para acabar com o sofrimento da humanidade (...) que nossos corações resistam, aguardem a provação e suporte os sofrimentos que se seguirão. Transmita nossa coragem para os nossos filhos, onde quer que eles estejam”.

Quase oito décadas mais tarde, o presidente Joe Biden não tinha nada a dizer sobre o aniversário do Dia D. Rompendo um precedente apartidário, Biden ficou em silêncio quanto ao assunto. No dia seguinte, contudo, Biden tuitou algo digno de nota sobre coragem:Aos norte-americanos trans de todo o país – sobretudo os jovens, que são os mais corajosos – quero que vocês saibam que seu Presidente está ao seu lado”.

Coragem em 1944: jovens se lançando nas águas revoltas do Canal da Mancha, alcançando as praias cheias de corpos da Normandia sob tiros para libertar um continente.

Nossas definições de coragem mudaram drasticamente.  Nossa antiga definição de coragem tinha a ver com a ideia aristotélica de virtude. A virtude da coragem - andreia, ou masculinidade, em grego — reconhecia os riscos da busca por fins heroicos. “O homem corajoso suporta e teme o que é necessário [temer e suportar], sob a justificativa da justiça”, explica Aristóteles. “A coragem é um risco calculado e sereno pelo bem do que é nobre e bom”.

Não mais. Hoje em dia, a coragem está na autenticidade. Não faz muito tempo que autenticidade passou a ser associada à coragem. Na verdade, a autenticidade costuma ir na direção oposta da coragem.  
Afinal, ceder ao ego é algo que vai contra as demandas dos objetivos nobres.  
Atualmente, nossa maior virtude não é defender algum padrão civilizacional, correndo riscos. A virtude está em encontrar nossas verdades pessoais e depois exigir aplausos do restante do mundo. O heroísmo está em obrigar o mundo a se curvar diante de suas ideias subjetivas quanto à verdade e decência.

Ou talvez haja outra possibilidade. Talvez a nova definição de coragem sirva, sim, a um objetivo maior: o de destruir a antiga definição do bem.
A verdadeira coragem está em rejeitar velhos sistemas de pensamento e verdade objetivas, juntando-se a outros para exigir que todos os sistemas de poder sejam destruídos. Nessa luta, o que é pessoal é político. O subjetivismo não é o inimigo da coragem, e sim uma nova forma de coragem, já que o objetivo final a ser buscado é a destruição da verdade em si.

Um dia saberemos se uma civilização obcecada pela ideia de destruir suas instituições continuará sendo civilizada ou se uma civilização que descarta a velha coragem em favor da “bravura” da autenticidade é capaz de se manter.

Os primeiros sinais são desanimadores.
Quando chamada a enfrentar os verdadeiros inimigos da liberdade, a civilização precisa de homens dispostos a invadir praias em nome de verdades maiores, não homens focados em encontrar suas “verdades interiores”, muitas das quais sem contato com a realidade. Usar a mesma terminologia para descrever os dois fenômenos é trair a verdadeira coragem.

Ben Shapiro, apresentador do "Ben Shapiro Show" e editor-chefe do DailyWire.com.
© 2021 The Daily Signal.

Ideias - Gazeta do Povo


terça-feira, 16 de março de 2021

A grande mentira do “estado de direito” no Brasil - Sérgio Alves de Oliveira

Um dos melhores textos  que já tive oportunidade de ler sobre o assunto em pauta foi escrito pelo jornalista e  colunista J.R.Guzzo, identificado pelo título “A Farsa do Estado de Direito”, colocando em xeque uma mentira histórica que buscaram legitimar através da repetição sem tréguas.

Segundo o ilustrado colunista, o Brasil “finge que tem instituições que precisam sempre ser preservadas,como  a coisa mais importante que existe no sistema solar”. E prossegue: “Finge que tem um Estado de Direito,que é uma ‘democracia’,e que há leis,a começar pela Constituição Cidadã,que são respeitadas e valem igual para todos”. E J.R.Guzzo não poupa  o Supremo:”Finge,mais do que tudo,que essas coisas existem porque aqui funciona um Supremo Tribunal Federal,como acontece em países bem sucedidos-com juízes imparciais focados unicamente no cumprimento do que está escrito na constituição.e incapazes de decidir alguma coisa em benefício das próprias ideias,interesses,amigos ou amigos dos amigos”.

E conclui: “Nada disso tem realmente alguma coisa a ver com a realidade. Nestes dias (...) o Estado de Direito no Brasil assumiu tudo que precisa para  tornar-se uma ficção absoluta”.

Apesar de não ter qualquer reparo a fazer nas sábias e irrebatíveis  palavras de J.R. Guzzo, julgo que inadvertidamente “escapou-lhe” duas situações que deveriam ter constado do  seu brilhante texto.

O primeiro reside já nas primeiras linhas do  texto constitucional,onde no  seu preâmbulo  os constituintes de 88  “fingiram” estar instituindo  um “Estado Democrático”, e a seguir, no artigo 1º da CF,”fingem” novamente, dessa vez instituindo nas diretrizes constitucionais básicas o que tiveram a cara de pau  chamar de “Estado Democrático de Direito”. Tudo uma farsa. Tudo uma mentira.

O segundo “crime” que os constituintes  de 1988 cometeram contra o povo brasileiro, com todas as suas farsas e mentiras,é que na verdade o  que “eles” escreveram e aprovaram, como  se  “deuses constituintes” fossem, foi um ESTADO DE ANTIDIREITO,  não de “Direito” propriamente dito.  E ao contrário de um legítimo Estado de Direito, o Estado de Antidireito significa sempre o conjunto de práticas ilegais, injustas, incorretas, ilícitas, injurídicas,prejudiciais à sociedade e ao processo evolutivo das consciências políticas.

“Destrinchando” a expressão “antidireito”, etimologicamente,sua composição provém do    prefixo grego ANTI, que  significa “oposição”,”contrário”,acrescido da expressão em latim, DIRECTUS, cuja tradução significa “reto”,”seguimento de regras ou ordens estabelecidas”,”trajetória predeterminada”,”condução segundo um dado preceito ou forma de ordenação”.

Em “sinonimologia”, ANTIDIREITO  pode perfeitamente  ser substituído por (1) “direito torto”;  (2)”direito ilícito”; (3)”pseudodireito”; (4) “direito iníquio”; (5)”perversão jurídica”; (6) “fundamento do totalitarismo”; e ,finalmente, (7),”negação do direito”.

Outra grande mentira repetida com frequência na constituição é a tal “democracia”,acessória do tal “Estado de Direito”. Jamais uma democracia verdadeira poderia abrigar a pior  escória da sociedade para fazer as leis e governar. E não vai ser preciso investigação mais esmiuçada para que se conclua desde logo que a imensa maioria dos políticos brasileiros realmente são tirados dessa  pior escória da sociedade.

Mas não foi só isso que ficou faltando. Faltou explicar que o Brasil realmente não vive em nenhum Estado de Direito,não fosse por diversas outras razões, pela principal. Na verdade o direito brasileiro é totalmente corrompido, uma fraude, uma mentira, porque corrompidas são as suas  FONTES FORMAIS (do direito), exceto uma delas.  E quais são as fontes (formais) do direito?

São 5 (cinco  ) as principais  fontes formais do direito. A primeira e mais importante provém do “direito positivo”,da co nstituição e das leis.  A segunda, da “jurisprudência” de outros  julgados. A terceira, trata-se da “doutrina jurídica”. As duas últimas se resumem nos “costumes” e nas “tradições. E sabe-se que os costumes e tradições estão sendo atacados violentamente pelos bandoleiros da Nova Ordem Mundial, e da esquerda, que trabalham em conluio para destruir nossos valores judaico-cristãos, a família e a própria religião, pregando toda espécie  de valores pervertidos.Portanto,só resta alguma confiança na fonte formal  do direito chamada “doutrina”, predominantemente escrita num passado livre dessas influência modernas perniciosas que atacam a sociedade sem trégua.

Com tantos maus elementos  e mesmo “bandidos”fazen do e aprovando leis, seriam eles, e as suas leis, confiáveis? É claro que não. E a tal “jurisprudência”,com tantos delinquentes mais sofisticados  nomeados  politicamente para os tribunais, seria virtuosa? Claro que  não !

Aristóteles classificou as formas de governo em duas grandes vertentes,o que chamou de , formas PURAS ,e formas IMPURAS. Dentre as formas PURAS,estariam a MONARQUIA,a ARISTOCRACIA e  a DEMOCRACIA. Dentre as segundas (formas impuras),estariam a  TIRANIA,a OLIGARQUIA e a  DEMAGOGIA.

Mas o geógrafo  e historiador,também da Grécia  Antiga,POLIBIO,manteve a classificação aristotélica original, somente substituído a “demagogia” (corrupção da democracia) pelo que ele chamou de  OCLOCRACIA, que como vício da democracia,realmente, ficou muito mais abrangente  e completo do que a simples “demagogia” de Aristóteles,e que significa justamente a tomada de poder pela pior escória da sociedade,com poder de escrever o “estado de direito” que bem entender,invariavelmente em benefício próprio, não do povo.

Mas a maior prova de todas sobre a mentira do Estado de Direito no Brasil reside no total desmantelamento dos valores da sociedade,  patrocinado pelas suas instituições públicas espalhadas no submundo dos  Três Poderes Constitucionais.

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo


quinta-feira, 11 de março de 2021

De quem você tem medo? - VOZES - Gazeta do Povo

Preciso educar meu filho de três anos. Já passei por isso com minha filha, hoje com 19 anos. São as pessoas que mais amamos no mundo, e mesmo assim uma boa educação envolve impor limites, ser duro eventualmente, quiçá subir bem o tom, colocar de castigo ou, para os mais antigos, dar umas palmadas ou beliscões, que não matam ninguém. Fazemos isso por amor, e queremos em troca o respeito deles. Claro que em certa etapa do processo, algum grau de medo é talvez necessário. Meu moleque, com três aninhos, ainda não compreende bem a diferença, e de vez em quando, em situações extremas, pode ser útil eu incutir certo medo nele, para que um olhar mais severo seja suficiente para evitar o pior.

Educar é uma arte, não uma ciência exata. Mas uso essa introdução para fazer uma distinção entre respeito e medo. Um bom chefe, por exemplo, que se destacou por méritos individuais, costuma exercer uma liderança natural em seus subalternos. O chefe pode até lançar mão do medo ocasionalmente, mais a chefia eficiente precisará contar é com o respeito da equipe mesmo. E respeito se conquista, não se obtém por decreto.

Toda essa digressão foi só para chegar na política nacional. A analogia com uma família não presta muito, pois somente uma alma muito servil compararia autoridades de estado com um pai, colocando-se como um filho. Não obstante, reparem que o uso do medo só tem utilidade bem no começo da educação, quando estamos falando de filhos pequenos. Ou seja, a autoridade que governa pelo medo está tratando o cidadão como uma criancinha incapaz.  É o que faz, porém, todo regime totalitário. Encara o povo como súdito e mentecapto, necessitando, assim, de tutela absoluta obtida por meio da disseminação do medo. E não é preciso "castigar" todos. Basta alguns "bons" exemplos. Um vizinho retirado de sua casa no meio da madrugada, talvez, por ter dado a opinião "errada". Os outros, apavorados e com medo de ter o mesmo destino, serão mais "obedientes" dali em diante.
[Eles lançam mão do 'balão de ensaio', o equivalente mais romântico do esticar a corda e ver quando arrebenta.
A cada movimento forçam mais a barra.
Autoridades de estado não são nossos pais, certamente, e tampouco são nossos chefes. A bem da verdade, é o oposto: são servidores públicos, já que, numa democracia, o poder emana do povo. É preciso ter leis claras e objetivas, igualmente válidas para todos, para se viver num ambiente republicano de liberdade. Os cidadãos, então, obedecerão tais leis, não os homens, os poderosos. Assim, ao menos, deveria ser.


A pergunta do título serve, então, para colocar em xeque o regime democrático. Afinal, numa democracia não deveríamos ter medo de ninguém, apenas das leis. Quem não está cometendo atos ilegais não deveria ter o que temer, portanto. É por isso que em países mais avançados e democráticos, como nos Estados Unidos, qualquer um pode tecer as mais duras críticas ao presidente, seguro de que nada lhe acontecerá como retaliação.

Ronald Reagan gostava de contar piadas de russos para expor as gritantes diferenças entre os dois sistemas. Numa delas, o russo escutava um americano lhe dizer que pode ir a qualquer momento até a Casa Branca, bater na mesa do Salão Oval e gritar com o presidente que ele é péssimo. O russo, sem titubear, diz que não fica nada surpreso com isso e que também pode fazer o mesmo, para espanto do americano, que cobra uma explicação. O colega russo diz: "Sim, eu posso a qualquer momento ir até a Casa Branca, bater na mesa e gritar com seu presidente".

Brincadeiras à parte, todos sabemos que a mais singela crítica ao regime soviético era passível de punição severa, e dependendo do tom, o Gulag era o destino. Daí a importância dessa pergunta: de quem você tem medo? Se você teme criticar o presidente, então talvez não viva numa democracia verdadeira. No Brasil, como fica evidente para quem observa, ninguém tem medo do presidente. Ele é xingado de tudo o tempo todo, jornalistas desejam sua morte nos jornais, artistas chegam quase ao orgasmo ao se imaginar esfregando o rosto dele num asfalto quente, e uma réplica de sua cabeça pode ser usada numa partida de futebol sem qualquer consequência. A julgar pelo presidente, portanto, vivemos numa democracia.

Mas calma lá! O presidente não é a única autoridade de estado. E quando pensamos em outras figuras com poder, a coisa muda. Basta pensar nos ministros do Supremo, por exemplo.  
De quem você tem medo?

 Se eles podem rasgar ao meio a Constituição da qual deveriam ser os guardiões, abrir inquéritos ilegais e perseguir jornalistas, e até mesmo prender um deputado pelo "crime" de opinião, então é porque desfrutam de um poder abusivo e arbitrário. E com base nisso espalham o medo.

Chefes de redação dos jornais chegam a pedir aos seus comentaristas para evitarem críticas duras aos ministros, pois sabem onde a porca torce o rabo. Comentaristas mais enfáticos no tom contra a postura desse Supremo temem ser enquadrados em qualquer entulho da ditadura que algum ministro ali resolver puxar da cartola só para calar tais críticos. É um ambiente de medo.

Até porque respeito por esses ministros praticamente ninguém tem, e com bons motivos. Liderança natural eles tampouco exercem, já que a maioria foi indicada por uma quadrilha criminosa e passou na "sabatina" de um Senado comprado por essa mesma quadrilha
O notório saber jurídico e a reputação ilibada faltam à imensa maioria ali. Sem respeito, o que eles exigem é mesmo obediência, por meio do medo.

Eu confesso, sem qualquer problema: sou um dos que têm certo medo. Mas meu espírito é livre, e acompanho Aristóteles quando ele diz que a coragem é a primeira das virtudes. Não podemos nos intimidar ou nos curvar diante de poderosos que ignoram as leis máximas que deveriam proteger. Todo poder emana do povo. Numa democracia, deveríamos respeitar as leis e seus guardiões. É numa tirania que temos medo dos poderosos. De quem você tem medo?
Rodrigo Constantino, jornalista - Gazeta do Povo - VOZES

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

A estudante e a "prova laica" - Percival Puggina

Transformando suas aulas em verdadeiros ritos sacrificiais, certos professores imolam a política, a filosofia e a história com o objetivo final de apequenar as mentes e conquistar os corações dos alunos para “a causa”.
Exagero? Infelizmente não. 
A Educação em geral e as universidades em particular são um cacife político importantíssimo, no Brasil como em Cuba.
Quantos atos de formatura dão prova pública do que afirmo? Estes tempos de covid-19, suspenderam tais solenidades. No entanto, até 2019, como legado dos anos de hegemonia revolucionária, formaturas foram virando comícios políticos. Os convidados, engravatados por respeito ao ato solene, enfrentavam o calor do verão em homenagem a formandos que aproveitavam o público para desabafarem suas animosidades políticas. Era festejado como triunfo o que deveria ser interpretado como confissão de culpa do sistema e expressão ruidosa da obstinada imposição de silêncio à divergência. O pluralismo e a universalidade deixaram de ser inerentes a muito ambiente acadêmico.
         
A dita “defesa da autonomia” deve ser entendida, principalmente, como defesa da hegemonia. Para isso, mobilizam-se as universidades federais com o intuito de impedir que o presidente da República exerça prerrogativa a ele conferida pela lei e escolha, de listas tríplices, os nomes de sua preferência. Preservação da autonomia? Não, mecanismo de autoproteção porque é ali, como bem observou José Dirceu, que se conquistam os corações e as mentes.
***
Apenas portais e sites católicos noticiaram o fato que dá título a este artigo. Uma estudante foi obrigada pela fiscal do ENEM a retirar o escapulário e uma dezena do rosário que trazia ao pulso como condição para poder participar da prova. 
Alegação lacradora: “A prova é laica!”. Li a notícia no excelente Tribuna Diária, acrescida da informação: “A Associação Nacional dos Membros do Ministério Público acionou o MP/SP para que instaure representação por crime de preconceito religioso, etc.”. 
 
Pois foi exatamente sobre esse tipo de objetivo político/ideológico que escrevi o artigo “Sem virtudes, sem valores e sem vergonha”(1). 
Para arrastar a sociedade de um país essencialmente cristão na direção de um regime totalitário é necessário investir contra o cristianismo presente no espaço público, em nome da laicidade do Estado. Por quê? Porque convence as pessoas de que a fé é inerente ao indivíduo e tem dimensão privada, incompatível com o Estado e os espaços públicos. Na sequência, facilitado por esse “entendimento”, ganham caráter relativo e subjetivo também os princípios e valores correspondentes a essa fé, que perderiam, assim, o direito de se manifestar publica ou politicamente.
        
Como consequência, questões envolvendo princípios e valores morais se tornam prerrogativa do Estado (confiram com as falas de ministros do STF). Tal receita nos leva em marcha batida à perda das liberdades e ao totalitarismo. 
Ele já se expressa, entre nós, na rejeição ao Direito Natural e no silêncio imposto a Aristóteles, Tomas de Aquino, Francisco Suárez e a tantos filósofos conservadores e liberais contemporâneos. A toda divergência, enfim.
É o laicismo assumindo-se como artefato bélico da revolução cultural, cujo objetivo é bem conhecido. 
Publicado originalmente em Conservadores e Liberais, o site de puggina.org
 
Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.
 

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Sou antidemocrata,sim,e daí ministro? - Sérgio Alves de Oliveira

Essa “babaquice” do inquérito instaurado no Supremo Tribunal Federal-STF, com o objetivo de  prender e condenar, sumariamente, sem antes haver qualquer  acusação legal, processo, ou julgamento, determinada  pessoa, supostamente autora  de “Fake News”,ou  de “atos antidemocráticos”, cuja relatoria, melhor, “ditadoria”, foi “sorteada” (???) ao Excelentíssimo Senhor Ministro Alexandre de Moraes, sem dúvida deve  passar para os anais da história da humanidade  como o clímax da perversão dos valores jurídicos, políticos e morais, envergonhando  o povo brasileiro frente à comunidade internacional por ter cruzado os braços ante esses  ataques acintosos aos direitos mais elementares de um povo.

“Atos  antidemocráticos”, Senhor Ministro ? Será que Vossa Excelência teria a mínima ideia do que seja uma autêntica democracia, sem confundí-la com  essa “cópia barata” impropriamente chamada  democracia, praticada no Brasil,da qual Vossa Excelência,e seus “Supremos” pares ,se consideram  “guardiões”? Saberíeis, porventura, que no Brasil jamais houve democracia, e sim a sua “antítese”, a  OCLOCRACIA, que se trata da democracia degenerada, corrompida,” às avessas”, praticada pelos políticos representativos da pior escória da sociedade brasileira, sempre em benefício próprio, e não do povo?

Mas mesmo que essa democracia deturpada defendida com “fúria” por Vossas Excelências  fosse um modelo autêntico, com virtudes democráticas nos seus dois polos, candidatos a cargos eletivos  e eleitores, o que não acontece, ninguém estaria  obrigado a se ajoelhar ante esse modelo  em detrimento de outras formas e regimes de governos sadios, como a monarquia, a aristocracia, ou outra qualquer. Penso como Aristóteles,em “Política”, para o qual todas as formas puras de governo são válidas, desde que exercida com virtude.

Ademais, todos devem saber que foi  no período da Monarquia, que funcionou desde a Independência  do Brasil, em 7.09.1822,até 10.11.1889, derrubada por um golpe militar, que instalou a “famigerada” república, com a sua “cria” degenerada, chamada “democracia”, onde, paradoxalmente, mais se praticou verdadeira democracia no Brasil. A história da “Colônia Cecília”, por exemplo, fundada em 1890,no então município de Palmeira, no Paraná, como uma experiência pioneira socialista-anarquista no Brasil, pode ser apontada como o grande exemplo da incrível democracia praticada no Brasil  durante a monarquia.

O compositor brasileiro Carlos Gomes (O Guarani) era amigo  do anarquista italiano Giovanni Rossi, escritor e agrônomo,que havia aderido à Internacional Socialista em 1873, aos 18 anos de idade,a partir de quando   passou  a tratar de   um projeto de “vida comunitária’. Rossi pretendia fazer essa experiência comunitária anarquista  primeiramente no Uruguai,mas seu pleito foi rechaçado pela eterna guerra política  local entre “Blancos e Colorados”. 

Foi a partir daí que  Carlos Gomes interferiu. Valeu-se do seu bom relacionamento com o Imperador Dom Pedro II e o convenceu a ajudar Giovanni Rossi e seus anarquistas a fundarem  um “Novo Tempo”, uma utopia  baseada no trabalho, na vida, e no “amor livre”. O Imperador escreveu a Rossi oferecendo-lhe condições de instalar a sua experiência anarquista no Brasil, doando as terras necessárias,consistentes em 300 alqueires da Região Meridional do Brasil.

Rossi embarcou no navio “Cittá di Roma”,a partir de Gênova,com alguns camaradas,em 20.02.1990,chegando ao Rio de Janeiro em 18.03.1890.  Em seguida fundou a Colônia Cecília, em abril de 1890, no Paraná, nas terras prometidas em doação por Dom Pedro II, em cujo auge chegou a ter 250 anarquistas. A Colônia durou de 1890 a 1894. Foi extinta por razões até hoje não bem explicadas. Uma foi pela não consumação da doação das terras, já que a recém instalada “”República” (1889), que “golpeou” a monarquia e  Dom Pedro II,não reconheceu a doação do Imperador deposto. Mas Rossi não desistiu e se propôs a comprar  as terras. Mas tinha um tesoureiro “ladrãozinho” que  deu “sumiço” no  respectivo dinheiro. Outra situação que frustrou os objetivos da Colônia Cecília foi a falta de tradição dos “colonos” ali assentados  com as lidas campeiras, [mais uma denominação para os preguiçosos, os que tem aversão ao trabalho = 'falta de tradição'.] o que passou a gerar fome na comunidade anarquista. Essa população de anarquistas era composta por gente não muito “chegada” ao trabalho pesado do campo.

Finalizo com uma pergunta: qual o governo republicano e democrata  instalado no Brasil a partir de 1889 teve uma atitude tão democrática quanto o Imperador Dom Pedro II que, [um pequeno registro: democracia demais, costuma fazer mais mal do que bem; quando a democracia é muito citada como frágil, surge a tentação de defendê-la através da interpretação antidemocrática dos princípios democráticos do sistema a ser defendido.] em pleno regime da monarquia, deu   apoio e abrigo a  grupos   que pela  simples  condição de “anarquistas” jamais  se submeteriam à sua “soberania” imperial?

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo