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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Narcoterror comunista na Colômbia: três atentados no mesmo dia

Os três sangrentos atentados contra a Polícia de Barranquilla, Soledad (Atlântico) e Santa Rosa del Sur (Bolívar), que deixaram um total de nove policiais mortos e 46 feridos (43 policiais e três civis), cometidos no mesmo dia do lançamento, em Bogotá, da campanha eleitoral de Timochenko ante uma centena de convidados, são um sinal abominável, uma maneira sinistra de notificar que há, para a subversão comunista, duas linhas em execução simultânea contra a Colômbia.

É muito difícil pensar que o minguado mitin das FARC em Ciudad Bolívar e tal convergência de atrocidades, tenha sido produto da casualidade e da ação errática de bandos isolados de direito comum. No que ocorreu no sábado 27 de janeiro na Colômbia há coincidências que são muito inquietantes e dizentes ou, que pelo menos, devem ser estudadas com a maior atenção. Nesse mesmo sábado, no extremo sul do país, um carro-bomba explodiu, também na madrugada, em frente ao quartel policial de Esmeraldas, ferindo 28 pessoas e destruindo 37 casas. Esse atentado no território do Equador, mas a só 80 quilômetros da fronteira com a Colômbia, permite pensar que isso também fez parte de uma vasta operação narco-terrorista. É como se os cérebros desse plano quisessem fazer uma demonstração simultânea de força no norte e sul da Colômbia, estilo Al-Qaeda. Em Quito, onde transcorrem as “negociações de paz” entre o governo de Santos e o ELN, várias células do ELN e das FARC passeiam como se estivessem em sua própria casa. Até quando?

Em todo caso, as autoridades equatorianas se vangloriaram de mais clareza do que as colombianas: disseram que por trás do bombardeio em Esmeraldas estava o narcotráfico e o terrorismo das FARC (são palavras do chefe da inteligência militar equatoriana, segundo o diário de Guayaquil) e que farão tudo o que for necessário para que “o terrorismo e o crime organizado não arrebatem a paz” do Equador. Na Colômbia, ao contrário, o que predominou foi a confusão e a falsa candidez. Ninguém quis pronunciar o detestado vocábulo FARC. Chefes policiais de Barranquilla estimaram que o ataque era uma “retaliação de bandos de delinqüência comum”. O procurador-geral Humberto Martínez Neira emitiu a hipótese de que se tratava “de gente de fora que quis perpetrar uma atividade terrorista para gerar confusão na cidade, nesta época de pré-carnaval”. O presidente Santos lançou a idéia de que “uma célula do ELN” era a autora das duas explosões na estação de Polícia San José, de Barranquilla.

Horas depois, apareceu obviamente um “comunicado” do ELN – cuja autenticidade não foi comprovada -, no qual esse bando se atribui o atentado do bairro San José e se inventa uma desculpa: que matou os policiais porque o Governo “se recusa a dar respostas às necessidades da população”. Mais tarde, Santos afirmou que eram quatro os detidos pelos atos de Barranquilla e Santa Rosa del Sur. No dia seguinte insistiu que era só um.
No mesmo fatídico sábado foi assassinado em Buenaventura um líder social, Temístocles Machado. Sobre isso também reina a confusão. O ministro da Defesa, Luis Carlos Villegas, assegurou que essa execução tem a ver “com um assunto de terras”. Outros acreditam ver a mão das FARC e do ELN que têm por política liquidar os líderes rurais dos grupos sociais, étnicos, etc.

Nos atentados de Barranquilla foram utilizados entre 3 e 5 quilos de explosivos de tipo militar, não simples granadas de mão, como a imprensa deu a entender. As bombas no bairro San José foram ativadas por rádio. Com o primeiro detido, Cristian Camilo Bellón Galindo, de 31 anos, que vivia em Bosa, periferia de Bogotá, encontraram “um rádio e duas folhas de papel, nas quais tinha desenhado um croquis e alguns números de celular, dentre esses um que pertence à Venezuela”, segundo revelou El Heraldo. Bellón tratou de se afastar do lugar após a matança. Impávido, não resistiu à captura e solicitou um advogado de ofício, como se seus chefes lhe tivessem garantido que judicialmente nada tem a temer. O perfil do detido, o telefone venezuelano e o estilo dos ataques em Atlántico, Bolívar e Esmeraldas, mostra uma organização de alcance nacional e internacional com experiência na realização de operações terroristas sofisticadas. Entretanto, a imprensa tenta fazer crer que é um assunto de delinquência local.

Os atentados geraram grande rechaço e comoção na Colômbia. Entretanto, a opinião pública continua na incerteza: não sabe nem pode sequer supor quem é o autor de semelhante ofensiva contra a polícia e a população civil. O clima de confusão após os atos brutais de sábado é uma das técnicas preferidas da guerra assimétrica.  As FARC não só mentem e tratam de atribuir a outros seus feitos, como conseguiram fazer crer que elas abandonaram as armas e se converteram em um partido político como os demais, e que só estão trabalhando para chegar com grande urbanidade às eleições de março e maio próximos. Suas frentes armadas já não são das FARC, senão “dissidências das FARC”. 

O ELN, dizem, não tem pactos ofensivos com elas, apesar de que as duas organizações pactuaram a defesa de seus interesses nas próprias barbas de Humberto de la Calle, durante conclaves fechados em Havana que, graças à autorização de Santos, os chefes das FARC e ELN, Timochenko e Gabino, mantiveram em fins de abril de 2015 e em maio de 2017. Foi tão escandaloso o primeiro encontro Timochenko-Gabino que a Comissão de Investigação e Acusação da Câmara de Representantes da Colômbia abriu uma investigação preliminar contra o presidente Santos, a qual foi deixada no limbo pouco depois.

Graças a essas montagens e crenças impostas à consciência coletiva, as atrocidades de agora não têm rosto nem autores, e o que predomina ante a barbárie fariana é o despiste, o desvio e a anulação da cólera popular. Isso faz parte dos mecanismos construídos pelo terrorismo para continuar na impunidade e não pagar sequer eleitoralmente por isso.  Os inventores da estratégia para anular a ressonância dos ataques mais sangrentos, para que eles sejam apagados rapidamente da memória das pessoas, aplicam um esquema comunicacional pouco conhecido: criar dilemas, paradoxos e raciocínios contraditórios para dividir a opinião pública nos momentos de crise.

Tal é a situação na Colômbia. Isso explica a paralisia da população após cada onda de atentados: a onda de indignação ascende e depois reflui ante as opções contraditórias e, finalmente, a tensão decai e a paralisia se instala. E os terroristas continuam com as mãos livres. A guerra que as FARC fazem à Colômbia inclui esse tipo de jogos macabros. Graças à negligência dos serviços de investigação e de defesa do país, desorientados por um governo que busca a todo custo mostrar no estrangeiro que alcançou “ a paz”, o terrorismo opera sem maiores obstáculos.

As forças que sustentam a galáxia FARC-ELN e seus aparatos legais não esperam tomar Bogotá militarmente – tentaram no passado mas foram vencidas. Sua estratégia é mais sutil e perversa: submeter as vontades, controlar os espíritos e levar uma parte da sociedade à capitulação psicológica e política. Isso tem uma tradução eleitoral nestes momentos: a esquerda que apoiou a aventura entreguista de Santos proclama que, em que pese tudo isso, ela “conseguiu a paz” e merece continuar no poder para “implementar os acordos” e “aprofundar a paz”. As pesquisas refletem esse estado de confusão: as amplíssimas maiorias detestam as FARC e rechaçaram seus pactos com Santos, porém não vêem os laços que elas estendem para as facções de esquerda. Assim, os candidatos mais favorecidos nas pesquisas são precisamente os que não estabelecem ruptura alguma com as FARC. Esse paradoxo, essa inconsistência lógica, é o resultado das técnicas de desinformação aqui descritos. Os partidos de oposição que não levem em conta estas coisas têm poucas possibilidades de mobilização sob sua bandeira e tirar os eleitores da confusão.


 Graça Salgueiro - MSM 




sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

As vidas perdidas a bordo do submarino ARA San Juan



A primeira submarinista da América do Sul, um cabo que se casaria em duas semanas e um pai que deixou três filhos adolescentes estão entre os 44 tripulantes desaparecidos a bordo do submarino “ARA San Juan” no Atlântico.

– A submarinista –
Eliana Krawczyk sonhava em ser engenheira industrial, mas uma tragédia familiar mudou o rumo de sua vida para torná-la a primeira submarinista sul-americana. Natural de Oberá, na província argentina de Misiones, Eliana se inscreveu na Escola Naval após a morte do irmão, em um acidente, e da mãe, vítima de um infarto.  Em 2012, Eliana se tornou submarinista, a primeira da América do Sul, e aos 35 anos era chefe de máquinas do “ARA San Juan”.

– O comandante –
O capitão de fragata Pedro Martín Fernández, 45 anos, comandava o submarino. Nascido em Tucumán, no norte da Argentina, era casado e tinha três filhos adolescentes. Em 2 de março de 2015 se mudou para a cidade de Mar del Plata, 400 km ao sul de Buenos Aires, base do “ARA San Juan” e onde residia quase toda a tripulação.

– Os noivos –
O cabo Luis Niz, 25 anos, era aguardado em Mar del Plata pela cabo Alejandra Morales, onde os dois se casariam no dia 7 de dezembro.  Nascido em La Pampa, uma província sem litoral, Niz foi um dos melhores no curso de formação, o que lhe valeu a designação para o “ARA San Juan”.
O tenente Renzo Martin Silva, 32 anos, também iria se casar em breve. Entrou na Escola Naval com 18 anos e sonhava em ser submarinista desde criança, em sua cidade natal em San Juan, província encravada na Cordilheira dos Andes. Já vivia com María Eugenia Ulivarri Rodi, também militar, que seria sua futura esposa.

– Papai Fernando –
Fernando Santilli, 35, era submarinista desde 2010. Engenheiro, abandonou muito cedo sua província natal de Mendoza (oeste) para realizar o sonho de ser submarinista. Seu filho Stefano, com pouco mais de um ano, aprendeu a dizer “papai” quando Fernando já estava desaparecido em alto mar, contou sua esposa, Jessica Gopar.
“Foi meu grande amor, namoramos por sete anos, seis anos de casados e nosso filho, Stéfano, que demorou para que Deus nos enviasse”.

– A espera de um filho –
O oficial Mario Armando Toconás Oriundo, 36, entrou na Marinha aos 13 anos e havia abandonado sua Patagônia natal para se instalar em Mar del Plata, próximo à base do submarino. Era esperado por um filho de quatro anos e sua companheira, grávida de quatro meses.

AFP
 

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

A matança em Alcaçuz

 Para chefe de polícia com sobrenomes de Lampião invertidos, massacre foi “um sucesso

José Nêumanne: A matança em Alcaçuz no país dos insensatos


No primeiro dia de 2017, um antigo e muito próximo espírito santo de orelha de Michel Miguel Elias Temer Lulia deu-lhe um conselho que ao chefe, então, pareceu promissor. Como não era de sua alçada, o massacre que resultou em 56 mortes no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus (AM), não deveria fazer parte de suas preocupações de chefe da Nação, até porque se dissolveria em urina em poucos dias. O presidente ficou quatro dias sem abrir o bico até que, pressionado pelas evidências de que tudo o que acontece neste país em crise lhe diz respeito, tentou safar-se aplicando o golpe do pai dos burros. A tragédia virou o eufemismo “acidente pavoroso” e todas as providências para enfrentá-la foram transferidas para seu factotum Alexandre de Moraes, o mais boquirroto dos ministros que ocuparam o Ministério da Justiça, a mais antiga e até pouco tempo atrás a mais venerável pasta da República.

No 11º dia, contudo, Sua Excelência fez seu gesto de contrição de hábito, promovendo eufemismo a contorcionismo retórico, comum em seu dialeto particular de apostos e mesóclises: “matança pavorosa”. Sua Excelência nem foi a Manaus, nem a Boa Vista, Roraima, onde a urina prevista pelo providencial conselheiro foi inundada pelo sangue de 32 vítimas da vingança “malígrina” do PCC. Antes que a primeira quinzena de janeiro passasse, entre notícias de fugas de presídios em Minas Gerais e no Paraná, mais mortandade foi perpetrada na Penitenciária Estadual de Alcaçuz e no Pavilhão Rogério Coutinho Madruga, usado como “cadeia pública” de Natal. O sangrento episódio ocorreu no município de Nísia Floresta, abreviação do pseudônimo Nísia Floresta Brasileira Augusta, pelo qual se conhece a potiguar Dionísia Gonçalves Pinto, educadora, poetisa e escritora, cuja obra mais conhecida é Opúsculo Humanitário, coletânea de textos em defesa do feminismo. 


Os presídios, a 35 quilômetros da capital do Estado, ficam no mesmo território municipal que Búzios, conjunto de praias paradisíacas, destino turístico da zelite branca, que Lula abomina.
Metáforas opostas – Inferno de Dante e Paraíso de Milton – ali têm muita proximidade. Se há poucas praias lindas como as de Nísia Floresta, seus presídios são a mais completa tradução do inferno presidiário nacional, que Temer insiste em desconhecer. Mesmo comparada com o caos nacional, a situação local é ainda mais insegura e deplorável. É o que a ocorrência delata na precariedade do lugar que abriga condenados a penas leves e membros das 27 facções do crime organizado, relatadas em excepcional reportagem que serviu de manchete ao Estadão no sábado passado. 


Basta seguir o relato deste jornal: seis membros do PCC, egressos do Pavilhão, invadiram o depósito de armas, pularam o muro de Alcaçuz e lá mataram e degolaram os inimigos do Sindicato RN, que nele viviam e dos quais eram mantidos isolados. À falta de semoventes adequados, vários corpos, todos decapitados e alguns esquartejados, foram transportados em caminhonetes abertas e o governo teve de alugar uma câmara frigorífica para acomodá-los. Não há um Instituto Médico Legal no Rio Grande do Norte. Os exames foram, então, assumidos pelo diretor do Instituto Técnico de Perícia (Itep), na zona portuária de Natal, cidade usada como base pelas tropas americanas para atravessar o Atlântico na 2ª Guerra Mundial. Foram solicitados peritos do vizinho Estado da Paraíba.

O governador potiguar também tomou emprestado dos vizinhos paraibanos o secretário estadual de Segurança Pública, Walber Virgolino da Silva Ferreira, cujo nome próprio invoca o mais célebre facínora do banditismo nordestino, Virgolino Ferreira da Silva, Lampião, o Rei do Cangaço. O delegado de carreira da Polícia Civil do Estado vizinho, contudo, jamais se perderá pelo segundo prenome e pelos dois sobrenomes invertidos. Suas declarações sobre o morticínio justificam essa assertiva.


A seu ver, a ação policial de reação ao massacre foi “um sucesso”, de vez que as populações das redondezas não foram perturbadas pela fuga de nenhum presidiário. Antes que alguém o acusasse de ter deixado o “pau comer”, como diz a gíria da região, dentro do presídio, fiel àquele ditado de que “bandido bom é bandido morto”, ele logo esclareceu que o total de mortos poderia ter sido muito maior. Diante da evidência de que o controle das duas prisões pelos presos durou 14 horas (entre a tarde de sábado 14 e a manhã de domingo 15), o delegado nos ensinou que “é muito difícil evitar” a morte de detentos em presídios. O policial recusa-se ainda a declinar as denominações das facções, embora admita que o incidente fora causado pela guerra entre elas. Não esclareceu se faz isso por intuição, superstição ou por convicção, acreditando que tornando seus nomes notórios “estaria dando-lhes cartaz”, ensinamento aprendido do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e seguido à risca pelo atual ministro da Justiça.


Desta vez, Michel Temer pronunciou-se assim que soube do recente “acidente”. Não falou à Nação, não viajou para Natal, não saiu de casa, mas pontificou – como, a exemplo de Donald Trump, tem feito em seu perfil pessoal no Twitter, tardia manifestação de adolescência aos 76 – que acompanha a situação do presídio de Alcaçuz. E também que encarregou seu ministro pra toda obra, Alexandre de Moraes, a prestar “todo o auxílio necessário ao governo do Estado”, sem declinar a qual se referia entre os 27 existentes.


Moraes atendeu ao pedido do governador, autorizando que parte dos R$ 13 milhões do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), liberados em 29 de dezembro de 2016 “para modernização e aquisição de equipamentos, seja utilizada em construções que reforcem a segurança no presídio”. O ministro da Justiça também agradeceu, em nome de Temer, “o empenho das forças policiais que atuaram em defesa da sociedade, evitando fugas e controlando a situação”. Em nota oficial, este contou também que falou com o governador Robinson Faria, que agradeceu o apoio da Força Nacional (FN) que está no Estado desde o ano passado, e autorizou que esta fique mais 60 dias em território potiguar. Esqueceu-se de contar pra quê. Afinal, a FN estava lá e sua presença não evitou que o inferno avisasse que fica bem perto do paraíso tropical da praia de Búzios.  A matança em Alcaçuz esclareceu ao distinto público pagante deste país dos insensatos que o inferno fica ao lado do verão ao mar e que tudo o que pode ser feito é exatamente o que não foi feito e de nada adiantou.


Publicado no Blog do Nêumanne
 

sábado, 23 de janeiro de 2016

Ministério público vai denunciar Lula por ocultação de propriedade

Depois de confirmar que ele é dono de um tríplex reformado e mobiliado pela OAS, empreiteira punida no escândalo do petrolão, promotores enquadram o ex-presidente numa das modalidades clássicas do crime de lavagem de dinheiro

Um truque recorrente na carreira política do ex­-presidente Lula é reescrever a história de modo a exaltar feitos pessoais e varrer pecados para debaixo do tapete. Mas os fatos são teimosos. Quando se pensa que estão enterrados para sempre, eles voltam a andar sobre a terra como zumbis de filmes de terror. O mensalão, no plano mestre de Lula, deixaria de existir se fosse negado três vezes todas as noites antes de o galo cantar. O petrolão, monumental esquema de roubalheira na Petrobras idealizado, organizado e consumado em seu governo - e, segundo testemunhas, com reuniões no próprio gabinete presidencial -, entraria para a história como mais um ardil dos setores conservadores da sociedade para impedir o avanço dos defensores dos pobres. Nem o mais cego dos militantes do PT ainda acredita nessas patacoadas que afrontam os fatos. Sim, os fatos, sempre eles. 

O tríplex de Lula no Guarujá é outro desses fatos que o ex-presidente esperava ver se dissipar no meio do redemoinho. Mas o tríplex está lá com seu elevador privativo e linda vista para o Atlântico, e vai continuar. De nada adiantou a pregação de Lula, na semana passada, para seu coro de blogueiros chapa-­branca muito bem remunerados com o dinheiro escasso e suado do pobre povo brasileiro: "Não tem uma viva alma mais honesta do que eu. Pode ter igual, mas eu duvido". Pode até ser que a alma não veja o que o corpo faz e se entretenha no engano, mas a opinião pública há muito tempo não se ilude mais com essas mandingas autolaudatórias de Lula.

Pelo tríplex que queria manter clandestino, Lula será denunciado pelo Ministério Público por ocultação de propriedade, uma das modalidades clássicas do crime de lavagem de dinheiro. A denúncia contra o ex-presidente decorre da investigação de fraudes em negócios realizados pela Bancoop, cooperativa habitacional de bancários que deu calote em seus associados enquanto desviava recursos para os cofres do PT. A Bancoop quebrou em 2006 e deixou quase 3 000 famílias sem seus imóveis, enquanto viam, inermes, petistas estrelados receber seus apartamentos. 

Em abril do ano passado, VEJA revelou que, depois de um pedido feito por Lula ao então presidente da OAS, Léo Pinheiro, seu amigo do peito condenado a dezesseis anos de prisão no petrolão, a empreiteira assumiu a construção de vários prédios da cooperativa. O favor garantiu a conclusão das obras nos apartamentos de João Vaccari Neto, aquele mesmo que, até ser preso pela Operação Lava-Jato, comandou a própria Bancoop e a tesouraria do PT. A OAS assumiu também a reforma do tríplex de 297 metros quadrados no Edifício Solaris, de frente para o mar do Guarujá, pertencente ao ex-presidente Lula e a sua esposa, Marisa Letícia.

A OAS desempenhou ainda o papel de "laranja" de Lula, passando-se por dona do tríplex. A manobra foi cuidadosamente apurada pelos promotores do Ministério Público de São Paulo, que trabalham a apenas quinze minutos de carro da sede do Instituto Lula. Durante seis meses, eles se dedicaram a esquadrinhar a relação entre a OAS e o patrimônio imobiliário dos chefes petistas. Concluíram que o tríplex no Guarujá é a evidência material mais visível da rentável parceria de Lula com os empresários corruptores que hoje respondem por seus crimes diante do juiz Sergio Moro, que preside a Operação Lava-Jato. Os promotores ouviram testemunhas e obtiveram recibos e contratos que colocam o ex-presidente na posição de ter de explicar na Justiça as razões pelas quais tentou de todas as maneiras negar ser o dono do tríplex. Para os promotores, as negaças de Lula configuram o crime de lavagem de dinheiro.

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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Quem manda Luís Cláudio não fazer as coisas direito?

Era uma vez uma nação o Brasil – distante do mundo por uma educação excelente em passar vexame, uma saúde pública líder em leishmaniose tegumentar na América Latina, uma segurança pública que deixa apenas 9 assassinos soltos em cada 10 assassinatos, uma economia resistente ao bom senso. Separada dos Estados Unidos pelo Atlântico e da Europa por jatinhos de empreiteiros e banqueiros, pariu um filho da mãe nascida analfabeta e que, para ser o mais republicano entre os varões desta Roma que fez da barbárie o apogeu, fundou a república dos pixulecos.
 Luis Cláudio, tão esperto que acabou comido pela esperteza e se tornou mais burro que o Delcídio

Israel Guerra, Lobão Filho, Zeca Dirceu, Renan Filho, Luís Cláudio e o irmão são todos uns filhos dessa república. Há outros. Uns mais vigaristas e/ou mais espertos do que os outros, têm em comum pais que enriqueceram com, de e na política. Segunda atividade mais lucrativa nesse florão distante da América depois das atividades lucrativas das elites, a política é mais atraente para determinada mão de obra avessa ao batente. Mas nenhum pai pixuleco elevou a preguiça intelectual, a vadiagem pilantra, a indolência moral e o oportunismo safo ao estado de terra arrasada e com tal imunidade longeva do que o jeca que, como um Abraão bêbado no Moriá, abateu o Luís Cláudio para se resguardar: “meu filho tem de provar que é inocente”, ele vaticinou.

Até outro dia, a inocência era presumível até mesmo para aqueles com quem o jeca não mantinha laços de sangue além dos de vigarice. Mas, quem manda Luís Cláudio não fazer as coisas erradas direito? O que esse menino anda aprendendo em casa? Ora, o exemplo do pai que, devastando também o patrimônio moral da nação, subtraía a pátria em aberrantes transações de-nunca-antes-na-história-blablabla enquanto a distraia de si mesma com a retórica da mentira a favor de um bando e do ódio contra o resto.

Luleco acordou para a vida de luleco milionário sob a constante voz roufenha do cinismo renitente na língua presa solta em canalhices fluentes. Luleco tentou, mas não colou. 

Talvez seja o tipo bisonho de espertalhão que é comido pela esperteza, talvez se assemelhe ao pai na arrogância que os cega para o fato de o Brasil estar mudando, talvez tenha sido displicente ao contar com a credulidade da nação tão estupidamente crédula até ontem. Não sei. Mas a nação devastada constata com alívio que, além de não haver um sucessor para o lulopetismo uma vez que o jeca se crê eterno, também não há um herdeiro natural. Pode ser a chance para a nação diminuir o fosso de civilização que a distancia do mundo.

Fonte: Valentina de Botas - Coluna do Augusto Nunes

 

domingo, 27 de setembro de 2015

Refugiada no palácio - há dúvidas se em estado moribundo ou estágio avançado de loucura? alguns dizem que nas duas situações

A crise dos refugiados é terrível, e é terrível a carona que os humanistas de butique pegam nela 

Dilma Rousseff afirmou que o Brasil está “de braços abertos” para receber refugiados de outros países. Coração de mãe é uma bênção. Chefiando um governo que não tem onde cair morto, fazendo a população de seu país comer o pão que o diabo amassou numa crise hedionda, a presidenta-mulher encontrou forças para seu aceno solidário ao mundo. A geopolítica das migrações não será mais a mesma depois do brado retumbante de Dilma. A sorte é que o mundo não sabe distinguir solidariedade de pedalada verbal.

Para os não iniciados, vale o esclarecimento: pedalada verbal é quando alguém fala alguma coisa para desviar a atenção de outra. A esperança da presidenta-mulher e de seus mandantes é que a plateia abobada se distraia mais um pouquinho com aquela conversa de coração valente, dando-lhes algum oxigênio extra para a sobrevida no palácio. 

Dilma discursou sobre os refugiados no 7 de Setembro, escreveu sobre os refugiados em artigo na imprensa, usou seu posto de chefe de Estado na Semana da Pátria para tratar dos refugiados no Oriente Médio. Se alguém na Síria ouviu esse apelo dramático, é capaz de atravessar o Mediterrâneo e o Atlântico a nado para alcançar a salvação petista. Chegando à praia, levará logo uma cravada da CPMF para saber onde está pisando.

Isso é tudo o que restou a Dilma e seu governo moribundo: demagogia sentimental e chantagem emocional. Mas não custa mandar o aviso aos refugiados de todo o planeta: o PT não é solidário nem com a mãe gentil. Depenou a economia popular sugando o patrimônio público e se refugiou no palácio. Quem tentou tirá-los de lá pelas vias normais (o voto) teve seus botes postos a pique por uma artilharia pesada – incluindo roubo da maior empresa nacional para financiar os truques eleitorais, segundo investigação da Operação Lava Jato. Tesoureiros e financiadores da Miss Solidariedade, prezados refugiados, já foram investigados e presos por tirar do povo para dar ao partido. O Brasil está de braços abertos e os brasileiros estão de mãos ao alto.

A crise dos refugiados é terrível, e é terrível a carona que os humanistas de butique pegam nela. A solução entoada pelos traficantes de bondade é fácil: Europa, abra as portas para todo mundo que quiser entrar! Deixe de ser egoísta e xenófoba, socorra os migrantes que estão morrendo no mar! Aliás, por que o mundo não pensou nisso antes? Todo ser humano que vive em dificuldade em seu país pobre e violento deveria se mudar para um país rico e pacífico. Pronto, tudo resolvido! E como fazer para que os mercados e as cidades europeias absorvam as populações deslocadas e a conta continue fechando, com bem-estar social para todos? Ora, se vira, seu capitalista selvagem!

Um dos primeiros países não europeus a anunciar que estava de portas abertas para os refugiados foi a... Venezuela. O companheiro Maduro talvez só fique devendo aos hóspedes o luxo de usar papel higiênico, mas essas necessidades primárias são facilmente substituíveis por uma boa cantilena chavista. Tanto na Venezuela quanto no Brasil, na Argentina, na Bolívia e em todos os países bonzinhos com o chapéu alheio, não existe esse problema neoliberal de fazer a conta fechar. A conta foi privatizada pelos companheiros, eles pedalam quanto quiserem para deixar os números lindos de morrer – e dessa cartola sem fundo fazem aparecer o que quiserem. Até bolsa refugiado.

Foi assim que o Brasil mandou pelos ares o tal grau de investimento, que os petistas informam que não tem a menor importância. Afinal, quem está preocupado com selo de bom pagador? O que importa é o selo de bom falador – capaz até de falar aos corações dos refugiados d’além-mar. Se faltar dinheiro, é só pedir para o Vaccari, ou para o Delúbio, ou para algum ajudante deles que não esteja em situação de xadrez. E, se ainda assim continuar faltando, não tem problema: é só meter a mão no bolso do brasileiro, esse ser pacato e compreensivo.

“As pessoas nem sentem”, comentou o petista José Guimarães, líder do governo na Câmara, sobre a recriação da CPMF. [deputado petista, irmão do reeducando criminoso Zé Genoíno e conhecido no submundo das propinas como 'capitão cueca'. 
Além da periculosidade no assalto aos cofres públicos, o petista Zé Guimarães, representa um risco para saúde pública, haja vista que quando vão contar o dinheiro que ele e seus comparsas trouxeras nas cuecas não adotam nenhuma medida de higiene. Até mesmo cospem nas mãos para facilitar contar a grana cuecada.] Mão leve é isso aí. E, se o Brasil não se importa com o bolso, melhor entregar logo as calças aos companheiros. Se mudar de ideia, a única saída é não aceitar mais mulher sapiens refugiada em palácio.

Por: Guilherme Fiúza - Época On Line 

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Rota do tráfico

Quadrilha internacional trouxe cocaína das Farc para o Brasil e mirava África

Grupo que fazia rota Venezuela-Colômbia passou a mirar o País em 2013, após racha interno; traficantes se preparavam para atuar no trajeto entre Paramaribo, no Suriname, e a Guiné-Bissau, antiga colônia portuguesa

A organização criminosa formada por empresários brasileiros para transportar cocaína das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) da Venezuela para Honduras, revelada ontem pelo Estado, passou a operar em 2013 no tráfico também para o Brasil. Além disso, os traficantes se preparavam para uma nova rota: de Paramaribo, no Suriname, para a Guiné-Bissau, antiga colônia portuguesa na África.


De acordo com relatório do delegado Rodrigo Levin, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Superintendência da Polícia Federal (PF), em São Paulo, os empresários Ronald Roland e Manoel Meleiro Gonsalez viajaram para Bogotá em 13 de maio de 2013 e permaneceram lá por três dias.


“Foi uma viagem de negócios. Mantiveram contatos com traficantes locais”, afirma em seu relatório entregue à Justiça Federal. De acordo com ele, foram “apresentados a novas demandas e a novas rotas de interesse dos traficantes colombianos”.


O contato dos acusados seria o traficante Euder Jaramillo Perdomo. O resultado das reuniões foi repassado ao homem apontado como o líder da organização: o fazendeiro Paulo Flores. Em 14 de maio, Roland consultou um dos pilotos da organização sobre qual aeronave teria capacidade para cruzar o Atlântico, que sugeriu um Learjet da família 50, com autonomia para voo de 4,6 mil quilômetros. Os traficantes calculam que o avião seria capaz de transportar até 1,2 tonelada de cocaína.


A troca de mensagens interceptadas pela PF mostra que a organização decidiu pela compra de outra aeronave, um Falcon 200, com capacidade para nove passageiros. Em 28 de maio de 2013, o grupo já tinha um avião disponível no Suriname. Em 20 dias, os colombianos iam levar a droga até o Suriname para o embarque.


Competência


A investigação da PF não prosseguiu sobre a nova rota porque o avião usado possivelmente não era brasileiro. Foi o uso de aeronaves brasileiras no tráfico internacional de drogas que permitiu à PF apurar os crimes, pois o interior deles é considerado território nacional. A competência para apurar os delitos cometidos a bordo é da Justiça Federal. No caso da conexão do Suriname e da Guiné-Bissau, a PF não detectou outros carregamentos ou preparativos feitos pelo grupo para o transporte de cocaína.


Em 2013, a organização criminosa que cuidava do transporte aéreo de toneladas de cocaína rachou. De acordo com o relatório da PF, os empresários Gonsalez e Roland montaram o próprio grupo e passaram a operar não só na rota Venezuela-Honduras, mas também já traziam cocaína para o Brasil. Para tanto, começaram a usar helicópteros que eram carregados com cerca de 500 quilos da droga no Paraguai. Ali, mantinham contato com o suposto traficante paraguaio Atilio Erico Portillo Meza, o Doutor Original, dono da Fazenda Estância Curralito, no Departamento de Concepción. Segundo a Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai, a fazenda do acusado receberia aviões e helicópteros.


Aliciado


Para essa nova atividade, os empresários teriam aliciado o piloto Alexandre José de Oliveira Junior, que, segundo a investigação, fez diversos voos transportando cocaína para a organização criminosa. Oliveira Junior acabaria preso em novembro de 2013 em Brejetuba, no Espírito Santo, com 445 quilos de cocaína em um helicóptero R66. A aeronave pertencia ao senador Zezé Perrella (PDT-MG), que, segundo a investigação, não sabia da ação ilegal do funcionário.


Brasileiros levavam cocaína das Farc desde a Venezuela para cartéis mexicanos


Uma organização criminosa comandada por empresários brasileiros era responsável pelo transporte de cocaína das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) da Venezuela para Honduras, onde toneladas da droga eram entregues aos cartéis mexicanos de Sinaloa e Los Zetas. O grupo comprava códigos de identificação do controle aéreo venezuelano que, assim, deixava de abater o avião. Cada voo pagava até US$ 400 mil de propina a militares da Venezuela.


Na terça, a Delegacia de Repressão a Entorpecentes da superintendência paulista da Polícia Federal (PF) cumpriu 13 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Minas e Mato Grosso. Bens – imóveis e empresas – e contas bancárias foram sequestrados pela Justiça Federal. As investigações, que começaram em 2012, já haviam resultado na apreensão do helicóptero da empresa Limeira Participações, do senador Zezé Perrella (PDT-MG), em 2013, no Espírito Santo, com 445 quilos de cocaína. As buscas de terça encerraram a primeira fase da Operação Dona Barbara, da PF.


Segundo relatório enviado à Justiça pelo delegado Rodrigo Levin, a apuração começou com a vigilância de dois empresários brasileiros – Manoel Meleiro Gonsalez e Ronald Roland. Eles estariam comprando aeronaves e preparando carregamentos de cocaína – a rota Venezuela-Honduras era só uma suspeita. Os agentes passaram a vigiar os alvos e seus aviões.


O inquérito mostra as negociações entre os traficantes e militares da Venezuela descritas em mensagens de celular dos brasileiros para o tráfico de Colômbia, Venezuela e Honduras. O grupo usava apenas aparelhos de telefone BlackBerry, pois acreditava que suas mensagens não poderiam ser interceptadas pela polícia.


Em uma delas, por exemplo, o homem apontado pela PF como líder da organização – o fazendeiro brasileiro Paulo Flores – escreve, às 7h57 de 5 de setembro de 2013, ao hondurenho José Cristian Espinosa Erazo, dizendo que os aviões aguardavam “el permiso de los teles” (os códigos) para entrar no espaço aéreo venezuelano.


Propina
Há diversas mensagens em que são mencionados valores da propina de até US$ 400 mil para os militares do país vizinho. Os aviões partiam de cidades do interior paulista, de Sinop (MT), São Felix do Araguaia (TO) e Bacabal (MA). Antes de decolar, os pilotos recebiam o código transponder – número que faz a aeronave emitir um sinal que identificará o voo nos radares – da Venezuela.



Com o código, afirma a PF, a força aérea daquele país sabia que o avião havia pago propina e, assim, não o abatia, mesmo quando a polícia daquele país era informada pela PF brasileira a respeito do voo. As aeronaves pousavam no lugarejo de Aparte, no Departamento de Zulia, perto da base militar de Maracaibo. Em pelo menos uma oportunidade, os traficantes trocaram mensagens dizendo que pagaram propina complementar de US$ 100 mil para guardar o avião em um hangar do Exército venezuelano.


Os traficante citam um “coronel” e um “general” como contatos para os pagamentos. Em Aparte, os aviões eram carregados com a droga trazida pelas Farc, da Colômbia. O venezuelano Euder Jaramillo Perdomo cuidaria da logística. Com outro código transponder, o avião rumava para Honduras. Ali, a propina para a polícia era de US$ 200 mil por voo. A droga era entregue aos mexicanos – de 700 quilos a 2,5 toneladas de cocaína.


Muitas aeronaves foram abandonadas pelos pilotos em Honduras – parte foi queimada para não deixar vestígios. Os pilotos usavam, então, passaportes falsos hondurenhos e guatemaltecos para voltar ao Brasil pela fronteira com o Paraguai.


Inocentes
O Estado procurou as Embaixadas da Venezuela e de Honduras, mas não obteve resposta. Paulo Flores é um dos três acusados do grupo que foi preso durante a investigação com R$ 2,3 milhões em dinheiro – dono de sete empresas aéreas, ele alega inocência. Ronald Roland e Manoel Gonsalez respondem ao inquérito em liberdade e se dizem inocentes.

 

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Aparecida em Fátima, Fátima em Aparecida - antes de tudo os valores critãos, católicos, são perenes e jamais se extinguirão



Aparecida em Fátima
Quer em Portugal, quer no Brasil, a realidade é hoje mais complexa e diversa, e a Igreja Católica perdeu a hegemonia absoluta que chegou a ter no passado
Em 2017, comemoram-se cem anos das aparições de Fátima, em Portugal, e trezentos do achamento da imagem de nossa Senhora Aparecida, no Brasil.  A Igreja Católica decidiu celebrar as efemérides em conjunto, reforçando assim os laços entre os fiéis dos dois países.

Nesse contexto, em 2014, foi entronizada no Santuário Nacional de Aparecida a imagem de Nossa Senhora de Fátima e agora, um ano volvido, ato idêntico entronizou em Fátima a imagem da padroeira do Brasil.  A celebração conjunta dos aniversários realça a unidade substancial do culto mariano, que marca a religiosidade católica num e noutro país, expressa na veneração de Nossa Senhora da (Imaculada) Conce(p)ição, padroeira de Portugal, cuja imagem, levada pelas circunstâncias históricas para o outro lado do Atlântico, acabaria por se tornar também a padroeira do Brasil.

A convergência das celebrações tem, entretanto, um significado que vai para além do plano religioso: acentua a ligação histórica entre os dois povos e até – ousaria dizer – um certo destino comum, que permanecem como realidade e desafio para além dos desencontros e das vicissitudes várias que nos separam e têm gerado um sentimento de estranhamento ou alheamento que os responsáveis políticos raras vezes têm sabido ultrapassar.

Quer em Portugal, quer no Brasil, a realidade é hoje mais complexa e diversa, e a Igreja Católica perdeu a hegemonia absoluta que chegou a ter no passado. Outras religiões (re)emergiram, são outros os códigos morais e de conduta. Mas há um esteio comum que permanece e nos (re)aproxima e esse esteio, para o bem e para o mal, é católico. Na ausência de iniciativas políticas marcantes, não espanta por isso que seja a Igreja Católica que, fazendo jus ao seu imenso papel histórico no Brasil, tenha a visão estratégica e a iniciativa prática que parecem faltar aos decisores do Estado.

Fonte: Carlos Fino – Blog do Noblat