O mistério dos juros altos no Brasil, mesmo com a queda da Selic,
pode ser desvendado por um indicador que o Banco Central acaba de
divulgar: a concentração bancária no país atingiu recorde histórico.
Juntos, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica e Itaú Unibanco detêm
72,98% de todos os ativos financeiros. Em 2007, a taxa era de 52,58%. O
sistema financeiro andou para trás nos últimos 10 anos.
Em evento esta semana em São Paulo, o presidente do Banco Central,
Ilan Goldfajn, foi perguntado sobre o motivo de a Selic ter caído 600
pontos e as taxas bancárias terem continuado elevadíssimas para empresas
e famílias. O BC nunca tem uma resposta clara para essa pergunta. De
forma geral, economistas culpam as taxas de risco, inadimplência,
impostos e o recolhimento compulsório pelos spreads elevados. Mas talvez
a melhor explicação seja, na verdade, a concentração bancária, que
cresceu muito nos últimos anos, como se pode ver no gráfico abaixo. A concentração aumentou 38% desde 2008. Juntos, os quatro maiores
bancos do Brasil, dois estatais e dois privados, têm 16.937 das 21.579
agências do país, ou seja, 78% do total.
No Relatório de Estabilidade Financeira, divulgado ontem, o BC disse
que os testes de estresse indicaram que os bancos tiveram um aumento da
sua resiliência. Estão mais preparados para enfrentar crises. O que é
bom, porque bancos com fragilidades podem produzir uma crise
generalizada. Mas é ruim quando bancos não cumprem bem seu papel de
intermediação financeira, principalmente em períodos de recessão. Os
bancos brasileiros, além de não reduzirem os juros, estão elevando a
restrição de crédito, em pleno período de recuperação econômica. É como
se os departamentos de crédito das instituições não falassem com os
departamentos econômicos, que andam revendo para cima as previsões de
crescimento.
De acordo com o BC, os testes de estresse têm nova metodologia e
agora estão mais capazes de detectar fragilidades. Mesmo assim, ficou
claro que os bancos brasileiros estão preparados para absorver choques
porque têm “confortável nível de capitalização” e baixo nível de
insolvência. Isso é bom, claro, já que o Brasil está saindo de um
período de três anos de recessão. Além disso, o combate à corrupção
revelou esquemas criminosos em grandes empresas que tiveram, em
consequência disso, graves perdas econômicas. Isso elevou o número de
grupos com desequilíbrios financeiros e até em recuperação judicial. Se,
mesmo assim, os bancos estão sólidos, com capacidade de absorver
choques, alta capitalização, grande resiliência e baixa inadimplência, é
prova de eficiência.
O problema todo é constatar que os bancos tiveram queda no nível de
oferta de crédito mesmo em época de recuperação, e seus juros não foram
reduzidos de forma significativa, apesar do grande corte na taxa básica
do Banco Central. No mínimo, se pode dizer que não estão fazendo bem seu
papel na economia. O que parece muito sólido pode se dissolver no ar porque novas
tecnologias estão permitindo outras formas de intermediação financeira.
Essa concentração toda e esse comportamento defensivo podem ampliar a
força que as Fintechs começam a ter na economia. O jornal “O Estado de
S. Paulo” publicou na segunda-feira, 16, reportagem mostrando que o
crédito para as empresas está atingindo o menor nível dos últimos oito
anos e que em agosto a carteira de crédito teve a vigésima queda
consecutiva. Bancos sólidos deveriam emprestar mais e não menos.
Blog Prontidão Total, saiba mais sobre Fintechs
Fonte: Blog da Míriam Leitão
Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
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quarta-feira, 18 de outubro de 2017
Concentração bancária atinge recorde no Brasil
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quinta-feira, 29 de junho de 2017
Meta de inflação em 4,25% aproxima o Brasil do padrão internacional
Foi acertada a decisão do Conselho Monetário Nacional de reduzir o
centro da meta de inflação. Hoje em 4,5%, ela passará para 4,25% em
2019, e em 2020 cairá mais, para 4%. O Brasil tem que caminhar para uma
inflação ainda menor, algo próximo a 2%, o padrão em outros países que
adotam metas inflacionárias.
O Brasil passou muito tempo com taxas altas demais. Em 2007, houve a chance de reduzir a meta. A inflação estava baixa, mas o país desperdiçou a oportunidade. A taxa agora voltou a um patamar menor. Esse é o momento de reduzir o centro da meta. O país tem que caminhar nesse sentido, para que a inflação fique em níveis baixos de maneira sustentável e deixe de ser um problema. Com a meta menor, o Brasil poderá se concentrar nos seus outros objetivos.
Governo fixa meta menor de inflação para 2019
Sob críticas de que poderia perder a oportunidade de manter a inflação baixa no país, o Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu fixar não apenas meta para 2019 como esperado, mas também a de 2020. Numa reunião extraordinária nesta manhã, os ministros determinaram que o objetivo para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2019 em 4,25%, como previam os analistas do mercado financeiro. E ainda estabeleceram em 4% a meta para 2020. O intervalo de tolerância para os próximos anos será de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Essa é a mesma banda usada atualmente.
É a primeira vez desde 2003 que a meta é reduzida. Desde 2005 a meta oficial de inflação do governo está em 4,5% ao ano. Os únicos anos em que o Banco Central cumpriu essa meta foram 2006, 2007 e 2009. A meta é estabelecida pelo CMN e deve ser cumprida pelo Banco Central.
Os três ministros — Fazenda, Planejamento e presidente do Banco Central — frisaram a importância do estabelecimento de um horizonte de longo prazo de queda da inflação. — A fixação de uma meta menor vai levar a índices mais baixos desde que sejam críveis — falou o presidente do BC, Ilan Goldfajn.
De acordo com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, isso mostra que o governo está comprometido com a convergência gradual das metas para índices internacionalmente consagrados de inflação.
MANUTENÇÃO DE ILAN E DA POLÍTICA MONETÁRIA
Ilan foi questionado se, à luz do acirramento da crise política, ele permanecerá no comando do Banco Central independentemente de um eventual afastamento do presidente Michel Temer e se a política monetária também seria mantida. — Acho que a pergunta é para mim e vou ter de responder. Acho que a resposta é: sim, sim — resumiu o presidente.
Quando foi-lhe solicitado detalhes, ele disse que o Banco Central é uma instituição que preza autonomia e, portanto, é uma instituição que se mantém. Ele ressaltou que o BC olha o longo prazo. — E o presidente do Banco Central está dentro desse contexto institucionalizado onde nós estamos trabalhando para a economia brasileira e para o país — afirmou antes de questionar os repórteres:
— Vocês não gostaram do “sim, sim”?
Quando questionado sobre qual era a garantia de que permaneceria no cargo mesmo com uma mudança de governo, Ilan começou a responder, mas antes de completar a primeira palavra, foi interrompido por Meirelles. O ministro da Fazenda disse que o governo não trabalha por hipóteses. Afirmou que a equipe econômica trabalha com foco e continuará assim. E tentou consertar o que foi dito anteriormente pelo presidente do BC. — Agora, evidentemente, que compete ao presidente da República a nomeação dos seus ministros. Não só os aqui presentes, mas quaisquer ministros.
O comunicado do Banco Central aponta que um decreto desta
quarta-feira ampliou para dois anos e meio o horizonte de fixação da
meta para a inflação e seu intervalo de tolerância. Segundo o texto,
isso permite o aperfeiçoamento do sistema de metas de inflação e também
permite aumenta a capacidade de a política monetária balizar as
expectativas de inflação para um prazo mais longo, o que ajuda a reduzir
as incertezas:
“E esse novo horizonte será válido a partir deste ano em diante e permite uma maior separação entre a definição da meta para a inflação e a condução da política monetária. Com isso, amplia-se a capacidade de a política monetária balizar as expectativas de inflação para prazos mais longos, o que reduz incertezas e melhora a capacidade de planejamento das famílias, empresas e governo”, diz o texto.
Fonte: O Globo
O Brasil passou muito tempo com taxas altas demais. Em 2007, houve a chance de reduzir a meta. A inflação estava baixa, mas o país desperdiçou a oportunidade. A taxa agora voltou a um patamar menor. Esse é o momento de reduzir o centro da meta. O país tem que caminhar nesse sentido, para que a inflação fique em níveis baixos de maneira sustentável e deixe de ser um problema. Com a meta menor, o Brasil poderá se concentrar nos seus outros objetivos.
Governo fixa meta menor de inflação para 2019
Sob críticas de que poderia perder a oportunidade de manter a inflação baixa no país, o Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu fixar não apenas meta para 2019 como esperado, mas também a de 2020. Numa reunião extraordinária nesta manhã, os ministros determinaram que o objetivo para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2019 em 4,25%, como previam os analistas do mercado financeiro. E ainda estabeleceram em 4% a meta para 2020. O intervalo de tolerância para os próximos anos será de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Essa é a mesma banda usada atualmente.
É a primeira vez desde 2003 que a meta é reduzida. Desde 2005 a meta oficial de inflação do governo está em 4,5% ao ano. Os únicos anos em que o Banco Central cumpriu essa meta foram 2006, 2007 e 2009. A meta é estabelecida pelo CMN e deve ser cumprida pelo Banco Central.
Os três ministros — Fazenda, Planejamento e presidente do Banco Central — frisaram a importância do estabelecimento de um horizonte de longo prazo de queda da inflação. — A fixação de uma meta menor vai levar a índices mais baixos desde que sejam críveis — falou o presidente do BC, Ilan Goldfajn.
De acordo com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, isso mostra que o governo está comprometido com a convergência gradual das metas para índices internacionalmente consagrados de inflação.
MANUTENÇÃO DE ILAN E DA POLÍTICA MONETÁRIA
Ilan foi questionado se, à luz do acirramento da crise política, ele permanecerá no comando do Banco Central independentemente de um eventual afastamento do presidente Michel Temer e se a política monetária também seria mantida. — Acho que a pergunta é para mim e vou ter de responder. Acho que a resposta é: sim, sim — resumiu o presidente.
Quando foi-lhe solicitado detalhes, ele disse que o Banco Central é uma instituição que preza autonomia e, portanto, é uma instituição que se mantém. Ele ressaltou que o BC olha o longo prazo. — E o presidente do Banco Central está dentro desse contexto institucionalizado onde nós estamos trabalhando para a economia brasileira e para o país — afirmou antes de questionar os repórteres:
— Vocês não gostaram do “sim, sim”?
Quando questionado sobre qual era a garantia de que permaneceria no cargo mesmo com uma mudança de governo, Ilan começou a responder, mas antes de completar a primeira palavra, foi interrompido por Meirelles. O ministro da Fazenda disse que o governo não trabalha por hipóteses. Afirmou que a equipe econômica trabalha com foco e continuará assim. E tentou consertar o que foi dito anteriormente pelo presidente do BC. — Agora, evidentemente, que compete ao presidente da República a nomeação dos seus ministros. Não só os aqui presentes, mas quaisquer ministros.
“E esse novo horizonte será válido a partir deste ano em diante e permite uma maior separação entre a definição da meta para a inflação e a condução da política monetária. Com isso, amplia-se a capacidade de a política monetária balizar as expectativas de inflação para prazos mais longos, o que reduz incertezas e melhora a capacidade de planejamento das famílias, empresas e governo”, diz o texto.
Fonte: O Globo
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sábado, 11 de fevereiro de 2017
Até quando o Poder Judiciário no Brasil terá mais poder de legislar que o Poder Legislativo?
Uma decisão inusual
Até mesmo o Banco Central e a Advocacia-Geral da União (AGU) entrariam nesse rol para reduzir o número formal de ministérios, embora a função de todos ficasse inalterada. Não houve solução jurídica que viabilizasse essa mágica, mas pelo menos para o Cerimonial da Presidência, tanto a AGU, cujo primeiro nomeado foi o advogado Fabio Medina Osório, quanto o Banco Central, com Ilan Goldfajn, não eram citados como ministros, embora tivessem todas as regalias dos cargos.
Aliás, essa mudança de hierarquia dos cargos ministeriais provocou uma confusão danada no primeiro governo Lula. Tradicionalmente o ministério da Justiça é o primeiro a ser citado pelo cerimonial, por antiguidade, mas no período em que José Dirceu foi chefe do Gabinete Civil da presidência da República, ele baixou uma ordem interna para que seu ministério passasse a ser o primeiro na hierarquia ministerial.
Como se vê, essa manipulação de cargos hierárquicos não é privilégio de partidos, mas depende dos interesses de ocasião. Moreira Franco ficou sem status de ministro no início do governo, embora fosse mais poderoso do que a maioria dos demais ministros, para ajudar a criar o marketing de redução de ministérios. Agora, com a proximidade da divulgação das delações premiadas dos executivos da Odebrecht, e também porque o governo já se sentia forte o suficiente para dar passos mais largos, recriou-se a poderosa Secretaria-Geral da presidência da República, que já foi ocupada por Gilberto Carvalho nos tempos de Lula e Dilma.
É verdade que Moreira não tem nenhuma denúncia oficial contra ele, apenas o vazamento de uma das delações premiadas de que ainda não se conhece o teor completo. Nesse ponto, sua situação é diferente da de Lula quando foi designado ministro por Dilma, pois naquela ocasião o ex-presidente já era investigado e fora até mesmo levado coercitivamente para depor na Polícia Federal. A blindagem era explícita. Mas a sensação de que a transformação de Moreira Franco em ministro oficial só foi feita para blindá-lo contra uma provável denúncia é inevitável, daí a decisão criativa do TRF da Segunda Divisão. [além par o poder de legislar do Poder Legislativo, o competente para legislar, o Poder Judiciário ainda pode interpretar a Constituição, poder que pode ser exercido por juízes de diversas instâncias.]
Durante os últimos dias, juízes deram liminares contra e a favor do governo, até que a solução salomônica impôs-se. Agora está nas mãos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello a decisão definitiva sobre o caso. A criatividade da decisão do TRF repisa um hábito que vem se firmando entre nós, a de juízes de diversas instâncias interpretarem a Constituição. Depois que o impeachment da ex-presidente Dilma foi aprovado com uma interpretação que dividiu uma frase de regra constitucional, permitindo que ela perdesse o cargo mas não os direitos políticos, que pela letra da lei eram punições indissociáveis, tudo passou a ser possível.
A decisão do TRF foi tomada pela aceitação da suspeita de que a nomeação para o ministério serviu apenas para blindar Moreira Franco. Como a argumentação do Palácio do Planalto foi de que Moreira já exercia as mesmas funções, decidiu-se que o presidente da República tem o direito de nomear quem queira para seu ministério, mas nesse cargo específico a pessoa nomeada não terá foro privilegiado. É uma interpretação inusual. A AGU pode recorrer da interpretação ao Supremo Tribunal Federal, se houver ousadia para tanto. E isso se o ministro Celso de Mello não concordar com a interpretação criativa.
Fonte: Merval Pereira - O Globo
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Moreira Franco e Gilberto Carvalho,
privilegiado
sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
Corte nos juros melhora expectativas
Inflação em baixa permite redução forte da Selic, perspectivas são animadoras para taxas ainda mais baixas, e isso aumenta otimismo com relação à volta do crescimento
A aceleração no corte dos juros, empreendida pelo Banco
Central na última reunião do Conselho de Política Monetária (Copom),
representa, antes de tudo, um realinhamento da autoridade monetária com a
posição que vinha se tornando majoritária, entre economistas e
analistas em geral, de que o BC precisava apressar o passo do
afrouxamento da política anti-inflacionária. Depois da segunda reunião
com o modesto corte de 0,25 ponto percentual, deixando a taxa básica de
juros (Selic) em 13,75%, aumentou a crítica de que a autoridade
monetária estava muito conservadora diante de um cenário claro de
inflação em baixa.
Foram feitas, inclusive, análises de cunho mais político sobre uma hipotética — e desnecessária — preocupação de Ilan Goldfajn de, por meio de um conservadorismo em excesso, marcar a autonomia de sua equipe no BC em relação ao Planalto, muito diferente do que acontecera no relacionamento no governo Dilma entre o Planalto e a instituição, no período de Alexandre Tombini.
Importa é que o corte de 0,75 ponto nos juros, deixando a Selic em 13%, injeta mais otimismo nas expectativas para 2017, que não eram muito animadoras no início de dezembro. Mas a inflação se manteve ladeira abaixo, o IPCA foi de apenas 0,3% em dezembro — abaixo mesmo do 0,36% da última previsão para o ano feita pelos analistas no relatório Focus, do BC —, e houve confiança no Copom na redução mais forte. Que poderá se repetir na próxima reunião.
Neste último relatório, fechado na sexta-feira passada, a mediana das apostas do mercado é que a inflação de 2017 será de 4,81%, muito próxima da meta de 4,5%. Talvez ela seja atingida ainda este ano. Os 6,29% da elevação dos preços, no ano passado, já foram importante vitória, porque representou uma corte de aproximadamente quatro pontos percentuais em relação aos 10,67%, de 2015, símbolo da desregrada política fiscal da gestão Dilma Rousseff. Foi, assim, possível encerrar o ano com a inflação abaixo da margem superior de tolerância de 6,5%. As expectativas de que a economia crescerá no segundo semestre começam a ser antecipadas. Reforçam o otimismo as estimativas de uma safra agrícola das melhores — e que também ajuda a impedir que os alimentos voltem a pressionar o IPCA.
Juros e inflação em baixa são variáveis básicas da equação
do crescimento do PIB. Mas não as únicas. É certo que a tendência do
cenário é de melhoria, mas ainda existem dúvidas sobre o ajuste fiscal,
muito dependente da reforma da Previdência, ainda a ser deliberada pelo
Congresso, e da situação dos estados, também cruciais para o equilíbrio
das contas da União.
A Lava-Jato e seu potencial de desestabilização política do governo não pode ser esquecido, nem deve ser descartada a possibilidade de, a depender da forma com que Donald Trump assuma a Casa Branca, no final da semana que vem, o Copom ter de ajustar seus sensores, caso o banco central americano (Fed) acelere a elevação dos juros. Basta que Trump e seu anunciado protecionismo aticem a inflação americana. Mas não se trata de problemas que não possam ser esgrimidos pelo BC. Não apenas os juros brasileiros continuam com boa margem para cortes, como a própria distensão do ambiente econômico e dos negócios é um fator a ser levado em conta.
Foram feitas, inclusive, análises de cunho mais político sobre uma hipotética — e desnecessária — preocupação de Ilan Goldfajn de, por meio de um conservadorismo em excesso, marcar a autonomia de sua equipe no BC em relação ao Planalto, muito diferente do que acontecera no relacionamento no governo Dilma entre o Planalto e a instituição, no período de Alexandre Tombini.
Importa é que o corte de 0,75 ponto nos juros, deixando a Selic em 13%, injeta mais otimismo nas expectativas para 2017, que não eram muito animadoras no início de dezembro. Mas a inflação se manteve ladeira abaixo, o IPCA foi de apenas 0,3% em dezembro — abaixo mesmo do 0,36% da última previsão para o ano feita pelos analistas no relatório Focus, do BC —, e houve confiança no Copom na redução mais forte. Que poderá se repetir na próxima reunião.
Neste último relatório, fechado na sexta-feira passada, a mediana das apostas do mercado é que a inflação de 2017 será de 4,81%, muito próxima da meta de 4,5%. Talvez ela seja atingida ainda este ano. Os 6,29% da elevação dos preços, no ano passado, já foram importante vitória, porque representou uma corte de aproximadamente quatro pontos percentuais em relação aos 10,67%, de 2015, símbolo da desregrada política fiscal da gestão Dilma Rousseff. Foi, assim, possível encerrar o ano com a inflação abaixo da margem superior de tolerância de 6,5%. As expectativas de que a economia crescerá no segundo semestre começam a ser antecipadas. Reforçam o otimismo as estimativas de uma safra agrícola das melhores — e que também ajuda a impedir que os alimentos voltem a pressionar o IPCA.
A Lava-Jato e seu potencial de desestabilização política do governo não pode ser esquecido, nem deve ser descartada a possibilidade de, a depender da forma com que Donald Trump assuma a Casa Branca, no final da semana que vem, o Copom ter de ajustar seus sensores, caso o banco central americano (Fed) acelere a elevação dos juros. Basta que Trump e seu anunciado protecionismo aticem a inflação americana. Mas não se trata de problemas que não possam ser esgrimidos pelo BC. Não apenas os juros brasileiros continuam com boa margem para cortes, como a própria distensão do ambiente econômico e dos negócios é um fator a ser levado em conta.
Fonte: Editorial - O Globo
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Relatório Focus
quarta-feira, 15 de junho de 2016
“A hora da verdade” - Lula preferiria hoje qualquer outra cidade a Curitiba.
Lula
preferiria hoje qualquer outra cidade a Curitiba. Mas que fazer? Foi para lá que o Supremo
encaminhou seus processos, nas mãos do juiz Sérgio Moro
A viagem é de
jatinho, como ele gosta; o que talvez deixe a desejar são o
serviço de bordo e os companheiros de percurso. E, sem dúvida, o destino: o
ex-presidente Lula preferiria hoje qualquer outra cidade a Curitiba. Mas que fazer? Foi
para lá que o Supremo encaminhou seus processos, nas mãos do juiz Sérgio Moro. A opinião de Lula? Em entrevista à
rede árabe de TV
Al Jazeera, criticou
pesadamente a Polícia Federal, a Operação Lava Jato, as delações premiadas.
Referiu-se de novo aos 300 picaretas do
Congresso, frase de 1993 que fez um barulho danado e virou sucesso dos
Paralamas. Boa parte dos 300 o apoiou e ganhou cargos
em seu governo, mas o mundo gira e a Lusitana roda, não é mesmo?
Aliás, presidente Lula, faz frio em Curitiba. Se for para lá, agasalhe-se.
Atrás vem gente
Mas
não pensemos apenas nos grandes nomes: Lula
não está só. Caem também na jurisdição de Moro ex-ministros
como Jaques Wagner, Edinho Silva, Ideli Salvatti, que até o impeachment
respondiam ao Supremo.
O custo
dos problemas
A tensão é alta, o custo
é grande: o
Ministério Público pensa em cobrar de Eduardo Cunha multas de R$ 270 milhões,
fora a devolução de recursos públicos desviados. Assim não há usufrutuário que
aguente.
O nome das coisas
Está
em Romeu e Julieta, de Shakespeare: “A
flor que chamamos rosa, com outro nome teria igual perfume”. Altos executivos do PT, como José Dirceu e João Vaccari Neto,
assessorados por um advogado de primeira linha, Roberto Podval, propõem algo
que chamam de “leniência
partidária”: cada partido envolvido
na Lava Jato faria confissões, delações (como
as permitidas a empresas privadas), pagaria multas, devolveria o que fosse
necessário e, em troca, seus políticos teriam benefícios especiais, como
redução de penas.
“Pensamos nessa
possibilidade e em outras. A ideia é passar uma régua na história do PT,
assumir a culpa e fazer com que isso se reflita nas pessoas físicas”, disse
o advogado Roberto Podval” . Nada de grande acordo, de brechas legais, de
deixar pra lá e prometer não fazer mais; nada dessas coisas que pegariam mal.
Apenas “leniência partidária”. Outro nome; mas, como diria Shakespeare,
com igual perfume.
A culpa? Claro, é dos judeus
O
portal Vermelho, do PCdoB, Partido Comunista do Brasil,
fiel apoiador dos governos petistas,
descobriu os responsáveis pelo afastamento de Dilma Rousseff da presidência da
República: os judeus, naturalmente,
lado a lado com os Estados Unidos. “Israel passou a
controlar, com seus sionistas, três setores-chave do governo golpista: Defesa (Raul Jungmann), Inteligência (Sergio Etchegoyen) e BC (Ilan Goldfajn)”.
Comentário
Do
colunista Ancelmo Gois, do Globo, sobre os delírios do portal do PCdoB: “Parece racismo. E é”.
É ele!Lembra de José Rainha, o líder sem-terra que foi um dos dirigentes do MST, dirige hoje a FNL, Frente Nacional de Luta Campo e Cidade, participou de invasões com depredação à sede do Incra em São Paulo e foi condenado a 31 anos de prisão em 2015, apanhado pela Operação Desfalque da Polícia Federal?
Pois ele está pertinho,
indicando alguém (que pode ser ele mesmo), articulado com Paulinho da Força, da Força Sindical e do partido
Solidariedade, para a Superintendência do Incra em São Paulo, com bom salário e vantagens compatíveis.
Mas há resistências no Incra: a equipe permanente
da instituição convocou eleições para indicar um nome técnico.
Após as
eleições, ao longo da semana, irão encaminhar o resultado à presidência do
Incra. Não há nome indicado até agora: o
importante é que seja profissional. Se for desligado de partidos, melhor. [Temer, nessa o senhor pisou na bola, nos tomates, na coerência.
Colocar a raposa para tomar conta do
galinheiro – lembramos que José Rainha também responde a processo por
homicídio.]
Peçonha
É maldade comparar Dunga
com a presidente afastada Dilma Rousseff. Nenhum dos dois deu certo, mas Dunga saiu mais depressa.
Fonte: Coluna do Carlos
Brickmann - http://www.brickmann.com.br/
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quinta-feira, 9 de junho de 2016
Começar de novo
A grande vantagem em relação ao passado recente é que agora já temos a moeda. Embora maltratado, o real está aí
A parte
animadora da história: Ilan Goldfajn, novo presidente do Banco Central,
cravou o compromisso de restabelecer o básico tripé de política
econômica, com meta de inflação, equilíbrio das contas públicas e taxa
de câmbio flutuante.
A parte triste: o país já havia se beneficiado dessa combinação de estabilidade e crescimento, até que Dilma Rousseff resolveu desmontar o tripé com sua nova matriz.
O Brasil levou 14 anos para sepultar a superinflação e o total caos das finanças públicas. Isso aconteceu desde a introdução do real (1994) e da série de reformas que sustentou a moeda — formando o tripé — até a conquista do grau de investimento, em abril de 2008. A Standard & Poor’s foi a primeira agência a conceder essa nota à economia brasileira, reconhecendo inclusive a maturidade política do país. Isso porque Lula, que se elegera pela oposição a FHC, havia mantido e até aprimorado o tripé no seu primeiro mandato.
Em setembro de 2015, a mesma S&P foi a primeira a retirar a nota e rebaixar o Brasil ao grau especulativo (ou junk, como dizem no mercado internacional). Lula começou o desmonte no seu segundo mandato, mas foi Dilma quem se dedicou meticulosamente à destruição das bases da estabilidade. Em menos de cinco anos, conseguiu botar abaixo um edifício que levara 14 anos para ficar mais ou menos pronto.
Assim, lá vamos nós de novo. As duas tarefas principais são as mesmas de 22 anos atrás: eliminar o déficit das contas públicas e voltar ao superávit primário para equilibrar e depois reduzir a dívida pública; e colocar a inflação na meta, agora de 4,5% ao ano. A terceira parte é garantir a taxa de câmbio (a cotação do dólar) mais flutuante do que manipulada pelo Banco Central.
A grande vantagem em relação ao passado recente é que agora já temos a moeda. Embora maltratado, o real está aí, pode ser reequilibrado, o que afasta a necessidade de uma complicada reforma monetária. Lembram-se da URV e da complexa troca do papel moeda? Pois é, disso não se precisa mais. Aliás, convém reparar: isso prova a força da construção anterior.
Outra vantagem é que o conjunto de regras de estabilidade fiscal também já está montado. Essas normas foram desrespeitadas na gestão Dilma — com as pedaladas e a contabilidade criativa ou simplesmente mentirosa —, mas continuam vigentes. É preciso aperfeiçoá-las e garantir que não possam ser dribladas. Para isso servirá a proposta já anunciada pela equipe econômica de estabelecer um teto para o gasto público: o valor do ano anterior mais a inflação. Em termos reais, o que importa, a despesa total ficará congelada.
O presidente Michel Temer disse que a proposta vai ao Congresso na semana que vem. Será importante passo — a depender, como todos os outros, do ambiente político.
A óbvia crise institucional pode atrapalhar e bloquear a política econômica. Isso todos sabemos. Mas também é verdade que um bom andamento na economia pode ajudar o governo a passar pelos impasses da política partidária.
Daí a importância das medidas que o Executivo pode tomar sem passar pelo Congresso. Além das mais óbvias — ações da Fazenda para controlar as contas e do BC para apontar a inflação para a meta —, o que mais ajudaria seria um bom programa privatizações e concessões. Com o governo quebrado, a única possibilidade de turbinar investimentos está no setor privado. A parte do governo nessa história será preparar vendas e licitações competitivas e atraentes para o capital nacional e estrangeiro.
Aliás, isso também já foi feito, no final dos anos 90 e início dos 2000. De novo aqui, é começar de novo. Moral da história: o triste é ter que fazer tudo de novo; o reconfortante, digamos assim, é saber que já foi feito uma vez e, pois, pode ser feito de novo.
VIDA DURA
Vejam como é complicada a vida do gestor de política econômica. Nos últimos dois dias, os mercados reagiram ao “efeito Ilan”. O discurso do novo presidente do BC animou o pessoal. Vai daí, a bolsa subiu, os juros caíram, e o dólar caiu. É sinal de confiança. E se dólar cair demais? Ajuda quem vai viajar — e até pode melhorar o Índice de Confiança do Consumidor — mas atrapalha as exportações, único setor que está em expansão.
Ilan Goldfajn disse que a taxa de câmbio deve ser flutuante. Inclusive na faixa dos três reais ou menos?
Será um primeiro teste para o novo BC. De todo modo, há fundos de investimentos — de ótimos gestores — que estão “vendidos em dólar contra o real”. Ou sejam, acham que o dólar cai e o real se valoriza.
A ver.
Fonte: Carlos Alberto Sardenberg é jornalista - http://www.sardenberg.com.br/
A parte triste: o país já havia se beneficiado dessa combinação de estabilidade e crescimento, até que Dilma Rousseff resolveu desmontar o tripé com sua nova matriz.
O Brasil levou 14 anos para sepultar a superinflação e o total caos das finanças públicas. Isso aconteceu desde a introdução do real (1994) e da série de reformas que sustentou a moeda — formando o tripé — até a conquista do grau de investimento, em abril de 2008. A Standard & Poor’s foi a primeira agência a conceder essa nota à economia brasileira, reconhecendo inclusive a maturidade política do país. Isso porque Lula, que se elegera pela oposição a FHC, havia mantido e até aprimorado o tripé no seu primeiro mandato.
Em setembro de 2015, a mesma S&P foi a primeira a retirar a nota e rebaixar o Brasil ao grau especulativo (ou junk, como dizem no mercado internacional). Lula começou o desmonte no seu segundo mandato, mas foi Dilma quem se dedicou meticulosamente à destruição das bases da estabilidade. Em menos de cinco anos, conseguiu botar abaixo um edifício que levara 14 anos para ficar mais ou menos pronto.
Assim, lá vamos nós de novo. As duas tarefas principais são as mesmas de 22 anos atrás: eliminar o déficit das contas públicas e voltar ao superávit primário para equilibrar e depois reduzir a dívida pública; e colocar a inflação na meta, agora de 4,5% ao ano. A terceira parte é garantir a taxa de câmbio (a cotação do dólar) mais flutuante do que manipulada pelo Banco Central.
A grande vantagem em relação ao passado recente é que agora já temos a moeda. Embora maltratado, o real está aí, pode ser reequilibrado, o que afasta a necessidade de uma complicada reforma monetária. Lembram-se da URV e da complexa troca do papel moeda? Pois é, disso não se precisa mais. Aliás, convém reparar: isso prova a força da construção anterior.
Outra vantagem é que o conjunto de regras de estabilidade fiscal também já está montado. Essas normas foram desrespeitadas na gestão Dilma — com as pedaladas e a contabilidade criativa ou simplesmente mentirosa —, mas continuam vigentes. É preciso aperfeiçoá-las e garantir que não possam ser dribladas. Para isso servirá a proposta já anunciada pela equipe econômica de estabelecer um teto para o gasto público: o valor do ano anterior mais a inflação. Em termos reais, o que importa, a despesa total ficará congelada.
O presidente Michel Temer disse que a proposta vai ao Congresso na semana que vem. Será importante passo — a depender, como todos os outros, do ambiente político.
A óbvia crise institucional pode atrapalhar e bloquear a política econômica. Isso todos sabemos. Mas também é verdade que um bom andamento na economia pode ajudar o governo a passar pelos impasses da política partidária.
Daí a importância das medidas que o Executivo pode tomar sem passar pelo Congresso. Além das mais óbvias — ações da Fazenda para controlar as contas e do BC para apontar a inflação para a meta —, o que mais ajudaria seria um bom programa privatizações e concessões. Com o governo quebrado, a única possibilidade de turbinar investimentos está no setor privado. A parte do governo nessa história será preparar vendas e licitações competitivas e atraentes para o capital nacional e estrangeiro.
Aliás, isso também já foi feito, no final dos anos 90 e início dos 2000. De novo aqui, é começar de novo. Moral da história: o triste é ter que fazer tudo de novo; o reconfortante, digamos assim, é saber que já foi feito uma vez e, pois, pode ser feito de novo.
VIDA DURA
Vejam como é complicada a vida do gestor de política econômica. Nos últimos dois dias, os mercados reagiram ao “efeito Ilan”. O discurso do novo presidente do BC animou o pessoal. Vai daí, a bolsa subiu, os juros caíram, e o dólar caiu. É sinal de confiança. E se dólar cair demais? Ajuda quem vai viajar — e até pode melhorar o Índice de Confiança do Consumidor — mas atrapalha as exportações, único setor que está em expansão.
Ilan Goldfajn disse que a taxa de câmbio deve ser flutuante. Inclusive na faixa dos três reais ou menos?
Será um primeiro teste para o novo BC. De todo modo, há fundos de investimentos — de ótimos gestores — que estão “vendidos em dólar contra o real”. Ou sejam, acham que o dólar cai e o real se valoriza.
A ver.
Fonte: Carlos Alberto Sardenberg é jornalista - http://www.sardenberg.com.br/
terça-feira, 17 de maio de 2016
Equipe de Meirelles tem grande qualidade técnica
As escolhas de Henrique Meirelles foram excelentes. Isso vale tanto
para os que chegam ao governo quanto para os que ficam. A equipe
econômica está à altura do desafio.
Ilan Goldfajn assumirá o Banco Central. O economista tem uma formação eclética. Formado pela PUC-Rio, com doutorado pelo instituto americano MIT, estava agora no departamento de pesquisas macroeconômicas do Itaú Unibanco. A experiência dele vai além dos cargos de operador do mercado financeiro. Goldfajn teve passagens pelo FMI, Banco Mundial e ONU.
Ele também já foi diretor do Banco Central, entre 2000 e 2003, e volta para assumir a presidência da instituição. O cargo perde o status de ministro de estado, mas Meirelles reforçou que vai propor uma emenda à Constituição com a sugestão de autonomia técnica do BC. Ele quer colocar na lei essa regra que, ressaltou, não significa independência. A PEC vai garantir também o foro especial a toda a diretoria da instituição.
Na secretaria de Acompanhamento Econômico entrará Mansueto Almeida. O economista do Ipea é um dos maiores especialistas em contas públicas do país. Ele sabe exatamente onde está e qual o tamanho do problema fiscal brasileiro. Um dos problemas fiscais do país é o sistema previdenciário, que precisa ser reformado. Para tocar o assunto, Marcelo Caetano, do Ipea, assumirá a secretaria da Previdência, agora ligada à Fazenda. Também economista do Ipea, Caetano é um estudioso do assunto. Formado pela UFRJ, começou o doutorado pela PUC-Rio e terminou na UCB. Foi coordenador-geral de atuária, contabilidade e estudos técnicos do Ministério da Previdência Social entre 1998 e 2005.
Carlos Hamilton, técnico licenciado do BC, vai para a secretaria de Política Econômica. Será um formulador de estratégia. Cearense como Mansueto, é doutor em economia pela FGV e se formou engenheiro civil pela UFC. Foi um quadro de confiança de Henrique Meirelles na passagem dele pelo Banco Central. Na Receita, fica o também competente Jorge Rachid. No Tesouro, que enfrenta muitos desafios, continua Otávio Ladeira.
Fonte: Blog da Miriam Leitão
Ilan Goldfajn assumirá o Banco Central. O economista tem uma formação eclética. Formado pela PUC-Rio, com doutorado pelo instituto americano MIT, estava agora no departamento de pesquisas macroeconômicas do Itaú Unibanco. A experiência dele vai além dos cargos de operador do mercado financeiro. Goldfajn teve passagens pelo FMI, Banco Mundial e ONU.
Ele também já foi diretor do Banco Central, entre 2000 e 2003, e volta para assumir a presidência da instituição. O cargo perde o status de ministro de estado, mas Meirelles reforçou que vai propor uma emenda à Constituição com a sugestão de autonomia técnica do BC. Ele quer colocar na lei essa regra que, ressaltou, não significa independência. A PEC vai garantir também o foro especial a toda a diretoria da instituição.
Na secretaria de Acompanhamento Econômico entrará Mansueto Almeida. O economista do Ipea é um dos maiores especialistas em contas públicas do país. Ele sabe exatamente onde está e qual o tamanho do problema fiscal brasileiro. Um dos problemas fiscais do país é o sistema previdenciário, que precisa ser reformado. Para tocar o assunto, Marcelo Caetano, do Ipea, assumirá a secretaria da Previdência, agora ligada à Fazenda. Também economista do Ipea, Caetano é um estudioso do assunto. Formado pela UFRJ, começou o doutorado pela PUC-Rio e terminou na UCB. Foi coordenador-geral de atuária, contabilidade e estudos técnicos do Ministério da Previdência Social entre 1998 e 2005.
Carlos Hamilton, técnico licenciado do BC, vai para a secretaria de Política Econômica. Será um formulador de estratégia. Cearense como Mansueto, é doutor em economia pela FGV e se formou engenheiro civil pela UFC. Foi um quadro de confiança de Henrique Meirelles na passagem dele pelo Banco Central. Na Receita, fica o também competente Jorge Rachid. No Tesouro, que enfrenta muitos desafios, continua Otávio Ladeira.
Fonte: Blog da Miriam Leitão
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quarta-feira, 11 de maio de 2016
Vem aí o Mandela do ABC
Se
alguém se dispuser a governar o Brasil, a narrativa do coitadismo retornará a
seu nicho folclórico
Atenção para a nova
narrativa da elite vermelha
(são os maiores narradores do mundo),
de saída do palácio: estão sem grana.
Começaram a espalhar que estão pagando seus advogados milionários do próprio
bolso, a duras penas. É de cortar o coração. A razão, todos sabem: o produto do
roubo de uma década, na corrente solidária do mensalão e do petrolão, foi
integralmente doado a instituições de caridade. Os guerreiros do povo
brasileiro não querem nada para eles. Só a glória de terem colocado um país na
lona na base da conversa fiada.
Pode-se dizer que o PT chegou, assim, ao nirvana. Passou um agradável verão de 13 anos e meio à sombra do contribuinte, fez o seu pé-de-meia muito bem feito e voltou para o seu lugar natural nesta existência: jogar pedra e reger a bagunça – protegido pelos melhores advogados e santificado pela fina flor da desonestidade intelectual.
A cena do escritor Adolfo Pérez Esquivel no Senado defendendo Dilma Rousseff de um golpe de Estado mostrou a importância do Prêmio Nobel da Paz: manter uma opinião pública em perfeita comunhão com suas ilusões pequeno-burguesas de bondade, enxergando no espelho um herói socialista. Enquanto Lula não for preso, continuará regendo esse repertório dos inocentes úteis e ativistas de aluguel, investindo sua gorda poupança no rendimento seguro do coitadismo. Depois que for apanhado por Sergio Moro, virará preso político – um Nelson Mandela do ABC, esperando para retomar o que é dele (o Brasil). Isso não tem fim.
A chance que o país tem de confinar a narrativa coitada no seu nicho folclórico é alguém se dispor a governar isto aqui. O Palácio do Planalto foi transformado num bilhete de Mega Sena, onde o felizardo e seus churrasqueiros vão passar longas férias inventando slogans espertos, botando ministro da Educação para caçar mosquito e outras travessuras do arraial. Se aparecer um governo por ali, a essa altura do campeonato, será uma revolução.
Se houver de fato a investidura de uma política econômica de verdade, com Henrique Meirelles na Fazenda e Ilan Goldfajn no Banco Central (ou qualquer outro que não aceite ser capacho de populista), as férias remuneradas da elite vermelha poderão começar a acabar. Se houver de fato a desinfecção da pantomima terceiro-mundista na política externa, faltará a ressurreição da democracia interna. O Brasil vive hoje uma democracia particular, na qual a gangue companheira que depenou o Estado faz chantagens emocionais ao vivo – constrangendo qualquer possível liderança legítima com seu exército de bolsistas sociais. Estamos na metade do caminho para a Venezuela, na metade do percurso para o chavismo e seu totalitarismo branco.
Um governo de verdade pode dar meia volta com relativa facilidade, bastando algo que os políticos atuais de todas as correntes rezam para não ter de exercer: autoridade. Bloqueou rua? O Estado vai lá e desbloqueia. Ele serve para isso, seus funcionários e representantes são pagos para isso – zelar pelo interesse da coletividade. Os monopolistas do bem gritarão que estão sendo reprimidos, na sua velha tática de jogar areia nos olhos da plateia. Cabe a um governo de verdade enxotá-los com a lei, esteja a plateia enxergando ou não. No Plano Real, antes de nascer gloriosa a moeda forte, o governo penou para implantar a responsabilidade fiscal – essa que está depondo Dilma Rousseff – contra a gritaria geral. Isso dói. Tem alguém aí disposto a esse sacrifício, prezado Michel Temer? Se não tiver, ouça um bom conselho: melhor ficar em casa. A lenda petista continuará dizendo que se trata de um golpe para entregar o país ao PMDB de Eduardo Cunha. Só há um antídoto eficaz para essa praga renitente: um governo que governe.
Fonte:
Guilherme
Fiuza – Época
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