Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador João Doria. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador João Doria. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

A ciranda do sexo - Guru de Araque

A ciranda de sexo, dinheiro e mentiras de Prem Baba

A reportagem de capa de ÉPOCA desta semana revela a vida que Janderson de Oliveira levava por trás da imagem imaculada de guru do amor

Em janeiro de 1999, o paulistano Janderson Fernandes de Oliveira buscava um sentido para sua vida. Havia largado a faculdade de psicologia e era sócio de uma clínica que oferecia terapias alternativas, como massoterapia e acupuntura. O interesse por questões espirituais e religiosas tinha sido herdado da avó materna, evangélica e benzedeira. Desde criança contestava os ensinamentos da Bíblia. Não fazia sentido que a felicidade estivesse reservada apenas para um futuro após a morte. Recém-casado, em busca do autoconhecimento, resolveu tentar achar seu "eu" alhures. Embarcou com a mulher para a Índia. Disse aos amigos que obedecia a um chamado espiritual que o acompanhara desde a adolescência. Segundo seu relato, ouvia vozes que lhe diziam que ao atingir 33 anos deveria ir a Rishikesh — a cidade indiana aos pés do Himalaia é um dos berços da ioga e ponto de peregrinação.

Na cidade sagrada conheceu Sri Sachcha Baba Maharajji, um importante guru da linhagem hinduísta Saccha. Quatro anos depois, tornava-se ele próprio um mestre, o Sri Prem Baba. Em sânscrito, “Sri” significa senhor, “Prem” amor divino e “Baba” pai espiritual. Ele desenvolveu um método de autoconhecimento que batizou de “O caminho do coração”, uma mistura de psicologia, filosofia, práticas xamanistas da Amazônia e ensinamentos da tradição saccha. Com essa mixórdia espiritual, uma ferramenta para acalmar a mente e alcançar a felicidade, acumulou milhares de seguidores – entre eles, celebridades como Reynaldo Gianecchini, Bruna Lombardi e Marcio Garcia. Políticos como Aécio Neves, Marina Silva, João Doria e Marconi Perillo passaram a visitá-lo e a divulgar fotos a seu lado.

Em ÉPOCA desta semana, você conhecerá a vida que Janderson de Oliveira levava por trás da imagem imaculada de Prem Baba. Em meio a atividades de sua comunidade, ele mantinha com seus seguidores uma relação de hipocrisia, desfaçatez e manipulação. Três mulheres relataram à reportagem ter mantido relações sexuais com o guru e dizem ter sido vítimas de abuso. Elas pediram sigilo sobre sua identidade para evitar a exposição das famílias. Ele até foi confrontado por uma delas e admitiu, numa conversa reservada com ela e seu ex-marido, que "abusou" de sua posição como guru e que havia sido "desleal". 


MATÉRIA COMPLETA, em Época


quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Dilma se atrapalha em entrevista no Norte de Minas e áudio viraliza e Ciro Gomes parte para o ataque contra Haddad

'Me dá o papel', diz a ex-presidente aos assessores. Jornalista de Janaúba nega ter vazado o áudio e diz que o incidente não foi ao vivo 

Uma entrevista da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) a uma rádio de Janaúba, no Norte de Minas, viralizou nas redes sociais na segunda-feira (10/9) e irritou a equipe de campanha da petista. No áudio, ela pede um papel para consultar, quando é questionada pelo jornalista José Ambrósio Prates, da Rádio Torre, sobre o que a região pode esperar dela no Senado, caso seja eleita. 
 
“Vocês podem esperar … aquilo … só um pouquinho. Ô Eleonora? Me dá o papel, dá o papel”, diz. Alguém fala algo que não é possível ouvir e Dilma completa: “Tá com o Valdeci… Valdeci? O papel, Valdeci”, chama novamente a ex-presidente. 
 
Quando o assessor finalmente aparece com o papel, leva um pito da candidata. “Não sei o que que você está fazendo lá fora”.

Entrevista não foi ao vivo
Diante da repercussão, nesta terça-feira (11), o jornalista José Ambrósio Prates divulgou texto explicando o contexto da entrevista. Segundo ele, ao contrário do que foi divulgado, a conversa com Dilma não foi ao vivo. O entrevistador também nega ter vazado o áudio. Prates diz que ia para casa quando viu o comboio da ex-presidente em Janaúba e aproveitou a oportunidade para pedir a entrevista em uma casa onde Dilma almoçava. O pedido foi atendido e ela falou em um local em que outra pessoas puderam gravar. “Começamos a gravação e foi quando ocorreu a fala    que tem sido motivo das matérias publicadas  como se tivesse ocorrido ao vivo. A candidata realmente interrompe pedindo um papel, que pude perceber era uma lista com números e valores de investimentos feitos pelo governo federal na cidade e região, quando a candidata era presidente da República. Quando houve a interrupção  da candidata, paramos  a gravação e logo em seguida  iniciamos novamente a entrevista onde ela falou por cerca de 10 minutos, citando com ajuda do dito “papel”, as obras e investimentos de seu governo na região”, explicou Prates em seu blog e rede social.

Oficializado como candidato a presidente, Haddad vira alvo de Ciro

A possibilidade de crescimento das intenções de voto do petista, principalmente nos Estados nordestinos, onde Lula e o PT têm mais força eleitoral, causou uma inflexão no comportamento de Ciro 

A 26 dias da eleição, Haddad inicia oficialmente a campanha presidencial com 8% das intenções de votos, segundo pesquisa Ibope divulgada nesta terça. O petista está empatado tecnicamente com Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede), ambos com 9%; e Ciro Gomes (PDT), que registrou 11%.

A possibilidade de crescimento das intenções de voto do petista, principalmente nos Estados nordestinos, onde Lula e o PT têm mais força eleitoral, causou uma inflexão no comportamento de Ciro, que também busca conquistar eleitores inclinados à esquerda e na região.  Nesta terça pela manhã, ao cumprir agenda de campanha em Taboão da Serra, na região metropolitana de São Paulo, Ciro já deu sinais de como pretende se comportar na disputa direta. Ele foi aconselhado a questionar a experiência administrativa do petista e o desempenho eleitoral de 2016 sem tecer críticas pessoais a Haddad, [quando perdeu a eleição para João Doria] .
Em Taboão da Serra, o pedetista criticou o desempenho eleitoral de Haddad e a postura do PT de insistir na candidatura de Lula à Presidência. Ao discursar, lembrou a campanha de 2016, quando o então prefeito da capital paulista e candidato à reeleição Fernando Haddad foi derrotado no primeiro turno para João Doria (PSDB). "Eu e Lula apoiamos o Haddad em 2016 e tivemos uma decepção profunda, já que ele perdeu no primeiro turno para o Doria e perdeu para os votos brancos e nulos. Isso não desqualifica o Haddad. Gostaria de tê-lo como vice em outra configuração. Mas ele sai muito fragilizado", afirmou o pedetista.

Em outro momento, sem mencionar o nome de Haddad, Ciro condenou a cúpula do PT. "Eles incitaram frações importantes do nosso povo que quer bem o Lula para tentar manipular este sentimento e lançar uma pessoa que talvez tenha dificuldades para interpretar com fidelidade aquilo que o Brasil precisa agora", disse. 
Ciro também afirmou que a esquerda do país já está dividida. "Nós já estamos divididos, porque não aceito a imposição da cúpula do PT. Eu fui convidado para exercer este papelão aí, de ser vice de ataque e amanhã ser escolhido na frustração do povo diante da não candidatura de Lula. Não é assim que se constrói uma liderança", disse. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Correio Braziliense


sábado, 31 de março de 2018

Intimidação

Juntos, Lula e Bolsonaro triunfaram na Batalha do Sul. Sujeitaram o discurso tucano à sua lógica política

[o artigo é excelente, fazendo honras merecidas ao autor;

apenas parte de uma premissa errada: que Lula continua existindo politicamente.

Lula está queimando, só que ele é um monturo e fogo de monturo demora a extinguir-se, só quando o monturo se extingue e por natureza o lixo é de combustão lenta.

mas o incêndio, e, consequentemente, o que está queimando se extingue antes de outubro próximo.]

“O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo!”, gritavam os partidários de Bolsonaro no Paraná, plagiando o antigo bordão dos fiéis lulistas para expressar sua repulsa ao jornalismo, em geral, e à Globo, em especial. Mais surpreendente, talvez, foi outro paralelismo registrado em meio aos ataques à caravana de Lula no Sul. “Lula quis transformar o Brasil num galinheiro; agora está colhendo os ovos”, declarou Bolsonaro. “Estão colhendo o que plantaram”, declarou Alckmin. Por que eles não articulam uma chapa única —a coligação “Pau, Pedra, Ovo e Tiro”?
 
Nas emboscadas à caravana eleitoral lulista, queimaram-se pneus. Quantas vezes os movimentos que orbitam ao redor do PT incendiaram pneus para atingir objetivos partidários simulando protestar em nome de reivindicações sociais? Enquanto, no Sul, a baderna envolvia os militantes lulistas, no Nordeste o MST invadia uma fábrica de Flávio Rocha, recém-declarado candidato presidencial. As milícias que se coordenaram contra a caravana evidenciam a força da pedagogia da intimidação. “Petistas da direita”, eis uma alcunha apropriada para os arruaceiros que perseguiram Lula. Quando Alckmin pronuncia seu elogio implícito da violência política, está dizendo que, ganhando ou perdendo as eleições, o PT venceu —isto é, que não há mais espaço para a divergência democrática no Brasil.
 
A política da intimidação nasce da pulsão totalitária. “As ruas são nossas” —a ideia de expulsar os rivais da praça pública sempre foi um traço comum aos partidos fascistas e comunistas. O PT não é uma coisa nem a outra, mas assimilou as práticas do castrismo, fonte mítica de inspiração para suas principais correntes. Daí, os “atos de repúdio” contra “inimigos do povo”, a vandalização de debates acadêmicos ou eventos de lançamento de livros, as invasões políticas de propriedades patrocinadas pelo MST (o “exército do Stédile”, que opera como milícia de Lula), as agressões a concorrentes em atos eleitorais. O Alckmin que justifica os petistas da direita está, de fato, celebrando os petistas do PT.67
 
O pilar central da democracia é o princípio do pluralismo: a crença compartilhada de que nenhum partido singular tem o monopólio da verdade. A política da intimidação equivale a uma insurreição contra a democracia. É essa a chave para interpretar o cerco dos milicianos à caravana de Lula. Na hora do impeachment, um clamor pela cassação do registro do PT escorreu dos arautos de uma “nova direita” avessa ao pluralismo. [deve ser considerada a existência de dois tipos de pluralismo:
- o que expressa o pluralismo de ideias e que é sempre bem-vindo; e,
- o que pretende eliminar ideias, aceitando como válidas apenas as que defende.
PT e outras coisas da esquerda usam o gancho debate de ideias, desde que o resultado seja a prevalência do que defendem; divergiu passa a ser contrário ao maldito 'politicamente correto'.] A causa da abolição do PT fracassou, assim como se desvaneceram as esperanças na simples desaparição do partido. O projeto liberticida mudou de alvo: trilhando um longo desvio para atingir a mesma meta, eles empenham-se em forçar a prisão de Lula. Os ovos, pedras, paus e tiros desferidos contra a caravana devem ser entendidos como instrumentos de persuasão dos ministros do STF. No Sul, mirava-se o julgamento de 4 de abril.
 
João Doria entendeu isso, explicitando a demanda dos milicianos. Depois de repetir Alckmin (“o PT sempre utilizou da violência; agora sofreu da própria violência”), Doria esclareceu o que se pretende: “Não recomendo ovos, e sim prisão para ele”. As lideranças petistas habituaram-se a ameaçar juízes com o espectro da convulsão social, na hipótese da prisão de Lula. O porta-voz voluntário dos petistas da direita produziu uma ameaça simétrica: a convulsão social seria o fruto do habeas corpus para Lula. A política da intimidação eleva-se a um patamar inédito quando aderem a ela os candidatos tucanos ao Planalto e ao Bandeirantes.
 
Fogueiras de pneus pertencem ao universo dos petistas —os de esquerda ou os de direita. Lula e Bolsonaro triunfaram, juntos, na Batalha do Sul. Eles configuraram o noticiário e sujeitaram o discurso tucano à sua lógica política. Aos vencedores, irmãos-inimigos, uma chuva de ovos.
 
 

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Nem inferno, nem céu

Michel Temer deu uma cambalhota, mas nem por isso vira santo ou candidato

O presidente Michel Temer deu uma cambalhota. Deixou de ser o presidente mais impopular desde a redemocratização, sem horizonte e carregando nas costas o defunto da reforma da Previdência, para passar a ser o presidente que interveio no Rio de Janeiro, deflagrou uma guerra à violência e passou até, vejam só, a ser considerado candidato a um novo mandato. [sempre bom ter presente que Temer foi, é e continuará sendo o único presidente que em uma semana teve um aumento de popularidade de 100% - passou de 3% a 6%.]

Nem ao inferno, nem ao céu. Temer enfrentou uma pedreira desde o impeachment de Dilma, com a pecha de golpista e as denúncias de Rodrigo Janot, e sacou a arma que sabe manejar bem: a negociação com partidos e políticos, chegando a excrescências como nomear, e desnomear, Cristiane Brasil, sob intenso tiroteio da mídia e com o Ministério do Trabalho vago. Nem por isso era o diabo. Mas também não vai virar santo ou candidato –, de uma hora para outra, só com a intervenção na segurança. Apenas ganha fôlego, possivelmente alguns pontos nas pesquisas e discurso para enfrentar os áridos meses até a eleição e a passagem de cargo, com os holofotes nos candidatos, não num governo nos seus estertores.

Antes da intervenção, Temer só entrava mal na mídia. Com a intervenção, entra na boa e ganhando colunas, notinhas e análises sobre uma possível candidatura. Na eleição, tende a sair das manchetes, minguar, tendo de fugir de denúncias e dos malfeitos de companheiros do PMDB e de assessores no governo. Portanto, das páginas policiais.O que dizer do encaminhamento de Gustavo Perrella como futuro ministro dos Esportes? Não é aquele famoso pela apreensão de um helicóptero da família com cocaína no Espírito Santo? Agora, Temer não tem mais a desculpa de ter de ceder tudo, anéis e dedos, por três ou quatro votinhos a mais para a Previdência. Livre, ele pode escolher melhor, certo? Sua própria equipe acreditava nisso.

E Henrique Meirelles? Presidente do Banco Central de Lula, ileso no desastre Dilma e ministro da Fazenda de Temer, ele só deixou o primeiro time do BankBoston e voltou ao Brasil com uma única ideia fixa: ser presidente da República. Faltou combinar com os adversários. E com ele próprio, sua falta de jeito e de talento para a política. [some-se também a falta de votos - se eleger deputado por Goiás é uma coisa; presidente da República é bem mais complexo.

Sem esquecer que qualquer risco de sucesso de uma candidatura Meirelles vai depender dos bons resultados na economia, que também favorecem uma eventual candidatura Temer.]

Além disso, Meirelles pode capitalizar os avanços positivos na economia, com previsão de crescimento acima dos 3% em 2018, inflação e juros historicamente baixos e balança comercial animada, mas... a pior herança de Dilma foi a cratera fiscal e isso continua sem solução. E teve azar. Sem ter quem lançá-lo, ele decidiu lançar-se. No mesmo dia, a agência Fitch rebaixou a nota do Brasil pela falta da reforma da Previdência e de perspectivas de sair do atoleiro fiscal.

É assim que o governo que não tinha nenhum candidato passou subitamente a ter dois, mas nenhum deles é capaz de convencer de que tem as condições de decolagem, voo seguro e pouso garantido. Tudo pode mudar, mas a expectativa é de que se gaste muita tinta e gogó com as candidaturas Temer e Meirelles para nada. Assim como se gasta com as de Lula, ficha suja, e Jair Bolsonaro, aquele que faz que vai, mas não vai. [a incursão de Temer na área de segurança - apesar da intervenção federal decretada por Temer ainda ser uma intervenção 'meia-sola', que pode passar a sola completa,  se o general Braga Netto decidir usar simultaneamente sua autoridade de interventor e a de Comandante do Comando Militar do Leste - atrapalhou um pouco os planos de Bolsonaro - visto que Temer está na sua frente na economia;

mas foi uma parada em boa hora, já que pode ser considerada um 'freio de arrumação'.]

Além deles, João Doria não deu para o gasto, Luciano Huck roeu a corda, ninguém mais fala em Rodrigo Maia, Marina Silva faz campanha escondida, Ciro Gomes ainda não foi assimilado pelo PT, Álvaro Dias é regional. Enquanto o centro e a direita vão de voo de galinha em voo de galinha e a esquerda está imobilizada pelo fator Lula, Geraldo Alckmin vê a Lava Jato avançando pelas searas do PSDB justamente no ano eleitoral. Ele tem as condições objetivas e trabalha com afinco para consolidá-las, aguardando pacientemente o apoio do Planalto. Mas precisa sobreviver e garantir as condições subjetivas: Alckmin precisa alavancar Alckmin. [além de se auto alavancar, é bom que Alckmin para de atrapalhar sua candidatura mais do que seus adversários = sem chance.]


Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo
 

domingo, 28 de janeiro de 2018

Lula condenado - Começa a eleição

Com a saída de Lula do páreo, adversários ajustam o discurso e aliados ensaiam a debandada. Na esquerda, embora publicamente façam jogo de cena, poucos querem associar sua imagem à do petista condenado. A briga, agora, é pelo espólio eleitoral

A sentença do TRF4, que praticamente anulou as chances do ex-presidente Lula de disputar as eleições de outubro, mexeu definitivamente com o tabuleiro das eleições presidenciais. Ao mesmo tempo em que injeta ânimo nos adversários do líder petista, que liderava as pesquisas, obriga todos os pré-candidatos a repensarem a estratégia de campanha que vinham ensaiando até agora. 

A primeira iniciativa de todos, principalmente dos partidos aliados de Lula, é se descolar da imagem do PT e evitar ser contaminado pelo destino inglório do ex-presidente. Com Lula fora do páreo, o cenário mudou. PDT e PCdoB vão trilhar seus próprios caminhos. Será aberta uma vaga no segundo turno e quem tiver fôlego e garrafas para vender chegará lá. [caso haja segundo turno, uma das vagas já está ocupada por Jair Bolsonaro; a grande dúvida é se haverá essa segunda vaga, simplificando, se haverá segundo turno?]Esse é o desafio que se apresenta para Jair Bolsonaro, Marina Silva, Ciro Gomes, Geraldo Alckmin, Manuela D’Ávila e os demais concorrentes à sucessão de Temer.

Há quem aposte, desde já, numa mudança de tom radical de Jair Bolsonaro, recém filiado ao Partido Social Liberal (PSL). O ex-capitão do exército vinha se apresentando como o principal contraponto ao lulopetismo. Após o confirmação do 3 a 0, ele postou um vídeo na internet comemorando o resultado. Para ele, a condenação praticamente elimina Lula do pleito. “O que queremos é o PT fora de combate”, afirmou. 
Jair Bolsonaro terá de calibrar a retórica, se quiser manter desempenho 



domingo, 21 de janeiro de 2018

Temer deveria ralar numa fila de vacina



Há filas onde se espera por 12 horas por uma senha para o dia seguinte

Para mostrar aos brasileiros que estava bem de saúde, Michel Temer caminhou do Jaburu ao Alvorada, teatralmente escoltado pelos ministros Henrique Meirelles, Moreira Franco e Torquato Jardim. Bem que ele poderia mostrar aos brasileiros que está preocupado com a saúde de quem lhes paga os salários indo com a mesma turma para uma fila de vacina contra a febre amarela. Poderia convidar os governadores Pezão e Alckmin, que gosta tanto de tomar café em padarias. Há filas onde se espera por 12 horas por uma senha para o dia seguinte. Pela cotação dos ambulantes de Mairiporã, o cafezinho de Alckmin sairia por R$ 2.

Na semana passada o ministro da Saúde, deputado Ricardo Barros, do PP e ex-prefeito de Maringá (PR), estava em Cuba. No seu lugar estava, interinamente, Antônio Nardi, também do PP e ex- secretário de Saúde de Maringá. Segundo o doutor, a Organização Mundial da Saúde teve “excesso de zelo” ao incluir São Paulo no mapa da área de risco da febre amarela. Nela já estão o Espírito Santo, o Norte do Estado do Rio e o Sul da Bahia.

O último boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde de São Paulo informa que de 40 casos de febre amarela ocorridos no estado, 31 aconteceram fora das áreas de risco. Pela lógica de Brasília, se o doutor Nardi morasse em Mairiporã, não precisaria tomar vacina. Lá aconteceram 14 casos de contágio, e seis pessoas morreram. Não terem conseguido incluir a cidade no mapa foi excesso de sabe-se lá o quê.

Ao contrário que aconteceu com a epidemia de zika, a febre amarela tem vacina e é uma velha freguesa dos epidemiologistas. A máquina da Fiocruz, a fabricação de vacinas e sua distribuição funcionaram direito. Faltaram repasses de verbas, planejamento, humildade e, sobretudo, a capacidade do governo de se comunicar. A marquetagem abastece a população com caminhadas presidenciais, viagens de ministro, parolagens e campanhas publicitárias caras e inúteis. Outro dia uma juíza suspendeu a propaganda do governo federal defendendo a reforma da Previdência. Numa campanha de autolouvação, a charanga de Temer exibiu uma estrada de São Paulo com a qual a União nada teve a ver. Nenhum magano gosta de aparecer na telinha falando em problemas. Por isso, informações elementares sobre vacinação ficaram em plano secundário, e a expansão da área de risco da febre amarela ficou numa dobra do tapete.

...

A Caixa é a Petrobras do PMDB
.....

Alerta
Diante de uma denúncia de que o site Vakinha estaria sendo usado por gente que fraudava as próprias campanhas de arrecadação, os doutores da empresa prontamente informaram o seguinte:
“Atuamos exclusivamente na disponibilização desse serviço na internet, através da gestão dos valores arrecadados e transparência nas informações. Tanto a criação da campanha quanto o valor arrecadado é de responsabilidade do usuário que abriu a vaquinha.”
Tradução: se a boa alma mandar dinheiro para um vigarista, o Vakinha não tem nada a ver com isso, nem tem interesse em verificar a denúncia.

Sucessão
Joaquim Barbosa e Sergio Moro podem não ser candidatos à Presidência da República, mas alguém registrou seus nomes na internet, acompanhados pelo sufixo “2018”. No caso de Moro, registraram o “moro2018.com.br”, mas se esqueceram do “sergiomoro2018”.

Lula, Luciano Huck, Bolsonaro e Ciro Gomes estão cercados pelos sete lados. Geraldo Alckmin, João Doria, Henrique Meirelles e Marina Silva descuidaram-se de algumas combinações. Por exemplo: “marinasilva2018.com.br” está livre.

Jaques Wagner e Rodrigo Maia estão inteiramente livres.
Esses domínios as vezes são comprados por pessoas interessadas em vendê-los. O registro custa no máximo US$ 14 e não tê-lo pode ser um mau negócio. Na campanha eleitoral americana, o candidato republicano Jeb Bush descuidou-se e, quando alguém clicava seu nome, ia para a página de Donald Trump.

 

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Ou vai ou racha


Alckmin se consolida e atrai governo e PMDB. Mas isso custa caro…  A semana consolidou o protagonismo de Geraldo Alckmin no PSDB e na eleição presidencial, irradiando articulações com outros partidos, particularmente o PMDB, e para governos estaduais, particularmente o de São Paulo. João Doria, por exemplo, acionou seu plano B: a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.

Depois de deslizar ladeira abaixo na disputa com o padrinho Alckmin pela vaga de presidenciável tucano, Doria vem aí para sua sucessão. Aliás, os dois vão juntos a Brasília, no mesmo avião, para a convenção tucana que elegerá Alckmin presidente do PSDB e, provavelmente, o indicará candidato ao Planalto. A costura, no entanto, desagrada a setores do PSDB, depende fortemente do PMDB e será uma nova pedreira para Alckmin e Doria, agora unidos para sempre, até que a morte – ou turbulências na campanha – os separe. Vai que Alckmin se consolide politicamente, mas não se viabilize eleitoralmente? 

Doria estará a postos.  Um fator decisivo na equação (talvez no resultado) do PSDB é o Planalto. Mesmo recém-operado, o presidente Michel Temer viaja pelo País, comemora os índices positivos na economia que pingam mês a mês e está metido até a alma na aprovação de alguma reforma da Previdência. Tudo isso com dois objetivos: participar ativamente da sua sucessão e não passar vexame nos livros de História.  Temer candidato a um segundo mandato? Praticamente impossível. Henrique Meirelles unindo governo e base aliada em torno do seu sonho pessoal? Improvável. Sobra a opção de emprestar os êxitos e os instrumentos de Temer para outro candidato – e contra os demais.

O PMDB, maior e mais ramificado partido do País, era uma federação de partidos e se transformou em federação de problemas e incógnitas. Uma parte (Renan Calheiros) vai com o PT, outra (Eliseu Padilha) com o PSDB e em direção a Alckmin. Os interesses, disputas e picuinhas estaduais vão definir o resto. O presidente do partido, senador Romero Jucá, xingado ontem em um voo, tem uma habilidade política inquestionável. O que dizer do líder dos governos FHC, Lula e Dilma e Temer? Poderia ir para um lado ou para outro, mas está com o PSDB e, quando defende “um projeto único para o País”, tenta dar uma ordem unida a favor do PSDB – ou de Alckmin.

Isso não sai de graça, como nada no PMDB e na própria política sai de graça. Jogar a máquina do governo e o peso do partido significa negociar a garantia de votos tucanos para a reforma da Previdência, o uso dos palanques para defender o governo Temer e o apoio a candidatos do PMDB nos Estados.  O pacote PMDB-PSDB caminha para Doria ao governo paulista, rifando o peemedebista Paulo Skaf e provocando o tucano José Serra com vara curta. Mas há pragmatismo aí: se alguém comanda a política paulista é Alckmin…

A oposição não está parada. Jair Bolsonaro é o oposto de Alckmin: ele se viabiliza eleitoralmente, mas não demonstra força política e partidária. [Alckmin não ganha eleição para presidente e ainda atrapalha os aliados; já Bolsonaro vence, a dúvida é se será necessário o segundo turno para ele ser eleito.] A fórmula deu certo (em termos de votos) com Fernando Collor. A ruptura de 2018 se assemelha à de 1989? Andamos para trás?

Nas esquerdas, há a tentativa de unificar o discurso, mas cada qual com seu candidato. Logo, “unificar o discurso” significa meter o pau no governo Temer. Neste fim de semana, Guilherme Boulos experimenta saltar de líder do MTST a candidato do PSOL, enquanto o PCdoB inova ao lançar uma candidatura própria, a da deputada gaúcha Manuela D’Ávila.  A Rede continua à espera de Marina Silva anunciar se vai disputar ou não pela terceira vez. E o PT? Vai se segurando com o que tem à mão, que é Lula, o campeão das pesquisas e dos processos. E se não for ele? Fernando Haddad está de prontidão, mas a eleição com Lula é uma e, sem ele, outra bem diferente.

Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo

 

domingo, 26 de novembro de 2017

A viabilidade do novo enfrenta seu primeiro inverno. Além de tudo, Bolsonaro chegou antes

As coisas podem mudar de repente, como diz o slogan, mas é visível a dificuldade de consolidar na corrida presidencial candidatos novos e já vitaminados. Sobra por enquanto João Amoêdo, que ainda não tem voto [nem terá] mas sobrevive, também por ser de fato novo e não apenas no nome do partido. Os demais carregam velhices no passivo, e isso cobra seu preço alguma hora.

João Doria entrou na arena política pelas mãos de Geraldo Alckmin, que governa São Paulo pela quarta vez. E o prefeito precisa mostrar serviço na cidade. Mas as vacas estão magras. Doria não pode nem pensar em brigar com Michel Temer. Sem um partido para chamar de seu, resta-lhe negociar com donos dos cartórios tradicionais. Vai ficando com cara de velho.

Luciano Huck é conhecido da TV. É um ativo, mas também embute um passivo potencial. Huck é o novo com trajetória empresarial aparentemente reta, mas construiu relações pessoais, de negócios e políticas com alguns alvos do momento na fogueira que queima o país. Há o risco de rápido envelhecimento quando exposto às labaredas de uma campanha presidencial.

Os candidatos a novo enfrentam um obstáculo adicional: boa parte do desejo de renovação vem sendo capturado por Jair Bolsonaro. Ele representa melhor a rejeição aos políticos que comandam o Brasil desde a redemocratização. Se Amoêdo é o cansaço com o Estado onipresente, Bolsonaro é o cansaço com a metodologia da Nova República, desde Tancredo-Sarney. [Bolsonaro além de representar o desejo de renovação da maioria do eleitorado, representa a solução para muitos problemas que agligem o Brasil e ainda não foram resolvidos por pusilanimidade dos políticos.
Bolsonaro vai enfrentar os problemas e resolvê-los doa a quem doer - e o que o povo precisa é de SEGURANÇA PÚBLICA, SAÚDE, EDUCAÇÃO e TRANSPORTES e isso Bolsonaro tem condições de prometer - o que todos fazem - e CUMPRIR.
Bandido morto ou na cadeia; cidadão podendo andar sem medo nas ruas e em condições de defender sua residência e aos seus; Saúde Pública que atenda com eficiência e rapidez; Educação que ensine aos jovens além das letras o respeito aos valores tradicionais; Transporte Público de qualidade - neste item não vamos exagerar, vamos destacar que não precisa ser igual ao oferecido no Japão.]
 
Bolsonaro é o novo mais autêntico porque não tem compromissos ou vínculos com as últimas três décadas da política nacional. E Amoêdo é o novo mais ideológico porque, sem nunca ter governado nada, pode prometer realizar o sonho do pedaço que detesta o Estado e enxerga na assim chama livre-iniciativa o vetor de libertação da sociedade.

Os demais, velhos ou novos-velhos, têm os ônus da sua trajetória e suas circunstâncias, diria Ortega y Gasset. E, por enquanto, vão sendo descartados. Também porque o ambiente não anda mais tão propício assim para a agitação pura e a raiva. Como já disse em análise anterior, é possível que o cansaço com a confusão já esteja maior que o cansaço com os políticos.

Mas também pode ser que não. Enquanto os candidatos a novo vão deixando a cena e a política tradicional corre atrás da feitiçaria do momento, o tal centro, abre-se um espaço potencial para o crescimento de Bolsonaro e para que Amoêdo ganhe o mínimo de musculatura. Ou mesmo para que Marina Silva volte a abocanhar alguma fatia relevante no debate. [Marina Silva só arranca, logo falta gás e morre na praia - além de ser falsa, se declara cristão mas defende o aborto.]

O ideal dos buscadores do novo é um nome que junte o novo e o centro. Mas não está fácil achar. Não há nada mais velho na política brasileira do que a esquerda ou a direita autoplugando-se a palavra “centro” para vestir um figurino palatável na eleição. E se há mesmo um desejo difuso de renovação, o sonho centrista está restrito por enquanto só aos alquimistas.

Michel Temer saiu da intervenção cardíaca mais animado para tentar a reeleição. Os movimentos são claros. Promove um expurgo no tradicionalmente flácido PMDB, não deixa desgarrar o PSDB aecista, insiste na reforma da previdência, sem o que seu brand reformista ficará baqueado. Aliás nem precisa fazer a reforma, basta que trabalhe por ela. [o que complica eventual candidatura Temer é que só vai em frente se não houver reforma da Previdência e não vai haver;
mas, não havendo e sendo Temer reeleito, já no discurso de posso ele precisa engatar o tema reformar a Previdência - a reforma é necessária  e a margem para adiamentos  a cada dia que passa fica menor.
Por razões que ninguém sabe, Temer finge não saber que um combate rigoroso às fraudes da Previdência, resolveria mais da metade do déficit.] 

As previsões para o crescimento da economia brasileira em 2018 já oscilam em torno de 3%. Lula continuará com forte mercado eleitoral porque a recuperação do emprego não será igualmente brilhante e a memória de seu governo é forte, em emprego, renda e crédito. Mas, um ambiente de alívio depois da longa e brutal recessão vai ajudar o governismo. [Lula já era; politicamente está morto e enterrado; e fisicamente, vai assistir as eleições 2018 enjaulado em um presídio federal.]

Temer não precisaria ser candidato se houvesse um amplo acordo no bloco governista em torno de um nome que oferecesse e garantisse conforto político futuro às forças hoje no poder. A instabilidade do PSDB dificulta essa convergência. E se o governo estiver algo melhor em 2018 por que deveria oferecer gratuitamente o doce aos tucanos?


* Alon Feuerwerker é jornalista e analista político/FSB Comunicação

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Senador se aproxima de Bolsonaro pensando em 2018

Magno Malta quer ser vice na chapa do deputado federal ao Planalto 

O senador Magno Malta (PR-ES) pretende ser candidato a vice-presidente na chapa encabeçada pelo deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) em 2018. As conversas sobre o tema estão em andamento. Malta até cogita deixar o PR se a legenda não embarcar na candidatura de Bolsonaro.

Recentemente o pastor Silas Malafaia foi procurado para apoiar a iniciativa de Bolsonaro e Malta, mas ainda não declarou apoio por preferir, por ora, a candidatura do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB).

Em outubro, Bolsonaro indicou Malta como sua testemunha num processo contra a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS).

Época - Expresso


 

 

domingo, 8 de outubro de 2017

Entenda o que acontece com candidaturas avulsas após a Reforma Política

Mesmo sem a definição sobre as candidaturas avulsas, especialistas apontam a existência de postulantes a cargos públicos que têm mais visibilidade do que qualquer legenda. Em cidades do interior, por exemplo, o troca-troca de legendas é indiferente ao eleitorado

O Supremo Tribunal Federal (STF) adiou o debate sobre a possibilidade de candidaturas avulsas nas disputas eleitorais, mas, na sociedade, cada vez mais, as pessoas enxergam os postulantes a cargos eletivos como pessoas maiores do que os partidos políticos. Nome crescente em todos os últimos levantamentos, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) não sabe, ainda, por qual legenda concorrerá ao Planalto no ano que vem.

O líder nas pesquisas, Luiz Inácio Lula da Silva, é o grande nome de si mesmo, não do PT. [Lula tem um 'pequeno' problema: responde a seis processos criminais que vão resultar em no mínimo, mais de 100 anos de cadeia; mesmo considerando que só cumpra em regime fechado um sexto = 16 anos e 8 meses - é tempo suficiente para ele nunca mais ser candidato. O motivo é simples: bandido condenado em segunda instância é encarcerado e uma vez enjaulado não vota nem é votado, exceto para escolher o xerife da cela.] Se ele não disputar e outro for escolhido em seu lugar, como o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, as intenções de voto despencam.

O prefeito de São Paulo, João Doria, viaja o país sem saber se será o escolhido pelo PSDB para concorrer à Presidência em 2018. Já foi sondado para se filiar ao DEM, por exemplo. Isso sem falar em outros nomes que nem sequer são ligados a partidos, como o apresentador Luciano Huck e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa.

A coordenadora do curso de direito eleitoral da Faculdade de Direito do IDP-SP, Karine Kufa, afirmou que começa a se verificar nos grandes centros uma situação que já acontecia nos municípios do interior. “Nas pequenas cidades, é comum que os prefeitos e vereadores sejam eleitos por um partido e migrem para outro sem que isso represente nada para os eleitores. Até porque eles não têm estrutura, os diretórios estaduais pouco se importam com eles. Esses candidatos já são quase avulsos”, disse Karine.

A especialista em direito eleitoral lembra que, nas grandes cidades, esse problema era mais diluído. “São Paulo, por exemplo, sempre elegeu dois senadores do PSDB e um do PT. Os tucanos têm supremacia no governo estadual, e eles se revezam com o PT na prefeitura da capital”, completou a especialista. O que ocorreu, então? “As recentes denúncias de corrupção fizeram com que as pessoas achassem que todas as legendas são iguais”, resumiu Karine.

Ela acrescenta que os próprios partidos colaboram para esse desgaste. “Eles deveriam ter mais transparência na prestação de contas para que as pessoas voltem a acreditar nos mecanismos de financiamento. Além disso, deveriam ter como estabelecer metas de desempenho. As empresas tornam-se confiáveis por terem estratégias de ação e colocarem isso em prática. As legendas se acomodaram”, criticou a advogada.

Um novo formato
O diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antonio Augusto Queiroz, lembra que, em paralelo ao desgaste partidário, a sociedade passou a se organizar de outras maneiras. “Nos últimos anos, as ONGs começaram a arregimentar talentos para debater os problemas da sociedade. Os partidos acabaram sendo resumidos como importantes para a democracia”, disse ele. O que seria isso? “Por convenções internacionais, só se pode dizer que existe democracia em uma sociedade com sindicatos e partidos fortes e imprensa livre”, explicou Queiroz.

O diretor do Diap, contudo, avalia que, apesar de todos os problemas, não há como se prescindir dos partidos, por mais frágeis que eles estejam. “Nenhum presidente de República, em qualquer lugar do mundo, foi eleito sem um partido por trás. 90% dos deputados votam de acordo com a orientação partidária. Sem isso, eles votarão como? Seguindo a sugestão de quem serve o cafezinho?”, questionou Queiroz. “Só os partidos têm condições de garantir a impessoalidade do mandato”, defendeu.

O cientista político e professor do Insper Carlos Melo discorda e aposta que, em um curto espaço de tempo, a realidade vai mudar. “O Brasil sempre viveu uma cultura personalista na política, mesmo nos períodos em que os partidos estavam menos desgastados do que hoje”, reforçou. “Cada vez mais, as legendas afundaram-se no pragmatismo, no fisiologismo e no caciquismo”, resumiu.

Melo lembra, na história recente, as figuras de Herbert de Souza, o Betinho, e Rubem César Fernandes, fundador da ONG Viva Rio que, segundo ele, poderiam ser grandes políticos se tivessem filiação partidária. Mas optaram por outro caminho na sociedade civil organizada. “Winston Churchill (primeiro-ministro inglês), considerado o maior estadista do século XX, agiria diferente se estivesse no partido A ou B? Outros nomes mundiais, até aqueles de quem não gostamos, como Adolf Hitler, eram muito maiores do que qualquer partido político”, completou o professor do Insper.

Os “quase” avulsos

Quem são os nomes cogitados ao Planalto que são maiores que os partidos

Lula (PT) [ não será sequer candidato, por ser um condenado pela Justiça e mesmo que fosse candidato seria derrotado. Lula é do tamanho da sua militância que nada mais é que um punhado de vendidos a preço de sanduba e refresco.]
Presidente de honra da legenda, duas vezes presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva tem um patamar de intenção de votos que não é transferível para outro petista, caso ele não possa concorrer em 2018, inviabilizado pela Ficha Limpa

Jair Bolsonaro (PSC-RJ)
Grande surpresa até o momento nas pesquisas de intenção de voto, o deputado fluminense sequer sabe por qual partido disputará as eleições do ano que vem. O PEN já lhe ofereceu a legenda, mas Bolsonaro adia a decisão

João Doria (PSDB-SP)
Prefeito de São Paulo, o tucano entrou em colisão com o governador Geraldo Alckmin na disputa pela candidatura do PSDB ao Planalto. Sem certeza se vencerá disputa interna, cogita concorrer por outra legenda, como o DEM

Joaquim Barbosa [sem chances de sequer ser escolhido por um partido político que mereça o nome.]

Ex-presidente do Supremo Tribunal Federal no julgamento do mensalão, já foi sondado por diversos partidos para se filiar.  O mais recente foi a Rede. Segue opinando sobre política nacional, mas garantindo que não vai concorrer

Luciano Huck [sem chances nem interesse de se candidatar; caso seja um candidato será prejudicial ao Brasil o tanto que Hélio Costa foi.]
Apresentador de TV, já foi sondado pelo Novo e pelo DEM. Criou um fundo, ao lado de outros empresários e representantes do mercado financeiro para custear campanhas de pré-candidatos alinhados a projetos nas áreas de educação e economia.


A bola está com o Supremo
 O ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Fernando Neves reconhece que o Supremo Tribunal Federal poderá decidir favoravelmente às candidaturas avulsas sem a necessidade de que o Congresso apresente uma emenda constitucional alterando a obrigatoriedade de filiação partidária para concorrer eleitoralmente. “Basta, para isso, que ele entenda que o Pacto de São José se sobrepõe à Constituição Federal”, explicou Neves. [o ilustre ex-ministro do TSE não tem noção do que está falando - aliás, os ex tem uma tendência a falar o que não deve ser falado.
O Supremo é o guardião da Constituição Federal e se tiver a ousadia de considerar que uma 'convençãozinha'  nos moldes da citada é maior que a Constituição da República Federativa do Brasil,  estará de forma irreversível traindo a Pátria.
Nem o Quarteto do Barulho do STF tem a ousadia de tal decisão. E a maioria dos ministros do STF ainda são sensatos e patriotas.]


O Pacto de São José, também conhecido como a Convenção Americana de Direitos Humanos, consagra vários direitos civis e políticos, como o reconhecimento da personalidade jurídica; o direito à vida; à integridade pessoal; à liberdade pessoal e garantias judiciais; à proteção da honra e reconhecimento à dignidade; à liberdade religiosa e de consciência; à liberdade de pensamento e de expressão; e o direito de livre associação.

Autor da questão de ordem que será analisada no STF, o advogado Rodrigo Mezzomo acredita que, por similaridade, todos têm o direito de se candidatar a mandatos eletivos sem estar “amarrados por obrigações partidárias”. Saindo do campo das possibilidades e caindo no terreno da realidade, Neves considera que essa medida é de implantação bastante complexa. “As legendas acabam por regular uma série de questões eleitorais, como tempo de TV, a distribuição do fundo partidário e as regras de inelegibilidade, por exemplo”, enumerou o ex-ministro do TSE.

Outros casos
O advogado levanta outra questão que, segundo ele, não está no radar de quem sugeriu a possibilidade de candidaturas avulsas, mas que pode acabar por contaminar outros debates que já foram travados pelo próprio STF. “Se a defesa é por leis menos restritivas para conceder direito a qualquer pessoa concorrer a mandatos eletivos, quem garante que alguém não poderá questionar, por exemplo, os limites de punição da Lei da Ficha Limpa? Algo, por exemplo, que restrinja a inelegibilidade apenas a questões criminais, liberando governantes que tenham tido as contas de governo rejeitadas com base na Lei de Responsabilidade Fiscal”, declarou Neves. (PTL)

“Se a defesa é por leis menos restritivas para conceder direito a qualquer pessoa concorrer a mandatos eletivos, quem garante que alguém não poderá questionar, por exemplo, os limites de punição da Lei da Ficha Limpa?
Fernando Neves, ex-ministro do TSE

Fonte: Correio Braziliense